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NOTÍCIAS       2019       3º Trimestre - Agosto
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Obs.: Notas críticas de rodapé por Rodolfo Huhn e não representam necessariamente a posição do GDPAPE.
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia & Negócios
CVM SUSPENDE POR 30 DIAS OFERTA PÚBLICA SE DEBÊNTURES DA PETROBRÁS - Decisão veio após a diretora de Relações com Investidores da petroleira dar entrevista para a XP Investimentos
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 30 de agosto de 2019 | 19h43
por Mariana Durão

PETROBRAS A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu a oferta pública de distribuição de debêntures simples da Petrobrás pelo prazo de 30 dias. A decisão veio após a diretora de Relações com Investidores da petroleira, Andrea Almeida, ter dado uma entrevista para a XP Investimentos, uma das coordenadoras da oferta.


Pelas regras da CVM, as pessoas envolvidas em uma oferta pública são proibidas de se manifestar na mídia sobre a oferta até a divulgação do anúncio de encerramento de distribuição nos 60 dias que antecedem o protocolo do pedido de registro da oferta ou desde a data em que a oferta foi decidida ou projetada, o que ocorrer por último. A entrevista concedida no dia 27 de agosto foi veiculada no YouTube e por alguns veículos de comunicação.
Com a suspensão, a Superintendência de Registro de Valores Mobiliários da CVM também determinou a publicação imediata de comunicado ao mercado, informando a decisão da suspensão. O conteúdo também terá que ser retirado da internet, sem prejuízo das demais providências cabíveis em relação à oferta. Isso significa que investidores que já tenham aderido à oferta têm direito à restituição integral dos valores se desistirem da oferta.
De acordo com a CVM, a suspensão poderá ser revogada, dentro dos 30 dias, se as irregularidades forem corrigidas. Caso contrário, o pedido de registro da oferta será indeferido.
Essa seria a sétima emissão da companhia, no montante inicial de R$ 3 bilhões. A oferta previa a colocação de, no mínimo, R$ 1 bilhão, e a possibilidade de acréscimo de até 20%, ou seja, em até R$ 600 milhões.
"Reiteramos que o investidor deve basear sua decisão de investimento exclusivamente na documentação da oferta e nas informações divulgadas pela emissora em decorrência de suas obrigações enquanto companhia aberta, desconsiderando eventuais manifestações por parte de seus representantes as quais podem conter impressões pessoais não adstritas a aspectos técnicos e sem apresentar aos potenciais investidores os riscos inerentes aos valores mobiliários emitidos", alerta a autarquia em comunicado.

N.daR.: A CVM tão zelosa... (?)
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
GRAÇA FOSTER CONTRATA ADVOGADO DE QUEIRPZ PARA SE DEFENDER NA LAVA JATO - Alvo da fase 64 'Pentiti' da operação, ex-presidente da Petrobrás constitui para fazer sua defesa o escritório Klein Advogados que já representa o ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, Fabrício Queiroz
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 30 de agosto de 2019 | 14h18
por Ricardo Brandt e Pepita Ortega

Graça Foster e Dilma Rousseff - Foto: Diego Bigro / JC Imagens A ex-presidente da Petrobrás Graça Foster contratou o escritório Klein Advogados para fazer sua defesa na Operação Lava Jato. Paulo Márcio Ennes Klein, titular da banca, é advogado de um outro personagem emblemático, o ex-policial militar e ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, na época em que o filho do presidente exercia mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.

LEIA TAMBÉM: O PIC do Queiroz

Nesta sexta, 30, a revista Veja informou que Fabrício Queiroz está internado no Hospital Albert Einsten para tratamento contra um câncer no intestino.
Graça Foster, que presidiu a Petrobrás entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015, durante o mandato da ex-presidente Dilma, é investigada na Operação ‘Pentiti’, fase 64 da Lava Jato, deflagrada na sexta, 23.
A ‘Pentiti’ investiga supostos crimes de corrupção envolvendo o Banco BTG Pactual e a Petrobrás na exploração do pré-sal e ‘em projeto de desinvestimento de ativos’ na África.
Revelações dos delatores Antônio Palocci, ex-ministro de Lula e Dilma, e do empresário Marcelo Odebrecht indicam que a ex-presidente da Petrobrás tinha conhecimento da corrupção instalada na petrolífera, mas não adotou ‘medidas efetivas’ para investigar ou impedir a continuidade do funcionamento do esquema bilionário que favoreceu cartel das gigantes da construção e políticos que lotearam diretorias estratégicas na empresa.

Documento Paulo Klein advogado   PDF

Nesta quinta, 29, Graça protocolou petição na Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná em que comunica que constituiu o Klein Advogados para sua defesa e pede acesso à íntegra do inquérito ‘Pentiti’.
Ela se colocou ‘à disposição’ da PF para prestar seus esclarecimentos ‘no dia e hora a serem aprazados, seja nesta ou em qualquer outra investigação porventura existente, sempre com vistas a poder contribuir na elucidação dos fatos’.
Paulo Klein defende Fabrício Queiroz no inquérito do Ministério Público do Rio que reúne dados compartilhados da Unidade de Inteligência Financeira, ex-Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Relatório do Coaf, revelado pelo ‘Estado’ em dezembro de 2018, apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. Em abril de 2019, a Justiça do Rio determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário do amigo dos Bolsonaro e de outras 84 pessoas e 9 empresas, no período entre 2007 e 2018.
Os promotores sustentam que há indícios robustos de que uma organização criminosa comandada por Flávio Bolsonaro e operada por Queiroz desviou recursos públicos por meio da devolução parcial de salário pelos assessores, prática conhecida como ‘rachadinha’, e lavou dinheiro por meio de transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados.

Queiroz nega a prática de ilícitos.
Em defesa do banqueiro André Esteves, a advogada Sônia Cochrane Ráo declarou, no dia da deflagração da Operação ‘Pentiti’, que fez buscas em endereços do executivo. “Inexplicável e verdadeiramente assustadora a nova medida de força adotada sem qualquer motivo, baseada na desacreditada delação de Antônio Palocci, contra uma instituição financeira e um cidadão recentemente vítima de violento erro judiciário reconhecido por todas as instâncias judiciais.”

N.daR.: Reiterando o dito:
Alguém tinha dúvidas de que Graça Foster, amiga de Dilma, não sabia de nada, não viu nada, não escutou nada?
Elogiada pela mídia de todos os tons, foi poupada sem qualquer justificativa.
Depois de tanto tempo, resta saber o que poderá ser apurado.
Reafirmamos que há muito mais a ser investigado.
Será que os responsáveis pelo rombo na PETROS continuarão a ficar imunes?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Páis
BR DISTRIBUIDORA ESTUDA PARCERIA COM LOJAS AMERICANAS - Memorando faz parte do processo de definição do novo modelo de negócio, que visa à expansão da rede no segmento
Publicado: O Globo - Impresso - 31/08/2019 - Pág. 27 | On Line 30/08/2019 - 13:45 / Atualizado em 30/08/2019 - 18:58
por Bruno Rosa e Ramano Ordoñez

BR Mania SÃO PAULO - A BR Distribuidora iniciou uma nova fase para buscar um sócio para suas 1.254 lojas de conveniência BR Mania, presente nos postos de combustíveis da companhia e criada em 1994. Nesta sexta, a empresa e as Lojas Americanas divulgaram um memorando de entendimentos para uma possível parceria estratégica. Mas há outros interessados na empresa, que conta com mais de 160 produtos com a marca própria BR Mania e que registra por ano cerca de 82 milhões de transações.


Como o acordo entre BR e Lojas Americanas não é exclusivo, outras empresas da área de varejo e de tecnologia do Brasil e do exterior também estão interessadas e já com acordos de negociação firmados. O objetivo é acelerar a expansão da rede, que opera pelo modelo de franquia, e aumentar a geração de valor para a BR, que é remunerada por meio do pagamento de taxas de franquia e royalties pelo uso da marca.
- A BR está estudando o melhor modelo, que vai depender do parceiro escolhido. Uma ideia da empresa é contar com vários parceiros pelo país - disse uma fonte ligada ao projeto.
A BR ainda destacou que o processo competitivo para definição do parceiro está sendo conduzido pela BR Partners e conta com a participação de outros potenciais candidatos. Em julho, a Petrobras vendeu o controle da BR Distribuidora em operação que chegou a R$ 9,6 bilhões.
Hoje, a BR Mania está presente em apenas 16% das 7.797 postos BR no Brasil. A meta, apresentada a investidores, é que há potencial para dobrar o número das lojas de conveniência em três anos. A BR Mania teve seu processo de venda iniciado em 2018:
- Pode ser que haja uma solução até o fim deste ano. Mas desenvolver um modelo para aumentar a rentabilidade da BR Mania é complexo - completou essa fonte.
Em comunicado, a BR disse que a assinatura com as Lojas Americanas "representa mais uma etapa no processo de definição do novo modelo de negócio de conveniência e da possível parceria, que tem como objetivo promover a expansão da BR e maximizar a geração de valor". As Lojas Americanas lembraram que as discussões "encontram-se em estágio preliminar". Segundo a varejista, permanecem indefinidos quaisquer termos ou condições relevantes.

Contrato de franquias
Um analista de varejo destacou que o negócio tem riscos a futuros investidores. Isso porque os prazos médios negociados nos contratos de franquia são de 5 a 10 anos.
- A BR não consegue garantir aos interessados que esses contratos de franquia serão renovados ou que haverá condições de negociar renovações em termos e condições favoráveis.
Para o analista Andres Estevez, da Brasil Plural, o anúncio representa um avanço nas discussões e pode ser um importante impulsionador de Lojas Americanas caso a parceria seja firmada, pois permitiria à empresa acelerar rapidamente seus negócios em lojas de conveniência.
Analistas do Itaú BBA ponderaram que o interesse da Lojas Americanas em um acordo com a BR Distribuidora não é novo, pois as empresas negociam desde 2016, sendo que a novidade no anúncio é celebração de um memorando de entendimento.
“Embora vejamos a parceria como um meio de crescimento para a Lojas Americanas, o impacto geral da expansão por meio do formato de loja de conveniência é relativamente pequeno”, avaliam, ressaltando que a notícia vem três semanas após o anúncio da joint venture entre Raízen, da Cosan e Shell, e Femsa para operar lojas de conveniência e proximidade no Brasil, trazendo mais competitividade ao formato no país.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Páis
DODGE PEDE AO STF QUE SUSPENDA PEDIDOS DE ANULAÇÃO DE SENTENÇAS DA LAVA-JATO - PGR se manifesta contra decisão da 2ª Turma que anulou condenação de Moro em favor de ex-presidente da Petrobras
Publicado: O Globo - Impresso - 31/08/2019 - Pág. 6 | On Line 30/08/2019 - 12:23 / Atualizado em 30/08/2019 - 16:38
por Aguirre Talento

Raquel Dodge - Foto: Sérgio Almeida / Ascom / CNMP BRASÍLIA - A procuradora-geral da República Raquel Dodge solicitou ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) que suspenda novos pedidos de anulação de sentenças da Lava-Jato , formulados com base na tese de que os réus devem apresentar alegações finais só depois dos delatores, até que o plenário da Corte julgue o tema.
É a primeira vez que a Procuradoria-Geral da República se manifesta sobre o entendimento firmado nesta semana pela Segunda Turma do STF em um habeas corpus do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, que resultou na anulação da sentença dele proferida pelo então juiz Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba. Dodge argumenta que é necessário suspender os novos pedidos para evitar uma sensação de "insegurança jurídica", pois processos podem ser anulados e depois validados.
"O sobrestamento momentâneo quanto à apreciação de eventuais pedidos dessa natureza tem o condão de evitar uma situação de incerteza e insegurança jurídica em centenas de condenações criminais, que seriam anuladas com base no entendimento da 2ª Turma – e, em seguida, revalidadas, na hipótese de o Plenário do STF pronunciar-se em sentido diverso do decidido na sessão do dia 27 de agosto de 2019", escreveu a PGR.
A manifestação de Dodge foi enviada ao ministro do STF Ricardo Lewandowski em resposta a um novo habeas corpus, este movido pelo ex-executivo da Engevix Gerson Almada. Com base no mesmo precedente, Almada solicitava a anulação de sentenças condenatórias suas. Dodge argumentou que a tese não pode ser aplicada no caso de Gerson, porque ele não havia argumentado na primeira instância que desejava apresentar alegações finais após os delatores.


Discordância da Turma
A procuradora-geral escreve ainda que discorda do entendimento firmado no caso de Bendine, porque não existe previsão legal para que os delatores apresentem alegações finais antes dos demais réus.
"Adiante-se que esta PGR - tal qual defendido em contrarrazões ofertadas ao agravo regimental interposto nestes autos por Aldemir Bendine -, não concorda, com a devida venia, com a tese firmada no julgamento acima referido, entre outros motivos por que o art. 403 do CPP é claro ao estabelecer prazo comum aos corréus para apresentarem contrarrazões, sem fazer distinção entre colaboradores e não colaboradores. Justamente diante da clareza dessa previsão legal, o procedimento usualmente adotado no curso de ações penais que tramitam não apenas perante a 13ª Vara da SJ/PR, mas também perante outros Juízos, tem sido o de, aplicando-se o CPP, conceder-se prazo comum aos corréus, colaboradores ou não, para apresentarem alegações finais. Essa tem sido a praxe, conforme esta PGR pôde aferir a partir de informações obtidas junto a procuradores da república de todo o país", escreveu.
Ao final de sua manifestação, ela solicita ao STF "que demais pedidos de reconhecimento de nulidade de condenação criminal, apresentados a essa Suprema Corte com base no entendimento firmado no julgamento da 2ª Turma ocorrido na sessão do dia 27 de agosto de 2019, sejam apreciados após o julgamento, pelo Plenário do STF, do HC n. 166373".

N.daR.: Vários pedidos de anulação de sentença estão em andamento.
Corrptos e corruptores deverão ser soltos em bandos graças a tolerância da 2ª Turma do STF que contou, para a decisão, dos votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e, agora também, Carmem Lucia.
Estes e outros "juízes" do STF fazem contorcionismo jurídico no afã de acobertar seus escolhidos.
Brasil, um país de dirigido por vários pessoas que perderam as qualidades que as recomendavam à consideração pública.

Textos Impressoe On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Poder
MINISTROS AVALIAM QUE STF DEVE LIMITAR EFEITO CASCATA DE DECISÃO SOBRE LAVA JATO - Especialistas criticam eventuais restrições; ainda não há data para julgamento do tema no plenário
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 30.ago.2019 às 2h00
por ábio Fabrini, Reynaldo Turollo Jr., Thais Arbex

Fachada do STF Brasília - Foto: Edson Santos / Divulgação / Câmaro dos deputados Brasília- No cálculo de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a tendência é que a maioria do plenário avalize o recente entendimento da Segunda Turma da corte que estipulou uma ordem de apresentação de alegações finais em processos penais: réus delatores se manifestam antes, e réus delatados, depois, para poderem rebater as acusações dos primeiros.
Esse entendimento levou à anulação, na terça-feira (27), da condenação do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, uma derrota histórica para a Lava Jato por uma questão técnica. Foi a primeira vez que o STF anulou uma condenação imposta pelo ex-juiz Sergio Moro.
Ministros ouvidos reservadamente pela Folha avaliam que o plenário deve avançar em relação à discussão feita na Segunda Turma. Eles deverão discutir critérios gerais para tentar restringir uma eventual avalanche de anulações de outras condenações, como a força-tarefa da Lava Jato alerta que pode acontecer.
Especialistas criticam eventuais restrições. Uma possibilidade aventada é que só se anulem condenações quando, de fato, as alegações finais dos réus delatores tiverem trazido alguma acusação nova que não pôde ser rebatida pelo delatado.
Para o criminalista Renato Stanziola Vieira, muitos detalhes surgirão no plenário, mas o principal será a necessidade de o condenado provar que foi prejudicado. O artigo 563 do Código de Processo de Processo Penal estipula que não há nulidade sem prova do prejuízo. Ele discorda dessa restrição.
“Acho complicado, porque inverte o ônus da prova do prejuízo. Vai jogar no ombro do acusado o ônus de provar que o resultado [do processo] teria sido outro se aquilo não tivesse sido inobservado. Como é que eu vou provar que eu teria sido absolvido se não tivesse acontecido isso, agora que já fui condenado?”, diz.
Outra possibilidade a ser debatida no plenário é que somente possa requerer a anulação de sua condenação o réu que, na primeira instância, pediu ao juiz para se manifestar depois dos delatores e teve o pleito negado.
“Não faz sentido. Se até leis ou novos entendimentos judiciais podem servir de benefício retroativo aos réus e acusados, como seria possível limitar argumentos de defesa a um momento específico do processo? Nulidades que afetam a defesa e o contraditório podem ser arguidas a qualquer momento, afinal, o que está em jogo é a liberdade”, opina a professora da FGV-SP Eloísa Machado de Almeida.
Ainda não há data para o julgamento da questão no plenário. Com a expectativa de manutenção do que ficou decidido na turma, a análise deve ser agendada em breve.
Na ação penal de Bendine em Curitiba, Moro abriu prazo para as defesas de todos os réus apresentarem ao mesmo tempo suas alegações finais —elas são a última fase do processo antes da sentença.
Bendine sustentou que o procedimento adotado cerceou seu direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório. A Segunda Turma, por 3 votos a 1, concordou. Voto vencido, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, decidiu levar o debate ao plenário, formado pelos 11 ministros.
O plenário vai julgar um pedido de habeas corpus de um outro ex-executivo da Petrobras, o ex-gerente de Empreendimentos Márcio de Almeida Ferreira. No caso dele existe a mesma controvérsia sobre a ordem de manifestação das defesas.
A decisão que o plenário vir a tomar valerá somente para o caso de Ferreira, mas servirá para enunciar o entendimento de todo o tribunal. A partir disso, cada acusado que entender que seu caso se enquadra no que foi decidido poderá ir à Justiça para pleitear a anulação de sua condenação.
A Lava Jato em Curitiba afirmou em nota que, se o entendimento do caso Bendine se estender a todas as ações penais que tiveram um prazo comum para as alegações finais de réus delatores e delatados, 32 sentenças poderão ser anuladas, envolvendo 143 dos 162 condenados pela operação.
O instrumento da delação premiada é considerado novo no país. A lei que o regulamentou é de 2013. Antes, não havia a figura do réu delator e, por isso, não se discutia qual acusado deveria apresentar suas manifestações por último.
“O Código [de Processol Penal] estabelece que, primeiro, a acusação faz os memoriais finais, depois, a defesa. Numa situação de corréus, o prazo é comum. Mas, a partir de 2013, há uma figura nova: o réu colaborador. Ele continua sendo réu —não é testemunha, não é assistente de acusação—, só que, por acordo, a função dele é municiar a acusação. A novidade é essa, uma categoria diferente”, afirma o criminalista Renato Stanziola Vieira.
Advogados ouvidos pela Folha disseram que o caso de Bendine, analisado na turma, foi o primeiro a chegar ao Supremo com essa questão.
“A restrição [do que foi decidido na turma] é perniciosa e rompe com a ordem constitucional. A nulidade decorre da inobservância de princípio constitucional e não admite manobras interpretativas. O delator se concilia com a acusação e lhe presta assistência, o que modifica sua posição de réu”, afirma o advogado Thiago Turbay.

N.daR.: A que ponto chegou a "nossa" Justiça...
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha - Opinião
GUINADA ANTILAVAJISTA - É estranha a decisão do STF anulando sentença de Moro que condenou o ex-presidente da Petrobras
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 30.ago.2019 às 2h00
por Hélio Schwartsman

Hélio Schwartsman É estranha a decisão da segunda turma do STF que anulou a sentença do então juiz Sergio Moro que condenara Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras. Devemos aguardar novos julgamentos para entender melhor o alcance da guinada antilavajatista, mas já está claro que o ímpeto condenatório da Justiça arrefeceu. Um ano atrás, a chance de o Supremo anular uma sentença de Moro com base num argumento técnico plausível, mas não irrefutável, teria sido mínima.
O ingrediente principal da reviravolta é político. A divulgação de diálogos de Moro com procuradores da Lava Jato feriu seriamente a imagem das autoridades envolvidas na operação. Como se isso fosse pouco, Moro, agora no Ministério da Justiça, vem sofrendo sabotagens sistemáticas do presidente Bolsonaro.
No mérito, o argumento da defesa de Bendine, que pode valer para vários outros condenados na Lava Jato, faz sentido: uma vez que réus que optam pela delação premiada se tornam na prática assistentes da acusação, o princípio da ampla defesa exigiria que as razões finais dos acusados que não colaboraram fossem apresentadas depois das dos que ajudaram o MP.
O fato de Moro e outros juízes não terem seguido essa trilha basta para anular suas sentenças? É aqui que a porca torce o rabo. Eu não teria dúvidas em afirmar que uma nova ordem para as alegações finais deveria ser definida como regra daqui em diante. Os magistrados de primeira instância, porém, têm suas razões quando afirmam que só aplicaram os prazos previstos na lei vigente.
O STF precisa modular com sabedoria os efeitos de suas decisões, pois, se é verdade que o pessoal da Lava Jato cometeu abusos que cobram correção, também é fato que a operação representou um avanço, ao romper a tradição de impunidade que acobertava empresários e políticos poderosos. Será muito ruim se a Lava Jato terminar num festival de anulações e prescrições, como já ocorreu no passado.
Hélio Schwartsman - Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

N.daR.: Tendo sob consideração o 'ajuste' celebrado entre o governo de Bolsonaro, o STF e o Legislativo não é de surpeender que novos casos de benevolência serão testemunhados.
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
"TAL DECISÃO SURGIU DE FORMA ESTRANHA, DO NADA", DIZEM PROMOTORES DA LINHA DURA SOBRE O CASO BENDINE - MP Pró-Sociedade se insurge contra julgamento da 2.ª Turma do Supremo que, por 3 votos a 1, na terça, 27, anulou condenação do ex-presidente da Petrobrás, e chama de 'exótico e suposto direito' réu falar depois dos outros
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 30 de agosto de 2019 | 07h53
por Pepita Ortega

Charge: Duke  - STF Os promotores e procuradores da linha dura, que compõem a Associação MP Pró-Sociedade, se insurgiram contra o julgamento da 2.ª Turma do Supremo que, na terça, 27, anulou a condenação do ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine. “Tal decisão surgiu de forma estranha, do nada”, acusam.
Eles sugerem à Procuradoria-Geral da República que ‘maneje os instrumentos julgados cabíveis para reverter, no pleno do STF, tal decisão de Turma sob pena de se causar grande prejuízo, patrimonial, jurídico e moral ao Brasil’.
Por três votos a um, os ministros da 2.ª Turma do STF acolheram pedido de habeas corpus da defesa e enterraram o caso Bendine porque na etapa final do processo criminal da Lava Jato contra ele o então juiz Sérgio Moro deu prazo simultaneamente para manifestação dos delatores e dos delatados – inclusive o ex-mandatário da petrolífera.
Os investigadores temem que essa decisão dos magistrados do Supremo pode provocar o fim da Lava Jato.
Pelo menos 32 outras ações, que comportam uma legião de 143 condenados, seguiram o mesmo rito que a 2.ª Turma julgou ilegal. Os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, base e origem da operação, estão alarmados.
“Quanto à nulidade pelo exótico e suposto direito de um réu falar depois dos demais, apenas por estes serem colaboradores da Justiça, isso não tem qualquer previsão legal nem qualquer sentido lógico, moral ou razoável, principalmente porque a delação não retira dos delatores a condição de réus, que permaneceram, assim com o direito de se manifestar depois da acusação”, diz o MP Pró-Sociedade, entidade que abriga em suas linhas grande contingente de promotores e procuradores da linha dura.
“Por consequência, essa ‘inovação processual’ para a anulação de um dos condenados na operação Lava-Jato repercutirá em dezenas de outros casos já julgados e outros em fase de julgamento.”
“Vale acrescentar que, do jeito que as coisas andam, a situação de quem fixou o prazo de alegações seria a de haver nulidade em qualquer caso: se deixasse para depois um réu, haveria alegação de nulidade por deixar para depois, dando prazo único também.”
O MP Pró-Sociedade também condena ‘ataques pessoais pessoais a honrados operadores do direito’.
“Nem o sistema jurídico brasileiro, nem, aliás, o de qualquer nação civilizada, contempla imunidade para a prática de crimes contra a honra de pessoas ou instituições durante voto judicial, ou perante órgãos de imprensa, ainda que seja o agressor titular de alto cargo judicial: exceto o caso da imunidade parlamentar.”

LEIA A NOTA PÚBLICA DO MP PRÓ-SOCIEDADE
Nota Pública do MP Pró-Sociedade sobre os ataques pessoais a honrados operadores do direito e sobre a lamentável decisão que, mais uma vez, aplica dispositivos processuais inexistentes e sem prova de prejuízo para a parte
Nem o sistema jurídico brasileiro, nem, aliás, o de qualquer nação civilizada, contempla imunidade para a prática de crimes contra a honra de pessoas ou instituições durante voto judicial, ou perante órgãos de imprensa, ainda que seja o agressor titular de alto cargo judicial: exceto o caso da imunidade parlamentar.
Assim sendo, repudiamos os ataques pessoais e ofensivos feitos a honrados operadores do direito atuantes na operação Lava-Jato: heróis de um país que sempre cultivou a Cultura da Impunidade que, diga-se, vem mais uma vez tentando se impor. Requeremos à Procuradoria-Geral da República que se pronuncie em sessão respondendo a tais ataques, nos termos do art. 6º, inciso XV, da Lei Complementar 75/1993 e que tome as medidas judiciais julgadas cabíveis.
Exortamos também as entidades de classe a tomarem as atitudes necessárias à preservação incondicional das prerrogativas do Ministério Público.
Defendemos, ainda, que independentemente de quem seja o atacante, qualquer pessoa tem o direito à autodefesa, podendo retorquir proporcionalmente à ofensa recebida sem que possa sofrer qualquer punição por isso.
Quanto à nulidade pelo exótico e suposto direito de um réu falar depois dos demais, apenas por estes serem colaboradores da Justiça, isso não tem qualquer previsão legal nem qualquer sentido lógico, moral ou razoável, principalmente porque a delação não retira dos delatores a condição de réus, que permaneceram, assim com o direito de se manifestar depois da acusação.
As partes produzem suas manifestações finais sobre todas as imputações e provas já apresentadas anterior1
A 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou, por maioria, no 27/8/2019, pela anulação da sentença do juiz federal, à época, Sergio Moro, proferida contra o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás, Aldemir Bendine, no âmbito da Operação Lava Jato.
Nenhum réu é acusador, tudo que ele produziu de prova foi feito em momento anterior que permitiu ampla defesa e contraditório, ou seja, não foi provado qualquer prejuízo à parte, não se podendo assim falar em nulidade.
Tal decisão surgiu de forma estranha, do nada, modificando tudo que vinha sendo feito após anos e anos, podendo causar prejuízo a dezenas de processos em que os institutos legais foram usados nos termos legais.
A mencionada exótica decisão anulatória do STF, que favoreceu condenado por corrupção, inventou regra que nunca existiu nem na jurisprudência do STF nem em qualquer preceito jurídico de nosso país.
Por consequência, essa ‘inovação processual’ para a anulação de um dos condenados na operação Lava-Jato repercutirá em dezenas de outros casos já julgados e outros em fase de julgamento.
Vale acrescentar que, do jeito que as coisas andam, a situação de quem fixou o prazo de alegações seria a de haver nulidade em qualquer caso: se deixasse para depois um réu, haveria alegação de nulidade por deixar para depois. Dando prazo único também.
E mais: significa que o réu que colabora com a realização da Justiça tem menos direito de defesa que a do criminoso que dela foge.
Em breve o réu que não confessar também… terá direito a falar depois dos que confessarem… Definitivamente, não é assim que melhoraremos este país
Requeremos à PGR que maneje os instrumentos julgados cabíveis para reverter, no pleno do STF, tal decisão de Turma sob pena de se causar grande prejuízo, patrimonial, jurídico e moral ao Brasil.” ‘Só não lavei as mãos e é por isso que eu me sinto: cada vez mais limpo’ (Ivan Lins)
Associação MP Pró-Sociedade
N.daR.: A reportagem destaca em seu título que "promotores linha dura" receberam com estranheza sentença do STF.
Triste o país em que aqueles que procuram condenar corruptos são classificados, com apoio da midia, em pessoas de "linha dura".
E é com o apoio da mídia que o Brasil se tornou uma grande casa de tolerância, a "Casa da Mãe Joana".

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
JUIZ DÁ INDULTO DE NATAL PARA VACCARI NA SENTENÇA DE 24 ANOS NA LAVA JATO - Benefício foi concedido pelo juízo de Execução Criminal em Curitiba no âmbito de uma das ações penais contra o ex-tesoureiro do PT, que, condenado em outros processos, pode continuar preso
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 29 de agosto de 2019 | 20h50
por Felipe Resk, Luiz Vassallo, Ricardo Brandt e Fausto Macedo

Ex-tesoureiro do PT, joão Vaccari Neto - Foto: Pedro Ladeira / Folhapress O juiz de Execuções Penais de Curitiba, Ronaldo Sansone Guerra, concedeu ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto indulto em ação penal na qual pegou 24 anos de reclusão no âmbito da Operação Lava Jato. O petista, no entanto, poderá continuar preso porque é réu e já foi condenado em vários outros processos da Lava Jato. Ele está recolhido no Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba, desde abril de 2015. A decisão tem como base o decreto do ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2017.
Além desta condenação, Vaccari também está sentenciado a seis anos e oito meses de prisão em outros dois processos da Lava Jato no TRF-4.
O magistrado anota que Vaccari ‘foi considerado como primário na ação penal n.º 5013405-59.2016.4.04.7000/JFPR, bem como que cometeu crime sem grave ameaça ou violência a pessoa, de modo que deve cumprir 1/5 da pena de 24 anos referente a esses autos’.

Documento INDULTO DE VACCARI   PDF

“Ademais, o apenado comprovou fazer jus à redução prevista no art. 2°, conforme se depreende dos documentos de mov. 421.1, 423.1 e 424.1, os quais demonstram que o apenado trabalhou e realizou cursos no período mínimo por doze meses, dos últimos três anos retroativos a 25 de dezembro de 2017, de modo que deve ter computada a redução de um sexto sobre o requisito objetivo disposto no art. 1°, inc. I do Decreto, como dispõe o artigo 2°, § 1°, inciso I, do Decreto n.º 9.246/2017”, escreve.
A decisão do magistrado contraria parecer do Ministério Público, que se manifestou contra a concessão de indulto a Vaccari.

A condenação
Nesta ação, o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro havia condenado Vaccari a 10 anos de prisão. A pena foi aumentada para 24 anos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Essa ação trata das propinas pagas pelo Grupo Keppel em contratos celebrados com a empresa Sete Brasil Participações para o fornecimento de sondas para utilização pela Petrobras na exploração do petróleo na camada do pré-sal.
Parte dos pagamentos teria ocorrido por transferências em contas secretas no exterior e outra parte iria para o Partido dos Trabalhadores.
Uma das contas beneficiárias seria a conta da off-shore Shellbill, constituída no Panamá, e controlada por Mônica Moura e João Santana. Eles seriam os terceiros. O dinheiro antes passava pela conta da Deep Sea Oil Corporation, controlada por Zwi Scornicki.

COM A PALAVRA, VACCARI
NOTA PÚBLICA
A defesa do Sr. João Vaccari Neto, pela presente Nota, se manifesta sobre a justa decisão, proferida nesta data, pelo Juízo das Execuções Penais do Paraná, que julgou procedente o pedido de Indulto natalino, ao Sr. Vaccari, com base no Decreto n. 9.246/2017, face ao preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos estabelecidos nesse Decreto, concedendo-lhe o perdão de 24 anos de reclusão.
São Paulo, 29 de agosto de 2019
Prof. Dr. Luiz Flavio Borges D’Urso
Advogado

N.daR.: Faz-se de tudo nesse país para obter a soltura de bandidos que lesaram o patrimônio ncional.
A complascência com a criminlaidade, em especial quando recursos finaceiros estão disponíveis, é um exemplo negativo do Brasil para o mundo.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
LEWNDOWSKI ANALISARÁ PEDIDO PARA ANULAR CONDENAÇÃO DE EX-EXECUTIVO DA ENGEVIX - Defesa de Gerson Almada quer que o STF derrube as sentenças com base na decisão que favoreceu o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 29 de agosto de 2019 | 17h52
por Amanda Pupo

Lewndowski durante julgamento de impeachment no Senado - Foto: Alan Marques / Folhapress Gerson Almada, da Engevix - Foto: Divulgação / JA / 22.11.2014 O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), irá decidir sobre um pedido para anular duas condenações impostas ao ex-executivo da Engevix Gerson Almada, condenado a 34 anos de prisão na Operação Lava Jato. A defesa de Almada, que está preso, quer que o STF derrube as sentenças com base na decisão que favoreceu o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine.
Por maioria, a Segunda Turma da Corte entendeu que o réu tem direito de apresentar as alegações finais após os delatores também acusados no processo se manifestarem. Como Bendine não teve esse tratamento, três ministros votaram para anular sua condenação na Lava Jato, entre eles Lewandowski. Alegando ter enfrentado a mesma situação do ex-presidente do BB, Almada pediu que o entendimento seja estendido no seu caso.
A solicitação foi feita dentro do processo de Bendine. O relator é o ministro Edson Fachin, mas, como ele ficou vencido na Segunda Turma, os novos pedidos de extensão que chegarem na ação devem ser enviados ao ministro Ricardo Lewandowski, que apresentou o voto vencedor na turma, acompanhado por Gilmar Mendes e Cármen Lúcia.
Até o momento, apenas Almada apresentou pedido dentro deste processo. Se mais condenados apelarem ao STF na mesma ação, as defesas também devem ser encaminhadas para decisão de Lewandowski. Já o pedido apresentado pelos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anular as condenações da Lava Jato está em uma ação independente, e, como Fachin é o relator dos processos da operação, o caso caiu em seu gabinete.

N.daR.: Donde menos se espera é que nada de diferente surge mesmo.
Logo, não é de esperar que o STF mantenha a condenação de corruptos.
Muito pelo contrário, mormente partindo de Lewandowski, aquele "juiz" que desvirtuou a Constituição para obter a não condenação de Dilma Rousseff em pleno Senado e com a cumplicidade de senadores.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
MODEC E PETROBRAS SE PREPARAM PARA REBOCAR NAVIO-PLATAFORMA AVARIADO NA BACIA DE CAMPOS - Equipe de salvamento chegou à unidade nesta quinta-feira
Publicado: O Globo - On Line 29/08/2019 - 22:30 / Atualizado em 29/08/2019 - 22:37
por Ramona Ordoñez

Petrobras RIO - A Modec informou, em nota, nesta quinta-feira, que uma equipe de salvamento embarcou no navio-plataforma Cidade do Rio de janeiro ( FPSO) - que vem apresentando trincas no casco desde a última sexta-feira, para preparar a unidade para o seu descomissionamento e remoção do navio do local.
O navio-plataforma está baseada no campo de Espadarte, na Bacia de Campos, a 130 quilômetros da costa, e está sem operar desde o ano passado.
De acordo com a Modec, proprietária da unidade, sua prioridade e da Petrobras desde o início da detecção dos problemas no casco do navio, "foi a de prestar o suporte imediato que garantisse a segurança das pessoas e preservasse o meio ambiente."
Segundo a empresa, a plataforma tem aproximadamente 450 mil litros de óleo diesel e 169 mil litros de borra oleosa, ambos estocados em tanques não afetados pelos danos. A equipe de salvamento trabalha para elaborar um plano para retirar, de forma segura, os produtos armazenados no navio.
A empresa explicou que as trincas não aumentaram nos últimos dias "e permaneceram estáveis em comparação com a última análise, ainda confinadas a um único tanque."
Pelo sobrevoo realizado nesta quinta-feira foi constatado que a mancha de óleo no mar foi reduzida. Embarcações continuam trabalhando na limpeza e na dispersão do produto.
A plataforma Cidade do Rio de Janeiro, operado pela Modec e a serviço da Petrobras desde 2007, encerrou seu ciclo de produção em julho de 2018 e está em processo de desmobilização desde então

N.daR.: O navio-plataforma Cidade do Rio de Janeiro é de propriedade da Modec.
Apenas presta serviço à Petrobras.
Associar o vazamento à Petrobras é de uma insensata imbecilidade.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
CARF DECIDE A FAVOR D PETROBRAS E CANCELA DÉBITOS DE R$ 5,9 BI REFERENTES A PIS E COFINS - Valor que estava contingenciado será excluído das demonstrações financeiras da empresa
Publicado: O Globo - On Line 29/08/2019 - 09:45 / Atualizado em 29/08/2019 - 09:52
por O Globo

Petrobras RIO - O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) decidiu de forma favorável a Petrobras e cancelou débito da ordem de R$ 5,9 bilhões referente à homologação de créditos de PIS e Cofins . A decisão é definitiva, não cabendo mais recurso.
Segundo nota da empresa, esse valor da contingência será excluído de suas demonstrações financeiras.
Ainda de acordo com a Petrobras, as informações referentes a esse processo estão apresentadas nas demonstrações financeiras de 2018 da empresa, por meio da nota explicativa 31.3. Processos judiciais não provisionados – processos de natureza fiscal, item sobre pedidos de compensação de tributos federais não homologados pela Receita Federal.

N.daR.: Até com autuações fiscais procuram desmoralizar a Petrobras.
Na área fiscal dificilmente se poderá descobrir algum deslize fiscal na empresa.
Outras petroleiras sempre atuaram para buscar, através da engenharia financeira, reduzir ao máximo a contribuição fiscal, situando-se em várias ocoasiões no limite da sonegação.
A Petrobras smpre assumiu uma posição mais conservadora.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Negócios
DONA DE AEROPORTO DE GUARULHOS SE PREPARA PARA DISPUTAR NOVOS LEILÕES - disputar novos leilões Invepar, dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef, põe rodovia paulista à venda para reduzir dívidas; objetivo é pagar R$ 1 bi ao fundo Mubadala e, assim, ter condições de participar de novas concessões
Publicado: O Estado de S.Paulo Impresso 29.08.2019 Pág. B15 | On Line 29 de agosto de 2019 | 04h00
por Renée Pereira

Petros derretendo Enquanto os acionistas decidem o que fazer com suas participações, a Invepar – dona do Aeroporto de Guarulhos – tenta arrumar a casa para disputar a nova leva de concessões que vem pela frente. A principal estratégia, segundo fontes ligadas à empresa, é vender ativos para conseguir pagar a dívida de R$ 1 bilhão com o fundo Mubadala. Posteriormente, o grupo também pode captar dinheiro no mercado para reforçar o caixa.
Além do Aeroporto de Guarulhos, a Invepar detém a concessão de oito rodovias e do Metrô do Rio. A empresa tem como acionistas os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa), que detêm 75% da companhia. Os demais 25% estão nas mãos do fundo Yosemite, do FI-FGTS e de investidores estrangeiros que ficaram com as ações da construtora OAS na empresa como pagamento de dívida.
A crise da Invepar começou com o envolvimento da OAS na Operação Lava Jato, o que limitou a entrada de recursos na empresa. Até 2014, o grupo vivia em trajetória ascendente e estava prestes, inclusive, a abrir capital. Mas os planos foram paralisados com o escândalo e, em seguida, pela crise econômica que derrubou demanda de passageiros e de veículos nas estradas. Para se ter uma ideia, a movimentação da Via-040 – concessão rodoviária que a empresa pediu para devolver ao governo federal – é menor que em 2010. Além da queda nas receitas, a dívida da companhia subiu no período e alcançou quase R$ 2 bilhões.
O desequilíbrio dessa equação exigiu aportes dos acionistas para pagar os juros da dívida e para investir nas concessões. Recentemente, Previ e Funcef colocaram R$ 680 milhões na Invepar para pagar parte da dívida do Mubadala e para as concessionárias cumprirem suas obrigações ao longo de dois anos. Esse valor entrou como empréstimo no balanço da empresa.

Venda
Mas a quantia não é suficiente para equilibrar as contas. O grupo teve de por à venda a Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart), que administra 834 km entre Bauru e Presidente Epitácio, em São Paulo. A expectativa é que o processo de venda dessa rodovia esteja concluído até março. Com o dinheiro arrecadado, a empresa deve pagar a dívida com o Mubadala – vencida em dezembro e prorrogada até abril de 2021. Se for necessário, outro ativo menor poderá ser oferecido ao mercado para equacionar o nível de endividamento.
O dinheiro novo para expandir os negócios poderá vir de uma captação feita por meio das concessionárias da Invepar. Também poderia vir pela entrada de um novo investidor na empresa, mas essa é uma decisão que depende dos acionistas. Desde o início da crise, alguns investidores, como Brookfield e o Mubadala, fizeram proposta para comprar a empresa, mas sem sucesso. O mais recente foi o fundo IG4 Capital, que contratou o Bradesco BBI para assessorar a operação. Fontes afirmaram que o IG4 está liderando um grupo de investidores estrangeiros para fazer uma injeção de R$ 1,7 bilhão no grupo.
Para o diretor da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, Marcelo Schwarz, a estrutura de capital da Invepar não é sustentável no longo prazo e precisa ser equacionada. Na avaliação dele, há uma série de oportunidades de concessões pela frente, mas antes de pensar em novos leilões é preciso colocar a casa em ordem. Além disso, as concessionárias terão de pagar dividendos para que a holding consiga honrar suas dívidas. “A questão é que o mercado de infraestrutura depende muito da atividade econômica (que ainda está fraca).”
Até o ano que vem, o governo deverá licitar 22 aeroportos e algumas rodovias, afirma Renato Sucupira, presidente da consultoria BF Capital. Estados também têm licitações na praça. “É preciso saber se a empresa terá condições de participar”, diz.

N.daR.: Outro negócio nebuloso da PETROS?
Negócio ou negociata?
Que não se espere uma resposta confiável dos conslheiros e da administrção da Petros.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
NORTE E NORDESTE SÃO OS MAIS BENEFICIADOS COM DIVISÃO DE RECURSOS DO MEGALEILÃO DE PETRÓLEO - CCJ do Senado aprovou nesta quarta-feira a proposta de divisão; cálculo foi feito com base nas populações de cada município brasileiro e na renda per capita de cada Estado
Publicado: O Estado de S.Paulo Impresso 29.08.2019 Pág. B5 | On Line 28 de agosto de 2019 | 16h16
por Daniel Weterman

Charge: Bira - Entrega da Petrobras BRASÍLIA - Os governos estaduais do Norte e do Nordeste devem ser os mais beneficiados com a divisão dos recursos do megaleilão do petróleo, mostra levantamento do Estadão/Broadcast com base em plataforma lançada pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), relator da proposta no Senado. Entre as prefeituras, por outro lado, a situação é mais equilibrada.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 28, a proposta que divide os recursos do leilão entre União, Estados e municípios. O texto deve ser votado ainda nesta quarta no plenário da Casa. A proposta faz parte do chamado pacto federativo, conjunto de projetos envolvendo a distribuição de recursos para governadores e prefeitos. O pacote entrou na negociação para votação da reforma da Previdência.


Dos dez Estados que devem receber os repasses maiores, nove estão no Norte ou no Nordeste. O governo estadual da Bahia receberá R$ 905,5 milhões. O Maranhão é o segundo que mais terá recursos do leilão: R$ 731,5 milhões. Minas Gerais é o único Estado fora do eixo Divisão do megaleilão de petróleo Norte/Nordeste entre os dez governos que mais vão arrecadar com o processo: R$ 537,2 milhões. Os valores foram calculados com base em uma estimativa de arrecadação.
Entre os municípios, cinco das dez prefeituras mais beneficiadas estão no Sul ou no Sudeste, considerando a soma de todas as cidades dentro do mesmo Estado. Os municípios paulistas lideram o ranking de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e, consequentemente, dos recursos do leilão do petróleo. Juntos, as 645 prefeituras de São Paulo receberão R$ 1,459 bilhão. As cidades de Minas Gerais vêm em seguida: R$ 1,437 bilhão.

Critérios
O leilão será realizado no dia 6 de novembro e tem outorga de R$ 106,561 bilhões. Desse total, a Petrobrás ficará com R$ 33,6 bilhões, e Estados e municípios terão R$ 21,9 bilhões. Pela proposta, os Estados ficariam com 15% dos recursos e municípios com outros 15%, descontada a quantia devida pela União à Petrobrás. 
No Senado, o relator Cid Gomes, após acordo com governadores e líderes partidários, estabeleceu que a distribuição será feita seguindo os mesmos critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O cálculo é feito com base nas populações de cada município brasileiro e na renda per capita de cada Estado, informadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Durante as discussões da PEC nesta quarta, o relator acolheu uma emenda que estabelece que os recursos devem ser usados em investimentos e em aportes em fundos previdenciários, vedada a utilização para o pagamento de custeio, pessoal ativo, inativo e pensionistas.

Cessão onerosa
O acordo de cessão onerosa foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos (SP), sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões.
O governo estima, porém, que a área pode render mais 6 bilhões de barris e fará um megaleilão, marcado para novembro, que pode render R$ 100 bilhões aos cofres públicos.

N.daR.: Para atender os interesses particulares de Paulo Guedes, ministro da Economia, e de seu acólito Castello Branco, presidente da Petrobras, sempre que possível divulgar notícias ou praticar ações que desgastem a empresa.
Políticos e ex-militares ou não, a tudo assistem em silenciosa conivência.
Assitem ao crime de Lesa-Pátria (assitem ou contribuem?)

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
COM AVAL DE MAIA , CPI DO BNDES REJEITA CONVOCAÇÃO DE GUEDES - Presidente da comissão diz que não há relação do ministro com os fatos apurados; economista é alvo de investigação
Publicado: O Estado de S.Paulo Impresso 29.08.2019 Pág. A10 | On Line 29 de agosto de 2019 | 05h09
por Renato Onofre

Charge: Gilmar - corrupção Brasília - Com aval do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga operações feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) blindaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, e têm ignorado pedidos relacionados ao ministro, incluindo sua convocação.
A oposição quer apurar suspeitas de irregularidades envolvendo investimentos em fundos controlados por Guedes quando ele ainda não era ministro. Guedes é alvo de investigação aberta no ano passado – na Operação Greenfield – sobre supostas fraudes na captação de recursos de fundos de pensão.
Segundo o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), a suspeita é de que parte dos valores que alimentaram os fundos de forma irregular teria como origem o banco de fomento. “Não há como investigar o BNDES sem explicar se o ministro da Economia usou do banco para lucrar de maneira indevida”, afirmou.
O Estado apurou que Maia foi consultado sobre o pedido de convocação de Guedes, mas o presidente da Câmara sugeriu que não era o momento para avançar com o requerimento.
“Não podemos fazer da CPI um palco político. Não há tempo hábil para ouvir o ministro e ele não tem relações com os fatos que estão sendo apurados”, afirmou o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que comanda o colegiado.
Maia e Guedes se aproximaram durante a votação da reforma da Previdência. O presidente da Câmara foi um dos principais fiadores da proposta, que é considerada a principal bandeira do governo de Jair Bolsonaro na área econômica. Os dois, agora, têm se reunido em busca de um consenso para aprovar a reforma tributária.
Na terça-feira, 27, em audiência da CPI, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse desconhecer o envolvimento do ministro da Economia com supostos investimentos em fundos de pensão de estatais e recursos do banco oficial de fomento.
Montezano afirmou que só conhecia o assunto pela imprensa, mas disse que está aberto a apurações. Segundo ele, a ideia é “transformar a missão de abertura da caixa-preta (do BNDES) em uma cultura de transparência”. “Toda e qualquer informação que julgar necessária, seja relativa a jatinhos, investimentos em educação ou a qualquer outro setor da economia, o banco vai ter toda a vontade e disponibilidade de prover”, afirmou.
Os advogados de Guedes afirmaram ontem, em nota, que os fundos administrados pela gestora da qual o ministro foi sócio “cumpriram rigorosamente as obrigações impostas pelos órgãos reguladores”. A defesa acrescentou que, ao assumir o cargo no governo, Guedes teve aval da Comissão de Ética da Presidência da República.

Cronograma.
Os trabalhos da CPI do BNDES estão previstos para ocorrer até 22 de setembro. De acordo com Macris, o relatório final deve ser apresentado até o dia 3. “Nós daremos resultado. Temos uma CPI que vai buscar CPF, vai buscar nomes para poder apontar responsabilidades”, afirmou Macris.

N.daR.: Não merece surpresa a notícia acima.
Estando inúmeros políticos e pessoas públicas envolvidas em denúncias de corrupção, seria lógico antever o movimento de Maia, como, aliás, soí acontecer.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS MUDA POLÍTICA DE PAGAMENTO DE DIVIDENDOS A ACIONISTAS - A partir de agora, os dividendos pagamento estará atrelado ao nível de endividamento da companhia e seu fluxo de caixa
Publicado: O Globo - On Line 28/08/2019 - 08:55 / Atualizado em 28/08/2019 - 21:26 / Atualizado em 28/08/2019 - 21:28
por Bruno Rosa

Petrobras RIO - A Petrobras mudou sua política de remuneração aos acionistas. A estatal informou que a partir de agora o pagamento de dividendos estará atrelado ao nível de endividamento da companhia e seu fluxo de caixa.
A principal alteração trazida pela nova política é a definição de que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 60 bilhões, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.
Em caso de endividamento bruto superior a US$ 60 bilhões, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas os dividendos mínimos obrigatórios previstos na lei, de 25% do lucro líquido. Hoje, a dívida bruta é de US$ 101,0 bilhões.
"A nova política visa estabelecer um parâmetro objetivo para o pagamento de proventos, dando aos investidores mais transparência em relação à sua remuneração. Os critérios utilizados permitem equilibrar a remuneração aos acionistas com a sustentabilidade financeira da Petrobras e a manutenção de sua capacidade de investimento", destacou a estatal em nota ao mercado.
No ano passado, a companhia passou a pagar dividendos trimestres em vez de anual. No segundo trimestre, após lucro recorde, a Petrobras pagará R$ 2,6 bilhões aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio.

N.daR.: Para atender os interesses particulares de Paulo Guedes, ministro da Economia, e de seu acólito Castello Branco, presidente da Petrobras, sempre que possível divulgar notícias ou praticar ações que desgastem a empresa.
Políticos e ex-militares ou não, a tudo assistem em silenciosa conivência.
Assitem ao crime de Lesa-Pátria (assitem ou contribuem?)

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
PETROLEIRAS E FUNDOS DE INVESTIMENTO DISPUTAM COMPRA DE REFINARIAS DA PETROBRAS - Cerca de 20 empresas fecharam acordo do confidencialidade para negociar aquisição. Saiba quem está no páreo
Publicado: O Globo - On Line 28/08/2019 - 08:55 / Atualizado em 28/08/2019 - 09:02
por Ramona Ordoñez

Charge: Genildo - Os chacais da Petrobras RIO - Além das gigantes mundiais do petróleo como Exxon, Shell, Total e Saudi Aranco , bancos, fundos de investimentos e tradings (empresas que atuam no comércio internacional de commodities ), também movimentam as peças no jogo para a compra das oito refinarias que a Petrobras colocou à venda.
De acordo com fontes, quase duas dezenas de empresas assinaram o termo de confidencialidade com a estatal para ter acesso aos dados das refinarias e estudar os negócios. A primeira rodada de ofertas por quatro das oito unidades deve acontecer em outubro.


Três grandes petroleiras de capital chinês também estão no páreo: PetroChina, Sinopec/Repsol e CNPC, que deve definir este mês se vai avançar com a Petrobras em um projeto para construir uma refinaria no Comperj , em Itaboraí (RJ). As duas primeiras já atuam em consórcios com a Petrobras na exploração de petróleo no Brasil. Entra as traders, fontes citam o interesse de Trafigura e Glencore.
Entre as empresas brasileiras, um dos grupos interessados é a Cosan , que atua nas áreas de energia e logística, e controla a Raízen , que opera os postos da Shell no Brasil. No ano passado, a Raízen adquiriu os ativos de refino e distribuição de combustíveis da Shell na Argentina.
A venda das oito refinarias da Petrobras, que somam capacidade total de processamento de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia, é considerada fundamental para o fim do monopólio de fato exercido pela Petrobras no mercado de combustíveis. O mercado estima que o negócio poderá render à estatal uma receita da ordem de US$ 20 bilhões.


Para Felipe Perez, diretor de Downstream da consultoria internacional IHS Markit, apesar de posicionadas na disputa pelas refinarias da Petrobras, as gigantes mundiais petrolíferas podem não se mostrar interessadas nos ativos porque, neste momento, estão estrategicamente reduzindo seus projetos de refino no mundo para investir em atividades mais lucrativas.
É isso também o que motiva a Petrobras a vender parte de seu parque de refino. Nesse contexto, o executivo acredita que bancos e fundos de investimento poderão surpreender na reta final da concorrência pelas refinarias, inclusive formando consórcios:
— É possível que existam interessados que não sejam os mais típicos, como as produtoras de petróleo que têm refino, ou empresas de trading e companhias nacionais ligadas ao mercado de combustíveis. Bancos e fundos de investimento nacionais e internacionais poderão entrar na briga e criar novas empresas
Para uma fonte do setor que prefere não se identificar, cerca de cinco pretendentes devem chegar ao final do processo:
— Na fase não-vinculante (primeira rodada de ofertas) sempre há empresas que não têm interesse genuíno nos ativos oferecidos, mas estão buscando alguma informação do mercado. Por isso acredito que, até o final, só umas cinco permanecerão no certame.

N.daR.: Sob a orientação de Paulo Guedes, ministro da Economia, e sob o comando de seu acólito Castello Branco, presidente da empresa, a Petrobras segue sofrendo as consequências de uma adminstrção desastratada e prejudcial.
O Brasil não merecia isso.
Políticos e ex-militares ou não, a tudo assistem em silenciosa conivência. Assitem ao crime de Lesa-Pária (assitem ou contribuem?)

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
ESTADOS PRODUTORES DE PETRÓLEO FICARÃO COM MENOS DINHEIRO DE MEGALEILÃO
Rio, onde estão os blocos ofertados, receberá R$ 326 milhões

Publicado: O Globo - Impresso - 29/08/2019 - Pág. 20 | On Line 28/08/2019 - 16:02 / Atualizado em 28/08/2019 - 17:32
por Manoel Ventura

Charge: Bira - A entrega da PETROBRAS BRASÍLIA — O critério de divisão de recursos que serão arrecadados com um megaleilão do pré-sal fará com que estados produtores de petróleo, como o Rio de Janeiro, recebam menos que outras unidades da federação. O governo do Rio ficará com R$ 326 milhões. A Bahia ficará com a maior parcela, de R$ 905 milhões. O leilão está marcado para novembro e irá ofertar blocos de exploração de petróleo na costa fluminense. O governo estima arrecadar R$ 106 bilhões com a iniciativa. Deste valor, serão descontados aproximadamente R$ 33 bilhões, pagos à Petrobras pela renegociação de um contrato sobre exploração de campos de petróleo. A partir daí, dos R$ 73 bilhões que ficarão com a União, R$ 21 bilhões serão divididos entre estados e municípios.


Ao todo, cerca de R$ 10,5 bilhões ficarão com estados e R$ 10,5 bilhões com municípios. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece essa divisão e os critérios do rateio dos recursos foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nesta quarta-feira, e deve ser votada pelo plenário na próxima semana. Em seguida, a proposta irá para a Câmara.
Governadores e prefeitos poderão usar o dinheiro para cobrir o rombo de fundos de Previdência, investimentos e pagamentos de dívidas. O recurso não poderá em empregado em despesas correntes, como pagamento de salários e custeio da máquina.


A forma de divisão do recurso foi estabelecido pelo relator, senador Cid Gomes (PDT-CE). O montante será repartido pelos mesmos critérios utilizados para os Fundos de Participação dos Estados (FPE) e de Participação dos Municípios (FPM) — que privilegiam locais menos desenvolvidos e com menor renda familiar per capita.
Assim, estados produtores do pré-sal, como Rio de Janeiro, Espírito Santo (R$ 261 milhões), e São Paulo (R$ 93 milhões) receberão muito menos que outros, em especial das regiões Norte e Nordeste. O Pará, por exemplo, receberá 714 milhões; e o Maranhão, R$ R$ 731 milhões. Os cálculos foram apresentados por Cid Gomes.
Com isso, mesmo estando em grave situação nas suas contas públicas e em recuperação judicial, o Rio de Janeiro receberá menos que estados em melhor situação financeira. O Rio Grande do Sul, também em crise, ficará com R$ 131 milhões.
O governo do Rio, Wilson Witzel, está em Brasília tentando alterar o relatório para permitir um repasse maior para o estado. Ele defende que o critério seja uma média entre as regras do Fundo de Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX), da Lei Kandir e do FPE. O FEX e a Lei Kandir foram criados para compensar estados por isenções para exportações.
— O FPE hoje não pode ser utilizado mais como critério porque os estados mais ricos da Federação são os mais endividados. O FPE está demonstrando que não está conseguindo equilibrar o país. Não pode hoje continuar com o FPE no mesmo erro. Vai continuar tendo distorção e o país desequilibrados — disse Witzel.


É preciso alterar a Constituição para repassar o dinheiro para os governos regionais por conta do teto de gastos. Essa regra limita as despesas da União. O pagamento à Petrobras e aos governadores e prefeitos será contado como uma despesa do governo federal. Por isso, para não descumprir a regra, será preciso criar uma exceção no teto de gastos.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
STF VAI REEXAMINAR DECISÃO QUE ANULOU SENTENÇA DE MORO E BENEFICIA RÉUS DA LAVA-JATO - Ideia é só beneficiar réus que apresentaram recurso à primeira instância contra a ordem de alegações finais
Publicado: O Globo - Impresso - 29/08/2019 - Pág. 4 | On Line 29/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 29/08/2019 - 07:13
por Carolina Brígido, Aguirre Talento, Natália Portinari, Juliana Castro e Rayanderson Guerra, Dimitrius Dantas, Thiago Herdy e Gustavo Schmitt

Charge: Duke - STF, a casa da mãe Joana BRASÍLIA — Para evitar anulações em massa em processos da Lava-Jato, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estudam restringir a aplicação do entendimento firmado no caso Aldemir Bendine. Na terça-feira, a Segunda Turma anulou a condenação ao ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil porque o então juiz Sergio Moro abriu um único prazo para todos os réus apresentarem alegações finais. Para os ministros da Segunda Turma, o correto é primeiro a manifestação de réus delatores e, depois, dos delatados.


A solução seria, no julgamento de novos recursos, restringir esse entendimento apenas aos réus que apresentaram recurso à primeira instância contra a ordem de alegações finais. Para os demais réus, a interpretação seria de que, se não recorreu na fase anterior, é sinal de que estava satisfeito com a ordem processual aplicada.


A discussão sobre alegações finais será levada a plenário. Na quarta-feira, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, enviou para a análise dos 11 ministros o pedido de anulação da sentença do ex-gerente de Empreendimentos da Petrobras Márcio de Almeida Ferreira, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ferreira pede a anulação de sua sentença pelo mesmo motivo que levou à suspensão da condenação de Bendine.
No caso de Luiz Inácio Lula da Silva, apenas no processo relativo ao Instituto Lula, a defesa apresentou esse recurso específico à primeira instância, ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na quarta-feira, os advogados do ex-presidente apresentaram novo recurso ao STF sobre o tema. Nos processos sobre o sítio em Atibaia e o triplex do Guarujá, este argumento não foi apresentado em instâncias inferiores, apenas ao STF.


O entendimento favorável a Bendine detonou uma corrida de advogados de réus e condenados na operação para se beneficiar da decisão. Somente nos casos julgados pela Justiça Federal em Curitiba, pelo menos 32 sentenças poderão ser anuladas. Elas envolvem 143 réus, ou 88% dos 162 condenados até hoje pela operação no Paraná.
"A força-tarefa confia que o Supremo reverá essa questão, inclusive para restringir a sua aplicação para casos futuros ou quando demonstrado prejuízo concreto, de modo a preservar os trabalhos feitos por diferentes instâncias em inúmeros casos de acordo com a lei e entendimento dos Tribunais até então vigente", escreveram os procuradores da Lava-Jato em nota divulgada nesta quarta.
Surpresa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa apresentar um recurso para tentar minimizar um possível efeito cascata. Raquel Dodge solicitou que o grupo de trabalho da Lava-Jato no STF discuta as alternativas jurídicas para um eventual recurso.
Uma das estratégias é levantar precedentes de outros julgamentos do STF para ver como os ministros se posicionaram contra esse mesmo argumento utilizado pela defesa de Bendine.

Caso divide opiniões de juristas
Juristas ouvidos pelo GLOBO analisaram a decisão. O ex-presidente do STF Carlos Velloso discordou do entendimento, lembrando que a Lei de Organizações Criminosas, que regulamenta a delação premiada, não exige períodos distintos para as alegações finais de delatores e delatados.
— Nem o Código Penal, nem a lei da colaboração premiada fazem esta distinção que o Supremo adotou. Penso que não é possível o tribunal, invocando o direito de defesa, ampliar norma processual — afirmou.
Ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp explicou que, com a decisão, o Supremo entendeu que delação é prova — e não meio para a obtenção delas —, e por isso réus delatores deveriam entregar as alegações finais antes.
— A decisão deve servir de precedente e vai ser sim utilizada pelas defesas nos processos que guardarem semelhança fática e jurídica. Mas isso vai ser analisado caso a caso — declarou.
O professor de processo penal na UFRJ Francisco Ortigão concordou com a decisão, que, para ele, privilegia o direito da ampla defesa:
— O que os ministros fazem é aplicar o princípio do contraditório, que é assegurado a todos os acusados em geral. Tem que se oportunizar ao réu delatado fazer a desconstrução da imputação feita.

N.daR.: Reiterando o que foi dito:
É de pasmar verificar os sucessivos desatinos praticados pelos integrantes julgadores do STF.
Se o prazo é comum, como cogitar de que deva se sucessivo para as partes?
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e, agora também, Carmem Lucia fazem contorcionismo jurídico no afã de acobertar seus escolhidos.
Isso pode ser tudo, mas, depois que Bolsonaro se juntou a eles, julgam que podem, mais do que nunca, fazer tudo, tudo mesmo, o que quiseream.
E "às favas" a ética, a moral e, por último, o direito.
Se houvesse um Senado minimamente ético e comprometido com o direito, o bom-senso e a moral, estes integrantes do STF já teriam que enfrentar pedidos de impedimento para afastá-los de lá.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
CRIATIVIDADE DA SEGUNDONA
Publicado: O Globo - Impresso - 29/08/2019 - Pág. 2 | On Line 29/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Segunda Turma do Supremo exerceu o direito de errar por último, como Rui Barbosa definiu ser prerrogativa do STF

Merval Pereira A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal exerceu o direito de errar por último, como Rui Barbosa definiu ser prerrogativa do STF. Mas o Supremo é composto por 11 ministros, onze ilhas, na definição de Sepulveda Pertence, “Os Onze” retratados com maestria pelo livro desse nome dos jornalistas Felipe Recondo e Luis Weber.
Portanto, os três votos que inovaram a interpretação da lei para anular o primeiro julgamento da Lava-Jato, usando uma criatividade que até o momento era atribuída apenas ao “direito de Curitiba”, na expressão jocosa do ministro Gilmar Mendes, não representam a opinião do pleno, e em algum momento o caso deverá ser enfrentado pelo conjunto do Supremo.
Ou então a própria Segunda Turma, diante da má repercussão da medida na opinião pública, pode explicitar no acórdão que os efeitos da decisão só se produzem nos processos posteriores, não tendo efeito retroativo para os casos em que a defesa não alegou cerceamento em recurso ainda na primeira instância.
Essa interpretação de que os réus delatores são parte da acusação, e por isso o réu delatado deve ter o direito de se defender por ultimo, deve servir para basear pedidos de anulação de uma série de processos, pois nunca os juízes separaram delatores e delatados, sempre considerados réus igualmente.
A anulação com base nessa nova interpretação da Segunda Turma, porém, só seria possível em situações como a de Bendine, em que a defesa dos réus pediu que falassem depois dos delatores. Os que assim fizeram, antes da primeira condenação, tiveram seus recursos negados pelo juiz de primeira instância, pelo TRF-4 e pelo STJ, e agora podem ser beneficiados.
Como salientei ontem, o advogado Cristiano Zanin não fez esse recurso no julgamento de primeira instância nos dois julgamentos em que Lula foi condenado, o do triplex, e o do sítio de Atibaia, mas tenta se aproveitar da nova interpretação no julgamento em curso do processo sobre o terreno do Instituto Lula dado pela Odebrecht.
A decisão do juiz Luiz Antonio Bonat ainda não foi divulgada mas, como de praxe, ele deu aos réus o mesmo prazo, fossem delatores ou não. Como o julgamento não terminou na primeira instância, basta que o juiz que substituiu Moro siga a nova instrução do Supremo, refazendo essa parte do processo, concedendo à defesa de Lula o direito de ser a última a falar.
A única possibilidade de que a decisão da Segunda Turma atinja a todos os condenados seria mais uma interpretação criativa.
Devido à controvérsia que a decisão causou, era provável que o recurso da Procuradoria-Geral da República fosse encaminhado pelo relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin, para decisão do plenário do Supremo. Foi o que ele fez, ontem à noite, usando outro processo.
Será a única maneira de esclarecer se essa criatividade jurídica conta com o respaldo da maioria do STF. Se a Segunda Turma recebesse o recurso, dificilmente o resultado seria diferente. Pode até ser que a ministra Carmem Lucia, que surpreendeu a todos votando junto com Gilmar Mendes e Lewandowski, defendesse a tese de que a decisão se restringe ao caso de Bendini. Os dois outros teriam interpretação diferente, provavelmente, e o resultado seria um empate de 2 a 2, que beneficiaria o réu.
O ministro Celso de Mello está internado, e provavelmente não retornará ao trabalho tão cedo. A defesa de Lula poderia se aproveitar dessa baixa na Segunda Turma para apresentar o recurso, alargando sua interpretação. Esta é a primeira grande derrota da Operação Lava-Jato no Supremo, pois resultou na anulação de uma condenação.
As outras derrotas, como o fim da condução coercitiva, ou a contenção da prisão preventiva, foram superadas na prática do dia a dia. Agora, depois da divulgação de diálogos entre Sergio Moro e Dallagnol, e entre os procuradores de Curitiba entre si, foram revelados detalhes pessoais dos investigadores que reforçaram uma rejeição que já havia latente em muitos dos ministros do Supremo, e expressada por outros, sendo o mais contundente o ministro Gilmar Mendes.
Mesmo que as conversas não revelem nenhuma irregularidade jurídica nas decisões tomadas, mostram uma faceta nada edificante das investigações. São questões morais que não deveriam interferir no julgamento, mas interferem. Muitos atribuem a esse incômodo o voto da ministra Carmem Lucia.

N.daR.: Reiterando oq ue foi dito:
É de pasmar verificar os sucessivos desatinos praticados pelos integrantes julgadores do STF.
Se o prazo é comum, como cogitar de que deva se sucessivo para as partes?
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e, agora também, Carmem Lucia fazem contorcionismo jurídico no afã de acobertar seus escolhidos.
Isso pode ser tudo, mas, depois que Bolsonaro se juntou a eles, julgam que podem, mais do que nunca, fazer tudo, tudo mesmo, o que quiseream.
E "às favas" a ética, a moral e, por último, o direito.
Se houvesse um Senado minimamente ético e comprometido com o direito, o bom-senso e a moral, estes integrantes do STF já teriam que enfrentar pedidos de impedimento para afastá-los de lá.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
AGU QUER R$ 500 MI DO FUNDO DA LAVA JATO NO COMBATE A QUEIMADAS NA AMAZÔNIA - Parecer da Advocacia-Geral da União se dá após pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal, para que R$ 1,2 bi da verba de acordo da Petrobrás fosse destinado a esta finalidade
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 27 de agosto de 2019 | 21h50
por Luiz Vassallo/SÃO PAULO e Rafael Moraes Moura/BRASÍLIA

André Luiz Mendonça, advogado-geral da União - Divulgação/Vera Lúcia Massaro/Alesp - 29.03.2012 O advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, defendeu que um mínimo de R$ 500 milhões do fundo bilionário da Lava Jato sejam destinados ao combate às queimadas na Amazônia. A manifestação é entregue ao Supremo Tribunal Federal após a procuradora-geral, Raquel Dodge requerer que R$ 1,2 bilhão sejam destinados a esta finalidade.
A AGU pediu ainda que R$ 1,5 bilhão sejam destinados ao pagamento de despesas discricionárias relacionadas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), R$ 250 milhões ao Programa Criança Feliz e R$ 250 milhões à área de ‘desenvolvimento da Ciência e Tecnologia no Brasil.
Mendonça afirma ao Supremo que, assim, ‘considerando a busca de harmonização entre o interesse das crianças brasileiras e sem prejudicar a efetividade das medidas buscadas no sentido de se preservar a Floresta Amazônica, patrimônio de todos os brasileiros, a União propõe a destinação inicial do valor de R$ 500 milhões para esta finalidade’.
“Esta solução permitirá conciliar o atendimento integral desses dois interesses. Justifico. De um lado, os valores destinados às crianças e à educação infantil não se sujeitarão aos limites do contingenciamento e do teto dos gastos. De outro, garante-se um mínimo de R$ 500 milhões para a defesa da Floresta Amazônica e, em havendo necessidade, haverá mecanismos legais disponíveis para se buscar um incremento dos valores para esta finalidade específica”, escreve.
O destino dos R$ 2,5 bilhões do Fundo da Lava Jato parou na Suprema Corte em março, depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionar o acordo fechado entre a Petrobras e a força-tarefa da Lava Jato no Paraná que estabeleceu, entre outros pontos, a criação de uma fundação para gerir parte da multa. O caso caiu com Alexandre de Moraes, que resolveu suspender o acordo entre a estatal e o Ministério Público paranaense.
Nesta semana, a procuradora-geral, Raquel Dodge, pediu que a maior parte do fundo fosse destinada à Amazônia. A procuradora, que tenta ser reconduzida ao cargo por mais dois anos, também pediu a criação de um comitê com integrantes dos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Defesa, Justiça, além do Incra, Ibama e do Ministério Público Federal e Poder Judiciário.

N.daR.: O dinheiro em questão é da Petrobras, mas se quer dar outro destino, como quis, enganadamente, Dallagnol com a criação de um fundo imjustificável.
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
FORÇA-TAREFA FALA EM "IMENSA PREOCUPAÇÃO" COM DECISÃO DO STF E TEME OUTRAS ANULAÇÕES - Em nota, procuradores da Lava Jato afirmam que entendimento da 2.ª Turma no caso Aldemir Bendine 'poderá anular praticamente todas as condenações' e gerar 'prescrição de vários crimes e libertação de réus presos'
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 27 de agosto de 2019 | 21h34
por Ricardo Brandt e Luiz Vassallo

Bendine e Val Marchiori  - Fotomontagem / Folha A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba divulgou nota à imprensa nesta terça-feira, 27, manifestando “imensa preocupação” com a decisão da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou sentença contra o ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine, e considerou os riscos de um efeito em cascata, com outras anulações de condenações.
“A força-tarefa externa imensa preocupação em relação à decisão proferida hoje pela 2.ª Turma”.
Por 3 a 1, a Segunda Turma decidiu derrubar uma decisão do ex-juiz federal Sergio Moro que, em março de 2018, condenou o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras  Aldemir Bendine a 11 anos de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É a primeira vez que o Supremo anula uma condenação de Moro.
“Os ministros estabeleceram uma nova interpretação que, se for aplicada como nova regra, vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa”, informa a nota dos procuradores.
Segundo a força-tarefa, a “nova regra não está prevista no Código de Processo Penal ou na lei que regulamentou as delações premiadas”.
Por maioria, os ministros entenderam que réus delatados devem ter o direito de se manifestar, ao final do processo, após a defesa dos réus colaboradores. Para a defesa de Bendine, isso representava um cerceamento de defesa por impedir que o ex-presidente da Petrobrás e do Banco do Brasil rebatesse na etapa final do processo as acusações feitas por delatores na entrega do seu memorial.
“Se o entendimento for aplicado nos demais casos da operação Lava Jato, poderá anular praticamente todas as condenações, com a consequente prescrição de vários crimes e libertação de réus presos”, afirma a Lava Jato.
“A força-tarefa expressa sua confiança de que o Supremo Tribunal Federal reavaliará esse tema, modulando os efeitos da decisão.”

NOTA DA FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO SOBRE ANULAÇÃO SENTENÇA BENDINE
“A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba externa imensa preocupação em relação à decisão proferida hoje pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que anulou a sentença do caso Aldemir Bendine.
Por maioria, os julgadores entenderam que réus delatados devem ter o direito de se manifestar, ao final do processo, após a defesa dos réus colaboradores.
Os Ministros estabeleceram uma nova interpretação que, se for aplicada como nova regra, vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa.
Contudo, essa nova regra não está prevista no Código de Processo Penal ou na lei que regulamentou as delações premiadas.
Se o entendimento for aplicado nos demais casos da operação Lava Jato, poderá anular praticamente todas as condenações, com a consequente prescrição de vários crimes e libertação de réus presos.
A força-tarefa expressa sua confiança de que o Supremo Tribunal Federal reavaliará esse tema, modulando os efeitos da decisão.”
N.daR.: É de pasmar verificar os sucessivos desatinos praticados pelos integrantes julgadores do STF.
Se o prazo é comum, como cogitar de que deva se sucessivo para as partes?
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e, agora também, Carmem Lucia fazem contorcionismo jurídico no afã de acobertar seus escolhidos.
Isso pode ser tudo, mas, depois que Bolsonaro se juntou a eles, julgam que podem, mais do que nunca, fazer tudo, tudo mesmo, o que quiseream.
E "às favas" a ética, a moral e, por último, o direito. Viva Bendine e o sucesso de seus "arranjos" que envolvem até socialite e passagens áreas com 'apoio' do BB.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
VAZAMENTO DE ÓLEO NA BACIA DE CAMPOS AUMENTOU E JÁ É QUASE SEIS VEZES MAIOR DO QUE O INICIAL, DIZ PETROBRAS - Plataforma pertence à japonesa Modec, segundo a qual, houve aumento na extensão das trincas na plataforma
Publicado: O Globo - Impresso - 28/08/2019 - Pág. 8 | On Line 27/08/2019 - 10:05 / Atualizado em 27/08/2019 - 22:22
por Ramona Ordoñez e Reuters

PETROBRAS RIO- A Petrobras registrou vazamento de óleo no mar após trincas terem sido identificadas no casco de uma plataforma a serviço da estatal na Bacia de Campos, no litoral do Estado do Rio, embora com operações paralisadas desde o ano passado. A Modec, proprietária e operadora da plataforma do tipo FPSO chamada Cidade do Rio de Janeiro, afastou risco de naufrágio.
Segundo a empresa, a extensão das trincas aumentou nesta terça-feira, mas frisou que o navio continua em posição “estável e em condições seguras, sob monitoramento permanente da empresa e da Petrobras”.
NA segunda-feira, com a identificação da avaria, 107 funcionários embarcados foram retirados da plataforma. Inicialmente, a estatal falava em 1,2 mil litros de óleo derramado, mas foi constatado que o volume é maior: 6,6 mil litros.
A Modec pretende rebocar a unidade para reparos em um estaleiro, mas ainda não definiu quando essa operação será realizada. A empresa informou ainda que emprega sete embarcações de apoio no local para recolhimento e dispersão do óleo vazado, além de outras quatro embarcações de apoio e um helicóptero.
A plataforma estava sem operar desde o fim de 2018 porque está em processo de descomissionamento. Em nota, a Petrobras confirmou ter sido informada pela Modec sobre o aumento na extensão das trincas. Em janeiro, foi registrado outro vazamento de um dos tanques do navio.

Acidente em refinaria
Ainda sem uma solução para o problema na Bacia de Campos, a Petrobras informou nesta terça que também registrou vazamentos na Refinaria Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco. De acordo com a estatal, um volume estimado de 5 mil litros de resíduo oleoso (óleo e água) vazou da estação de tratamento de despejos industriais da Rnest.
Em comunicado, a empresa informou que “uma pequena parte do óleo atingiu um córrego que passa em uma área interna aos limites da refinaria”, mas já foi controlado. A Renest é uma das oito refinarias que a Petrobras colocou à venda. As causas do vazamento ainda estão sob apuração, e a operação da refinaria não foi alterada.

N.daR.: Desde a assunção de Castello Branco, presidente da Petrobras e acólito de Paulo Guedes, este ministro da Economia, sucedem-se perídicas notícias negativas sobre a Petrobras.
A notícia da a entender que a responsabilidade pelo vazamento é da Petrobras, quando na realidade a Modec é que é a proprietária e operadora da plataforma do tipo FPSO chamada Cidade do Rio de Janeiro.
A propaganda negativa subliminar é outra característica que se vêm fazendo uso para semoralizar a empresa.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
GOVERNO QUER REVER ISENÇÃO DE IR PARA DOENTES (título da versão Impressa)
GOVERNO QUER REVER ISENÇÕES DE IR SOBRE TÍTULOS DO MERCADO FIANCEIRO DE PORTADORES DE DOENÇA GRAVE
Secretário da Receita, Marcos Cintra, diz que reforma prevê uma ‘faxina’ do tributo

Publicado: O Globo - Impresso - 28/08/2019 - Pág. 8 | On Line 27/08/2019 - 11:59 / Atualizado em 27/08/2019 - 18:11
por Marcello Corrêa

Charge: Jõao Bosco - Imposto de Renda BRASÍLIA - A revisão das deduções de Imposto de Renda na mira da equipe econômica não se limitará a acabar com os descontos referentes a despesas com saúde e educação . O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra , disse nesta terça-feira que o governo quer propor uma “faxina” mais ampla no tributo, que abrangerá de isenções que hoje beneficiam alguns tipos de investimentos do mercado financeiro a benefícios para portadores de doença grave .
O governo estuda ainda alíquotas para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) - títulos de renda fixa emitidos por bancos com o objetivo de financiar o setor imobiliário - e para Letras de Crédito para o Agronegócio (LCA) - títulos emitidos por bancos garantidos por empréstimos concedidos ao setor de agronegócio. Ambos isentos de IR.
— Vamos fazer uma grande faxina (no Imposto de Renda), para torná-lo compatível com o que está acontecendo no mundo inteiro — disse Cintra, durante evento da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).


Hoje, são isentos de IR os rendimentos de aposentadoria de portadores de moléstia profissional ou de doenças como AIDS, doença de Parkinson e esclerose múltipla, por exemplo. Essa renúncia fiscal custa R$ 13,8 bilhões por ano, segundo relatório da Receita. O secretário afirmou que pretende rever essa regra.
Ele não especificou, no entanto, se a proposta afetaria todas as 16 doenças listadas pela legislação de 1988 que garante os benefícios. Questionado, ele não detalhou como as regras seriam revistas, mas destacou que quer rever o que considera "abusos" no sistema. Segundo Cintra, há indícios de fraudes que desvirtuam os benefícios.
— Aquilo virou um abuso, um absurdo. Se criou uma indústria em cima dessa dedução por moléstia, que de grave não tem nada, mas que se enquadra como moléstia grave. Tem mercado, empresas especializadas, para dizer que quem tem uma tendinite porque jogou tênis demais se qualifica como doença grave e pro resto da vida fica comprando automóveis, às vezes alguns de luxo, com isenção total de tributos. Isso é um vazamento gigantesco, e injusto — disse o secretário.
No mercado financeiro, os alvos são as isenções concedidas a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), e de fundos exclusivos — títulos voltados para investidores de alta renda. O governo também estuda rever as alíquotas
No ano passado, o governo chegou a encaminhar um projeto de lei para rever a tributação de fundos exclusivos, mas o texto está parado na Câmara dos Deputados.
Segundo Cintra, esses pontos serão revistos. Ele pretende também propor a volta da tributação de dividendos, hoje isentos. A ideia é tributar mais as pessoas físicas e menos as pessoas jurídicas, responsáveis por alavancar investimentos.
— Vamos adotar medidas de reanálise de uma série de instrumentos, aqueles penduricalhos que foram sendo colocados às vezes com justificativas plausíveis, mas pontuais, e quem sabe hoje já superadas pela realidade hoje do dia a dia. Eu cito algumas: tributação de dividendos, tributação de juros sobre capital próprio, vários benefícios hoje que o setor financeiro tem, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), fundos exclusivos — afirmou o secretário.
— Vamos adotar medidas de reanálise de uma série de instrumentos, aqueles penduricalhos que foram sendo colocados às vezes com justificativas plausíveis, mas pontuais, e quem sabe hoje já superadas pela realidade hoje do dia a dia. Eu cito algumas: tributação de dividendos, tributação de juros sobre capital próprio, vários benefícios hoje que o setor financeiro tem, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), fundos exclusivos — afirmou o secretário.
Essas propostas devem integrar um projeto de reforma tributária ainda em elaboração pelo governo. Ainda não está claro, no entanto, quando e como o Executivo encaminhará sua proposta ao Congresso.
Hoje, há pelo menos duas propostas principais em tramitação no Legislativo: uma originada na Câmara, outra no Senado. O governo já sinalizou que trabalha em uma proposta de conciliação. Fontes da equipe econômica garantem que há ao menos uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei em elaboração no gabinete do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Outros integrantes do time defendem, no entanto, que as contribuições do governo sejam enviadas ao Congresso por meio de sugestões ou emendas aos parlamentares. Nenhuma das propostas em tramitação no Congresso trata da reforma do IR. Abrangem apenas os tributos que incidem sobre o consumo.


Cintra defende uma proposta baseada em um tripé: além da reforma do IR, quer simplificar tributos federais sobre consumo e criar uma contribuição sobre movimentações financeiras para substituir a tributação sobre folha de pagamento, que hoje financia a Previdência.
Esse tributo, que vem sendo chamado internamente de Contribuição Social sobre Transações (CST), é frequentemente comparado à antiga CPMF, que vigorou no país entre 1996 e 2007 e se tornou impopular.
O secretário refutou a comparação e disse que foi contra a CPMF, que teria sido, na avaliação dele, um “estupro” do imposto único federal — projeto de sua autoria que previa a substituição de todos os tributos do país por um único, incidindo sobre transações financeiras.
— Quando o Fernando Henrique (Cardoso, ex-presidente) pegou e transformou o que era para ser um imposto único em um imposto a mais, o Roberto Campos (economista e ex-ministro do Planejamento), grande amigo meu e grande defensor do imposto único, disse: “Marcos, mataram a tua ideia”. O Fernando Henrique estuprou o imposto único — disse Cintra.

N.daR.: Incluímos esta reportagem em consideração aos cidadãos portadores de doenças gravíssimas e que o governo considera culpados ao abusarem da isenção do imposto de renda.
Os que continuam a defender cegamente o 'questionável e incerto' Bolsonaro, também apelidado de o 'tosco', estão cada vez mais minguando.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
STF ANULA SENTENÇA DE MORO QUE CONDENOU EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS
Bendine, que corria o risco de ser preso novamente, poderá apresentar nova defesa à Justiça Federal. Decisão foi tomada por uma questão técnica

Publicado: O Globo - Impresso - 28/08/2019 - Pág. 8 | On Line 27/08/2019 - 18:22 / Atualizado em 27/08/2019 - 21:22
por Carolina Brígido

Carmen Lucia, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski - Foto: Jornal Brasi / l2017 BRASÍLIA – A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal ( STF ) anulou nesta terça-feira a decisão do ex-juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine . Moro tinha condenado o réu a 11 anos de prisão . Bendine foi preso em julho de 2017. Em abril deste ano, o STF soltou o réu, porque a condenação ainda não tinha sido confirmada pela segunda instância – ou seja, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região.


A decisão da Segunda Turma do STF garante que Bendine fique mais tempo fora da prisão. O TRF já tinha confirmado a condenação de Moro, reduzindo a pena para sete anos, nove meses e dez dias. O tribunal estava prestes a julgar o último recurso do réu, o que o levaria de volta para a cadeia, no regime semiaberto. Agora, o caso terá de ser novamente julgamento pela primeira instância.


A decisão foi tomada por uma questão técnica que pode refletir em outros processos da Lava-Jato. O advogado de Bendine, Alberto Toron, ressaltou que Moro abriu prazo conjunto para todos os réus se manifestarem nas alegações finais do processo. No entanto, para a defesa, o correto seria primeiro se manifestar os réus que firmaram acordo de delação premiada e, em seguida, os outros acusados.
Por três votos a um, os ministros da Segunda Turma concordaram com a tese. Agora, a sentença da primeira instância fica anulada e o processo começará a tramitar a partir dessa fase final, com abertura de prazo separado para os acusados. Os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia formaram a maioria. Apenas Edson Fachin votou contra a tese da defesa. Celso de Mello estava ausente.
Cármen Lúcia ponderou que a decisão foi tomada apenas nesse processo. No entanto, se defesas de outros acusados na Lava-Jato apresentarem a mesma tese à Segunda Turma, em processos semelhantes, há chance também se haver anulação de outras sentenças.
Bendine foi condenado pelo recebimento de R$ 3 milhões em propinas pagas pela Odebrecht. Por decisão tomada em abril pela Segunda Turma do STF, ele estava submetido a medidas cautelares – como o impedimento de se comunicar com outros investigados no mesmo processo e a entrega do passaporte à Justiça. Agora, ele poderá ficar sem essas medidas.
A força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba divulgou uma nota em que externa "imensa preocupação em relação à decisão", que anulou a sentença do caso Aldemir Bendine.
"Por maioria, os julgadores entenderam que réus delatados devem ter o direito de se manifestar, ao final do processo, após a defesa dos réus colaboradores. Os Ministros estabeleceram uma nova interpretação que, se for aplicada como nova regra, vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa. Contudo, essa nova regra não está prevista no Código de Processo Penal ou na lei que regulamentou as delações premiadas", diz em nota.
Os procuradores sustentam que, caso o entendimento seja aplicado aos demais casa da força-tarefa, "poderá anular praticamente todas as condenações, com a consequente prescrição de vários crimes e libertação de réus presos".

N.daR.: É de pasmar verificar os sucessivos desatinos praticados pelos integrantes julgadores do STF.
Se o prazo é comum, como cogitar de que deva se sucessivo para as partes?
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e, agora também, Carmem Lucia fazem contorcionismo jurídico no afã de acobertar seus escolhidos.
Isso pode ser tudo, mas, depois que Bolsonaro se juntou a eles, julgam que podem, mais do que nunca, fazer tudo, tudo mesmo, o que quiseream.
E "às favas" a ética, a moral e, por último, o direito.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
DECISÃO POLÊMICA
Publicado: O Globo - Impresso - 28/08/2019 - Pág. 2 | On Line 28/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Até a defesa do presidente Lula já anunciou que fará revisão dos processos para ver se pode se beneficiar

Merval Pereira A decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular o julgamento que condenou Aldemir Bendine por ter recebido R$ 3 milhões da Odebrecht para facilitar contratos da empreiteira com a Petrobras, que presidia na ocasião, pode ter um efeito cascata nos julgamentos da Lava-Jato e, no limite, permitir anulação do julgamento do ex-presidente Lula.
Sérgio Moro, quando juiz de primeira instância, condenou Bendine e vários outros réus usando o mesmo critério, que agora está sendo contestado pela Segunda Turma. O Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF-4) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) referendaram a decisão de Moro, apesar dos apelos da defesa.
O caso acabou no STF. A defesa de Bendine sustentou que o réu deveria ter tido o direito de apresentar suas “alegações finais” depois dos delatores, réus como ele, pois teriam se transformado em “assistentes de acusação”. A lei garante que a defesa tenha a palavra final, depois da acusação.
Moro rejeitou a tese, por absoluta falta de “previsão legal, forma ou figura em Juízo”. E explicou: “A lei estabelece prazo comum para a apresentação de alegações finais, ainda que as defesas não sejam convergentes, e não cabe à Justiça estabelecer hierarquia entre acusados, todos com igual proteção da lei”.
A decisão da Segunda Turma, com os votos favoráveis dos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Carmem Lucia, foi de certo modo surpreendente, pois não há na legislação exigência desse tipo, porque o instituto da delação premiada ainda é novo na nossa legislação penal. O Código de Processo Penal exige demonstração de prejuízo para a defesa para que o processo seja anulado, e os ministros entenderam que o fato de dar o mesmo prazo para todos os réus, quando alguns eram delatores, feriu os direitos de Bendine.
Justamente por ser uma decisão sem precedentes, o caso deve ser levado ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Também por ser um procedimento comum nos julgamentos, é possível que vários outros advogados de defesa, que tiveram seus recursos negados por Moro, reivindiquem a mesma decisão.
Até mesmo a defesa do ex-presidente Lula já anunciou que fará uma revisão dos processos para ver se pode se beneficiar da decisão. Pela reação do advogado Cristiano Zanin, ele não deve ter feito na ocasião esse pedido, e agora haverá outra batalha jurídica: pode a defesa alegar um prejuízo depois que o julgamento passou por todas as instâncias sem que o pedido fosse feito no momento oportuno?
Os julgamentos presididos pelo então juiz Sérgio Moro seguiram certamente o critério único, pois ele considera que “o acusado colaborador não se despe de sua condição de acusado no processo. Apenas optou, com legitimidade, por defender-se com a pretensão de colaborar com a Justiça. Acolher o requerimento da Defesa de Aldemir Bendine seria o equivalente a estabelecer uma hierarquia entre os acusados, distinguindo-os entre colaboradores e não colaboradores, com a concessão de privilégios aos últimos por não terem colaborado.”
Se acolhesse a pretensão de Bendine e de outros réus em outros julgamentos, Moro correria o risco de a defesa do colaborador também alegar nulidade. Parece absurdo anular uma sentença com base em filigrana processual sem base legal.

Proximidades conceituais
Em 2016, quando ainda era candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump twitou: “It´s better to live onde day of Lion than 100 years as a sheep”.
Semana passada, Bolsonaro traduziu, adaptando: "Mais vale um segundo da minha vida como águia do que cem anos como cordeiro, aceitando tudo".
Estaria copiando seu ídolo Trump, apenas adaptando o pensamento? Não. Ambos copiaram Mussolini: È meglio vivere un giorno da leone, che cent´anni da pecora.”

N.daR.: É de pasmar verificar os sucessivos desatinos praticados pelos integrantes julgadores do STF.
Se o prazo é comum, como cogitar de que deva se sucessivo para as partes?
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e, agora também, Carmem Lucia fazem contorcionismo jurídico no afã de acobertar seus escolhidos.
Isso pode ser tudo, mas, depois que Bolsonaro se juntou a eles, julgam que podem, mais do que nunca, fazer tudo, tudo mesmo, o que quiseream.
E "às favas" a ética, a moral e, por último, o direito.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
FACHIN MANTÉM 14 ANOS DE PRISÃO PARA EMPRESÁRIO CONDENADO NA LAVA-JATO POR LAVAGEM DE R$ 26 MI DE ABREU E LIMA - Márcio Andrade Bonilho, acusado pela força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná por lavagem de R$ 26 milhões e organização criminosa nas obras da refinaria da Petrobrás em Pernambuco, entre 2009 e 2014, pedia anulação da condenação e liberdade
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 27 de agosto de 2019 | 06h14
por Redação

Edson Fachin, ministro do STF e relator a Lava-Jato - Foto: Pedro Ladeira / Folhapress O ministro Edson Fachin, do Supremo, rejeitou – negou seguimento – Recurso Ordinário em Habeas Corpus (RHC 173224) no qual a defesa do empresário Márcio Andrade Bonilho, sentenciado a 14 anos em regime inicial fechado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Lava Jato, pedia a anulação da condenação e liberdade.
As informações estão no site do Supremo – Processo relacionado: RHC 173224
De acordo com o processo, o empresário participou de desvios de verbas públicas destinadas à construção da Refinaria Abreu e Lima em Ipojuca (PE), entre 2009 a 2014, tendo recebido R$ 113 milhões como proprietário das empresas Sanki Sider e Sanko Serviços de Pesquisa e Mapeamento, e lavado ao menos R$ 26 milhões obtidos mediante superfaturamento da obra.
No recurso, a defesa questionava decisão do Superior Tribunal de Justiça que negou agravo em habeas corpus lá ajuizado contra a condenação.
Segundo Fachin, não há ilegalidade no ato do STJ, que seguiu a jurisprudência do Supremo ‘no sentido da impossibilidade de examinar matéria não analisada nas instâncias inferiores e de analisar fatos e provas em HC’.
O relator rebateu a tese da defesa, com referência à condenação por organização criminosa, de atipicidade da conduta sob o fundamento da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
Ele apontou que as instâncias anteriores seguiram o entendimento da Súmula 711 do Supremo – a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência).
De acordo com Fachin, mesmo que os fatos dos autos sejam anteriores à vigência da Lei 12.850/2013, que define a organização criminosa, a consumação do delito é contemporânea à norma.
Em relação à alegada inocorrência do crime de lavagem de capitais, pela inexistência do delito antecedente, por desconhecimento do recorrente da origem ilícita dos recursos ou pela sua não participação nos fatos narrados, o relator ponderou que o Superior Tribunal de Justiça considerou bem demonstradas as condutas dolosas e conscientes do empresário nos crimes cometidos pela organização criminosa e nos numerosos atos de lavagem de capitais apurados, o que reforça a autonomia do crime de lavagem de capitais em face dos delitos antecedentes.
“Os aspectos fáticos vislumbrados pelas Cortes ordinárias demonstraram que o recorrente teria agido com dolo na execução da figura típica de lavagem de capitais – de natureza autônoma em relação aos crimes antecedentes (peculato e fraude em licitação ou na execução do contrato) – a impossibilitar a adoção de compreensão encampada pelo recorrente, no sentido de que os atos criminalizados configurariam meros atos acessórios ou post factum [após o fato] impunível, tampouco de que os crimes antecedentes não ocorreram”, concluiu .

N.daR.: Há muito mais a apurar...
E quando chegará a vez da PETROS? É uma pergunta que não cala.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
SE MANDA MORO, VÁ EMBORA - Bolsonaro não quer arcar com o ônus moral da demissão de Moro e recorre a um morde-e-assopra que não condiz com as responsabilidades de seu posto nem com o prestígio do ministro da Justiça
Publicado: O Estado de S.Paulo - On 26 de agosto de 2019 | 22h22
por José Nêumanne

O super-Moro, em manifestaçao de 25.08.2019 - Foto: Gabriela Biló/Estadão José Nêumanne No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro recebeu na página oficial de presidente da República o seguinte apelo de um internauta identificado como Bunny: “Jair Messias Bolsonaro, cuide bem do ministro Moro, você sabe que votamos em um governo composto por você, ele e o Paulo Guedes”. E respondeu: “Com todo o respeito a ele, mas o mesmo não esteve comigo durante a campanha, até que, como juiz, não poderia”.
O recado foi dado no noticiário de fim de semana e, a meu ver, não merecia o destaque que mereceu, mesmo sem levar em conta a extrema miséria do vernáculo a que foi reduzido. Afinal, se se considerar que até que possa ser um simulacro de porque a sentença capenga não configura uma tentativa sibilina de desautorizar, desmoralizar ou apequenar um ministro de Estado. Nem sequer mais uma das várias farpas que o chefe do governo tem disparado no ministro da Justiça e da Segurança Pública, com a qual ele parece oferecer corda para o ex-juiz se enforcar sem querer se dar ao trabalho sequer de lhe pôr o laço no pescoço.
Pode-se argumentar que no teor da enigmática resposta o signatário reconheceu que, na condição de autor de uma sentença condenatória contra um pretendente à Presidência, certame do qual ele saiu vencedor, o auxiliar não ter sido companheiro de campanha seria compreensível. Mas o argumento foi explicitado de tal forma que não é de todo improvável que venha a ser usado pela defesa de Lula, o candidato que perdeu a disputa sob o pseudônimo de Haddad, como reforço da hipótese de que Moro tenha interferido mesmo no triunfo que seu atual chefe conseguiu nas urnas.
O que o ocupante do posto mais poderoso da República expôs em seu confuso arrazoado foi equívoco de outra natureza. Embora a Constituição, que rege nosso Estado de Direito, esclareça que, ao tomar posse, o vencedor do pleito passa a governar para todos os brasileiros, sem distinção de quem o apoiou ou nele votou, e tenha assumido essa obrigação no discurso de posse, ele atua como se estivesse desobrigado dele por capricho. O candidato do PSL governa para o núcleo familiar e alguns prosélitos dos perfis sociais do próprio (ou do “mesmo”, em linguagem de elevador, como prefere). Muitos dos quais não passam de robôs controlados pelo desorientado vereador do Rio de Janeiro, seu filho chamado de 02, Carlos Bolsonaro. Moro, que não pertence a essa exlusivíssima grei, é tratado como se não desafeto, no mínimo, alheio a ela.
Antes de tomar posse, o vencedor mentiu para o seu desconhecido que convidou para a pasta mais antiga e para a cidadania que o elegeu, ao prometer que lhe daria carta branca no combate ao crime organizado e à corrupção. E também para os fãs de Moro acenou com sua possível indicação para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) a ser preenchida em 15 meses com a aposentadoria do decano Celso de Mello.
Moro foi contemplado com toda essa atenção por preencher duas condições básicas para atender aos dois apelos sem os quais não se elegeria o candidato sem tempo na TV, que não participou de debates com outros pretendentes e foi expulso das ruas pela facada que quase lhe tirou a vida. A primeira e mais objetiva delas é a garantia de que a luta contra a bandalheira com recursos públicos e o banditismo comum teria no seu maior símbolo um representante com ministério e carta branca. A segunda, sub-reptícia, mas não muito, é que ninguém no Brasil todo representa mais o antipetismo do que Moro, que condenou o ídolo máximo do PT. Bolsonaro só conseguiu os votos suficientes para ganhar porque era o único candidato sem nenhum pingo de lama exposto pela Lava Jato e ainda por, ao contrário dos oponentes todos, nunca ter sido acusado em alguma delação premiada de pertencer ao propinoduto da Petrobrás e das grandes empreiteiras corrupteiras. Quase um Pilatos no Credo, digamos.
Ao aceitar o convite e acreditar nas promessas de Bolsonaro, o implacável carrasco dos ladravazes do esquema montado pelos petistas, seus aliados e pretensos adversários tucanos, contudo, não tomou o devido cuidado de se informar sobre eventuais deslizes do clã do pretendente a chefe. Talvez o tenha feito por se deixar ofuscar pelas perspectivas de comandar o bom combate de um posto muito mais elevado que a 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, na qual se tornou herói nacional. Errou feio e agora paga pelo deslize. Talvez um papo no cafezinho com juízes e procuradores do Rio pudesse tê-lo deixado a par das pilantragens, para ser ameno, do primogênito do ex-deputado de longuíssimo mandato e mínima produção. Talvez ele, que tem resistido à difamação do IntercePT, não desprezasse as evidências se tivesse ouvido tais relatos.
A notícia do Estado sobre a movimentação atípica flagrada pelo Conselho de Controle de Administração Financeira (Coaf) de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, “amigão” de Jair, ex-motorista de Flávio e parente de servidores abrigados no gabinete de Carlos na Câmara Municipal do Rio, foi publicada em 2018. O furo de Fausto Macedo foi publicado a tempo de Moro ler e pular fora antes de afundar o pé na lama em que se meteu o clã Bolsonaro, que já não gozava do anonimato de antes do poder maior, pois este não tinha ainda assumido a Presidência. Nem Moro havia levado o martelo para a Esplanada dos Ministérios. À época da notícia, é verdade, o fedor não era tão óbvio, mas era público. De lá para cá piorou muito. Principalmente quando se soube do cheque depositado pelo desaparecido Fabrício na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Será que Moro acreditou na desculpa dada pelo chefe do tal empréstimo ao amigo? É, pode ser. Mas…
De dezembro, quando foi publicada a informação do Coaf, para cá se passaram oito meses e tudo só piorou. Flávio nunca, em momento algum, se dispôs a submeter-se a um inquérito. Ao contrário, tentou o tempo todo obstruir qualquer devassa sobre a contabilidade de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Bateu com a cara na parede em todas as tentativas até o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atender ao pedido de sua defesa de paralisar a investigação do Ministério Público. O ministro aproveitou a oportunosa ensancha para estender a mordaça à movimentação financeira das bancas de sua mulher, Roberta Rangel, e da consorte do colega Gilmar Mendes. Oportunosa à beça, hein? Pois então.
E aí, de repente, não mais que de repente, como cunhou o poeta Vinicius, Bolsonaro pai esqueceu-se da promessa que fizera ao público (e não a Moro), preterindo-o por um fiel vassalo do sempre advogadinho do PT a vaga que só deverá aparecer no horizonte em 456 dias. Deus do Céu! Quantos elogios, além da condição de “terrivelmente evangélico”, terá o soit-disant cristão, mas nem por isso protestante, marido de Michelle para apregoar as vantagens do advogado-geral da União, André Mendonça para preencher o requisito adicionado à lisura e ao notório saber previstos?
Do depósito na conta de madame (ou conjunta com o maridão, conforme a versão deste) até o momento em que estas linhas são escritas se passaram mais de oito meses. De lá para cá já se descobriu que a avó dela é traficante, um tio é miliciano e outro tio, estuprador, mas nada disso importa, pois ninguém responde por atos e delitos de parentes, ascendentes ou descendentes. Também se sabe que o casal mora no mesmo condomínio habitado pelo acusado do assassinato de Marielle Franco, mas isso não vem ao caso. Há, contudo, outros acontecimentos mais perturbadores. Todos protagonizados não por Michelle, mas por Jair Messias e seus filhotes.
Sexta-feira 23, em seu artigo quinzenal no Estado Fernando Gabeira perguntou por que cargas d’água o presidente da República se interessa tanto pela delegacia no porto de Itaguaí, no Grande Rio, que, segundo o colega, exporta drogas e importa armas. E de minha perplexidade também sobre isso sobram outras indagações. Será que o chefe dos chefes pensa apenas em forçar Moro a pedir demissão quando põe o Coaf para girar na roda-gigante da especulação, passando do Ministério da Fazenda para o da Justiça, deste para o da Economia e agora para o Banco Central?
Os botões do colete querem saber por que Bolsonaro cita a Constituição, como se não bastasse, para justificar não consultar Moro para demitir o diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Um botão, quase caindo, vai além e me lembra que ele nomeou para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) peixinhos de Davi Alcolumbre, do Centrão, ignorando o ministro. Só que nada é mais importante a saber do que o que diabo este faz no meio das pilantragens do clã Bolsonaro. Ouve Benjor, véi: se manda, Moro, vai embora!
José Nêumanne - jornalista, poeta e escritor

N.daR.: No momento em que indícios fortes de corrupção atingiram o clã Bolsonaro, começaram os movimentos para descartar Moro e os agentes que trabalharam com sucesso na Lava-Jato.
O clã Bolsonaro procura esquecer do ditado: " Quem não deve, não teme"...

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PETROBRÁS APONTA TRINCAS EM PLATAFORMA EM CAMPOS; SINDICATO VÊ RISCO DE AFUNDAMENTO - De propriedade da Modec e à serviço da Petrobrás, o FPSO, plataforma flutuante que produz e armazena petróleo, encontra-se fora de operação desde o ano passado
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 26 de agosto de 2019 | 20h23
por O Estado de S.Paulo / REUTERS

FPSO cidade de Campos, construído pelo Estaleiro Brasfels e operado pela Modec RIO - A Petrobrás recebeu comunicado da Modec, operadora do FPSO Cidade do Rio de Janeiro, informando sobre a existência de trincas no casco do navio, na Bacia de Campos, o que levou ao vazamento de 1,2 mil litros de óleo residual, informou a petroleira nesta segunda-feira.


De propriedade da Modec e à serviço da Petrobrás, o FPSO, plataforma flutuante que produz e armazena petróleo, encontra-se fora de operação desde o ano passado e em processo de saída da locação do campo de Espadarte, a 130 quilômetros da costa na Bacia de Campos, ressaltou a Petrobrás.
O Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que representa funcionários na Bacia de Campos, afirmou que a embarcação “está adernando e corre o risco de afundamento”.
“No último dia 23, às 13h30, foi identificado um rasgo no casco do navio, a cerca de um metro de profundidade, o que provocou o aumento do volume de água nos tanques... Um primeiro grupo de trabalhadores foi então desembarcado. Hoje, com o aumento do rasgo, o restante foi evacuado”, disse o sindicato.
A empresa, segundo o Sindipetro-NF, disse que a embarcação encontra-se em “equilíbrio estático” e que uma equipe especializada será mobilizada para fazer a desancoragem e rebocá-la para o estaleiro.
Em resposta a pedido de comentários, a Petrobrás afirmou que não procede informação de que a plataforma estaria adernando e correria o risco de afundar.
A petroleira informou ainda que houve o desembarque de 107 funcionários, entre sexta e segunda-feira, e confirmou que houve um aumento identificado na extensão das trincas nesta segunda-feira.
Mais cedo, a empresa havia informado o desembarque de 54 empregados da plataforma. Mas corrigiu a informação após nota publicada pelo sindicato.
Segundo a petroleira, sobrevoo realizado na área após o evento não identificou mancha de óleo na superfície do mar. Também afirmou que comunicou a ocorrência às autoridades e vem apoiando a Modec nas ações de contingência.

N.daR.: Sob a orientação de Paulo Guedes, ministro da Economia, e sob o comando de seu acólito Castello Branco, presidente da empresa, a Petrobras segue sofrendo as consequências de uma adminstrção desastratada e prejudcial.
O Brasil não merecia isso.
Políticos e ex-militares ou não, a tudo assistem em silenciosa conivência.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
O ARQUIVO SECRETO DO CUNHADO DE MARCELO ODEBRECHT - Coleção de dispositivos de armazenamento criptografados foi apreendida na Operação Carbonara Chimica, Lava Jato 63, em poder do ex-vice Jurídico da empreiteira Maurício Ferro; conteúdo será aberto pela perícia da PF
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 26 de agosto de 2019 | 16h36
por Ricardo Brandt, Luiz Vassallo e Fausto Macedo

Maurício Ferro, ex-vice Jurídico da Odebrecht A Polícia Federal apreendeu uma coleção de pen drives na casa do vice-presidente Jurídico da Odebrecht Maurício Ferro, no âmbito da 63ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbonara Chimica. Entre os aparelhos apreendidos, estão também quatro chaves de criptografia que podem dar acesso a pastas da Planilha do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht que até então estão inacessíveis para o Ministério Público. 

Documento IRON KEYS   PDF

No total, foram apreendidos 36 dispositivos, dos quais quatro são as chaves de criptografia, e outros 32 são pen drives. Alguns deles trazem rótulos com referências a investigações da Lava Jato, como “E-mails de MO na ação de Bendine” – a delação de Marcelo embasou denúncia contra o ex-presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, sentenciado a 7 anos e 9 meses de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Aldemir Bendine.
Ferro é o único executivo da empreiteira que não fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato, informou o superintendente. Ao todo, 77 executivos da empreiteira decidiram colaborar com a Justiça e revelaram uma rotina de pagamentos de propinas a políticos e agentes públicos.
Segundo afirmou Luciano Flores de Lima, superintendente regional da Polícia Federal no Paraná, em coletiva à imprensa, as chaves apreendidas na casa de Ferro já eram objeto de buscas em operações anteriores. Informações obtidas em colaborações apontavam que o ex-jurídico da Odebrecht poderia estar de posse delas.
‘Esses dados serão analisados e entregues para o Ministério Público, inclusive para a verificação do crime de obstrução de Justiça’, disse o delegado da PF.
Operação Carbonara Chimica, fase 63 da Lava Jato deflagrada nesta quarta, 21, investiga os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à edição das medidas provisórias (MPs) 470 e 472, em 2009, no Governo Lula, que concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores.

N.daR.: Há muito mais a ser apurado.
Quando chegará a vez da Petros?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS PEDE INTERMEDIAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA NEGOCIAR ACORDO SALARIAL - Anúncio da intenção de privatizar a companhia acirrou os ânimos da categoria
Publicado: O Globo - On Line 26/08/2019 - 20:57 / Atualizado em 26/08/2019 - 20:58
por Ramona Ordoñez

Charge: Peu Teles - O estupro da Petrobras RIO - O anúncio feito na semana passada de que está em estudos a privatização da Petrobras até o fim do governo Bolsonaro, acirrou os ânimos dos  petroleiros que estão em  campanha salarial  de 2019/20. A notícia da disposição de privatizar a estatal aconteceu justamente  no momento  em que os petroleiros estão realizando assembleias em todo país para discutir a proposta apresentada pela empresa.


O mês do dissídio da categoria é setembro e a Petrobras ofereceu um reajuste equivalente a 70% do INPC (índice de inflação), além de reduzir e cortar vários benefícios obtidos pela categoria nos últimos anos.
Nesta segunda-feira a Petrobras comunicou à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos da categoria que entrou com pedido de mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho. Segundo a empresa, a decisão de recorrer ao TST foi tomada " depois de esgotadas as tentativas de chegar a um acordo nas negociações com as lideranças sindicais".
A estatal destacou que o acordo em vigor expira em 31 de agosto e, de acordo com a nova legislação trabalhista, perde a sua eficácia após esta data.


O diretor da FUP Gerson Castellano disse que a categoria foi surpreendida com a decisão da Petrobras uma vez que ainda está realizando assembleias para analisar a proposta feita pela empresa, e que serão concluídas somente no próximo dia 30.
- A gente não fechou a porta das negociações. Ainda estamos realizando as assembleias e fomos surpreendidos com esse comunicado de pedido de intermediação ao TST. E com certeza agora essas declarações de que querem privatizar a Petrobras acirra ainda mais os ânimos da categoria nas negociações. - destacou Gerson Castellano.
Segundo ele, na proposta do Acordo Coletivo a companhia reduz os benefícios, e a notícia de que vai ser privatizada veio justamente no momento em que se estava fazendo as negociações.
O INPC de agosto do ano passado até julho deste ano ficou em 3,16%, e 70% representam 2,21%. O cálculo do reajuste proposto pela Petrobras é de setembro do ano passado a agosto deste ano.
Nesta segunda-feira, os petroleiros realizaram um ato em defesa da Petrobras, em frente ao prédio da companhia em Pituba, Salvador, na Bahia.
Segundo a FUP, a Petrobras quer também acabar com negociação com as representações sindicais. “Caso o acordo não seja assinado até o dia 31/08, iniciaremos um processo de transição de algumas práticas atuais para aquilo que estabelece a CLT”, afirmam os gestores, em documento disponível no Portal Petrobras, de acordo com a FUP.


Em nota, a Petrobras explicou que apresentou a proposta no último dia 8 e que o prazo para a resposta da categoria terminou no último dia 23. A estatal destacou que seu propósito sempre foi o de conseguir o melhor acordo para os empregados mas "sem afetar comprometer a sustentabilidade e a saúde financeira da empresa."
A Petrobras destaca que a intermediação com o TST é a mais acertada para evitar greves e paralisações que prejudicariam suas operações. A empresa destaca ainda que vem passando por uma profunda reestruturação nos últimos anos, com um amplo programa de ajustes que inclui o aumento da eficiência . Destaca que, apesar da redução de sua dívida de US$ 126 bilhões em 2015 para US$ 101 bilhões, ainda paga juros elevados por essa dívida.

N.daR.: Sob a orientação de Paulo Guedes, ministro da Economia, e sob o comando de seu acólito Castello Branco, presidente da empresa, a Petrobras segue sofrendo desmanche e desmoralização.
O Brasil não merecia isso.
Políticos e ex-militares ou não, a tudo assistem em silenciosa conivência.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Sociedade
PETROBRAS FALHA EM CONTENÇÃO DE DOIS VAZAMENTOS E ESCONDE ACIDENTE DO MERCADO - Nos últimos dias, o corpo técnico do Ibama comunicou os fatos para o Ministério do Meio Ambiente
Publicado: O Globo - On Line 23/08/2019 - 15:11 / Atualizado em 26/08/2019 - 17:00
por Vinicius Sassine

Charge: Genildo - Os chacais da Petrobras BRASÍLIA - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis ( Ibama ) apontou falhas na contenção de danos provocados por dois vazamentos de petróleo no mar neste ano, envolvendo duas plataformas da Petrobras . Em um dos casos, o da plataforma P-53, na região de Arraial do Cabo (RJ), a estatal escondeu o derramamento de óleo, deixou de comunicá-lo ao mercado e reportou a autoridades ambientais um volume vazado bem inferior ao que efetivamente ocorreu. Ao GLOBO, a Petrobras reconheceu que o primeiro procedimento utilizado para verificar a extensão do vazamento da P-53 era "suscetível à margem de erro". O outro caso ocorreu na plataforma P-58, a 85 quilômetros da costa do Espírito Santo.


Nas duas situações, havia condições para o recolhimento do óleo derramado, o que não ocorreu, segundo o Ibama. As falhas foram mantidas ocultas até então. Nos últimos dias, o corpo técnico do órgão comunicou o que ocorreu ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A pasta do ministro Ricardo Salles prepara a flexibilização do controle de vazamentos no mar, com a elaboração de nova resolução sobre o assunto. Para isso, usa como referência uma proposta elaborada pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), entidade que representa empresas petroleiras como Petrobras, Braskem, Chevron, Repsol e Shell. A informação foi revelada pelo GLOBO na última quinta-feira. As empresas querem poder compartilhar equipamentos entre elas, o que diminuiria a quantidade de material utilizado na contenção de danos. A nova resolução será submetida ao plenário do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), esvaziado por Salles e pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o que foi reportado pelo Ibama ao MMA, um vazamento de petróleo ocorreu na P-53 em 25 de março deste ano. Inicialmente, o volume vazado reportado pela estatal foi de 1,7 mil litros. Depois, o volume calculado chegou a 122 mil litros, segundo informações do Ibama. Um relatório de investigação sobre o acidente registra que a ação de contenção e recolhimento de óleo só foi colocada em prática dois dias depois do acidente. A modelagem usada apontou um deslocamento da mancha rumo à costa, mas não houve recolhimento do petróleo.

Petrobras não comunicou ao mercado
Nenhum comunicado ao mercado foi feito pela Petrobras. A estatal de capital aberto precisa comunicar seus acionistas sobre fatos relevantes. Isto ocorreu, por exemplo, com o acidente envolvendo a plataforma P-58, no Espírito Santo. O comunicado foi divulgado no mesmo dia, com informação de que o volume vazado era estimado inicialmente em 188 mil litros.
Nos primeiros dias de abril, a imprensa noticiou o surgimento de um óleo preto e denso em praias de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios e Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio. A suspeita da Secretaria de Meio Ambiente de Arraial era de que se tratava de petróleo. Naquele momento, a Petrobras informou desconhecer a procedência do material. A presença do óleo foi percebida por banhistas, e o acesso a praias chegou a ficar interditado. Nenhuma autoridade relacionou o óleo encontrado ao vazamento na P-53.


O vazamento na P-58, em 23 de fevereiro deste ano, gerou uma mancha de petróleo que se estendeu por 2,4 quilômetros. A Petrobras chegou a informar que não houve recolhimento do petróleo vazado, que teria se evaporado.
Um parecer de avaliação sobre o acidente registra o que ocorreu. Uma embarcação de contenção optou por iniciar às 7h15 daquele dia a dispersão mecânica da mancha, o que começou a ser feito por outra embarcação às 8h09. Um sobrevoo inicial confirmou às 9h um volume significativo de óleo. A embarcação relatou condições favoráveis para lançamento de barreira de contenção, e às 11h04 o comandante do incidente autorizou uma operação de contenção e recolhimento. Mas, conforme o parecer, não houve retirada do óleo.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Petrobras afirmou que adotou "todos os esforços e recursos necessários" para contenção das manchas das plataformas P-58 e P-53", retirando do mar "todo o olho passível de recolhimento". Leia a nota:

A companhia seguiu as melhores práticas para este tipo de ocorrência, sem economizar recursos. Foram utilizadas quatro aeronaves, 32 embarcações, incluindo barcos para recolhimento e dispersão do óleo, e mais de 40 veículos terrestres, tendo havido a atuação de mais de 500 profissionais nos dois eventos. O Ibama, a Marinha e a ANP acompanharam todas as ações e aprovaram a estratégia de resposta em ambos os casos.
A Petrobras cumpriu prontamente as obrigações de comunicação destas ocorrências aos órgãos reguladores e as informações foram constantemente prestadas às autoridades conforme os fatos foram sendo conhecidos, não tendo havido nenhuma omissão na prestação de informações por parte da Petrobras.
Por fim, a Petrobras reitera que comunica ao mercado todas as informações relevantes com potencial de impacto material. No entendimento da Petrobras, os vazamentos da P-53 e P-58 não caracterizam a materialidade necessária para fins de divulgação ao mercado de fato relevante, nos termos da Instrução CVM 358/02. Contudo, no caso da P-58, em razão das informações noticiadas pela imprensa, a companhia optou em esclarecer as informações existentes em comunicado ao mercado.


N.daR.: Sob a orientação de Paulo Guedes, ministro da Economia, e sob o comando de seu acólito Castello Branco, presidente da empresa, a Petrobras segue sofrendo desmanche e desmoralização.
O Brasil não merecia isso.
Políticos e ex-militares ou não, a tudo assistem em silenciosa conivência.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
ODEBRECHT APRESENTA PLANO DE RECUPERAÇÃO SEM DETALHES PARA OS CREDORES - Empresa não especifica ativos que serão vendidos, nem desconto que espera ter em sua dívida de R$ 98,5 bilhões
Publicado: O Globo - Impresso 27.08.2019 Pág. 6 | On Line 26/08/2019 - 20:09 / Atualizado em 26/08/2019 - 22:37
por Henrique Gomes Batista, Renato Andrade e João Sorima Neto

BRASKEM - Foto: Daniel Teixeira / Agencia Estado SÃO PAULO — A Odebrecht protocolou na noite desta segunda-feira (26/8) na Justiça paulista seu plano de recuperação judicial sem detalhar quais empresas serão vendidas e nem mesmo o tamanho do desconto que deverá propor aos seus credores. A dívida total do grupo soma R$ 98,5 bilhões e alguns especialistas acreditam que a empresa deve tentar convencer os credores — entre eles grandes bancos estatais e privados — a aceitar até 90% de desconto nas dívidas acumuladas.
O plano da companhia — detentora da maior recuperação judicial já apresentada no país — segue o modelo adotado por outras empresas que já enfrentaram recuperações, como a PDG e a Ocyan (antiga Odebrecht Óleo e Gás): a companhia pretende emitir títulos para seus credores, que só receberão de acordo com a reestruturação do grupo. De acordo com comunicado da empresa, o plano busca "a geração de riqueza no curto, médio e longo prazo, sobretudo por meio da venda de ativos estratégicos e da recuperação dos negócios do grupo". A emissão de títulos com pagamento baseado nos resultados futuros das empresas garante, segundo o grupo, que "quanto melhores forem os resultados e o fluxo de caixa, maior será o volume de recursos destinados aos credores".
“Estamos confiantes em que avançaremos rapidamente, e de forma satisfatória, no diálogo já em andamento com os credores e na construção coletiva de uma proposta de reestruturação”, afirmou em nota Luciano Guidolin , diretor-presidente da Odebrecht S.A, holding do grupo que apresentou o pedido de recuperação.


A proposta de emissão de novos títulos abrangerá R$ 51 bilhões da dívida do grupo. Não foram incluídos no pacote os R$ 33 bilhões de débitos entre empresas da própria Odebrecht, bem como os R$ 14,5 bilhões que os bancos têm a receber e que contam com ações da petroquímica Braskem como garantia das operações. As dívidas trabalhistas do grupo, que somam R$ 100 milhões, serão pagas em até 12 meses assim que o plano de recuperação seja aprovado pelos acionistas e homologado pela Justiça.
Pessoas envolvidas na negociação, que pediram para não ser identificadas, reconhecem que o plano é genérico e serve para cumprir uma exigência legal de apresentação de uma proposta à Justiça até 60 dias após a solicitação da recuperação. Ainda assim, esses executivos ponderam que o documento traz as diretrizes básicas que o grupo pretende executar: recuperar parte dos negócios, vender ativos e encontrar uma solução para os credores.
O plano inicial foi conduzido pela RK Partners , de Ricardo Knoepfelmacher , e pelo advogado Eduardo Munhoz . O material será analisado pelos credores e passará por diversas modificações.

Discussão em aberto
Pelo modelo apresentado, a Odebrecht quer discutir com seus credores cada detalhe do plano. Por isso, não estabeleceu, na partida, quanto espera receber de desconto, nem o prazo para efetuar o pagamento das dívidas. Por isso, os títulos a serem emitidos terão o mesmo valor que cada credor tem a receber atualmente.
Ainda de acordo com a proposta, os credores sem garantias reais dependem da recuperação das empresas que fazem parte da holding. Eles receberão 100% da receita líquida que a holding registrar, descontando apenas o dinheiro que a empresa precisa para pagar seus custos. Para que o plano dê certo é preciso que a construtora volte a gerar lucro com obras e que a Atvos — empresa do grupo voltada para o segmento sucroenergético — também resolva sua recuperação judicial e pague dividendos. O ambiente econômico do país terá grande influência nesta proposta. Os bancos, principais credores da empresa, pertencem ao grupo de credores com garantias reais. A dívida dessas instituições tem como "seguro" ações da petroquímica Braskem .
Advogado especialista em recuperação judicial, consultado pela reportagem, avalia que a Odebrecht terá que divulgar detalhes de seu plano como desconto pedido, prazo de pagamento, ativos a serem vendidos e se o percentual a ser pago aos credores será relativo ao faturamento ou ao lucro da empresa.
— É com esses detalhes na mesa que os credores vão avaliar se aceitam ou não as condições oferecidas de pagamento pela Odebrecht e se o plano é viável. Os credores que não têm garantias sabem que não vão receber 100% das dívidas, mas precisam saber de quanto é o desconto que está sendo pedido — diz o profissional.

Joia da Coroa
Apesar de não indicar quais ativos podem ser vendidos para abater parte da dívida, executivos envolvidos no processo de recuperação reconhecem que a "joia da coroa" na lista de possíveis vendas futuras é a Braskem — cujo processo de venda a um grupo holandês só não foi concluído por temores sobre o imbróglio do grupo Odebrecht, que controla a empresa e tem como sócia nela a Petrobras.
A petroquímica, entretanto, precisa resolver alguns problemas para recuperar parte de seu valor. Maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, a empresa viu seu valor de mercado cair quase à metade nos últimos 12 meses. Ontem, seu valor de mercado na Bolsa de São Paulo, a B3, era de R$ 22,3 bilhões, bem distante dos R$ 40 bilhões que a soma de suas ações atingia em setembro do ano passado.
Além do impacto da desistência da holandesa LyondellBasell de comprar a empresa, especialistas apontam os resultados da Braskem no primeiro semestre deste ano, menores que os do ano passado, entre as razões da queda de suas ações nos últimos meses.
A empresa tem sofrido com a queda dos preços do polietileno, uma de suas matérias-primas, influenciada pela entrada em operação de novas fábricas nos EUA. Também afetaram a Braskem problemas ambientais atribuídos às suas atividades em Alagoas, que acabaram suspensas.
Além da Braskem, o grupo Odebrecht pode vender sua participação de 28,7% na usina hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), e as concessões no Peru.
O plano tende a ser criticado por parte dos credores, sobretudo a Caixa Econômica Federal , que emprestou dinheiro para a Odebrecht, mas não tem ações da Braskem garantindo essa operação como seus concorrentes.
A Odebrecht não pretende rever as multas que se propôs a pagar nos acordos firmados com autoridades brasileiras e estrangeiras. Somente no Brasil, o volume é de R$ 6,8 bilhões, que deve ser pago em 22 anos. Apesar de entender que, legalmente, a empresa poderia pedir a revisão de valores e prazos, a decisão, neste momento, é não entrar nesta questão.

Histórico
A derrocada da Odebrecht começou a se desenhar há quatro anos, em 19 de junho de 2015, quando policiais federais prenderam Marcelo Odebrecht, o então presidente do grupo, em sua mansão no Morumbi, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. No início, Marcelo se mostrou relutante em contribuir com as investigações e chegou a criticar a postura dos delatores três meses depois, ao prestar depoimento na CPI da Petrobras.
No fim de 2016, no entanto, ele resolveu começar a cooperar junto com outros 78 executivos da empresa que assinaram acordos de delação premiada e agitaram o mundo político. Essas delações acabaram envolvendo 415 políticos de 26 partidos. A empresa reconheceu os crimes de corrupção em outros 11 países. Foi por meio da delação, no Brasil, que Marcelo conseguiu negociar a saída da cadeia: em dezembro de 2017, ele deixou a carceragem em Curitiba (PR) e passou a cumprir o restante da pena em sua casa.
Procurados, os principais credores da companhia — Bradesco, Itaú-Unibanco, Banco do Brasil, Caixa, Santander e BNDES — preferiram não comentar.

N.daR.: A Petrobras participa com 47% do capital votante na Braskem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
PGR CALCULA QUE LAVA-JATO PERDEU 20 MI POR FALTA DE CORREÇÃO MONETÁRIA PELA CAIXA - Com base nesses dados, Raquel Dodge solicita ao STF que valores depositados judicialmente sejam atualizados pela Caixa
Publicado: O Globo - Impresso 27.08.2019 Pág. 6 | On Line 26/08/2019 - 11:33 / Atualizado em 26/08/2019 - 16:22
por Aguirre Talento

Raquel Dodge - Foto: Pedro Ladeira / Folhapress BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou dados ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando que a Operação Lava-Jato perdeu cerca de R$ 20 milhões nas multas pagas por delatores devido à falta de correção monetária desses valores por parte da Caixa Econômica Federal responsável por administrar os recursos que estão em depósito judicial. Com base nessas informações, a PGR solicitou ao ministro do STF Edson Fachin que determine a aplicação da taxa Selic como índice de correção para as multas.
Segundo a procuradora-geral Raquel Dodge, a defasagem está ocorrendo nos valores que os delatores já pagaram e os valores não estão sendo corrigidos. Eles ainda não foram repassados aos destinatários finais dos recursos obtidos no acordo — em geral, a Petrobras ou a União.
"Para ilustrar, conforme esclarece o Parecer Técnico nº 1471/2019 DPCE/SPPEA/PGR, a ausência de correção monetária dos depósitos já destinados representou uma defasagem nominal de R$ 14.043.386,18 (quatorze milhões, quarenta e três mil, trezentos e oitenta e seis reais e dezoito centavos), caso os valores tivessem sido corrigidos pelos índices aplicáveis à poupança, ou de R$ 20.145.340,44 (vinte milhões, cento e quarenta e cinco mil, trezentos e quarenta reais e quarenta e quatro centavos), caso tivesse sido utilizada a taxa Selic", escreveu Dodge em sua manifestação.
A PGR relatou que solicitou esclarecimentos à Caixa, responsável pelos depósitos judiciais das multas dos delatores, e o banco informou que esses valores estão sujeitos à correção monetária pela "Taxa Referencial" (um dos índices da economia), que tem apresentado resultado zero nos últimos dois anos
Dodge pede que Fachin autorize a utilização da taxa Selic como índice de correção e que intime a Caixa para repor os valores defasados, cujo cálculo final será apresentado posteriormente pela PGR.

N.daR.: Nada consegue ser realizado com correção. Impressionante.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Opinião
PRIVATIZE-SE - Plano de desestatizações é tímido; venda dos Correios dependerá de regulação
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 26.ago.2019 às 2h00
por Editorial

Charge: Bira O governo anunciou um plano de venda de estatais ainda preliminar e tímido diante das expectativas criadas. Mais nove empresas passam a constar da lista, mas, fora isso, pouco mais se sabe sobre prazos, procedimentos e regulação.
Ainda assim, cumpre observar que, enfim, algo se move para a privatização de estatais diretamente controladas pelo Tesouro Nacional —até aqui, basicamente só avançou neste ano a alienação de subsidiárias da Petrobras.
Segundo o mais recente boletim oficial, o governo possuía até abril 133 empresas, das quais 87 subsidiárias de Petrobras (34), Eletrobras (30), Banco do Brasil (16), BNDES (3), Caixa Econômica Federal (3) e Correios e Telégrafos (1).
Desse grupo de grandes companhias, a Eletrobras já tem sua desestatização planejada desde o governo Michel Temer (MDB). Agora, propõe-se também a venda dos Correios. Esta, sem dúvida, será bem-vinda —e o esbulho sofrido pela companhia ao longo dos anos petistas não é o único exemplo dos males do controle estatal.
Há, porém, decisões importantes a tomar. Especula-se, por exemplo, que a empresa venha a ser cindida em uma operação de logística e encomendas, como qualquer outra do ramo, e uma de serviços postais, ainda pertencente à União.
Na hipótese de privatização integral, restará definir como assegurar os serviços públicos prestados pela estatal, caso da entrega de correspondência em rincões do país.
Existem dúvidas similares sobre o destino de Serpro e Dataprev, que prestam serviços de tecnologia de informação, armazenamento e processamento de dados.
Lidam, nessa condição, com informações sensíveis ligadas a Previdência Social, carteiras de motorista, multas e registros fiscais, entre outros exemplos. Não está claro se haverá monopólio ou concorrência em tais atividades.
Nota-se, pois, a necessidade de cautelas regulatórias. Além do mais, o Congresso terá de aprovar a venda de certas empresas. Parece muito improvável que o processo esteja concluído até 2020.
No mais, será privatizada a controversa Companhia Docas do Estado de São Paulo, palco de muitas irregularidades, além dos portos de São Sebastião e do Espírito Santo. A empresa de chips Ceitec já vai mais do que tarde.
Observam-se ausências gritantes na lista de privatização. Entre elas, a Valec, de construção e administração de ferrovias, inepta e envolvida em corrupção. O inchaço e fracasso de audiência da EBC, de rádio e TV, pedem solução urgente.
É preciso, enfim, dar um destino a pelo menos outra dúzia de empresas, que não têm função pública, apenas absorvem recursos escassos ou são empecilhos ao funcionamento do mercado.
Para um governo que se alardeia liberal, o plano de desestatização ainda caminha de modo lento.

N.daR.: A questão não é privatizar.
A dúvida criada é sobre a transferência para grupos privados nacionais, ou especilamente estrangeiros, as "jóias da coroa".
O que o País ganha com o desmanche da Petrobras? A pergunta não é bem essa, pois pode-se afirmar que o País não ganha nada, só perde.
Então a quem interessa? Simples, perguntem a Paulo Guedes, ele sabe a quem interessa e o por quê.

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
NO TWITTER, EFURADO BOLSONARO FAZ CRÍTICAS A ELTAN DALLAGNOL - Deputado federal sugere que procurador da República é ligado a ONGs e à esquerda
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 25 de agosto de 2019 | 17h41
por Redação

O Clã Bolsonaro  - Metrópoles / 06.03.2019 O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou neste domingo, 25, tweets em que sugere que o procurador da República Deltan Dallagnol esteja ligado a grupos de esquerda e a organizações não-governamentais (ONGs). O parlamentar compartilhou um vídeo em que o escritor Olavo de Carvalho afirma que o combate à corrupção está sendo utilizado para “restaurar a fama e o prestígio moralizante da esquerda”.
“Vejam o que o senhor Deltan está fazendo com o dinheiro da Petrobrás, está levantando as ONGs de esquerda para um novo assalto ao poder”, diz Olavo no vídeo compartilhado por Eduardo Bolsonaro. A referência é ao projeto do fundo da Operação Lava Jato que receberia parte da multa de R$ 2,5 bilhões da Petrobrás em ações nos Estados Unidos.
Olavo comentava outro vídeo, do youtuber Lilo, que questionava o fato de o comitê gestor da coalizão Unidos contra a Corrupção ser formado por organizações como o Instituto Ethos e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Na visão de Lilo e Olavo, as duas instituições defendem pautas associadas à esquerda.
"O Lilo fez um vídeo mostrando uma breve pesquisa sobre o Deltan Dallagnol. São conexões com ONGs e grupos de esquerda, não se trata da opinião do Lilo, são fatos. Agora Olavo explica o porquê disso tudo, veja que curioso", escreveu Eduardo.

N.daR.: Parece que há um distúrbio genético no clã Bolsonaro.
Não há um dia que deixem de falar sandices e, na quase totalidade das vezes, criarem problemas para o País e para eles mesmos.
Há que se dar um basta. Um basta nisso aí, taoquei?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Opinião
IRRESPONSABILIDADE FISCAL - Guardião da Constituição, STF deve zelar pela efetividade de suas normas, promovendo – e não dificultando – medidas que assegurem a responsabilidade fiscal
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impress- 26.08.2019 A3 | On Line 26 de agosto de 2019 | 03h00
por Notas e Informações

Charge: Duke - A casa da mãe Joana Na quinta-feira passada, formou-se maioria no Supremo Tribunal Federal (STF) para declarar inconstitucional a permissão de diminuir a carga horária com a proporcional redução de salários de funcionários públicos, tal como previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal como forma de enfrentar situações de grave desequilíbrio das contas públicas. Uma vez que a Carta Magna não prevê expressamente essa possibilidade, a maioria dos ministros entendeu que, por força do princípio da irredutibilidade dos vencimentos, uma lei não pode criá-la.
O estranho nessa história é que não se pode nem mesmo dizer que a posição majoritária entre os ministros do STF protege a Constituição. Ao contrário, ela dificulta que sejam respeitados os limites previstos na Carta Magna. “A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar”, diz o art. 169 da Constituição. Como limite máximo para o gasto com pessoal, a Lei de Responsabilidade Fiscal determinou o porcentual de 60% da Receita Corrente Líquida.
Preocupada em assegurar que esse limite seja de fato respeitado, a Constituição previu medidas drásticas para a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios. Havendo risco de ultrapassar tal limite, o ente federativo deverá – trata-se de uma ordem constitucional, e não mera possibilidade – reduzir as despesas com cargos em comissão e funções de confiança em pelo menos 20% e exonerar servidores não estáveis.
Se essas medidas não forem suficientes, “o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal”. Tudo isso é texto constitucional, incorporado à Carta Magna por meio da Emenda Constitucional (EC) 19/1998.
Aprovada após a EC 19/1998, a Lei de Responsabilidade Fiscal previu uma medida mais branda que a exoneração de servidores. “É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária”, estabeleceu a Lei Complementar 101/2000.
Com isso se forneceu aos Estados e municípios mais um caminho para que fosse respeitado o limite constitucional dos gastos com pessoal. Em determinadas situações, já não seria necessário demitir servidores por causa do desequilíbrio fiscal. Bastaria diminuir as despesas do ente federativo mediante a redução temporária da carga horária, com a correspondente diminuição do salário.
Pois bem, a maioria do Supremo entendeu que tal redução de carga horária é inconstitucional. Tem-se, assim, um sistema ilógico. Por uma questão fiscal, pode-se demitir o funcionário público. Esse ponto não estava em discussão, já que a Constituição o prevê expressamente. No entanto, para a maioria dos ministros do STF, não se pode reduzir o salário, mesmo quando se diminua a carga horária de trabalho.
O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, foi voto vencido. “Não seria razoável impedir ao legislador a criação de um caminho intermediário que preservasse a garantia maior, que é a estabilidade, por meio de uma relativização temporária e proporcional de uma garantia instrumental, a irredutibilidade de vencimentos”, lembrou o ministro Alexandre de Moraes, cujo voto foi acompanhado integralmente pelos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
A Constituição não é um conjunto desconexo de normas. Ela dá forma e organiza todo o Estado. E, ao fixar os princípios que devem nortear o poder estatal, a Carta Magna reconhece a importância fundamental do equilíbrio das contas públicas. Como guardião da Constituição, o STF tem o papel de zelar pela efetividade de suas normas, promovendo – e não dificultando – a aplicação de medidas que assegurem a responsabilidade fiscal. A permissão de redução da carga horária e, consequentemente, de salários de servidores públicos prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal era uma clara ajuda para que o art. 169 da Carta Magna seja de fato cumprido. Não faz sentido, portanto, declará-la inconstitucional.

N.daR.: Não é de se esperar nada justo, lógico ou de bom-senso vindo do atual Supremo.
Nada faz de efetivo para criar uma imagem boa da Justuça. Muito pelo contrário.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - País
AS DÚVIDAS DO MPF SOBRE O DEPOIMENTO E MAURÍCIO FERRO
Publicado: O Globo - On Line 26/08/2019 06:10
por Lauro Jardim

Foto: Rivaldo Gomes / Folhapress Lauro JArdim No depoimento que deu ao MPF no dia seguinte à sua prisão pela Lava-Jato, Maurício Ferro, ex-diretor jurídico da Odebrecht e genro de Emilio Odebrecht, admitiu que recebeu do advogado Nilton Serson R$ 6 milhões “em razão de tê-lo indicado e contratado para trabalhar na Braskem” — numa palavra, admitiu propina.
Disse também que recebeu “entre 2010 e 2011” um bônus de US$ 10 milhões pagos pelo departamento de operações estruturadas da Odebrecht, vulgo departamento de propinas. Mas não diz (e nem lhe foi perguntado, registre-se) o nome de quem autorizou o pagamento de tal bônus.
Quem conhece por dentro a Odebrecht estranha o depoimento. Garante que diferentemente do resto do grupo, na Braskem não se pagava bônus por fora. O valor seria também muito mais alto do que os pagos pelo resto do grupo a título de bônus.
Mais: pelo procedimento padrão da Odebrecht, os valores dos bônus eram depositados numa conta de Emilio Odebrecht no exterior e saiam dessa conta para a do executivo da empresa, também lá fora.
O próprio Maurício recebeu US$ 135 mil de bônus na conta mantida no Banco Pictet, sediado na Suíça, seguindo esse trâmite.
Por essas razões, o MPF suspeita que os tais US$ 10 milhões não seriam resultado de bônus. A força-tarefa da Lava-Jato, inclusive informou o quanto Ferro trouxe para o Brasil em 2016, quando regularizou os recursos que possuía no exterior: só de multa e imposto pagou R$ 41 milhões.

N.daR.: Há muitíssimo mais a ser apurado...
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
PALOCCI DIZ QUE USOU DIN HEIRO DA "CONTA" LULA DE 15 MILHÕES PARA PAGAR PASSEIO DE DILMA - Delator relatou gasto de R$ 250 mil com viagem de descanso em mansão em praia paradisíaca na Bahia, após eleição de 2010; valor saiu do acerto com banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, um dos alvos da fase 64 da Lava Jato
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 25 de agosto de 2019 | 05h27
por Luiz Vassallo, Ricardo Brandt e Fausto Macedo

Charge: Amarildo - Dilma Rousseff Antonio Palocci afirmou à Polícia Federal em sua delação premiada que usou R$ 250 mil da “conta” Lula de R$ 15 milhões acertada com o dono do BTG Pactual André Esteves para pagar despesas da viagem de descanso da ex-presidente Dilma Rousseff, para a Bahia, após sua vitória nas eleições em 2010.


Eleita no segundo turno sucessora de Lula, Dilma viajou no dia 3 de novembro para uma praia paradisíaca em Itacaré, na Bahia, onde ficou na mansão alugada do empresário paulista João Paiva Neto. Palocci diz que pagou o jato e outros custos como a locação do imóvel com o dinheiro acertado com Esteves.

Dilma na Bahia de férias - ESTADAO  25.08.2019

“O colaborador usou parte desses recursos, cerca de R$ 250 mil, para arcar com despesas da viagem de descanso que Dilma Rousseff fez após vencer a eleição em 2010”, registra o termo de delação 9 de Palocci, anexados nos autos da Operação Pentiti, a fase 64 da Lava Jato deflagrada nesta sexta, 23.
A Pentiti apura supostos crimes de corrupção envolvendo o BTG Pactual e a Petrobrás na exploração do pré-sal e ‘em projeto de desinvestimento de ativos’ na África. Entre os alvos da operação estão a ex-presidente da estatal, Graça Foster, e André Esteves. De acordo com a PF, os supostos crimes podem ter causado prejuízo de ao menos US$ 1,5 bilhão, o que equivaleria a cerca de R$ 6 bilhões de reais hoje.


Há um termo específico sobre os detalhes dessa viagem, mas Palocci narrou no termo 9 em que trata dos acertos com André Esteves envolvendo negócios do BTG Pactual com a Petrobrás na África o fato. Nele o delator narrou que na campanha de 2010 o banqueiro queria estreitar relações com Dilma e prometeu dar R$ 15 milhões em favor de Lula e para uso na campanha.
“Dilma Rousseff foi informada das intenções de André Esteves expostas a Antonio Palocci e do apoio financeiro por ele prometido e efetivamente dado, inclusive quanto a seu emprego para quitação dos custos com a viagem da então presidente eleita.”

Dilma na Bahia de férias - ESTADAO  25.08.2019

Palocci assumiu responsabilidade sobre a destinação dos recursos acertados com Esteves para patrocinar a viagem de descanso de Dilma.
Levantamento. A Polícia Federal buscou elementos para comprovar o que dizia Palocci em sua delação. O acordo fechado com a PF em 2018 e homologado no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF-4) – a segunda instância da Lava Jato – pelo desembargador João Pedro Gebran Neto.
A Informação de Polícia Judiciária 102/2018, entregue ao delegado Filipe Hille Pace, registra recortes de notícias sobre a viagem de Dilma à Bahia, após a eleição, dados sobre aeronave e os gastos com o passeio – que segundo informaram à época teria sido custeada pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (que morreu em 2014).


“De acordo com os relatos do criminoso colaborador Antônio Palocci Filho formalizados junto aos termos de colaboração premiada, em síntese apertada, o mesmo sustenta a hipótese de que a pessoa de André Santos Esteves, seria o responsável por administrar recursos ocultos da pessoa de Luiz Inácio Lula da Silva, com o auxílio da estrutura financeira do banco BTG Pactual”, informa o documento.
“Tendo, inclusive, tais recursos ilícitos sido utilizados para pagamento de custos da campanha presidencial de 2010 da pessoa de Dilma Vana Rousseff, bem como sua viagem de descanso para Itacaré/BA após o pleito eleitoral.”
Segundo Palocci afirma na delação, pelo menos R$ 5 milhões dos R$ 15 milhões acertados foram usados para custear restos dos gastos da campanha presidencial, como pagamentos para agência de publicidade e a viagem de descanso. O dinheiro foi sacado pelo seu ex-braço direito Branislav Kontic, em diversas visitas que fez ao banco.

Dilma na Bahia de férias - ESTADAO  25.08.2019

No Termo 7 da delação de Palocci ele conta ainda que “tratou-se de viagem cara, na qual houve o fretamento de jato particular e hospedagem da candidata vencedora e de equipe em luxuoso imóvel”.
As despesas a viagem foram oficialmente e publicamente arcadas por Marcio Thomaz Bastos, sendo ele posteriormente ressarcido com os valores de propina”
Branislav Kontic levou os recursos ao escritório do advogado. Palocci diz que nem Esteves soube da destinação dos valores nem Bastos sabia da origem ilícita do reembolso.
“Assume a completa responsabilidade por essa operação.”

Dilma na Bahia de férias - ESTADAO  25.08.2019

A PF produziu ainda documentos sobre o jato usado na viagem, sobre o contrato feito para locação da mansão em que a ex-presidente ficou hospedada, entre outras.
O contrato de locação do imóvel feito com o empresário paulista foi assinado pelo então governador da Bahia, Jaques Wagner – ex-ministro da Casa Civil de Dilma. O dono enviou à PF um documento e informou que a casa tinha sido alugada para Wagner. No material há um recibo com data de 8 de novembro de 2010 que registra pagamento de R$ 12 mil pelo ex-govenador por meio de um cheque, pela locação da casa entre os dias 3 e 7 de novembro.

COM A PALAVRA, DILMA ROUSSEFF
A propósito das supostas novas declarações do senhor Antônio Palocci, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff registra:
Mais uma vez, o senhor Antônio Palocci mente em delação premiada, tentando criar uma cortina de fumaça porque não tem provas que comprometam a idoneidade e a honra da presidenta Dilma.
É fantasiosa a versão de que ela teria “dado corda” para a Lava Jato “implicar” Lula. Isso não passa de uma tentativa vazia de intrigá-la com o presidente Lula.
Na verdade, a delação implorada de Palocci se constitui num dos momentos mais vexaminosos da política brasileira, porque revela o seu verdadeiro caráter.”

COM A PALAVRA, O BTG PACTUAL
“Com relação à operação da Polícia Federal realizada nesta data, o BTG Pactual esclarece que está à disposição das autoridades para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível, como sempre.
O BTG Pactual reforça que o Banco opera normalmente.
O Banco esclarece ainda, que o objeto da referida busca e apreensão foi alvo de uma investigação independente conduzida pelo escritório de advocacia internacional Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan, LLP, especializado em investigações e auditorias, contratado em 2015 por um comitê independente formado justamente para fazer uma auditoria externa e imparcial sobre as alegações na época relacionadas a atos ilícitos. A referida auditoria concluiu não existir qualquer indício de irregularidade. O relatório é público e pode, inclusive, ser acessado no site do banco (https://www.btgpactual.com/noticias/quinn-emanuel-conclusoes-da-investigacao)”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE GRAÇA FOSTER
A reportagem tenta contato com a defesa da ex-presidente da Petrobrás. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A ADVOGADA SÔNIA COCHRANE RÁO, QUE DEFENDE ANDRÉ ESTEVES
“Inexplicável e verdadeiramente assustadora a nova medida de força adotada sem qualquer motivo, baseada na desacreditada delação de Antônio Palocci, contra uma instituição financeira e um cidadão recentemente vítima de violento erro judiciário reconhecido por todas as instâncias judiciais.”

N.daR.: Quanto à Dilma, se houver investigação séria e a não intervenção de Gilmar e Lewandowsy (tutores da ex-presidente; vide julgamentos no TSE e no Senado), ainda há muito a ser apurado.
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
ITAÚSA APRESENTA A MELHOR PROPOSTA PARA A COMPRA DA LIQUIGÁS, DIZ A PETROBRAS
Estatal inicia fase de negociações com o consórcio

Publicado: O Globo - On Line 24/08/2019 - 18:43 / Atualizado em 24/08/2019 - 18:45
por Ramona Ordoñez

LIQUIGÁS RIO- A Petrobras informou neste sábado que o consórcio formado por Itaúsa, Copagaz e Nacional Gás Butano apresentou a melhor proposta de oferta vinculante para comprar a Liquigás, subsidiária da estatal distribuidora de GLP (gás de botijão). Segundo a Petrobras, por ter apresentado a melhor proposta o consórcio foi chamado para participar da fase de negociação dos contratos. A Petrobras prevê fechar a operação de venda até novembro.
De acordo com fontes do mercado, outros dois grupos teriam apresentado proposta para a compra da Liquigás, o fundo árabe Mubadala e o consórcio GP Investiments, Consigaz. A Proposta do consórcio liderado pelo Itaúsa teria sido em torno de R$ 3 bilhões, segundo fontes do mercado.


Apesar de ser um ativo atrativo que significa a liderança no mercado de GLP, poucos grupos apresentaram apresentando propostos. De acordo com executivos do setor, o anúncio feito recentemente por autoridades do governo federal de que vai promover profundas mudanças no mercado de distribuição de GLP no país, , como a venda fracionada do gás de cozinha e o fim das marcas, gerou muitas incertezas em relação ao furo desse mercado.
Como uma das regras no processo de venda da Liquigás é que nenhuma empresa fique com mais de 30% do mercado de GLP do país, a Nacional Gás Butano ficará com um percentual menor no consórcio considerando que a empresa tem 19,41% do mercado de distribuição de GLP no país. Já a Copagaz tem 8,39% do mercado nacional.
A Petrobras informou em nota que vai divulgar o mercado as etapas subsequentes da operação, de acordo com sua Sistemática de Desinvestimentos, que está alinhada com o Decreto 9.188/17.


A venda da Liquigás faz parte do programa de desinvestimentos da Petrobras que já arrecadou US$ 15,1 bilhões no primeiro semestre deste ano. A Petrobras chegou a vender a Liquigás em 2017 ao grupo Ultra por $$ 2,8 bilhões, mas no ano passado a operação foi cancelada por determinação do Cade que considerou que ocorreria uma grande concentração de mercado, uma vez que que o Ultra é controlador da Ultragaz, líder do mercado, e a Liquigás é a segunda no mercado.

N.daR.: O desmanche continuado do Sistema Petrobras...
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
SINAL AMARELO NO COMBATE À CORRUPÇÃO
INTERFERÊNCIA DE BOLSONARO EM RECEITA, COAF E PF GERA RECEIO DE PREJUÍZO A INVESTIGAÇÕES

Tentativa de ingerência do presidente, eleito com um forte discurso anticorrupção, gera mal-estar e desconfiança em categorias profissionais

Publicado: O Globo - Impresso - 25/08/2019 - Pág. 2 | On Line 25/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 25/08/2019 - 07:57
por Natália Portinari e Naira Trindade

Charge: SID BRASÍLIA — As ameaças de intervenção do presidente Jair Bolsonaro em órgãos de controle e investigação, como Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e Polícia Federal (PF) , acenderam o sinal amarelo nessas instituições. O temor é que a interferência política prejudique o trabalho de entidades que, em atuação conjunta e com autonomia, tiveram papel central na jornada recente de combate à corrupção .
Graças às três instituições foi possível desvendar, através de operações como a Lava-Jato, a Zelotes e a Greenfield, desvios nos três poderes e em inúmeros setores da economia brasileira. Nos últimos cinco anos, por exemplo, a Lava-Jato levou a mais de 240 condenações e recuperou cerca de R$ 2,5 bilhões desviados da Petrobras.


A tentativa de ingerência de Bolsonaro , eleito com um forte discurso anticorrupção, gerou mal-estar e desconfiança nessas categorias profissionais, que antes viam com simpatia o presidente. A reação variou nos últimos dias: houve um ensaio de renúncia coletiva das chefias da PF e da Receita, além da ameaça, de técnicos do segundo escalão do Fisco, de interromper serviços como a emissão de CPF e restituição do Imposto de Renda.


Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo diz que a Polícia Federal é um órgão de Estado, e não de governo e, como tal, não deve sofrer ingerência política.
— Isso nos preocupa muito porque nunca existiu esse tipo de ingerência, pelo menos na história recente — diz Camargo. — Esse tipo de troca de supetão pode levantar questões de indicações políticas, o que é muito ruim e gera uma apreensão no órgão.

Corrupção: Lava Jato, Zelotes, Greenfield, Furna da Onça - O Globo / Editoria de Arte
Corrupção: Lava Jato, Zelotes, Greenfield, Furna da Onça - O Globo / Editoria de Arte

Na Medida Provisória (MP) que transferiu o Coaf do Ministério da Economia para o Banco Central (BC), na última segunda-feira, Bolsonaro abriu espaço para indicações políticas. Na Receita, que acusa de fazer uma “devassa” na sua vida financeira e de sua família, foi trocado o número 2 no comando do órgão. Na PF, Bolsonaro tentou impor um nome para a superintendência no Rio e depois, contrariado com a resistência, ameaçou demitir o diretor-geral, Maurício Valeixo.

Desgaste com Moro
Os disparos de Bolsonaro atingiram em cheio o ministro da Justiça, Sergio Moro, a quem a PF está subordinada. O ex-juiz também havia indicado o presidente do Coaf, Roberto Leonel, que caiu com a transferência do órgão para o BC. Apesar da pressão, pessoas próximas a Moro dizem que ele não tomará a iniciativa de deixar o governo. E que, se Bolsonaro quiser, terá de assumir o desgaste de demitir seu ministro mais popular.


A PF do Rio conduziu a Operação Furna da Onça para apurar desvios na Assembleia Legislativa do estado. O antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), hoje senador, é um dos suspeitos de desviar dinheiro público por meio da prática de “rachadinha” — apropriação de parte do salário de funcionários. Além de negar qualquer irregularidade, o senador tem reclamado que o Coaf extrapolou as suas funções no repasse de dados sobre as suas movimentações financeiras. Por ora, a investigação, na qual relatórios do Coaf foram cruciais, está suspensa por decisão liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
As atitudes recentes de Bolsonaro suscitaram críticas do coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol. Em entrevista divulgada pelo jornal “Gazeta do Povo” anteontem, ele disse que o presidente se apropriou da pauta anticorrupção durante a campanha, mas, agora, se distancia dela. “Ele coloca em segundo plano essa pauta quando ele faz mudanças no Coaf e desprestigia o auditor da Receita Federal Roberto Leonel, que trabalhou na Lava-Jato”, disse Dallagnol.


Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fala em retrocesso democrático e defende que a MP do Coaf seja rejeitada pelo Congresso:
— Os escândalos dos últimos 30 anos só vieram à tona porque esses órgãos funcionaram. Quando é cortada a autonomia, torna-se praticamente impossível detectar os escândalos de corrupção.
Para a presidente do sindicato de policiais federais em São Paulo, Tania Prado, Receita, Coaf e PF fazem parte do sistema nacional de integridade, um conjunto de instituições que atuam pela transparência e para que a administração pública não cometa desvios.
— Quando esses órgãos são mexidos pelo governo, ficam sujeitos a ingerências de todo tipo. Essa mudança no Coaf não foi por acaso. No primeiro momento, o ministro Sergio Moro queria fortalecer (o órgão) — afirmou Tania.
Na semana passada, o governo ameaçou trocar o superintendente da Receita no Rio, Mário Dehon; o delegado da alfândega do porto de Itaguaí (RJ), José Alex de Oliveira; e a chefe do Centro de Atendimento ao Contribuinte da Barra da Tijuca, Adriana Trilles. Em mensagem aos colegas, em um aplicativo de mensagens, Oliveira escreveu que “forças externas que não coadunam com os objetivos de fiscalização da Receita Federal, pautados pelo interesse público e defesa dos interesses nacionais” estariam pleiteando a troca.
Após manifestações de auditores fiscais em pelo menos oito capitais e uma ameaça de demissão em massa da cúpula da Receita, essas substituições ficaram em banho-maria.

N.daR.: Resumindo o já comentado e acrescentando:
Se "Quem não deve, não teme", sem dúvida Bolsonaro e seu clã está a dever.
Moro espera em "banho-maria" o destino que Bolsonaro - o questionável incerto - lhe dará. Cada vez mais remota a possibilidade de praticar e alcançar seus objetivos de combate à corrupção.
Bolsonaro começou a ter o apoio de juízes do STF, políticos e corruptos que estão no governo ou foram ocupantes de cargos públicos.
Com inesperada rapidez, Bolsonaro vem desarticulando toda a estrutura criada e que deu sucesso à Lava-Jato.
Por que? Mais do mesmo? Parece que sim.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
A FAKE NEWS DE BOLSONARO
Publicado: O Globo - Impresso - 25/08/2019 - Pág. 2 | On Line 25/08/2019 04:30
por Merval Pereira

"Ameaça" de não dar mais entrevistas diz muito sobre uma personalidade que se mostra a cada dia mais autoritária

Merval Pereira O presidente Jair Bolsonaro insiste na fake news de que eu teria recebido R$ 375 mil por uma única palestra paga pelo Senac. Colocou ontem no seu twitter a falsa informação e, numa entrevista coletiva, desafiou os jornalistas a publicarem sua“denúncia”.
No dia 5 de Janeiro, seu filho 02, o vereador CarlosBolsonaro, havia publicado a mesma mentira em seu twitter. Como o governo mal começara, e se tratava do filho do presidente, resolvi responder apenas no twitter, esclarecendo o que realmente se passou. O 02 parecia ter se convencido da falsidade da informação que divulgara, e apagou-a.
Ontem, seu pai voltou ao mesmo assunto, numa demonstração de má-fé. Deixou claro, naquele seu linguajar característico, que se tratava de uma desforra por causa das minhas críticas ao seu governo:
“Acabei de postar aí uma matéria sobre o Merval Pereira. Palestra por 375 mil reais, tá legal? Tá ok? 375 pau uma palestra no Senac, tá ok? Façam matéria agora. Se vocês não fizerem nenhuma matéria sobre isso amanhã no jornal eu não dou mais entrevista pra vocês, tá legal? Tá combinado? Toda a imprensa. Tá combinado? E tem mais nome também, eu só botei um nomezinho hoje. Não estou perseguindo ninguém. Agora, gastar dinheiro público pra palestras, aí é brincadeira. Fica escrevendo o tempo todo lá críticas, criticar mas mostrar que é uma pessoa isenta, né? Imprensa isenta. Se não fizerem matéria escrita amanhã nos jornais, não tem mais entrevista pra vocês aqui, tá legal?”
Deixar de dar entrevistas se jornalistas não fizerem o que ele deseja? Essa “ameaça” seria apenas risível, não dissesse ela muito de uma personalidade que a cada dia se mostra mais autoritária. E desgostosa de poder muito, mas não poder tudo.
Não é o desejo do presidente que satisfaço agora. É por respeito aos meus leitores que esclareço novamente o episódio, usando desta vez a coluna.
Em março de 2016, eu e diversos outros jornalistas e economistas fomos contratados para participar do Mapa Estratégico do Comércio, da Fecomércio do Rio.
O projeto previa 15 palestras em diversas cidades do Estado do Rio, analisando as perspectivas políticas e econômicas naquele ano de eleições municipais. Os R$ 375 mil de que fala o presidente, portanto, não se referem a uma palestra, mas às 15 previstas para os anos de 2016 e 2017.
Na verdade, não recebi esse total, pois o programa foi interrompido, e acabei dando 13 palestras, que foram noticiadas nos jornais locais, em informes publicitários da Fecomércio do Rio, em sites, e filmadas. As palestras eram abertas a representantes do comércio, da indústria, da educação, políticos locais, estudantes.
Foram as seguintes as cidades das palestras: Angra dos Reis (30/3/2016); Miguel Pereira (14/4); Três Rios (28/4);Volta Redonda (5/5/); Barra do Pirai (19/5); Teresópolis (16/6); Valença (9/6); Barra Mansa (14/7); Rio das Ostras (28/7) Petrópolis (11/8); Rio de Janeiro (7/12/); Cabo Frio (16/3/2017); Niterói (25/5/2017).
Cada palestra teve a respectiva nota fiscal, incluindo os impostos devidos, e foi declarada no meu Imposto de Renda.
Taokei?

N.daR.: Atacar gratuitamente todos que Bolsonaro julga serem seus opositores, ainda que não sejam, demonstra no mínimo um desequilíbrio mental.
Não é à toa que tivemos em 23.08.2019 um panelaço maior do que aqueles na época de Dilma.
Bolsonaro conseguiu o impossível: juntar petralhas, a esquerda caviar aos muitos dos que votamos nele.
Além de demonstrar um comportamento questionável e incerto, já é apelidado por muitos como "o tosco".
Já dissemos: Disse que: "Fazer cocô dia sim, dia não" poderia ajudar a preservar o meio ambiente". Parece que, ao praticar o que recomendou, o cocô lhe subiu à cabeça.
Esse diagnóstico, tudo indica, está a agravar-se.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
BOLSONARO INDICA NOMES PARA CADE E ATENDE A SENADORES - Apresentação de novos conselheiros acontece quando Senado se prepara para votar indicação de filho do presidente para embaixada
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 24.08.2019 Pág. A8 | On Line 24 de agosto de 2019 | 05h031
por Lorenna Rodrigues e Daniel Weterman - Colaborou Luci Ribeirot

Charge: Gilmar - Bolsonar BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro cedeu a pressões de senadores e indicou nesta sexta-feira, 23, cinco novos nomes para integrar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o Estadão/Broadcast apurou, pelo menos dois deles foram negociados diretamente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) – os dos advogados Luiz Augusto Hoffmann e Lenisa Rodrigues Prado, esta última indicada para ocupar o cargo de procuradora-geral do órgão que cuida da concorrência entre empresas no País.
Além deles, Bolsonaro indicou para o conselho o também advogado Sérgio Costa Ravagnani e o economista Luiz Henrique Bertolino Braido. O atual superintendente-geral do órgão, Alexandre Cordeiro, foi reconduzido ao cargo. Todos os indicados passarão por sabatina em comissão do Senado e precisam ter seus nomes aprovados pelo plenário da Casa.
A indicação de Cordeiro foi defendida por senadores, mas, desde o início do ano, ele tem se aproximado da equipe econômica por causa de negociações de acordos com a Petrobrás. Ainda há uma vaga no conselho, que também deverá ser preenchida por indicação do Senado.
A decisão de seguir os pedidos apresentados pelos senadores vem em um momento em que os parlamentares devem avaliar a possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o “filho 03” do presidente, para ser embaixador do País nos Estados Unidos.
No início do mês, num primeiro movimento,
Bolsonaro retirou dois nomes que haviam sido apresentados por ele em maio e não teriam agradado aos senadores – eles haviam sido escolhidos pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sérgio Moro. Alcolumbre demonstrou resistência aos conselheiros escolhidos pelo presidente e “segurou” a tramitação até que o Planalto recuasse.
Parlamentares avaliaram que o presidente do Senado atendeu a demandas de aliados próximos nas escolhas para o Cade. Questionado na quarta-feira passada sobre se uma indicação para o órgão sairia do Senado, Alcolumbre foi irônico: “Daqui? Agora me deu medo”.
Nesta sexta-feira, em nota, Alcolumbre afirmou que as indicações ao Cade ou a qualquer outra agência reguladora “são prerrogativa exclusiva do Executivo”. “Todos os nomes indicados serão devidamente sabatinados no Senado, onde os indicados poderão provar suas capacidades.”

‘Privilegiado’.
Para senadores ouvidos pelo Estadão/Broadcast, Alcolumbre tem sido um “interlocutor privilegiado” do governo no Senado e as indicações tendem a facilitar a tramitação de pautas do governo. Nos últimos dias, ele reforçou a atuação em prol da indicação de Eduardo e minimizou os riscos de o deputado ser rejeitado na Casa.
Levantamento feito pelo Estado indica que o governo não teria hoje os 41 votos necessários para aprovar o nome de Eduardo em plenário. Dos 80 senadores com direito a voto (Alcolumbre não vota), 15 declararam apoio formal à indicação.
As escolhas feitas pelo presidente surpreenderam integrantes do Cade, já que advogados e economistas atuantes na área da concorrência vinham sendo sondados. Os indicados foram vistos com reservas por não terem experiência na área antitruste – a exceção é Cordeiro, que foi conselheiro do órgão antes de ocupar a superintendência. “Espero que as indicações tardem, mas não falhem, porque, pela primeira vez na história, não vêm nem da Justiça nem da Economia”, afirmou o advogado José Del Chiaro, que atua em processos no Cade.
Hoffmann é graduado em Direito e doutor em Direito Civil pela Universidade de São Paulo. É sócio de um escritório de advocacia. Ravagnani é subchefe adjunto de Política Econômica e graduado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB). Lenisa é graduada em Direito pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília e mestre em Constituição e Sociedade pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). É advogada e foi conselheira do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Já Cordeiro é graduado em Direito e Economia e mestre em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Moro. Apesar de o Cade ser ligado ao Ministério da Justiça, de Moro, o ministro não foi consultado e não teve influência em nenhuma das indicações. Tradicionalmente, os escolhidos para o conselho são apontados pelas equipes da Economia e da Justiça. A equipe de Guedes, porém, foi quem escolheu Braido. Ele é PHD em Economia pela Universidade de Chicago, onde Guedes estudou. Procurados, os indicados não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contato com Lenisa.

N.daR.: Bolsonaro, o questionável incerto, demonstra que é "mais do mesmo". Acertos de "troca-troca" permitem a indicação de "afilhados políticos" para ógãos de que possam atender seus interesses.
De um lado faz acordos para proteger filho suspeito de corrupção, de outro desgasta Moro e afasta quem age com sincerdade e não com subserviência.
Como se não bastasse, quase que diariamente produz impropérios ou cria situações constrangedoras para o País.
Disse que: "Fazer cocô dia sim, dia não" poderia ajudar a preservar o meio ambiente". Parece que, ao praticar o que recomendou, o cocô lhe subiu à cabeça.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
LAVA JATO VÊ DIVERSAS IRREGULARIDADES EM VENDA DE PARTE DA PETROAFRICA PARA A BTG - Fase 64 deflagrada nesta sexta, 21, apura em uma das frentes favorecimento a banco de André Esteves em negócio bilionário de aquisição de 50% de ativo da Petrobrás na África em 2013
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 24.08.2019 Pág. A12 | On Line 23 de agosto de 2019 | 10h51
por Ricardo Brandt

Banqueiro André Esteves - Foto: Fábio Motta / Estadão AMIGAS: Graça Foster com Dilma Rousseff - Foto: Diego Nigro/JC Imagem A nova fase da Operação Lava Jato deflagrada na manhã desta sexta-feira, 23, tem como alvo supostas propinas pagas no negócio de compra de metade da PetroAfrica – empresa de petróleo africana – pelo banco Banco BTG Pactual da Petrobrás, em 2013, negócio que teria envolvido prejuízo de cerca de R$ 6 bilhões, segundo os investigadores.
A Polícia Federal tem como alvos o banqueiro André Esteves, a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster e o PT nessa nova fase denominada Operação Pentiti –  termo italiano referente aos “arrependidos”, equivalente a delatores, devido as informações fornecedas no caso pelo ex-ministro Antônio Palocci.
Cerca de 80 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão em endereços de São Paulo (3) e do Rio de Janeiro (9), entre eles a sede do Banco BTG na capital fluminense. A operação não cumpre ordens de prisão.
As medidas foram autorizadas pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª. Vara Federal de Curitiba, no Paraná.
A força-tarefa da Lava Jato informou que “a partir de análise de documentos apreendidos em fase anterior da operação Lava Jato, identificaram-se indícios de que os ativos foram comercializados em valor substancialmente inferior àquele que havia sido avaliado por instituições financeiras de renome no início do processo de venda”.
As propinas em negócio de venda de 50% da PetroAfrica para o BTG Pactual já tinham sido citadas em outros depoimentos de delatores para a Lava Jato. Na ocasião, o banco informou por meio de nota que “a proposta do BTG Pactual, de US$ 1,5 bilhão por 50% da JV, foi a mais alta e considerada justa pelo assessor financeiro contratado pela Petrobras, Standard Chartered Bank”.
“A operação de aquisição de 50% dos ativos da Petrobras Oil and Gas B.V. (POG) na África pelo BTG Pactual E&P B.V., sociedade detida pelo BTG Pactual conjuntamente com diversos clientes, inclusive renomados fundos de investimentos estrangeiros, foi realizada em um leilão, para o qual foram convidados a participar diversos players do mercado (14 no total), vários dos quais participaram efetivamente do processo.”
Em nota divulgada nesta sexta, o Ministério Público Federal informou que “verificou-se que, no início do processo, o preço desses ativos havia sido avaliado entre US$ 5,6 bilhões e US$ 8,4 bilhões. Ao final do processo, 50% desses ativos foram vendidos por US$ 1,5 bilhão em 2013, valor esse em flagrante desproporção com aquele inicialmente avaliado”.
Segundo os procuradores, “apurou-se, ainda, que esse procedimento de venda foi permeado por diversos indícios de irregularidades”. Entre elas, destacaram “a possível restrição de concorrência, de forma a favorecer o BTG, o acesso pelo BTG a informações sigilosas, a aprovação da venda pela diretoria executiva em um dia e do conselho de administração no dia seguinte, sem que tenha havido tempo suficiente para discussão ampla de operação de valor tão elevado”.
Segundo a PF, a investigação trata de fatos de diferentes inquéritos policiais e foi impulsionada pelo acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antônio Palocci.
O delegado Luciano Flores de Lima, superintendente da PF no Paraná, afirmou que a nova fase não investiga o banco ou sistema financeiro, mas sim “fatos”.
Propinas. Trata-se da segunda operação da força-tarefa nesta semana. Na quarta, 21, a Polícia Federal deflagrou a Carbonara Chimica, fase 63 da Lava Jato, para investigar a suspeita de pagamento de propina a doisex-ministros dos governos Lula e Dilma por parte da Odebrecht. A operação também envolveu a planilha ‘Programa Especial Italiano’, na qual Palocci era tratado como ‘Italiano’ e Guido Mantega como ‘Pós-Itália’.
O MPF informou que outra frente de apuração diz respeito a relato feito por Antonio Palocci, em que afirma que André Esteves, em período próximo ao final da campanha de 2010, teria acertado com Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao BTG Pactual no projeto das sondas do pré-sal da Petrobrás.
“Segundo Palocci, parte desse valor teria sido entregue em espécie a Branislav Kontic na sede do Banco.”
O nome da ex-presidente da Petrobrás Graça Foster também aparece na nossa fase. “Apura-se, ainda, informações contidas em e-mails de Marcelo Odebrecht e prestadas por Palocci no sentido de que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster teria conhecimento do esquema de corrupção existente à época na estatal, mas não teria adotado medidas efetivas para apurar tal esquema ou impedir a continuidade do seu funcionamento.”
Foster é a terceia ex-presidente da Petrobrás alvo da Lava Jato. Ela ocupou o comando da estatal entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015. José Sérgio Gabrielli e Aldemir Bendine também já havia caído no radar das apurações.

COM A PALAVRA, O BANCO BTG PACTUAL
A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do Banco. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE GRAÇA FOSTER
A reportagem tenta contato com a defesa da ex-presidente da Petrobrás. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A ADVOGADA SÔNIA COCHRANE RÁO, QUE DEFENDE ANDRÉ ESTEVES
“Inexplicável e verdadeiramente assustadora a nova medida de força adotada sem qualquer motivo, baseada na desacreditada delação de Antônio Palocci, contra uma instituição financeira e um cidadão recentemente vítima de violento erro judiciário reconhecido por todas as instâncias judiciais.”

N.daR.: Alguém tinha dúvidas de que Graça Foster, amiga de Dilma, não sabia de nada, não viu nada, não escutou nada?
Elogiada pela mídia de todos os tons, foi poupada sem qualquer justificativa.
Depois de tanto tempo, resta saber o que poderá ser apurado.
Reafirmamos que há muito mais a ser investigado.
Será que os responsáveis pelo rombo na PETROS continuarão a ficar imunes?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
GRAÇA FOSTER SABIA DA CORRUPÇÃO NA PETROBRÁS E NADA FEZ, DIZEM DELATORES - Revelações de Antônio Palocci e do ex-presidente da Sete Brasil e, também, emails de Marcelo Odebrecht, indicam que a ex-presidente da Petrobrás 'não adotou medidas efetivas' para investigar esquema instalado na petrolífera
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 24.08.2019 Pág. A12 | On Line 23 de agosto de 2019 | 11h58
por Pepita Ortega, Ricardo Brandt, Luiz Vassallo e Fausto Macedo

André Esteves, solto em 2015 - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Ex-presidentes da Petrobras, graça Foster, e do Brasil, Dilma Rousseff - Foto: Tribuna da Internet / 15.11.2014 Revelações do ex-ministro Antônio Palocci, delator, e e-mails do empresário Marcelo Odebrecht, delator, indicam que a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster tinha conhecimento da corrupção instalada na petrolífera, mas não adotou ‘medidas efetivas’ para investigar ou impedir a continuidade do seu funcionamento.
Graça Foster, que presidiu a Petrobrás entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015, durante o mandato da ex-presidente Dilma, é uma das pessoas investigadas na Operação Pentiti, a fase 64 da Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta, 23.
É a primeira vez que a ex-presidente da Petrobrás é alvo da força-tarefa.
Cerca de 80 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão em endereços de São Paulo (3) e do Rio (9). Outro alvo é o banqueiro do BTG Pactual André Esteves. A operação, ordenada pela juíza Gabriela Hard, não cumpre mandados de prisão.
A ‘Pentiti’ investiga supostos crimes de corrupção envolvendo o Banco BTG Pactual e a Petrobrás na exploração do pré-sal e ‘em projeto de desinvestimento de ativos’ na África.
De acordo a PF, a ação apura supostos crimes de corrupção envolvendo o Banco BTG Pactual e a Petrobrás na exploração do pré-sal e ‘em projeto de desinvestimento de ativos’ na África, que podem ter causado prejuízo de ao menos US$ 1,5 bilhão, o que equivaleria a cerca de R$ 6 bilhões de reais hoje.
A representação policial enviada à Justiça Federal de Curitiba aponta indícios de ‘possível conluio’ entre Graça e André Esteves, para que a ex-presidente da estatal tivesse controle da Sete Brasil, empresa criada para intermediar as construções de plataformas para exploração de petróleo do pré-sal.
Segundo a polícia, a troca teria direcionado o processo competitivo de venda dos ativos da Petrobrás na África para o Banco BTG Pactual.
Os ativos haviam sido inicialmente avaliados entre US$ 5,6 e 8 bilhões, mas foram vendidos ao Banco por cerca de US$ 1,5 bilhão, ‘valor significativamente inferior e desproporcional ao das avaliações realizadas’, indica a investigação.
Em delação, Antônio Palocci afirmou que Graça Foster, para favorecer o BTG, transferiu a condução do processo de venda dos ativos da Área Internacional, que conduzia a negociação, para a Diretoria de Novos Negócios da estatal, ‘a fim de evitar que o PMDB solicitasse vantagens indevidas dos potenciais adquirentes’.
O ex-ministro também anotou que a nomeação de Graça à presidência da Petrobrás, ‘por ser pessoa de confiança de Dilma, teria por objetivo, de direcionar eventuais cobranças por recursos das empresas contratadas para os interesses gerais do PT, e não mais de acordo com os interesses de Lula’.
A decisão também cita a delação de João Carlos de Medeiros Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil. Segundo a decisão, o delator disse que, em conversas com Graça, ‘concluiu que a então presidente da Petrobrás tinha pleno conhecimento das atividades de arrecadação de recursos para o PT/Governo Federal’.

Os emails de Marcelo Odebrecht
A decisão de Hardt considera ainda ‘elementos que indicam a possível ciência’ de Graça acerca de irregularidades em contrato de US$ 825 milhões mantido entre a Odebrecht e a Petrobras, que se refere à prestação de serviços relacionados à Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Segundo o documento, a ex-presidente da estatal teria ‘anuído com a continuidade’ do acordo.
O contrato foi celebrado em 2010, antes de Graça assumir a presidência da estatal, mas e-mails apresentados na decisão apontam que ela e Marcelo Odebrecht se reuniam para tratar de questões do mesmo. O executivo da empreiteira esclareceu algumas das mensagens, reforçando, na avaliação da polícia, ‘a ideia de que Graça tinha plena ciência das irregularidades no contrato’.
Com base em outras mensagens transcritas, a policia afirma que há indicativos de que Graça determinou a formação de grupo de trabalho para redução do valor do contrato, mas ‘mesmo com a aparente ciência das irregularidades, não houve rescisão ou ordem para que fosse apurado o pagamento de vantagens indevidas até então’.
O documento registra ainda outros emails de executivos da Odebrecht, que relatavam que o Ministério Público teria solicitado à Petrobras informações sobre o contrato de SMS e que a ex-presidente havia determinado uma apuração dentro do Gabinete da Presidência da Petrobras.
A representação policial anotou que ‘embora o contrato estivesse eivado de vícios, o relatório de conclusão das apurações internas, sancionado pela presidente da Petrobrás, identificou que não teriam sido registrados indícios de irregularidades’.

COM A PALAVRA, O BTG PACTUAL
“Com relação à operação da Polícia Federal realizada nesta data, o BTG Pactual esclarece que está à disposição das autoridades para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível, como sempre.
O BTG Pactual reforça que o Banco opera normalmente.
O Banco esclarece ainda, que o objeto da referida busca e apreensão foi alvo de uma investigação independente conduzida pelo escritório de advocacia internacional Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan, LLP, especializado em investigações e auditorias, contratado em 2015 por um comitê independente formado justamente para fazer uma auditoria externa e imparcial sobre as alegações na época relacionadas a atos ilícitos. A referida auditoria concluiu não existir qualquer indício de irregularidade. O relatório é público e pode, inclusive, ser acessado no site do banco (https://www.btgpactual.com/noticias/quinn-emanuel-conclusoes-da-investigacao)”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE GRAÇA FOSTER
A reportagem tenta contato com a defesa da ex-presidente da Petrobrás. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A ADVOGADA SÔNIA COCHRANE RÁO, QUE DEFENDE ANDRÉ ESTEVES
“Inexplicável e verdadeiramente assustadora a nova medida de força adotada sem qualquer motivo, baseada na desacreditada delação de Antônio Palocci, contra uma instituição financeira e um cidadão recentemente vítima de violento erro judiciário reconhecido por todas as instâncias judiciais.”

N.daR.: Alguém tinha dúvidas de que Graça Foster, amiga de Dilma, não sabia de nada, não viu nada, não escutou nada?
Elogiada pela mídia de todos os tons, foi poupada sem qualquer justificativa.
Depois de tanto tempo, resta saber o que poderá ser apurado.
Reafirmamos que há muito mais a ser investigado.
Será que os responsáveis pelo rombo na PETROS continuarão a ficar imunes?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - País
GRAÇA FOSTER ENCOBRIU IRREGULARIDADES EM CONTRATOS SA PETROBRAS COM BANCO DE ANDRÉ ESTEVES, DIZ PF
Para investigação, ex-presidente da Petrobras favoreceu instituição ligada a André Esteves

Publicado: O Globo - Impresso - 24/08/2019 - Pág. 8 | On Line 23/08/2019 - 11:06 / Atualizado em 23/08/2019 - 18:53
por O Globo

André Estaves, suspeito de obstruir as investigações da Operação Lava Jato - Foto: Reprodução / Metrópoles Graça Foster e Dilma Rousseff, em Brasília (Reuters/VEJA) SÃO PAULO - Um dos alvos da 64ª fase da Operação  Lava-Jato deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal (PF), a ex-presidente da Petrobras Graça Foster  é suspeita de não ter adotado medidas para apurar ou impedir a continuidade de um esquema de corrupção dentro da estatal durante a sua gestão, o que supostamente seria de seu conhecimento. Agentes da PF estiveram em sua casa, no Rio, para cumprir mandados de busca e apreensão. Graça ocupou a presidência da Petrobras entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.
Segundo os investigadores, a ex-presidente da Petrobras favoreceu o BTG Pactual — banqueiro André Esteves , também alvo da operação — na compra de ativos da estatal na África em troca de assumir o controle da Sete Brasil, subsidiária da Petrobras.


Além disso, ela teria, de acordo com o Ministério Público Federal, "aparente" conhecimento de irregularidades mantidas em contrato firmado entre a Odebrecht e a Petrobras, relativo à prestação de serviços nas áreas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Mesmo assim, ela teria concordado com a continuidade do contrato. E-mails trocados entre ela e o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, relatam a preocupação de ambos com o assunto.
"Em mensagens seguintes transcritas na representação, há indicativos de que Graça Foster havia determinado a formação de grupo de trabalho de empregados da Petrobras com funcionários da Odebrecht para que se providenciasse, mediante aditivo, redução do valor do contrato. Contudo, mesmo com a aparente ciência das irregularidades, não houve rescisão ou ordem para que fosse apurado o pagamento de vantagens indevidas até então", afirmou a juíza Gabriela Hardt.
Em nota, o BTG diz que está à disposição das autoridades e que o "objeto da referida busca e apreensão foi alvo de uma investigação independente conduzida pelo escritório de advocacia internacional Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan, LLP, especializado em investigações e auditorias, contratado em 2015 por um comitê independente formado justamente para fazer uma auditoria externa e imparcial sobre as alegações na época relacionadas a atos ilícitos".
"A referida auditoria concluiu não existir qualquer indício de irregularidade. O relatório é público e pode, inclusive, ser acessado no site do banco", diz.
Nesta fase, a Lava-Jato apura informações da delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e que constam em e-mails de Marcelo Odebrecht. A operação tem o objetivo de investigar os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais. Na quarta-feira, o cunhado de Marcelo foi o principal alvo da 63ª fase da investigação .
Segundo a Polícia Federal, com base nas declarações de Palocci, a indicação de Graça Foster para a presidência da Petrobras pela ex-presidente Dilma Rousseff ocorreu para "direcionar eventuais cobranças por recursos das empresas contratadas para os interesses gerais do Partido dos Trabalhadores".

Acordo com banco de André Esteves
Palocci disse à PF que André Esteves, perto do fim da campanha de 2010, teria acertado com o então ministro Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões, em contrapartida a privilégios dados ao BTG Pactual no projeto de sondas de pré-sal da Petrobras.
O ex-ministro também narrou que a ex-presidente da Petrobras, para favorecer o banco BTG Pactual, retirou a condução do processo de venda dos ativos da Área Internacional da estatal para evitar que o PMDB solicitasse vantagens indevidas dos potenciais compradores.
Esteves diz que as ações da PF nesta sexta-feria foram tomadas sem qualquer motivo, baseadas na "desacreditada delação" de Palocci.
"Inexplicável e verdadeiramente assustadora a nova medida de força adotada sem qualquer motivo, baseada na desacreditada delação de Antonio Palocci, contra uma instituição financeira e um cidadão recentemente vítima de violento erro judiciário reconhecido por todas as instâncias judiciais", diz.
De acordo com as investigações, em troca de obter controle da Sete Brasil, subsidiária da Petrobras, Graça Foster teria feito um acordo com André Esteves que envolvia o direcionamento, para o BTG, dos ativos da Petrobras na África.
Em junho de 2013, conforme informou a agência Reuters na época, a Petrobras e o BTG anunciaram que o banco compraria fatia de ativos de exploração e produção da petroleira na África, em operação situada no plano de desinvestimentos da estatal. A transação envolveu 50% do capital da Petrobras Oil & Gas B.V; as sucursais localizadas em Angola, Benin, Gabão e Namíbia; bem como as subsidiárias na Nigéria e na Tanzânia. A parceria foi aprovada pelo Conselho de Administração da estatal.
Um dos ilícitos investigados envolveu a venda pela Petrobras desses ativos na África. A partir de análise de documentos apreendidos, identificaram-se indícios de que os ativos foram comercializados em valor inferior ao avaliado por instituições financeiras.
No início do processo, o preço de tais ativos havia sido avaliado entre US$ 5,6 bilhões e US$ 8,4 bilhões. Ao final, em 2013, 50% desses ativos foram vendidos por US$ 1,5 bilhão. O procedimento de venda teria sido permeado por diversos indícios de irregularidades, como possível restrição de concorrência e acesso a informações sigilosas em favor do BTG.
— Esta é mais uma investigação relativa a possíveis crimes que têm relação com instituições financeiras. Já houve denúncias apontando crimes relacionados a funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Paulista e corretoras — diz o procurador da República Deltan Dallagnol.
A operação desta sexta-feira também cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do BTG e na casa do banqueiro André Esteves, no Rio.

N.daR.: Alguém tinha dúvidas de que Graça Foster, amiga de Dilma, não sabia de nada, não viu nada, não escutou nada?
Elogiada pela mídia de todos os tons, foi poupada sem qualquer justificativa.
Depois de tanto tempo, resta saber o que poderá ser apurado.
Reafirmamos que há muito mais a ser investigado.
Será que os responsáveis pelo rombo na PETROS continuarão a ficar imunes?

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
O GATILHO DO DESGASTE
PEDIDO DE MORO PARA TOFFOLI REVOGAR DECISÃO SOBRE COAF IRRITOU BOLSONARO

Presidente decidiu inviabilizar a presença do ministro no governo

Publicado: O Globo - Impresso - 24/08/2019 - Pág. 6 | On Line 24/08/2019 - 04:30
por Jailton de Carvalho (Colaborou Aguirre Talento)

Charge: Adnael - Cartilha de Bozo BRASÍLIA E SALVADOR — O abalo da relação entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro — que atingiu seu ápice nesta semana com as declarações do presidente de que é ele, e não o ministro, quem manda na Polícia Federal — começou a crescer há quase um mês. Mais precisamente na tarde de 28 de julho, quando Moro foi ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pedir que ele fizesse uma revisão da decisão em que restringiu o compartilhamento de relatórios do antigo Coaf , hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), com os ministérios públicos e a Polícia Federal. O movimento do ministro irritou o presidente Jair Bolsonaro.


Desde que soube do pedido de Moro a Toffoli e a outros ministros do STF, Bolsonaro decidiu inviabilizar a presença do ministro no governo. Os dois já vinham tendo alguns desentendimentos desde o início do ano. O pedido foi a gota d’água. A petição para suspender investigações iniciadas com base em relatórios detalhados do ex-Coaf fora feita pelo advogado Frederik Wassef em nome do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.


Tão logo foi informado do interesse de Moro em reduzir o impacto da decisão de Toffoli, Bolsonaro chamou o ministro para uma reunião no Palácio do Alvorada. No encontro, foi direto ao assunto, com uma breve introdução. Primeiro, o presidente disse que nunca pediu qualquer favor ao ministro. Disse também que Moro nunca ofereceu qualquer ajuda a ele. Mas, naquele momento, precisava deixar as coisas claras.
— Se o senhor não pode ajudar, por favor, não atrapalhe! — disse Bolsonaro, segundo relatou ao GLOBO uma fonte com bom trânsito entre familiares e amigos do presidente.
A partir dali, a conversa teria subido de tom e, ao final, o ministro deixou o Alvorada com o semblante carregado. Dias depois, Bolsonaro foi informado de que Moro, mesmo após o tenso diálogo, continuava fazendo gestões em favor da revisão da decisão de Toffoli. No mesmo instante, o presidente resolveu que ampliaria a beligerância contra o ministro da Justiça.

Saída forçada
Na sexta-feira, O GLOBO informou que o movimento de Bolsonaro teria como objetivo “desidratar” Moro, tendo em vista alto custo político da demissão do ministro mais popular do governo. Um interlocutor próximo ao presidente disse, numa recente conversa entre amigos, que a fase do enfraquecimento do ministro já passou. A estratégia agora seria fechar todos os espaços de Moro no governo.
Não por caso, desde a quinta-feira da semana passada, Bolsonaro deu nada menos que quatro entrevistas para falar da substituição do superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio, Ricardo Saadi. As declarações causaram surpresa e alimentaram rumores sobre a crise no relacionamento entre o presidente e o ministro. Na última quinta-feira, o presidente elevou o tom, ao dizer que poderia demitir mesmo o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, uma escolha de Moro. Perguntado se não seria uma interferência, dispensou meias palavras, afirmando que é ele quem manda na PF.
A declaração foi interpretada por aliados e críticos do ministro como mais um recado para forçar Moro a pedir demissão. Se não pode mandar na PF, o ministro da Justiça não teria muito o que fazer no governo. O raciocínio era repetido por políticos e policiais, que esperavam uma reação de Moro. O GLOBO tentou, sem sucesso, falar com o ministro sobre os desentendimentos com Bolsonaro.
Em Salvador, delegados da PF divulgaram ontem carta na qual afirmam que a instituição não deve ficar sujeita a “declarações polêmicas” do presidente. Assinada pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), o documento marcou o encerramento de evento sobre combate à corrupção organizado em Salvador pela entidade.
“A Polícia Federal não deve ficar sujeita a declarações polêmicas em meio a demonstrações de força que possam suscitar instabilidades em um órgão de imensa relevância, cujos integrantes são técnicos, sérios e responsáveis. Em outros governos, por diversas ocasiões, a instituição sofreu pressões e tentativas de intervenção. Diante do que parece ser mais uma delas, é necessário e urgente que a Polícia Federal conquiste garantias constitucionais e legais para se tornar, de fato e de direito, uma polícia de Estado e não de governo”, diz a nota.

Deltan critica
Em entrevista ao jornal “Gazeta do Povo”, o coordenador da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, fez pela primeira vez críticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro por declarações e atos recentes que sugerem interferência em órgãos de investigação. Ele disse que Bolsonaro se afasta da luta contra a corrupção.
“O presidente Jair Bolsonaro, ao longo da campanha eleitoral, se apropriou de uma pauta anticorrupção. Agora, o que vemos é que ele vem se distanciando desta pauta de corrupção quando coloca em segundo plano o projeto anticrime do juiz federal Sergio Moro. Ele coloca em segundo plano essa pauta quando faz mudanças no Coaf e desprestigia o auditor da Receita que trabalhou na Lava-Jato”, disse Dallagnol.

N.daR.: Resumindo o já comentado e acrescentando:
Se "Quem não deve, não teme", sem dúvida Bolsonaro e seu clã está a dever.
Por outro lado, por ingenuidade ou malícia, Moro jamais poderia ter pedido apoio a Toffoli - o menos recomendável dos juízes do STF. Sabia que não teria sucesso. Então o que o moveu? A soberba, talvez.
Enquanto isso, Moro espera em "banho-maria" o destino que Bolsonaro - o questionável incerto - lhe dará. Cada vez mais remota a possibilidade de praticar e alcançar seus objetivos de combate à corrupção.
Bolsonaro começou a ter o apoio de juízes do STF, políticos e corruptos que estão no governo ou foram ocupantes de cargos públicos. Por que será?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
LAVA JATO 64 CHEGA AO PRÉ-SAL E MIRA ROMBO DE R$ 61 BI - Na nova fase da operação deflagrada nesta sexta, 23, Polícia Federal faz buscas em 12 endereços de investigados a partir da delação do ex-homem forte dos governos Lula e Dilma o ex-ministro Antônio Palocci; entre os alvos da operação estão a ex-presidente da Petrobrás, Graça Foster e o executivo do Banco BTG Pactual, André Esteves’
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 23.08.2019 Pág. B5 | On Line 23 de agosto de 2019 | 08h22
por Pepita Ortega e Fausto Macedo

André Esteves, fundador do BTG Pactual - Foto: Jin Lee / Bloomberg News / 23.2.2011 Ex-presidentes da Petrobras e do Brasil - Foto: Marcelo Carnaval / 18.03.2012 / O Globo A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta, 23, a 64ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pentiti, para apurar supostos crimes de corrupção envolvendo o Banco BTG Pactual e a Petrobrás na exploração do pré-sal e ‘em projeto de desinvestimento de ativos’ na África. Entre os alvos da operação estão a ex-presidente da estatal, Graça Foster e o executivo do banco, André Esteves.
De acordo com a corporação, os supostos crimes podem ter causado prejuízo de ao menos US$ 1,5 bilhão, o que equivaleria a cerca de R$ 6 bilhões de reais hoje.
Cerca de 80 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão em endereços deSão Paulo (3) e do Rio de Janeiro (9), entre eles a sede do Banco BTG na capital fluminense. A operação não cumpre ordens de prisão.
As medidas foram autorizadas pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª. Vara Federal de Curitiba, no Paraná.
A operação apura crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais relacionadas a recursos contabilizados na planilha ‘Programa Especial Italiano’ gerida pela Odebrecht. A PF visa os identificar beneficiários da lista e apurar como se davam as entregas de valores ilícitos a autoridades.
Segundo a PF, a investigação trata de fatos de diferentes inquéritos policiais e foi impulsionada pelo acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antônio Palocci.
Trata-se da segunda operação da força-tarefa nesta semana. Na quarta, 21, a Polícia Federal deflagrou a Carbonara Chimica, fase 63 da Lava Jato, para investigar a suspeita de pagamento de propina a doisex-ministros dos governos Lula e Dilma por parte da Odebrecht. A operação também envolveu a planilha ‘Programa Especial Italiano’, na qual Palocci era tratado como ‘Italiano’ e Guido Mantega como ‘Pós-Itália’.
O nome da operação realizada nesta sexta, Pentiti, significa ‘arrependidos’, segundo a PF, e faria referência ‘a termo empregado na Itália para designar pessoas que integraram organizações criminosas e, após suas prisões, decidiram se arrepender e colaborar com as autoridades para o avanço das investigações’.

Com a palavra, o Banco BTG Pactual
A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do Banco. O espaço está aberto para manifestação.

Com a palavra, a defesa de Graça Foster
A reportagem tenta contato com a defesa da ex-presidente da Petrobrás. O espaço está aberto para manifestação.

Com a palavra, a defesa de André Esteves
A reportagem tenta contato com a defesa do executivo do BTG. O espaço está aberto para manifestação.

N.daR.: Alguém tinha dúvidas de que Graça Foster, amiga de Dilma, não sabia de nada, não viu nada, não escutou nada?
Elogiada pela mídia de todos os tons, foi poupada sem qualquer justificativa.
Depois de tanto tempo, resta saber o que poderá ser apurado.
Reafirmamos que há muito mais a ser investigado.
Será que os responsáveis pelo rombo na PETROS continuarão a ficar imunes?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
SOMOS CUIDADOSOS COM AS PRIVATIZAÇÕES, DIZ SECRETÁRIO - Secretário rebate críticos e nega que lista de empresas que vão ser vendidas pela União seja ‘tímida’
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 23.08.2019 Pág. B5 | On Line 23 de agosto de 2019 | 05h00
por Adriana Fernandes e Anne Warth

Salim Mattar, Secretário de Desestatização e Desinvestimentos e Mercados - Foto: Gabriela Bilo / Estadão Entrevista com Salim Mattar, secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia

BRASÍLIA - Um dia depois do anúncio do primeiro grupo de empresas que serão privatizadas pelo governo Jair Bolsonaro, o secretário do Ministério da Economia Salim Mattar avisa que o governo será “célere, mas não afoito” no programa de privatização das estatais. Em entrevista ao Estado, Mattar informa que até o final do ano o governo deverá anunciar dois outros lotes de estatais que poderão ser vendidas, mas que estarão incluídas as chamadas joias da Coroa – Banco do Brasil, Petrobrás e Caixa. "Tudo tem seu tempo", diz. Mattar rejeita as críticas de que o anúncio foi tímido e diz que o governo colocou na lista alguns “ícones”: Correios, Telebrás, Serpro e Dataprev. “Precisávamos saber a reação da sociedade”.

Para o sr., que é apontado como o mais liberal dos liberais da Esplanada, o anúncio de ontem foi tímido?
Não é tímido. Tem um provérbio chinês que diz que uma grande caminhada começa com um primeiro passo. Temos ainda 130 estatais a vender. Já vendemos esse ano seis: Pasadena, Distribuidora do Paraguai, Tag, BR Distribuidora, Stratu e BBTur. Começamos o ano com 134 estatais. Pasadena por ser empresa estrangeira e a Distribuidora do Paraguai não estavam nessa lista. Tínhamos sete empresas já agarradas no pipeline e esse governo vai dar uma destravada nisso e jogamos mais nove empresas. O outro ativo à venda são os excedentes de ações do BB.

Os críticos dizem que esses ativos não podem ser considerados privatização porque não entram direto no caixa no governo?
Privatizar significa tornar privado o que era público. É isso que estamos fazendo. O dinheiro pode não ter entrado no caixa da União, mas entrou no caixa da Petrobrás que ela tem o controle.

Mas a expectativa era grande...
Não se consegue agradar a todos. Repara que colocamos alguns ícones: Correios, Telebrás, Serpro e Dataprev. Precisávamos saber a reação da sociedade, do Congresso. Temos o maior programa de privatização do mundo que será feito de forma cuidadosa , cautelosa, gradual e sem destruir valor. Essas empresas pertencem ao cidadão pagador de impostos e temos que ser zelosos.

Esse primeiro lote é um teste?
Não. É um início. Você tem carro? Você arranca a 100 km por hora? Um programa de privatização de quatro anos como o nosso não vai arrancar já colocando 50 empresas de uma vez. Estamos tentando, testando o mercado. Todas elas serão canalizadas para o BNDES. Imagina o BNDES olhando 50 empresas de uma vez. O banco vai deglutir porque ele vai ter que contratar os estudos, as consultorias, as modelagens, as alternativas de cada um. É muito trabalho.

O governo vai anunciar outras empresas até o final do ano?
O PPI vai ter mais reuniões esse ano. Uma ou duas. Automaticamente estamos avaliando as empresas que poderão entrar no lote do próximo PPI. Já estamos trabalhando.

Poderá entrar uma “gold”, o que chamam de joia da Coroa?
Não. Nenhuma Gold.

A privatização da Petrobrás pode acontecer ainda nesse governo?
Tudo tem o seu tempo. Uma coisa que eu reparei é que à medida que nós vendemos essas seis empresas não teve greve, não teve burburinho. A sociedade está mais preparada. É fundamental analisar que nas urnas foi dado o mandato ao candidato Bolsonaro que falou todo o tempo em privatizações e redução do tamanho do Estado. Esse presidente está com o mandato da sociedade quando dizia que iria privatizar tudo aquilo que a iniciativa privada puder tocar. A população brasileira votou nele.

Mas a Caixa, BB e Petrobrás serão vendidas?
Qual a certeza que eu tenho que você vai trocar de carro no ano que vem? Está vendo o mercado internacional, o que está acontecendo nas bolsas, a complicação dos Estados Unidos e China, há um conjectura externa que implica no mercado brasileiro. Temos hoje uma esteira com 17 empresas, é um bom número num mercado conturbado. Dólar foi a US$ 4, Bolsa cai. Estamos sendo prudentes e cuidadosos.

Poderá faltar investidor para comprar estatais nesse cenário?
Não é que pode faltar. Estamos sendo cautelosos para poder fazer a coisa certa. Não podemos colocar em risco um programa de quatro anos. Gostam muito de falar de joias da coroa. Vou dizer uma coisa: tudo tem o seu tempo. Hoje, no meu mandato (as empresas que estão no programa dele para privatizar), não constam BB, Caixa e Petrobrás. Põe um ainda aí para mim. Se um dia o ministro Guedes chamar: 'Salim, por gentileza, privatiza tal empresa'. Para fazer R$ 1 trilhão, eu teria que vender.

Mas estará no seu mandato?
Não sei. Passa muita água debaixo da ponte. O importante é o norte. De onde viemos e para onde queremos ir. A atitude do governo: “Eu quero reduzir o tamanho do Estado e alocar”. A resistência está muito menor.

O sr. já disse que se pudesse privatizava todas?
Repetindo o que presidente Bolsonaro falou num Twitter que quer “tirar do Estado tudo que puder ir para a iniciativa”. É o presidente falando.

E o Congresso vai apoiar as privatizações?
Ele teve uma grande renovação. Entrou muita gente nova. O Congresso é muito mais receptivo à redução do tamanho do Estado. Mais importante de quais empresas, de quando e o timing é que o artigo 173 da Constituição foi violado pelos governos anteriores. Os governos anteriores não poderiam ter aberto novas empresas. Violentaram a Constituição. Nós estamos resgatando o respeito à Constituição.

Mas tem pessoas dentro do governo atual que quer criar novas estatais?
As empresas que estão criando estão todas dentro do imperativo de segurança nacional, do espaço aéreo e coisas assim. São mais defensáveis. Eu particularmente acho que podíamos fazer um misto com a iniciativa privada. Mas estão amparadas na lei (no artigo 173). Temos Estado demais. Ele é muito grande. O Estado se perdeu. Não sobra dinheiro para investir. Gastamos 98% do Orçamento para o custeio da máquina.

Mas o presidente Rodrigo Maia acenou que poderia haver dificuldades, principalmente com Eletrobras. Houve mudança dele na reunião dessa semana com o ministro Paulo Guedes?
As pessoas estão vendo o Estado quebrado. A Eletrobras necessita de R$ 12 bilhões de capital anualmente nos próximos quatro anos para manter a mesma fatia de mercado que tem hoje. Não temos esse dinheiro. Se você fosse governo faria o que? Melhoria segurança, Minha Casa Minha Vida, escolas?

A Eletrobras será vendida esse ano?
Estamos tentando ainda 2019. Não está impossível. O limite é 2020. Estamos empenhados para fazer em 2019. Passou a reforma da Previdência com 370 e tantos votos. A sensatez imperou na reforma e vai imperar nos próximos projetos. O Congresso será mais receptivo à privatização da Eletrobrás do que no passado porque está vendo o Estado quebrado.

Foi um erro o governo ter perdido tempo rediscutindo o modelo de venda da Eletrobrás?
Estou aprendendo que no governo as coisas têm que ser muito discutidas para buscar a convergência. Por sorte o ministro Guedes (Economia) e Bento (Minas e Energia) são muito próximos. É natural que algumas pessoas comecem a discutir o modelo até que tenha a convergência.

As empresas do primeiro grupo são mequetrefes como apontam os críticos?
Não. Dataprev, Serpro? São empresas que têm prestado um serviço relevante. Telebrás e Correios? O Correios é uma empresa centenária, com 100 mil funcionários, não pode ser um empresa mequetrefe.

Quem vai comprar essas empresas? Só brasileiros?
Brasileiro e estrangeiro. Todos eles estão babando de vontade.

Mas foi o governo que criou uma expectativa de que haveria R$ 1 trilhão com as vendas.
Temos hoje um pipeline de 17 empresas. Já é muita coisa. Vem mais! Tem outro PPI daqui a pouco.

O Sr pode falar quais serão?
Não tem ainda. Esse governo não acaba em 31 de dezembro de 2019. Nós queremos ser céleres, mas não afoitos. A afoiteza pode custar demais para o cidadão brasileiro. Temos que ser cuidadosos.

Há risco de anunciar uma lista muito grande e elas começarem a perder valor?
O mercado é sensível. Não é muita prática em alguns business anunciar o que vai fazer. Vai correr muita água embaixo da ponte no segundo lote de empresas que forem entrar no PPI. Temos que mesclar que tipo de empresa temos que colocar agora, quais as outras.

Qual foi a estratégia desse primeiro lote?
Foi um leque de empresas diversificadas de diversos setores e segmentos. Temos de garantia, financeiro, tecnologia, distribuição de alimento, porto, tecnologia.

Qual a joia desse primeiro grupo e dar mais dinheiro?
A expectativa é que o Correios deva ser a empresa obteremos maior resultado financeiro.

Mesmo com rombos tão grandes?
Sim. Mas tem um ativo. O Correios de R$ 11 bilhões de furo no Postali, que comprou títulos da Venezuela, um furo no sistema de Saúde que até tio (do funcionário) está dentro. Em 11 anos, teve 10 greves. Significa que os funcionários não estão felizes e satisfeitos. Teve um ano que não fizeram, na eleição da Dilma.

A estratégia é vender todos os Correios ou desidratar por dentro?
A lei brasileira diz que, quando o Estado deseja vender uma empresa, coloca no PPI. Ele aprova. Depois vai para o Plano Nacional de Desestatização e depois vai para o BNDES. Isso sim que vamos saber do BNDES mais a frente quais as alternativas. Não temos ainda o caminho.

O que faz acreditar que a venda do Correios vai dar dinheiro?
Lembra que sou mineiro. Antes de mandar para o PPI, tivemos o cuidado de ir ao mercado e verificar o que seria viável. Se há apetite do mercado. Ao colocarmos aqui (na lista), já sabemos qual é apetite. A BBTur teve que ser fechada Alguns dos ativos talvez não tenham alternativa se não fechar. Alguns poderão voltar, vamos continuar operando com esse negócio que não tem alternativa.

Algumas estatais já se sabe que a solução é a liquidação, como a Ceitec?
Eu não tenho essa certeza, porque mandamos agora para o BNDES. De repente eles conseguem uma modelagem interessante.

O presidente Bolsonaro foi bastante resistente à privatização dos Correios, principalmente por causa da área militar. Ele mudou?
Antes ele, talvez, tivesse ponto de vista como deputado. Hoje, ele é presidente. A responsabilidade dele é diferente.

Ele mostrou resistência já na cadeira de presidente...
Ele falou que iria privatizar os Correios. Deixa eu te contar. Só temos três certezas na vida: a morte, pagar imposto e tens que mudar. Os dinossauros não se adaptaram aos novos tempos e foram extintos. O presidente está num crescendo, mudando sempre para melhor. Eu era na inciativa privada um grande crítico do tamanho do Estado, como sou até hoje, agora que eu estou conhecendo eu vejo que ele é muito maior do que pensava. É mais problemático. É tudo mais difícil do que eu pensava.

Havia expectativa de que a Valec e EPL entrassem na lista?
Vai ter outro PPI.

Houve comparação do anuncio das empresas com os do PAC da ex-presidente Dilma. Como evitar ficar refém dessa comparação?
Você viu a 9 ª rodada do PPI? Foi tudo vendido. Estamos cumprindo. O PAC é um projeto do governo Dilma que não aconteceu. Era um programa de marketing, vazio. Estamos buscando resultados.

Como ficará a ABGF?
O governo não tem que ter uma seguradora de garantias. Mas naquele governo se fazia de tudo. Tem interessados. A gente pode cindir a ABGF e a parte de seguros vende para a iniciativa privada e a parte de risco de país a gente coloca no BNDES.

O ministro Pontes de Ciência e Tecnologia diminuiu as resistências?
Ele colocou três empresas. Correios, Ceitec e Telebrás. Ele tem cabeça aberta e sabe que tem que reduzir o tamanho do Estado. Eu não movi uma palha. Ele por si só.

Mas o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) não abriu mão das deles?
Entrou a Codesp. Tem hora certa. Ele gosta de surpreender.

N.daR.: "Quem vai comprar essas empresas? Só brasileiros?" indagam as entrevitadoras.
Resposta do secretário de desestatização Salim: "Brasileiro e estrangeiro. Todos eles estão babando de vontade".
Como temos afirmado, 'vão-se os anéis e os dedos'.
Só não vê quem não quer.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Negócios
GRUPO BRASILEIRO PREVÊ REFINARIA DE US$ 450 MILHÕES EM SERGIPE - Com fim do monopólio da Petrobrás, a novata Noxis Energy quer produzir bunker, tipo de combustível para navios
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 23.08.2019 Pág. B8 | On Line 23 de agosto de 2019 | 05h00
por Denise Luna

REFIT - Refinaria de Manguinhos, RJ - Foto: Mônica Imbuzeiro / 17.04.2012 / Agência O Globo RIO - O Brasil pode ganhar uma nova refinaria em Sergipe, a brasileira Noxis Energy. Caso o modelo dê certo, o projeto poderá ser replicado em mais três estados, provavelmente Espírito Santo, Maranhão e Amapá, informou ao Estadão/Broadcast um dos líderes do empreendimento, Luiz Armando Vasconcelos. 
O projeto traz para o Brasil o conceito de mini refinarias de bunker (combustível de navios) com baixo teor de enxofre para exportação que será de uso obrigatório a partir de janeiro. A Petrobrás já produz o novo combustível e realizou a primeira entrega em julho.
Ainda em fase de captação de recursos, o projeto é estimado em US$ 450 milhões (R$ 1,8 bilhão). A Noxis prevê obter a licença prévia até a semana que vem, segundo Vasconcelos, que já trabalhou no passado na problemática Manguinhos, uma das poucas refinarias privadas do País e que mudou seu nome para Refit.
O plano da Noxis é começar com uma refinaria com capacidade para processar 25 mil barris diários de petróleo importado, com produção dividida em bunker (50%), diesel (40%) e o restante de gasolina. Se o modelo de negócio der certo, outras três unidades poderão ser construídas, totalizando US$ 1,8 bilhão (R$ 7,2 bilhões) em investimentos.

Competição
A abertura de outras novas refinarias no País, porém, ainda deve demorar para se concretizar, disse o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ Edmar Almeida, que vê com bons olhos a iniciativa da Noxis. “A margem do bunker é maior, principalmente porque não houve tempo para o setor de refino se adaptar às novas regras”, diz.
Segundo Almeida, existe espaço para novas refinarias no Brasil. A própria Petrobrás tinha planos de abrir duas, no Maranhão e no Ceará – projetos que não foram adiante. “A margem do refino depende muito da logística. No Centro-Oeste e no Norte, por exemplo, tem crescimento de demanda, mas são projetos de custo elevado”, afirma.
A Petrobrás havia anunciado a venda de oito refinarias, mas oficializou a venda de quatro inicialmente. Para Almeida, somente depois do resultado desse processo, o mercado deve se animar a expandir o processamento de petróleo no País.

Refino privado
Outra refinaria privada, a DaxOil, disse ao Estadão/Broadcast que não tem interesse nas refinarias da Petrobrás. Instalada no polo de Camaçari, na Bahia, porém, a empresa pensa em expandir o volume atual de 5,5, mil barris diários. “Com a perspectiva de novos leilões, a oferta de óleo para a DaxOil deverá aumentar, e estamos pensando em ampliar nossa capacidade produtiva”, informou, sem dar detalhes.
Já a Refit, que existe desde 1954, produziu em 2018 um volume médio de 47,4 milhões de litros de gasolina A, que vendeu para distribuidoras regionais. A empresa não quis antecipar planos de produção, alegando negociar ações em Bolsa.
Já a Refinaria Riograndense, no Rio Grande do Sul, com capacidade de 17 mil barris por dia, preferiu não se pronunciar sobre as perspectivas do mercado após os desinvestimentos da Petrobrás.

N.daR.: Como se comprova, qualquer empresário pode construir refinarias no Brasil.
Então, por que privatizar as da Petrobras
Por que agradar certos grupos privados nacionais ou, especialmente, estrangeiros?
Como justificar o crime de Lesa-Pátria em cometimento por Paulo Guedes e seus acólitos e com a assitência de Bolsonaro?
Como justificar a falta de patriotismo de todos aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos na questão do desmanche da Petrobras?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Espaço Aberto
O DESMONTE EM FAMÍLIA
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 23.08.2019 Pág. A2 | On Line 23 de agosto de 2019 | 03h00
por Fernando Gabeira

Por senti-la ameaçada é que Bolsonaro decidiu intervir no Coaf, na Receita e na PF

Fernando Gabeira No início do processo de redemocratização, campanha das diretas, vi num mesmo palanque em Caruaru dois candidatos que se dispunham a combater a corrupção: Collor, caçador de marajás, e Lula, que traria ética para a política. Ambos perderam a batalha.
Não posso dizer que Bolsonaro vá pelo mesmo caminho, pois cada um tem um roteiro próprio para contradizer o seu discurso. O dele tem um caráter doméstico. Ele decidiu intervir no Coaf, na Receita Federal e na Polícia Federal (PF) porque sentiu ameaças à sua família.
Ele próprio revelou que o Fisco fez uma devassa nas finanças de seu irmão, candidato a prefeito em Miracatu, no Vale do Ribeira. Sua campanha presidencial foi investigada.
Flávio, filho de Bolsonaro, estava sendo investigado a partir de dados do Coaf. Toffoli suspendeu as investigações. O presidente aprovou.
E agora quer mudar três nomes da Receita no Rio e um delegado da PF. A Receita é apenas uma das pernas do esquema de combate à corrupção que funcionou na Lava Jato. Talvez seja a mais vulnerável. Tentei explicar isso a um fiscal, que, por sua vez, descrevia os mecanismos automatizados e anônimos que indicam a necessidade de investigar o contribuinte.
Não há grande lastro popular no apoio à Receita. De modo geral, as pessoas a temem, ou talvez a rejeitem inconscientemente. A Inconfidência Mineira e as lutas contra as taxações coloniais podem ter contribuído para isso. Nem todos se distanciam para vê-la em suas funções mais amplas, importantes para toda a sociedade.
A interferência no Porto de Itaguaí, por exemplo, interrompe um trabalho que dificultava a ação da milícia que domina a área. Pelo porto saem drogas e entram armas.
Bolsonaro não explicou a razão de sua interferência em Itaguaí. Mas deveria ser mais cuidadoso num tema que envolve a milícia diretamente. As investigações em torno do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro mostram que familiares de milicianos foram empregados ali. O próprio Fabrício Queiroz parecia ter vínculos com o grupo do Escritório do Crime, mas jamais apareceram para todos essas inter-relações gabinete-milícia.
O descaminho de Bolsonaro no trato com a autonomia dessas instituições se dá num momento singular. Outras famílias importantes, do Poder ao lado, a mulher do ministro Toffoli e a de Gilmar Mendes, também estavam incomodadas com os dados do Coaf. O lamentável vazamento no caso de Gilmar acabou contribuindo para criar uma aliança dentro do STF que inclui Alexandre de Moraes, com sua decisão de suspender investigações.
No Poder do outro lado, a Câmara aprovou um projeto de abuso de autoridade, de noite e com baixo quórum. É um tema em que se pode chegar a um acordo. Mas não deveria ser votado assim. Essa história de Rodrigo Maia decidir que havia quórum é muito subjetiva.
A Lei de Abuso de Autoridade, apesar de ainda estar indefinido o papel de Bolsonaro nela – pode vetar ou não –, também é parte de uma ofensiva que o topo dos três Poderes desenvolve contra o sistema de combate à corrupção. Ilusório pensar que as coisas voltarão a ser como antes da Lava Jato. Talvez a cúpula dos três Poderes perceba isso. O que parece estar em curso é uma espécie de freio de arrumação. O objetivo é apenas o de facilitar o movimento dos políticos e conter investigadores e juízes. Que nível de resultado sairá desse esforço ainda é uma incógnita.
Bolsonaro enfraquece Sergio Moro ao intervir na Polícia Federal. As mensagem vazadas da Lava Jato não tiveram efeito demolidor, mas foram um elemento de estímulo ao freio de arrumação.
De certa forma, todo esse movimento era previsível e a tensão, às vezes, se concentrava num só tema, como, por exemplo, a prisão após julgamento em segunda instância. O que é novidade, não tanto para mim, que vi outros projetos fracassarem, é o comportamento do governo que se diz contra a corrupção.
Para começar, o próprio partido de Bolsonaro, o PSL, aprovou o regime de urgência para a Lei de Abuso. Sinal de ambiguidade. O abuso de autoridade, em termos gerais, existe há décadas. Por que, então, aprovar a lei com tão pouca gente e discussão?
Juízes e procuradores sentem-se intimidados com o nível de abstração em que a lei foi redigida. Por que não negociar com eles?
O único tema que alguns governistas problematizaram foi o uso de algemas. Isso é importante no trato do crime comum, mas insignificante em termos de luta contra a corrupção. Eles não costumam fugir, muito menos reagir violentamente à prisão.
Os eventuais vetos que Bolsonaro apresentar à Lei de Abuso não atenuam o peso de sua investida sobre os órgãos de investigação. Não ficou clara a razão de ele pedir o afastamento do delegado da PF do Rio. A PF do Rio contribuiu para as investigações sobre a morte de Marielle Franco. Elas resultaram na prisão de milicianos.
Bolsonaro alegou que a razão da mudança era a produtividade. Mas a PF do Rio também atua na Lava Jato, cuja produtividade talvez seja maior no momento do que em Curitiba ou São Paulo.
Como quase todas as intervenções esbarram em desconforto familiar ou repressão às milícias, elas significam um retrocesso na maneira como um presidente se comporta diante da autonomia das instituições. Ironicamente, um governo que se elegeu tendo como bandeira o combate à corrupção e com os ventos favoráveis da Lava Jato aniquila as possibilidades de outra operação eficaz no Brasil.
Quebrou uma das suas pernas, a fiscalização integrada das transações financeiras, enfim, perde o rumo do dinheiro, bloqueia o caminho real para investigar corrupção. E não é só Bolsonaro. Há mais presidentes envolvidos nisso, com destaque para o do STF, que proibiu o uso dos dados do Coaf.
Uma ação entre famílias.

N.daR.: Gabeira sempre demonstrou neutralidade e até uma tendência para defender Bolsonaro.
Por este motivo merece particular atenção a análise que fez.
Bolsonaro não mede as consequências para abafar eventuais deslizes de sua família.
Coloca-se acima de tudo e de todos. Desmoraliza ex-militares que compõem o seu governo, e coloca Moro mais desgastado a cada dia.
Para tanto, está a fazer alianças espúrias com qualquer um.
Embora tenha cor política diferente, Bolsonaro - o questionável incerto - permite que se faça um paralelismo com vários (des)governos anteriores.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Brasil
LAVA-JATO: PF MIRA BANQUEIRO ANDRÉ ESTEVES E EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS GRAÇA FORTES - Nova fase da operação é desdobramento da delação do ex-ministro Antônio PalocciO Globo
Publicado: O Globo - On Line 23/08/2019 - 08:22 / Atualizado em 23/08/2019 - 09:09
por Jailton de Carvalho

André Esteves, fundador do BTG Pactual - Foto: Jin Lee / Bloomberg News / 23.2.2011 Ex-presidentes da Petrobras e do Brasil - Foto: Marcelo Carnaval / 18.03.2012 / O Globo RIO — Agentes da Polícia Federal (PF) cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao banqueiro André Esteves , no Rio e em São Paulo, na 64ª fase da Operação Lava-Jato , deflagrada na manhã desta sexta-feira. A casa da ex-presidente da Petrobras Graça Foster também é alvo da nova etapa, no Rio.
Segundo a PF, a operação tem o objetivo de investigar os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais ligados a recursos registrados em uma planilha chamada "Programa Especial Italiano" — contabilidade gerida pela empreiteira Odebrecht. A investigação decorre do acordo de delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci, identificado nos sistemas de propina da companhia com o codinome "Italiano".
Autorizados pela 13ª Vara Federal de Curitiba, 80 policiais federais cumprem 12 mandados de busca em São Paulo e no Rio.
Além de identificar beneficiários da planilha e esclarecer o modo de operação da entrega de valores ilícitos a autoridades, a PF mira na nova fase da Lava-Jato um contrato do BTG Pactual com a Petrobras na exploração do pré-sal e em um projeto de desinvestimento de ativos no continente africano.
De acordo com a PF, os cofres públicos podem ter sido lesados em pelo menos US$ 1,5 bilhão, o equivalente, na cotação atual, a R$ 6 bilhões. Procurado, o BTG Pactual ainda não se manifestou.


Em trechos da delação, homologada pela Justiça e obtida pelo GLOBO, Palocci contou que alguns dos principais bancos do país fizeram doações eleitorais que somam R$ 50 milhões a campanhas do PT em troca de favorecimentos nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele citou casos envolvendo o BTG Pactual, além de Bradesco, Safra, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Os acusados negaram irregularidades e classificaram a delação de Palocci de “mentirosa” e “inverossímil” .
Segundo o delator, o BTG Pactual tinha interesse em informações privilegiadas sobre juros e, em 2014, teria repassado R$ 9,5 milhões à campanha à reeleição de Dilma pelo recebimento dessas informações. O ex-ministro afirmou ainda que o banco pagou R$ 2 milhões à campanha presidencial da petista em 2010 em troca da atuação da base governista no Congresso na defesa de seus interesses. As duas doações constam das declarações oficiais do partido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


A operação desta sexta-feira foi batizada de "Pentiti", que significa "arrependidos". Trata-se de uma referência a termo empregado na Itália para caracterizar pessoas que integraram organizações criminosas e, após serem presas, decidiram colaborar com investigações de autoridades.
Na 63ª fase da Lava-Jato , deflagrada nesta quarta-feira e denominada "Carbonara Chimica", a PF investigou a suspeita de pagamentos da Odebrecht a dois ex-ministros. Na ocasião, foram presos o ex-executivo da empreiteira Maurício Ferro — genro de Emilio Odebrecht e desafeto do cunhado Marcelo Odebrecht — e o advogado Nilton Serson.
Mantega deverá colocar tornozeleira eletrônica, decidiu o juiz Luiz Antonio Bonat, substituto do atual ministro da Justiça, Sergio Moro, na 13ª Vara Federal de Curitiba. De acordo com a investigação, Mantega solicitou a Marcelo Odebrecht propina de R$ 50 milhões como contrapartida para as edições de duas Medidas Provisórias. O pedido, segundo a PF, foi aceito por Marcelo e pago pela Brasken.

N.daR.: Alguém tinha dúvidas de que Graça Foster, amiga de Dilma, não sabia de nada, não viu nada, não escutou nada?
Elogiada pela mídia de todos os tons, foi poupada sem qualquer justificativa.
Depois de tanto tempo, resta saber o que poderá ser apurado.
Rafirmamos que há muito mais a ser investigado.
Será que os responsáveis pelo rombo na PETROS continuarão a ficar imunes?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Páis
PRESSIONADO, SERGIO MORO NÃO TOMARÁ INICIATIVA DE SAIR DO GOVERNO
Pessoas próximas a Moro dizem que Bolsonaro terá de assumir o desgaste de demitir seu auxiliar de maior popularidade

Publicado: O Globo - Impresso - 23/08/2019 - Pág. 4 | On Line 23/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 23/08/2019 - 07:52
por Jailton de Carvalho

Charge: Adnael - Cartilha de Bozo BRASÍLIA — O ministro da Justiça, Sergio Moro , deve aguentar calado derrotas e desautorizações públicas a que vem sendo submetido pelo presidente Jair Bolsonaro . O chefe do Executivo terá que assumir o desgaste de demitir o ministro mais popular da Esplanada se quiser ver Moro fora do governo e, claro, explicar os motivos da demissão. Quem diz isso são pessoas que convivem com o ministro.
Na quinta-feira, mesmo depois das declarações de Bolsonaro sobre a possibilidade de trocar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, Moro manteve a agenda sem qualquer alteração. Participou de duas solenidades e várias reuniões com auxiliares e com parlamentares. Reservado, o ministro não explicitou críticas ou queixas.
Interlocutores de Moro consideram que as declarações de Bolsonaro têm sido excessivas, sobretudo sobre mudanças na PF. Para eles, o presidente estaria interessado em “desidratar” o ministro para que não faça sombra sobre ele. Bolsonaro estaria de olho em 2022 e não quer, segundo esses interlocutores, nenhum concorrente forte por perto.
Tão reservado quanto Moro, o diretor da PF também decidiu se manter em silêncio. Depois da nota da semana passada na qual desmente Bolsonaro sobre as razões da troca do superintendente no Rio , Ricardo Saadi, Valeixo e os demais diretores resolveram aguardar os movimentos do presidente sem fazer novas manifestações públicas. Na nota, Valeixo disse que Saadi deixaria o cargo por vontade própria. Na quinta-feira passada, Bolsonaro afirmou que o delegado sairia por problemas de “gestão” e “desempenho”.

A praxe
Em geral, políticos, sobretudo governadores, tentam influenciar na indicação de superintendentes. Mas isso é feito, em geral, de forma indireta. E a cúpula da polícia evita indicar para as superintendências delegados sem bom trânsito com administradores locais, especialmente governadores.
Ao anunciar a saída de Saadi e mencionar um outro nome para o cargo, diferente do escolhido pelo diretor-geral, Bolsonaro interferiu na administração interna da polícia. Valeixo e os demais diretores teriam se sentido atropelados pela imposição do presidente. Da mesma forma, Bolsonaro teria se sentido afrontado pela nota em que a PF informa sobre os motivos da troca de comando no Rio e indica o nome do sucessor de Saadi, diferente do que o presidente anunciara.

N.daR.: Resumindo o já comentado:
Se "Quem não deve, não teme", sem dúvida Bolsonaro e seu clã está a dever.
Enquanto isso, Moro espera em "banho-maria" o destino que Bolsonaro - o questionável incerto - lhe dará. Cada vez mais remota a possibilidade de praticar e alcançar seus objetivos de combate à corrupção.
Bolsonaro começou a ter o apoio de juízes do STF, políticos e corruptos que estão no governo ou foram ocupantes de cargos públicos. Por que será?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
FIM DA PARTILHA É BOM PARA O PAÍS E A PETROBRAS
É preciso apressar a exploração do pré-sal, diante do avanço do uso de fontes ‘limpas’ de energia

Publicado: O Globo - Impresso - 23/08/2019 - Pág. 2 | On Line 23/08/2019 - 00:00
por Editorial

Charge: Genildo Assunto que frequentou a campanha eleitoral, a privatização da Petrobras, tema que costuma sofrer interdições de fundo ideológico, ganha mais consistência. Em entrevista à GloboNews, o ainda candidato Jair Bolsonaro admitiu a venda da companhia, embora se declarasse contra. Agora, o lançamento de uma relação de 17 estatais a serem colocadas à venda reaquece o assunto. Mais do que isso, a equipe econômica espera fazer a operação até 2022, quando acaba o mandato do ex-capitão, segundo o jornal “Valor Econômico”.
Trata-se de uma grande polêmica, que passará necessariamente pelo Congresso, conforme a determinação do Supremo de que a privatização de “empresas-mãe” precisa do aval do Legislativo. Não é o caso das subsidiárias.
Mas, entre a venda da estatal-símbolo e a inércia, há muito a ser feito. A própria Petrobras planeja passar adiante refinarias, também como forma de estimular a competição no mercado de combustíveis. Em julho, por meio do mercado acionário, a estatal já se desfez do controle da BR, a maior distribuidora do mercado, faturando mais de R$ 9 bilhões, destinados a abater o ainda elevado endividamento da petroleira e a reforçar investimentos no pré-sal, o mais importante negócio para a empresa. Há ainda a venda de empresas da área de gás.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu na terça-feira, em evento no Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), o fim do modelo de partilha, que passou a ser usado na cessão de áreas do pré-sal para exploração, no governo Dilma Rousseff. Esta é mais uma das medidas que podem ajudar bastante a empresa e o país desde já, à margem da privatização da companhia.
A adoção deste modelo foi um festival de equívocos. Um deles, o fato de retirar o Brasil durante anos do mapa dos grandes leilões mundiais para exploração, enquanto a mudança era detalhada em Brasília e no PT. Perdeu-se assim um ciclo importante de alta nas cotações internacionais do petróleo — o barril ultrapassou a barreira dos US$ 100 —, o que sempre aumenta a atratividade desses leilões.
Confirmada a potencialidade do pré-sal em 2007, o primeiro leilão só veio a ser realizado em 2013, da área batizada de Libra. Para confirmar a baixa atratividade do modelo, só um consórcio fez lance, com a participação da Petrobras. Mesmo assim, o bônus de assinatura rendeu à União R$ 15 bilhões, sem considerar a parcela de óleo que será cedida durante a produção. Porém, poderia ter sido mais se tivesse havido concorrência no certame.
A não utilização do sistema de concessão no pré-sal — em que são feitos lances e ganha quem oferecer mais, sem outras complicações —, substituído pela partilha, se deveu ao poder de atração deste modelo sobre o lulopetismo. A maior ingerência do Estado no negócio foi decisiva para o PT optar pela mudança Criou-se inclusive outra estatal para administrar o óleo compartilhado, e chegou-se a estabelecer o monopólio da Petrobras na operação das áreas, ainda com a participação compulsória da empresa de no mínimo 30% em todos os consórcios.
Sequer capacidade financeira a estatal teria para assumir estes encargos, porque já se endividara muito em grandes projetos de frágil sustentação técnica. A partir do pré-sal, criou-se ainda um programa de reserva de mercado para a substituição de importações de equipamentos, incluindo navios e plataformas. Ele provocaria um rombo bilionário na estatal e em sócios privados. Mas permitiu a geração de comissões para o esquema de corrupção montado pelo lulopetismo na empresa, junto com empreiteiras.
No governo de Michel Temer, o monópolio operacional, com o qual nem a Petrobras concordava, e a participação compulsória foram extintos. Falta, como propõe Castello Branco, acabar com o modelo de partilha.
Já se perdeu muito tempo para se explorar o pré-sal. A consciência da imperiosidade da redução do uso de combustíveis fósseis, para ajudar a mitigar o aquecimento global, reduz a longevidade do petróleo como fonte de energia. Se demorar muito a explorar as novas reservas, há o risco de o Brasil ficar com este petróleo debaixo da terra, sem gerar renda e empregos.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Poder
TCU ABRE INVESTIGAÇÃO AMPLA SOBRE ACORDOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - Sugerido pelo ministro Bruno Dantas, levantamento foi aceito pelo plenário da corte
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 21.ago.2019 às 11h59
por Julio Wiziack e Reynaldo Turollo Jr.

TCU - Divulgação / 17.6.2016 BrasíliA - Na esteira dos questionamentos feitos pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal sobre a destinação de recursos bilionários do fundo da Lava Jato, o TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu investigar todos os acordos firmados pelo Ministério Público Federal para avaliar a dimensão do “orçamento paralelo” hoje administrado pelos procuradores.
Sugerido pelo ministro Bruno Dantas, o levantamento foi aceito pelo plenário da corte em junho. Casos como o do rompimento das barragens da Vale e o do acordo do fundo de indenização da Lava Jato, acertado entre a Petrobras e a SEC (comissão de valores mobiliários dos EUA) sob a intermediação do MPF, estão na mira do tribunal.
O acordo da Petrobras com a autoridade de mercado dos EUA levou a estatal a destinar R$ 2,5 bilhões a um fundo de reparação no Brasil.
Há 30 anos, a Lei da Ação Civil Pública concedeu poderes para que a Defensoria Pública e o Ministério Público firmassem termos de ajustamento de conduta e acordos.
“Qual seria a real magnitude dos recursos envolvidos nesses ajustes, cuja destinação tem sido dada à margem do ciclo orçamentário?”, questionou o ministro Bruno Dantas em comunicação aos demais ministros do tribunal.
Para ele, há chances de que tenha sido “desconfigurada” a “repartição de tarefas estatais” considerando a quantidade de acordos realizados nas últimas décadas.
“Fica afetada a lógica do orçamento único da União”, disse Dantas. “E também as elevadas funções da peça orçamentária como o instrumento de planejamento e programação financeira e o mecanismo de transparência e de controle.”
Para evitar que essas receitas corram de “forma paralela” ao Orçamento da União, sem que sejam avaliadas as despesas e destinações desses recursos, o ministro sugeriu que fosse feita prestação de contas desses gastos no âmbito de um processo que corre sob a relatoria do ministro Vital do Rego sobre os TACs (termos de ajustamento de conduta) fechados pelo Ministério Público do Trabalho.
Na avaliação do TCU, a ideia é que, pelo menos, se saibam quantos são os acordos, quais os valores e para onde foram os recursos.
No caso do fundo da Lava Jato, o MPF atuou como representante do poder público brasileiro. A PGR só ficou sabendo das negociações por meio de documentos secretos enviados pelo Itamaraty no final de 2017 e início de 2018.
Depois do acerto com as autoridades dos EUA, a Petrobras destinou os recursos para um fundo, como previu o memorando assinado entre as partes.
No entanto, a administração do fundo pelo MPF e a forma como os recursos foram parar em uma conta “trânsito” na Caixa Econômica Federal estão sendo questionados pela PGR em uma ação que corre no Supremo Tribunal Federal.
Na ação, questiona-se a legalidade de um fundo que seja administrado pelo MPF sem que a União decida a destinação desses recursos.
Também se aponta a possibilidade de perdas decorrentes das variações cambiais. Conforme a Folha revelou, em valores atualizados, essa perda até junho chegava a R$ 22,4 milhões.
Pelo memorando de acerto entre as partes, o MPF decidiu que metade do dinheiro seria usado para ações de combate à corrupção. A outra metade iria para a indenização de acionistas minoritários que comprovarem o dano sofrido com a queda das ações devido ao esquema de corrupção na companhia.
Já o acordo depois do rompimento da barragem da Samarco (empresa da Vale e da BHP), em Mariana em 2015, foi fechado após o MPF ajuizar uma ação por danos coletivos da ordem de R$ 155 bilhões. A Samarco, suas controladoras, o MPF e os ministérios públicos estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo fecharam um termo de ajustamento de conduta em troca de suspender a ação.

N.daR.: Irá apurar?
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha - colunas e blogs
ELETROBRAS, CASA DA MOEDA, EBC E CORREIOS DEVEM ESTAR NA LISTA DE 17 ESTATAIS PRIVATIZADAS - Ministro Paulo Guedes deve anunciar a relação das empresas nesta quarta (21)
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 21.ago.2019 às 11h50
por Mônica Bergamo

Mônica Bergamo A Eletrobras, a Casa da Moeda, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), os Correios e a Ceagesp devem estar na lista de 17 estatais que serão privatizadas pelo governo federal. 
A lista completa, que circula entre empresários, é a seguinte: Emgea, ABGF, Serpro, Dataprev, Casa da Moeda, Ceagesp, Ceasaminas, CBTU, Trensurb, Codesa, EBC, Ceitec, Telebras, Correios, Eletrobras, Lotex e Codesp.
Na terça (20), em evento em São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo federal deverá privatizar 17 empresas estatais em 2019. Segundo Guedes, a lista será divulgada nesta quarta-feira (21). 
"Vamos acelerar as privatizações. Tem gente grande que acha que não vai ser privatizado e vai entrar na faca", afirmou Guedes. O ministro reiterou a meta que deu ao seu secretário de Desestatização, Salim Mattar, de privatizar US$ 20 bilhões neste ano.
Na semana passada, o ministro também deixou a entender que o presidente Jair Bolsonaro não descarta a privatização da Petrobras. "Vamos privatizar Correios, Eletrobras, e não duvido que vamos privatizar coisas maiores, viu, Castello?", disse Guedes, dirigindo-se ao presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
As privatizações vão se acelerar”, continuou o ministro. “Lá na frente, você, Castello Branco, pode fazer algo surpreendente", acrescentou o ministro, em fala novamente direcionada ao presidente da petroleira

N.daR.: A intenção de Paulo Guedes é clara: privatizar a Petrobras.
Para tanto, começou vendendo a preço vil vários ativos (como a TAG) e continua vendendo outros.
Se refere ao assunto com zombaria, principlamente na presença de seu acólito, Castello Branco, presidente da Petrobras.
Comete crime de Lesa-Pátria além de deixar suspeitas de corrupção nesses negócios (ou negociatas?).
Triste país...

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
LISTA DE PRIVATIZAÇÃOES ENCOLHE E FICA NO TERRENO DO "POSSÍVEL"
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 22 de agosto de 2019 | 08h21
por Cida Damasco

Charge: Ricardo Soares - Privatizações Desde o começo da campanha presidencial, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, nunca esconderam a intenção de turbinar as privatizações. Em entrevistas pouco antes das eleições, Guedes defendia privatizar tudo e fazer concessões de tudo ligado à infraestrutura. “Tudo mesmo”, insistia ele, embora reconhecendo que a decisão final do presidente poderia ser mais cautelosa. Nos seus cálculos, com um programa radical de desestatização, incluindo privatizações, concessões e venda de imóveis da União, daria para arrecadar algo como R$ 2 trilhões, metade da dívida pública federal.
Obviamente, já instalado no governo, “tudo mesmo” foi substituído por “tudo que for possível” e mesmo o “tudo que for possível” acabou se revelando mais modesto do que as expectativas. Até porque seria necessário fazer um amplo trabalho de planejamento para executar um programa parrudo de desestatização. A lista de privatizações anunciada nesta quarta-feira incluiu 9 empresas e com as que já constavam da carteira do Programa de Parcerias de Investimentos, chega a um total de 17 — o pré-anúncio era de 17 empresas na nova rodada. Correios, Eletrobrás e Telebrás encabeçam a lista geral. O governo federal tem, hoje, 130 estatais, 46 de controle direto e 84 subsidiárias.
Segundo afirmou há poucos dias secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, esse é apenas o começo do processo, em que o governo vai “tomar a sopa pelas bordas”, com a venda das estatais que não devem atrair grande resistência do público. A estimativa do governo é que a venda dessas empresas possa trazer algo como R$ 1,3 trilhão em investimentos.
Mesmo que essas projeções estejam contaminadas por um excesso de otimismo e que não haja prazos definidos, o fato é que o dinheiro das privatizações é bem-vindo. Vem a calhar para aliviar o sufoco das contas públicas. Quando vier. Aliás, o governo já contava com os recursos da privatização da Eletrobrás para fechar as contas deste ano — e foi obrigado a retirar do Orçamento a receita de R$ 12 bilhões projetada para essa operação diante das incertezas em relação ao avanço do projeto no Congresso. Tanto a Eletrobrás como Correios precisam do aval do Congresso para a privatização seguir adiante.
Há um consenso, porém, de que tapar o rombo fiscal não deverá ser a função principal da privatização. Não faz sentido se desfazer de um patrimônio para cobrir o custeio da máquina pública. É uma questão estratégica de mais longo prazo, que tem a ver com o papel reservado para o Estado no desenvolvimento do País. O governo simplesmente não tem nem capacidade financeira nem capacidade de gestão para manter em atividade as estatais e principalmente para investir na sua preparação para o futuro. No caso da Eletrobrás, por exemplo, são necessários investimentos de R$ 16 bilhões por ano, cerca de quatro vezes o que o governo consegue aplicar hoje.
Embora a privatização não assuste mais como em outros tempos, a ponto de levar candidatos a evitar a palavra nos seus programas de governo, ainda há risco de obstáculos à venda de algumas empresas mais expressivas, como a Eletrobrás. Imagine então se, logo depois de tomar a sopa pelas bordas, como diz Mattar, o governo se animar e partir para o centro do prato. Na cabeça de todos, Petrobrás é esse limite.
Nesta quarta-feira, rumores de que a Petrobrás seria privatizada até o fim do mandato de Bolsonaro animaram os investidores, provocaram uma alta de mais de 5% nas ações da empresa e ajudaram a Bovespa a superar os 101 mil pontos. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chegou a confirmar estudos para avaliar essa possibilidade. Mas o dia se encerrou com o porta-voz Rêgo Barros dizendo que Bolsonaro não tem “nenhuma ideia” nessa direção. privatizar a Petrobrás. É o “tudo que for possível” barrando o “tudo mesmo”.

N.daR.: No artigo está citado: "Não faz sentido se desfazer de um patrimônio para cobrir o custeio da máquina pública."
Portanto, privatizar a Petrobras é tirar um "caixa" do Governo.
É dispensar o lucro que a empresa proporciona, desde que medianamente administrada e com corrupção controlada.
É usar o dinheiro da venda para pagar despesas como: pessoal, juros da dívida, aquisição de bens de consumo, serviços de terceiros, manutenção de equipamentos, despesas com água, energia, telefone etc.
Além de ser um crime de Lesa-Pátria denota fortes indícios de corrupção.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
BOLSONARO NÃO DESCARTA PRIVATIZAÇÃO DA PEROBRAS: "TUDO O GOVERNO ESTUDA" - Presidente ressaltou que só tomará decisão quando receber proposta. Onyx afirma que serão feitos estudos
Publicado: O Globo - On 22/08/2019 - 09:04 / Atualizado em 22/08/2019 - 09:30
por Daniel Gullino

Charge: Bira Dantas - Privatização-Petrobras BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que "estuda privatizar qualquer coisa no Brasil", incluindo a Petrobras. Bolsonaro ressaltou, no entanto, que só tomará uma decisão em relação à estatal quando uma proposta for apresentada a ele.
— Vamos ver a proposta que vai ser apresentada para mim. Vamos ver a proposta que vai chegar até mim, daí eu falo. Paulo Guedes não mostrou ainda — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
Questionado se não descarta, então, a venda da Petrobras, Bolsonaro afirmou que o governo "estuda tudo":
— Estuda tudo. Tudo o governo estuda. Precisamos nos preparar para qualquer coisa. Estuda privatizar qualquer coisa no Brasil. Tudo é estudado, tudo é levantado, tudo é discutido. Você vai ter que analisar custo benefício, o que é bom para o Brasil e o que não é.

Resistência no Ministério da Economia
Na quarta-feira, foi anunciada nesta quarta, uma lista com 17 empresas que o governo pretende privatizar. A Petrobras não estava nela, mas o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo realizará estudos objetivos para analisar a possibilidade de privatização da empresa.
A ideia tem o apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da estatal, Roberto Castello Branco. A iniciativa, no entanto, encontra resistência no Ministério de Minas e Energia, ao qual a petroleira está vinculada.
Nesta quinta, Bolsonaro reclamou do preço do combustível, dizendo que está sendo diminuído na refinaria, mas que isso não chega para a população:
— Quero saber por que diminui o preço na refinaria, que está diminuindo, e na bomba não diminui. O que tem que fazer para esse preço chegar na ponta. Está havendo cartel, não está, não sei. Não posso acusar sem ter mais informações. Mas é uma realidade. Não tem diminuído o preço na ponta.
O presidente negou, contudo, que isso seja uma interferência na empresa:
— Em nenhum momento eu falei "abaixa o preço, aqui, lá acolá". É uma coisa que o povo todo, nas minhas redes sociais, tem reclamado.
Quando estava em campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a admitir a privatização da Petrobras para conter a alta nos preços dos combustíveis.

N.daR.: Bolsonaro - o questionável incerto - começa mostrar a verdadeira cara.
O que está mais nítido a cada dia que passa é o objetivo maior de privatizar a Petrobras, configurando o maior crime de Lesa-Pátria jamais praticado no Brasil.
Causa espécie que noções de patriotismo se perderam, como se constata pela omissão e silêncio de políticos, juízes e de ex-militares ou não.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
GOVERNO VAI LANÇAR PROGRAMA PARA REVITALIZAR PRODUÇÃO DE ÓLEO E GÁS EM TERRA - Com o Reate 2020, que será lançado nesta quinta-feira, meta é passar de 270 mil para 500 mil barris por dia até 2030
Publicado: O Globo - Impresso - 22/08/2019 - Pág. 20 | On 22/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 22/08/2019 - 09:13
por Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

Cavalos-de-pau, no RN - Foto: Divulgação / Petrobras RIO - O choque de energia barata prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, vai incluir a revitalização da produção de petróleo e gás em campos terrestres. Será lançado nesta quinta-feira o Reate 2020 — Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres. A meta do governo é praticamente duplicar a produção, dos atuais 270 mil barris por dia para 500 mil barris até 2030. Deste total, 67% da produção seriam de gás natural.


- Em função dos menores custos do gás produzido em terra, na comparação com o pré-sal, vamos experimentar redução de 30% a 40% dos preços atualmente praticados no Brasil. Com o crescimento da produção onshore (terrestre), vamos ter novas empresas. O retorno é mais rápido do que a produção no mar — afirmou o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.
O empurrão poderia dar fôlego para um setor que encolheu: a produção de óleo e gás em terra responde por menos de 10% do total. Em setembro do ano passado, os campos em terra produziam 274 mil barris diários, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Hoje são 235 mil barris.


Para dinamizar o setor, o caminho será o estímulo à criação de start-ups de base tecnológica para exploração e produção de petróleo e gás terrestres. Além disso, a ANP selecionou 726 áreas terrestres em 14 estados (Amazonas, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e 712 blocos exploratórios onshore para colocar em oferta permanente.
O primeiro leilão de áreas de oferta permanente está marcado para 10 de setembro. Serão ofertados 263 blocos terrestres. A devolução de áreas que a Petrobras não tem mais interesse em operar é outro motivador.
Estão sendo criados ainda mecanismos de financiamento para estimular a entrada de empresas de pequeno e médio porte no setor. Uma das possibilidades é o uso das reservas de óleo e gás como garantia para a obtenção de financiamento.
- Já começamos com a oferta pública permanente, que vai acontecer em setembro. A ideia é simplificar mais as regras - disse Félix.
Nos cálculos do governo, seria possível alavancar investimentos, que passariam de R$ 1,6 bilhão para R$ 4 bilhões ao ano, com a perspectiva de gerar 700 mil empregos, principalmente no Nordeste. A expectativa inclui um aumento do número de companhias que atuam neste segmento, das atuais 50 para 500.
As projeções do governo são ambiciosas: a estimativa é que a produção de gás natural desses campos salte de 25 milhões de metros cúbicos por dia para 55 milhões — quase o dobro dos atuais 30 milhões de metros cúbicos importados por dia da Bolívia.


Segundo Anabal dos Santos Júnior, secretário executivo da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo (ABPIP), há demanda hoje de empresas privadas para investir em produção em terra. Ele cita o avanço dos investimentos de empresas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, que vem ampliando a produção em campos maduros:
- Nos últimos anos, estamos verificando o avanço dos investimentos de diversas companhias como a Eneva, Rosnefet, Petrorecôncavo, entre outras. Essas empresas estão sendo responsáveis pelo avanço da produção no interior, gerando renda e empregos.
O presidente da PetroSynergy, Sergio Paez, destaca que a devolução da venda de campos terrestres pela Petrobras é essencial para aumentar a produção. Há quase 20 anos, a empresa arrematou o Campo de Tabuleiro de Martins, em Alagoas, que produzia 100 barris por dia. Hoje são 350 barris. A petroleira vai participar do primeiro leilão de oferta permanente da ANP.
- Estamos otimistas com a possibilidade de revitalização da atividade em terra. O Brasil tem um grande potencial a ser explorado, precisa sair dessa situação de quase abandono. Entrarão no setor mais empresas privadas de diferentes tamanhos - disse Paez.

N.daR.: Se fosse tão fácil ou as margens atuais fossem tão altas que permitissem reduzir "gorduras" em até 40% nesse tipo de operação, a solução já teria sido usada.
É mais um manobra mediática de Bolsonaro - o questionável incerto - e sua equipe, ou seja com Paulo Guedes, ministro da Economia no comando. Sem esquecer de Castello Branco, seu acólito como presidente na Petrobras.
O que está mais nítido a cada dia que passa é o objetivo maior de privatizar a Petrobras, configurando o maior crime de Lesa-Pátria jamais praticado no Brasil.
Causa espécie que noções de patriotismo se perderam, como se constata pela omissão e silêncio de políticos, juízes e de ex-militares ou não.

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* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
JUIZ DA LAVA-JATO DETERMINA QUE GUIDO MANTEGA COLOQUE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA
Luiz Antonio Bonat, no entanto, negou pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal

Publicado: O Globo - Impresso - 22/08/2019 - Pág. 8 | On 21/08/2019 - 12:53 / Atualizado em 21/08/2019 - 15:00
por Dimitrius Dantas

Guido Mantega e Antonio Palocci, em 2003 - Foto: Roberto Stuckert Filho / Agência O Globo / 18.03.2003 SÃO PAULO - O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega nos governos Lula e Dilma Rousseff deverá colocar tornozeleira eletrônica, decidiu o juiz Luiz Antonio Bonat , substituto do atual ministro da Justiça Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. A medida foi tomada no despacho que autorizou a deflagração da 63ª fase da Lava-Jato, denominada Carbonara Chimica.
A força-tarefa da Lava-Jato pediu a prisão do petista, mas o pedido foi negado por Bonat, que considerou que não havia razões para tirar a liberdade de Mantega. O magistrado também determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas do ex-ministro.
Bonat lembrou que não há perspectiva de que Mantega possa cometer novas irregularidades, uma das razões necessárias para a decretação de uma prisão preventiva ou temporária.


Entre os motivos para negar a prisão, Bonat também citou que os recursos atribuídos a Mantega no exterior já estão bloqueados, o que, segundo ele, dimunui sua chance de fuga, e não há informação sobre seu envolvimento em fatos criminosos após deixar o Ministério da Fazenda, em janeiro de 2015.
"Diante do exposto, apesar das alegações do MPF, entendo que não há causa suficiente para a decretação da prisão preventiva de Guido Mantega", afirmou Bonat.


O MPF alegou que, enquanto ministro, ele teria atuado em favor da Odebrecht para a aprovação de medidas provisórias que beneficiaram o grupo Odebrehct, com a previsão de vantagens, o chamado Refis da Crise. Em troca, teria acertado um pagamento de R$ 50 milhões.
Além da tornozeleira eletrônica, Guido Mantega ficará impossibilitado de exercer qualquer cargo público, deverá entregar seus passarportes e não poderá mudar de endereço.
Na deflagração da 63ª fase, Bonat determinou a prisão de Mauricio Ferro, diretor jurídico da Braskem, e do advogado Nilton Serson, acusados de movimentar valores de propinas para fora do país por meio de contas offshore.
Em contato com a reportagem, o advogado Fábio Tofic Simantob afirmou que, para Guido Mantega, a investigação sobre o rastreamento do dinheiro da empreiteira é ótima porque mostrará que o ex-ministro da Fazenda não recebeu valores da Odebrecht.
Contudo, Simantob criticou a determinação sobre o uso de tornozeleira eletrônica.
— A medida de tornozeleira eletrônica é absurda. Os fatos são de 2010, quase dez anos depois. Uma pessoa que não deu mostra de querer fugir, comparece ao atos do processo. É o constrangimento pelo constrangimento. Assim como o bloqueio dos R$ 50 milhões. Que R$ 50 milhões? É a Lava-Jato voltando a fazer espetáculo para colocar uma cortina de fumaça nos abusos e arbitrariedades que estão sendo revelados na condução desse processo — afirmou.

N.daR.: A Petrobras é sócia com a Odebrecht na Braskem.
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* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
A POLÍTICA DO CRIME (1)
Publicado: O Globo - Impresso - 22/08/2019 - Pág. 3 | On 22/08/2019 - 00:00
por Carlos Alberto Sardenberg

Quem criminalizou a política? Quem apanhou a corrupção ou políticos que se corrompiam há muitos anos?

Carlos Alberto Sardenberg Começo a examinar aqui algumas teses político-jurídicas supostamente articuladas para conter “excessos da Lava-Jato”. Conhecendo a prática do Direito Penal no Brasil, sabe-se que advogados, juristas e juízes sempre encontraram teses para tudo. Basta acompanhar um debate no STF — longas argumentações, na técnica jurídica, para sustentar verdades perfeitamente opostas.
Por exemplo: a prisão em segunda instância é ou não constitucional?
Há teses para os dois lados.
O que fazer? Vai aqui uma sugestão. Examinar as teses dentro do contexto em que foram criadas.
Esclarece muita coisa, espero.
Criminalização da política: a expressão tem sido utilizada para atacar a Lava-Jato, em especial, e as ações de combate à corrupção em geral, envolvendo políticos e seus partidos. Diz que certos promotores e juízes têm uma visão negativa do exercício da política, enxergando só roubalheira e troca de favores, cegos para a arte de propor e negociar a implantação de projetos de governo.
Por exemplo: criminalizar a política seria não perceber que a negociação de cargos é parte do processo legítimo de formar maiorias — e não uma simples compra de votos.
Do mesmo modo, criminalizar a política seria não perceber que a distribuição de verbas públicas faz parte do processo legítimo de administrar.
Nessa interpretação, promotores e juízes — todos sabem quais — seriam moralistas xiitas, querendo jogar todos os políticos na fogueira da Lava-Jato.
Foi com base nesse entendimento que deputados e senadores aprovaram a lei de abuso de autoridade, com o apoio de magistrados de cortes superiores. Justificaram: tem que colocar um freio na Lava-Jato porque senão ela vai avançar contra a classe política.
Mas, olhando os fatos, a Lava-Jato não pega políticos, pega políticos ladrões. Não avança contra a classe política em abstrato, mas contra membros da classe política que colocaram nos seus bolsos ou no caixa de seus partidos um dinheiro que não lhes pertencia. Dinheiro do público.
Ora, quem criminalizou a política? Agentes públicos que apanharam a corrupção ou políticos que se corrompiam há muitos e muitos anos?
Criminalização da atividade empresarial: a lógica é a mesma. A expressão quer dizer que a Lava-Jato, no fundo, considera criminosa toda a atividade no mundo dos negócios, especialmente dos grandes, sobretudo as empreiteiras. Procuradores e juízes da operação seriam xiitas contra o capitalismo.
A contraintepretação vai na mesma linha. A história econômica mostra que, em qualquer país, sempre há o risco de se cair numa modalidade conhecida como “crony capitalism”, o capitalismo de amigos, arranjo entre empresários e políticos e agentes públicos. As empresas financiam eleições, os políticos e agentes distribuem facilidades (“boas” leis e “bons” negócios). Assim, as empresas não precisam ser eficientes, basta ter “bons” amigos no governo e na política.
No comunicado em que informou sobre o processo de delação premiada, a direção da Odebrecht diz mais ou menos o seguinte: a companhia sempre foi de ponta, não precisa dessas práticas.
Um acionista da empreiteira me disse uma vez: todo mundo fazia, como não fazer?
O capitalismo de amigos cresceu no Brasil sem restrições, em larga escala. De novo: quem criminalizou a atividade empresarial, a Lava-Jato que apanhou as falcatruas ou os empresários e políticos que organizaram e apitaram o jogo dos negócios facilitados?
Empresas brasileiras capturadas na Lava-Jato foram também apanhadas nos EUA, como a Petrobras e a Odebrecht. E chama a atenção uma diferença de tratamento. Nos EUA, acordos de leniência saíram rapidamente, com pagamento de pesadas indenizações e liberação das companhias para que voltassem a atuar normalmente.
No Brasil, o que está destruindo empresas — e empregos — não é a Lava-Jato, mas um emaranhado jurídico que impede o fechamento de acordos de leniência, com negociações com diversos órgãos, em um processo sem fim.
Não, a Lava-Jato não é contra o capitalismo. É contra um capitalismo de compadres, que muita gente tenta restabelecer.
(Continua com análise da tese do “cerceamento da defesa”)


* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
NOVAS NUVENS
Publicado: O Globo - Impresso - 22/08/2019 - Pág. 2 | On Line Tribuna do Norte 22/08/2019 04:30
por Merval Pereira

De possível vandidato de Bolsonaro, ou vice mais forte que Mourão, Moro pode vir a ser candidato de oposição

Merval Pereira O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deu início à reformulação partidária que deve acontecer no final do ano, com os partidos preparando-se para a eleição municipal de 2020, quando pela primeira vez serão proibidas as coligações proporcionais para vereador.
Ao explicitar que DEM e PSDB devem se unir já para as eleições municipais do ano que vem, ou no máximo, para enfrentar as eleições gerais de 2022, Maia tornou realidade um movimento político que vem sendo costurado desde que o centro foi esmagado em 2018 pela polarização entre extremos que levou Bolsonaro ao poder.
Haverá um enxugamento do número de partidos políticos, também devido às cláusulas de barreira, ou de desempenho, como preferia o ex-vice-presidente da República Marco Maciel. Exatamente 14 dos 35 partidos existentes já não cumpriram a cláusula de desempenho exigida pela nova legislação, na eleição de 2018.
Patriota, PHS, PC do B, PRP, Rede, PRTB, PMN, PTC, PPL, DC, PMB, PCB, PSTU e PCO continuam atuando no Congresso, mas com perspectivas reduzidas nas próximas eleições. Perderam o acesso ao fundo partidário e ao tempo gratuito de rádio e televisão, e as exigências de desempenho aumentam a cada eleição, até 2030.
Nas próximas eleições proporcionais, em 2022, só terão acesso ao fundo e ao tempo de TV os partidos que receberem 2% dos votos válidos obtidos nacionalmente para deputado federal em 1/3 das unidades da federação, sendo um mínimo de 1% em cada uma delas; ou tiverem elegido pelo menos 11 deputados federais distribuídos em 9 unidades.
Já a chamada "janela" partidária continua em vigor, o que permitirá que os candidatos mudem de partido seis meses antes das eleições. Dos dois grandes blocos partidários hoje atuando na Câmara, um teoricamente formado pela base governista, outro da oposição, sairão as prováveis fusões, que já começam a ser negociadas nos bastidores.
PSDB e DEM se unindo pretendem criar alternativas de centro-direita para se contrapor ao radicalismo dos dois partidos que disputaram o segundo turno da eleição de 2018. Há conversas entre o DEM, o PSDB de João Dória, o PSD de Kassab, e outros para a criação de um partido que, pelas contas iniciais, poderia ter mais de 80 deputados.
A dissidência do PSDB, que não aceita a liderança do governador de São Paulo João Dória, poderia comandar um novo partido de centro-esquerda. Mas não parece ter ânimo para se fundir com Rede, Partido Verde e Cidadania, que provavelmente se unirão.
O comando de Dória entre os tucanos está sendo contestado, com a maioria do diretório nacional discordando da tentativa de expulsão do deputado Aécio Neves.
É previsível que o PSL aumente sua bancada, fortalecendo o bloco da extrema direita. PT e o bloco formado por PDT, Solidariedade, Podemos, PCdoB, PROS, Avante, PV e DC podem se unir parcialmente, embora o PDT pretenda ser o líder da oposição em substituição ao PT. O PSOL pode vir a ocupar esse lugar, tendo uma atuação independente do PT.
Essas movimentações partidárias já trazem embutidas as eleições presidenciais de 2022. As esquerdas têm no momento dois potenciais candidatos: o do PT e Ciro Gomes. A extrema direita tem Bolsonaro e a caneta BIC presidencial. Resta à centro-direita encontrar um candidato que seja mais competitivo do que foi Alckmin em 2018.
Dória claramente já se colocou na linha de partida, e Rodrigo Maia pode ser seu vice. Ou Sérgio Moro, candidato potencial à presidência, ou reforço à chapa como vice. A característica das candidaturas é que muda de acordo com as nuvens políticas.
De possível candidato de Bolsonaro à presidência, ou um vice mais forte que o General Mourão, Moro pode vir a ser candidato de oposição. O governador paulista João Dória já lhe ofereceu abrigo em seu secretariado caso sua situação fique insustentável no governo Bolsonaro.

N.daR.: Tudo começou a mudar quando o Flávio, filho de Bolsonaro, se viu envolvido por indícios de corrupção.
Em decorrência foi criado um Acordão envolvendo o STF, esvaziamento de Moro, mudança de domicílio do COAF e permissão para que indicações políticas sejam feitas para funções estratégicas no órgão, surgimento de ambiente favorável para a cração da nova Lei do Abuso de Autoridade, etc.
Assim, desmoronou a plataforma em que Bolsonaro se apoiou para se eleger.
A estrutura, ora em construção, está cada vez mais assemelhada àquela de Collor, Sarney, FHC, Lula, Dilma, só que com cores supostamente diferentes.
Se "Quem não deve, não teme", sem dúvida Bolsonaro e seu clã está a dever.
Enquanto isso, Moro espera em "banho-maria" o destino que Bolsonaro - o questionável incerto - lhe dará. Cada vez mais remota a possibilidade de praticar e alcançar seus objetivos de combate à corrupção.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião // On Line tribunadonorte.com.br
É INADMISSÍVEL HAVER INFLUÊNCIA POLÍTICA NO EX-COAF
Permissão de quaisquer nomeações para a UIF facilita ingerências em um órgão vital do Estado

Publicado: O Globo - Impresso - 22/08/2019 - Pág. 2 | On Line 22/08/2019 - 00:00
por Editorial

Permissão de quaisquer nomeações para a UIF facilita ingerências em um órgão vital do Estado
Obs.: UIF novo nome do COAF.

Charge: Son Holz - Longe do Moro Jair Bolsonaro, repetindo outros candidatos em eleições de outrora, assumiu no palanque o papel do renovador de usos e costumes da tradicional política brasileira, em que há fortes traços de patrimonialismo e fisiologismo. E como ocorreu no passado, com oito meses de governo, o candidato eleito mostra facetas opostas às promessas de campanha.
Por ter sido integrante pouco relevante, por 28 anos, da bancada do baixo clero — quase um pleonasmo —, o ex-capitão pôde adotar o discurso contra a velha política como alguém distante dos compadrios que unem as cúpulas no poder.
Assumiu o estandarte anticorrupção da Lava-Jato e, para fixar a imagem de paladino dos bons modos na administração pública, conseguiu levar para a equipe, como forte ministro da Justiça e Segurança Pública, o juiz Sergio Moro, da Operação baseada em Curitiba.
Este início de mandato, porém, não tem sido compatível com aquela imagem que Bolsonaro quis construir na campanha. O último ato desta desconstrução é a medida provisória que altera a estrutura de cargos do ex-Coaf, rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e transferido para o Banco Central.
A mudança faz sentido. Até, como o próprio presidente justificou, para proteger de pressões políticas a atividade de fiscalização dos fluxos financeiros. É razoável não deixar a UIF no Ministério da Economia, nem fazê-la retornar à Justiça como reivindicou Moro, deixando-a na órbita de uma instituição absolutamente técnica.
Mas a MP surpreende ao quebrar a norma de que organismos do Banco Central são tocados por funcionários atuais do BC ou que já passaram pela instituição. Definir que postos estratégicos na burocracia pública têm de ser preenchidos por funcionários de carreiras de Estado não pode ser confundido com corporativismo. É questão de segurança para a sociedade
Se a medida provisória vier a ser aprovada pelo Congresso sem emendas, poderão ser nomeados conselheiros da UIF pessoas sem qualquer histórico na atividade pública de controle, fiscalização do sistema financeiro e similar. Estará aberto espaço para indicações políticas, pondo-se em risco a confidencialidade dos dados do sistema financeiro, além de se colocar a UIF sob suspeição.
A MP está no contexto de ingerências do presidente na Polícia Federal e na Receita — nesta já houve a controvertida intervenção do inquérito Toffoli-Moraes, do Supremo.
No caso de interferências de Bolsonaro, há visível relação com investigações do ex-Coaf sobre movimentações bancárias do filho Flávio, quando era deputado estadual, e de auxiliares dele. Este mesmo caso levou Toffoli a rever o relacionamento operacional entre Coaf e Ministério Público, crucial na repressão a traficâncias financeiras.
Parece sob ameaça a independência de instituições-chave da República.

N.daR.: Apesar de Aluizio Maranhão, editor da seção Opinião do O Globo, cujas opiniões são na maioria das vezes parciais e tendenciosas, não se pode negar o alerta contido no artigo.
A ingerência política em órgão ou instituição que exija capacidade técnica e profissionalismo n~~ao deve ser permitida jamais.
Vide exemplo da Petrobras, em que a influência política pós-85 cada vez maior resultou naquilo que todos testemunhamos.
Ressalva: Na negativa, o O Globo, entre outros órgaos da mídia, que, embora recebesse denúncias, jamais as investigou.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Poder
LAVA JATO MIRA EX-EXECUTIVOS DA ODEBRECHT SUSPEITOS DE PAGAR PROPINA A PETISTAS - PF cumpre dois mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 21.ago.2019 às 8h09 Atualizado: 21.ago.2019 às 10h20
por Katna Baran

Odebrecht sócia na Braskem junto com a Petrobras - Foto: Sebastian Castaneda / Reuters A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a 63ª fase da operação Lava Jato, que tem como alvos de mandados de prisão os ex-executivos da Odebrecht Maurício Ferro, genro de Emilio Odebrecht, e Nilton Serson. O ex-presidente da Braskem, empresa do grupo, Bernardo Gradin é alvo de mandado de busca.
A fase da operação tem como objetivo esclarecer suspeitas de pagamentos dos executivos aos ex-ministros de governos petistas, Antonio Palocci e Guido Mantega.
Os repasses estariam relacionados a edição das MPs (Medidas Provisórias) 470 e 472, que instituíram refinanciamento de dívidas fiscais que beneficiaram as empresas.

Maurício Ferro
    - Comandou a área jurídica da Braskem e também da Odebrecht
    - É casado com uma irmã de Marcelo Odebrecht, Mônica Bahia Odebrecht
    - Participou como advogado nos acordos de delação e leniência da Odebrecht com a Procuradoria

Segundo o Ministério Público Federal, Mantega teria recebido R$ 50 milhões pela transação. A operação teria sido feita por meio do setor de propinas da Odebrecht, registrada na conhecida planilha “Pós Itália”, e paga pela Braskem.
Como parte do Grupo Odebrecht, a Braskem também firmou acordo de leniência com o Ministério Público Federal. Com o material disponibilizado, as investigações apontaram que Ferro, que era diretor jurídico da empresa, celebrou ao menos 18 contratos advocatícios fraudulentos com Serson de 2005 a 2013 para esconder o pagamento de propinas.
A fraude teria gerado ao menos R$ 78,1 milhões em repasses para Serson. Um dos contratos, segundo o Ministério Público Federal, tratava justamente das discussões sobre o crédito de IPI, mesmo contexto em que ocorreram os crimes investigados.
Ambos os executivos teriam ainda mantido contas no exterior para receber os valores, transferidos por meio do setor de propinas da empresa.
Só em 2010, de acordo com a investigação, offshores controladas por Serson teriam recebido ao menos R$ 10 milhões por ordem de Ferro. Depois, segundo o Ministério Público Federal, pelo menos parte dos valores retornou ao executivo por meio de contas no exterior.
As investigações apontam ainda que o genro de Emilio teria tentado impedir que a Procuradoria acessasse os dados do sistema “My Web Day”, que centralizava o controle de repasses de propinas pelo grupo Odebrecht. Foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor de R$ 555 milhões.
Tanto Ferro como Serson são desafetos de Marcelo Odebrecht —a irmã dele é casada com Ferro, que atuou como advogado nos acordos de delação e leniência da Odebrecht com a Procuradoria .
Marcelo também tem a Braskem como alvo. A petroquímica, como mostrou a Folha, é acusada por ele de mentir, omitir e manipular os seus acordos de delação e de leniência para proteger executivos que não queriam aparecer como criminosos.  
A Braskem é a joia da coroa da Odebrecht. Com 40 fábricas no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e México, a petroquímica criada em parceria com a Petrobras foi responsável por 80% das receitas do grupo Odebrecht no ano passado. Numa negociação para venda para um grupo holandês, a empresa foi avaliada em R$ 41,5 bilhões.  
Marcelo afirma que a Braskem, por exemplo, errou ao falar em seu acordo de delação que os recursos entregues ao PT nas campanhas de 2010 e 2014, no valor total de R$ 150 milhões, eram provenientes de caixa dois. Segundo o executivo, houve doações legais e o chamado caixa três —quando uma empresa pede a um fornecedor para fazer a doação por ela. 

Lavagem
Em nota, o procurador Antonio Carlos Welter explicou que a nova fase da operação busca apurar esses novos atos de lavagem de dinheiro e quem foram os destinatários finais dos recursos.
“É importante seguir o dinheiro até se descobrir quem foram os beneficiários desses pagamentos ocultos gerenciados pelo diretor jurídico da empresa e possivelmente operacionalizados por um escritório de advocacia”, disse.
Ao todo, além dos mandados de prisão temporária (com prazo de cinco dias), a PF cumpre outros 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia.
A operação foi intitulada Carbonara Chimica, que remete ao fato de que os investigados eram identificados como “Italiano” (Palocci) e “Pós-Itália” (Mantega) e ainda possui relação com a atividade desenvolvida pela empresa envolvida no esquema.
A reportagem ainda não conseguiu falar com os advogados dos alvos da Lava Jato.

N.daR.: Sobre Paulo Guedes, atual ministro da Economia, surgem denúncias aqui e alí, questionando a lisura de certas operações em que participou.
Sugiram, entre outras, acusações envolvendo operações financeiras com Petros e, agora, mais esta.
Serão Falsas? É o que se gostaria de saber com certeza.
Triste país...

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
RAQUEL DEFENDE QUE PROCESSOS CONTRA JUCÁ E RAUP FIQUEM NA TERRA DA LAVA JATO - Defesas dos ex-senadores pedem que ações sejam julgadas no Distrito Federal e em Roraima, onde crimes teriam ocorrido, mas procuradora-geral sustenta que competência é mesmo do fórum federal de Curitiba, onde surgiu a maior operação já deflagrada no país contra a corrupção
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 21.08.2019 - 07h00
por Redação

Romero Jucá e Valdir Raupp - Fotos: André Dusek e Dida Sampaio/ESTADÃO A procuradora-geral, Raquel Dodge, manifestou-se pelo indeferimento dos agravos dos ex-senadores Romero Jucá e Valdir Raupp, contra decisão que determinou o encaminhamento dos processos nos quais são réus para a Justiça Federal no Paraná.
Jucá e Raupp respondem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostos desvios na Transpetro, subsidiária da Petrobrás.
As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria.
Nos recursos, os ex-senadores pedem ao Supremo que designe a competência para julgamento dos casos à Justiça Federal no Distrito Federal. Jucá ainda indica a Justiça Federal em Roraima, onde alguns dos crimes pelos quais responde teriam sido cometidos.
A Procuradoria defende a manutenção dos processos no Fórum Federal de Curitiba, onde surgiu a Operação Lava Jato, maior investigação já deflagrada no país contra a corrupção – a partir da descoberta de um incrível cartel de empreiteiras que se instalou em diretorias estratégicas da Petrobrás.
Para a PGR, as decisões monocráticas, do ministro Edson Fachin, ‘estão corretas e devem ser mantidas’.
As defesas de Jucá e Raupp alegam, nos agravos, que a questão do Juízo competente para processar os agentes não detentores de foro por prerrogativa de função deve ser analisada e decidida pela regra geral do artigo 70 do Código Penal, que fixa a competência territorial conforme o lugar de cometimento da infração penal.
Para a PGR, no entanto, os fatos ilícitos de que trata o Inquérito 4.215/DF, no qual Jucá e Raupp são investigados, ‘estão de forma evidente associados ao esquema criminoso instituído na Petrobrás’.
Conforme já decidido pelo próprio STF no Inquérito 4.130 e no Habeas Corpus 132.295/PR, todos os processos que integrem as investigações da Operação Lava Jato e que tenham relação com desvios na Petrobrás são de competência da 13.ª Vara Federal de Curitiba.
“O fato de os acertos e as solicitações de vantagens indevidas terem ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, ou em Brasília não tem o condão de modificar o contexto em que ocorreram as solicitações de vantagem indevida, tampouco a origem da propina recebida”, sustenta a Procuradoria.
Os ex-senadores afirmam que a suposta solicitação de vantagem indevida que lhes é imputada teria ocorrido em Brasília.
Jucá alega, ainda, que os supostos crimes de lavagem de dinheiro, a ele também atribuídos, decorrentes da transferência de valores pela empresa NM Engenharia ao Diretório Político do MDB em Roraima, teriam ocorrido nesse estado.
Os acertos para as transferências, por sua vez, teriam sido feitos no escritório de Sérgio Machado, então presidente da Transpetro, no Rio.
Precedentes – Nos pareceres, a PGR cita ainda precedentes nos quais o Supremo remeteu à 13.ª Vara Federal de Curitiba feitos e cópias de termos de delação envolvendo fatos inseridos no contexto ilícito da Transpetro.
Para Raquel Dodge, mesmo que Petrobrás e Transpetro sejam pessoas jurídicas formalmente distintas, ‘a forma societária da empresa de transportes torna indissociáveis os danos por ela sofridos, já que, em última análise, também atingiram a petrolífera, o que estabelece a mesma competência jurisdicional’.
A Procuradoria-Geral defende que a determinação do STF pela competência da Justiça Federal em Curitiba para julgamento dos feitos relacionados a crimes com danos à Petrobrás investigados pela Lava Jato ‘serve para evitar a fragmentação das investigações, de modo que seu prosseguimento não seja inviabilizado ou obstaculizado’.

N.daR.: Há muito mais a ser apurado.
Os aposentados da PETROS que o digam.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Jornal do Carro
PETROBRAS TAMBÉM LANÇA ETANOL ADITIVADO - Importante apenas na gasolina, a Shell e – agora – também a Petrobras tentam engordar seu faturamento com a desnecessária aditivação do etanol
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 20.08.2019 - 13:04
por Jornal do Carro

Etanol - Foto: Olhar Digital Não elogio mais a Petrobras: foi só comentar que nossa gasolina, verdadeiro lixo no passado, está se tornando uma das melhores do mundo, para a poderosa estatal do petróleo copiar a Shell e lançar o etanol aditivado nos postos da BR Distribuidora.
A Shell era a única a oferecê-lo, pois não há necessidade de se aditivar o etanol: seu teor de carbono é inferior a 30%, enquanto o da gasolina é superior a 80%. Por isso é chamado de combustível “limpo”: não suja o motor e nem o meio ambiente por dois motivos. Primeiro, por emitir menos C02 que o combustível fóssil. Segundo, porque o dióxido de carbono emitido é absorvido pela cana-de-açúcar no campo.

Então, para que o etanol aditivado?
O principal motivo é aumentar o faturamento das distribuidoras e dos postos às custas de convencer o motorista de sua necessidade.
Por que só a Shell o disponibilizava nos postos? Pura jogada de marketing. Como a aditivação é importante no caso da gasolina e ninguém explica ser desnecessária no etanol, os marqueteiros da Shell e – agora – também os da Petrobras arregaçaram as mangas e decidiram “criar dificuldade para vender facilidade”.
Porque a real necessidade de se aditivar a gasolina? Porque seu elevado teor de carbono provoca depósitos carboníferos nas cabeças de pistões e câmaras. Com as elevadíssimas temperaturas da combustão, estes depósitos se incandescem e viram pequenas brasas. Como prejudicam a combustão? Ou porque a provocam antes mesmo da faísca na vela, ou ocorrem simultaneamente, criando uma nova frente de chama.
Essa combustão é irregular, provoca a tal “batida de pino” (que nada mais é que um choque de ondas) e prejudica a eficiência do motor, reduzindo potência, aumentando o nível de emissões e que pode até danificar os pistões.
Como a aditivação é desnecessária no etanol, havia um consenso entre as distribuidoras de combustíveis de se usar aditivos apenas na gasolina. E apenas duas delas decidiram o contrário: primeiro a Shell e, agora, a Petrobras, que, também de olho em engordar seu faturamento, acaba de lançar o etanol do tipo Grid, mesma denominação de sua gasolina aditivada.

Dourando a pílula
Algum problema em abastecer com o etanol aditivado? Nenhum, exceto para o bolso do motorista, que vai, literalmente, jogar dinheiro no lixo. Poderia teoricamente ter alguma vantagem com os argumentos dos marqueteiros.
É óbvio que a Petrobras “doura a pílula” e alega a presença de um “redutor de atrito” para atenuar o desgaste entre peças que se atritam como pistões, anéis e cilindros, apesar desta redução de atrito ser função do óleo lubrificante, não do combustível.
A BR Distribuidora diz também que os aditivos (dispersantes e detergentes) “contribuem para a limpeza do sistema de alimentação de combustível e retirada de impurezas pela combustão”. Plenamente correto no caso da gasolina, porém de necessidade duvidosa no etanol por seu baixo teor de carbono.
A distribuidora afirma contar também com um “inibidor de corrosão para auxiliar na redução do efeito corrosivo do etanol nas partes metálicas do motor”. O etanol pode realmente provocar uma espécie de “gosma” em alguns locais como o filtro de combustível. Mas, como ele é substituído regularmente, não se torna um problema. Tanto que jamais foi motivo de reclamações por parte dos usuários.
Não deixa de ser curioso que só agora, 16 anos depois de lançado o carro flex, a BR Distribuidora tenha percebido a necessidade de aperfeiçoar o etanol e evitar tantos prejuízos causados ao motor.

Resumo da ópera?
A Shell já confundia o motorista valendo-se da necessidade de se aditivar a gasolina para “vender o mesmo peixe” no etanol. A Petrobras entra na mesma onda e lança o desnecessário etanol aditivado, chamado Petrobras Grid.
Vale a pena utilizá-lo? Sim, para os donos de postos e distribuidoras de combustíveis, mas corrosivo no bolso do motorista.

N.daR.: Negócios estranhos da Petrobras?
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
FUNDO IG4 FARÁ PROPOSTA DE R$ 1,7 BI PARA COMPRAR DONA DO AEROPORTO DE GUARULHOS - Gestora de Paulo Mattos lidera grupo com investidores que pretende injetar capital na Invepar, diluir a participação dos atuais acionistas e assumir o controle da empresa, que também controla metrô do Rio
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. B3 | On Line 20 de agosto de 2019 | 05h00
por Mônica Scaramuzzo e Renée Pereira

Aeroporto de Guarulhos O fundo IG4 Capital, especializado em empresas em dificuldades financeiras, deverá fazer proposta firme pela Invepar, holding de infraestrutura dona da concessão do aeroporto de Guarulhos e do metrô do Rio. A gestora, comandada por Paulo Mattos, ex-sócio da GP Investments, está sendo assessorada pelo Bradesco BBI. O ‘Estado’ apurou que o fundo avalia o melhor formato para assumir o negócio.
Fontes afirmaram que o IG4 está liderando um grupo com investidores estrangeiros para fazer uma injeção de R$ 1,7 bilhão na companhia. A ideia da gestora é diluir a participação dos atuais acionistas e assumir o controle da empresa. Os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (da Caixa) são os principais sócios e detêm, juntos, 75,6% da Invepar. 
Colocada à venda em meio aos escândalos da Lava Jato, a Invepar tornou-se um negócio cobiçado por grandes fundos, como Mubadala e Brookfield, mas os problemas entre os acionistas afugentaram investidores. A CCR, empresa de concessões na área de transportes, também já negociou os ativos no passado, mas desistiu. A fatia que pertencia à empreiteira OAS está nas mãos dos bondholders (detentores de títulos) e do FI-FGTS.
Ao Estado, o sócio-fundador do IG4, Paulo Mattos, diz que a gestora está interessada em expandir seus investimentos em infraestrutura. No entanto, Mattos não quis comentar sobre a operação da Invepar. Procurados, Petros, Funcef, Previ e Invepar também não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

Negócios no radar
Controladora da Iguá Saneamento (ex-Cab Ambiental), a gestora tem sob gestão hoje R$ 1,2 bilhão, resultado do investimento feito pelo primeiro fundo do IG4. O segundo, em fase de captação, já levantou US$ 200 milhões, mas pode chegar US$ 400 milhões até o fim do ano.
Uma parte já está investida na Opy Health – divisão de saúde do IG4. “Nosso interesse é adquirir a infraestrutura e logística hospitalar, sem participar da gestão”, disse Mattos. O fundo é dono do Hospital Novo Metropolitano, de Belo Horizonte, que pertencia à Andrade Gutierrez, com 440 leitos. Agora, está prestes a concluir a compra da unidade que pertencia à gigante de energia Abengoa, em Manaus. O hospital tem 380 leitos. “Outros seis negócios estão sendo avaliados.”
Fundado em 2016, o IG4 participou da reestruturação da Iguá, que pertencia ao grupo Galvão Engenharia e foi abatido pela Lava Jato. Esse caso tornou-se referência para a gestora de Mattos. Em outubro do ano passado, o fundo soberano Aimco, do Canadá, colocou R$ 400 milhões no negócio. Há dois meses, o fundo canadense comprou a participação do grupo Galvão por R$ 200 milhões e agora detém 49% da concessionária de saneamento.
Sob gestão do IG4, a Iguá conseguiu melhorar seus indicadores: no ano passado, a receita líquida da empresa subiu quase 30%, de R$ 574 milhões para R$ 744 milhões e a geração de caixa subiu de R$ 212 milhões para cerca de R$ 255 milhões. “Gostamos de casos de reestruturação, mas não entramos como sócios de empresa familiar.”

Viracopos
Outro grande negócio no qual o IG4 está envolvido é a compra do Aeroporto de Viracopos, também em recuperação judicial. Em parceria com a suíça Zurich Airport, que detém a concessão dos aeroportos de Florianópolis (SC) e de Confins (MG), o fundo já fez proposta para comprar a participação das duas acionistas do terminal, Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e UTC. As duas empresas também foram envolvidas na Lava Jato.

Instituto
Com o objetivo de contribuir para a universalização do saneamento básico no Brasil, a gestora IG4 – controladora da concessionária Iguá – criou um instituto para promover inovação e educação para o desenvolvimento sustentável no setor. O Instituto Iguá nasce com um orçamento de R$ 2 milhões, mas vai fazer captações com outros investidores para implementar alguns projetos importantes nos rincões do Brasil. “Por ora, só temos recursos da Iguá no Instituto, mas estamos em conversas com outros parceiros”, diz Renata Ruggiero Moraes, diretora-presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade.
O instituto já tem parceria com o Instituto Coca-Cola no programa Água mais Acesso, voltado à população carente. O projeto terá início em Alter do Chão (PA) e Manaus (AM). “O objetivo é levar água para comunidades rurais em todo o Brasil”, diz Renata. Segundo ela, hoje cerca de 20 milhões de pessoas de comunidades rurais afastadas não têm acesso ao serviço. “Há várias áreas no Brasil que não são atendidas por ninguém. Com inovação e tecnologia, vamos ajudar essas pessoas”, diz Paulo Mattos, sócio da IG4.

N.daR.: Mais um dos negócios da PETROS que carecem de esclarecimentos e explicações...
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: Época Negócios
OI: CRIADA PARA SER A SUPERTELE DO PÁIS, OPERADORA REÚNE DÍVIDAS E POLÊMICAS - Hoje, controlada por fundos estrangeiros, a empresa carrega dívida bilionária e se vê forçada a se desfazer de ativos para afastar o risco de quebrar
Publicado: Época - On Line 16/08/2019 - 12h21 - Atualizada às 12h21
por ESTADÃO

Oi Turbinada durante a era PT para ser uma "supertele brasileira", a Oi recebeu durante anos bilhões em investimentos do governo e de fundos de pensão de estatais e se tornou uma das maiores beneficiadas pelos empréstimos a juros camaradas do BNDES. Hoje, controlada por fundos estrangeiros, carrega dívida bilionária e se vê forçada a se desfazer de ativos para afastar o risco de quebrar.
A companhia, em seus moldes atuais, surgiu em 2008 após união entre a Telemar (nome da Oi até 2007) e a Brasil Telecom. Com a operação, quase toda a comunicação por linhas fixas no País passou a ser operada por uma única companhia. De fora, restou São Paulo que, na privatização da Telebrás, em 1998, ficara com a Telefônica.
A fusão foi um acordo entre empresas privadas, mas contou com tanta ajuda do setor público, que sua imagem ficou associada ao governo do PT. A administração petista implementava à época a política que ficou conhecida como das "campeãs nacionais", que consistia em facilitar, e até incentivar, a criação de grandes empresas em diferentes setores, capazes de fazer frente aos conglomerados estrangeiros e multinacionais no mercado interno e no exterior.
Para que a "supertele" surgisse, o governo do ex-presidente Lula, então em seu segundo mandato, promoveu uma mudança na legislação, que até então vetava a possibilidade de duas concessionárias de telefonia fixa terem o mesmo controlador. Um decreto presidencial modificou esse entendimento. A aprovação pela Anatel também ocorreu em tempo recorde. E, por meio do BNDES e do Banco do Brasil, o governo abriu linhas de financiamento que permitiram a fusão. O banco tornou-se ainda, por meio de seu braço de participações, o BNDESPar, um dos acionistas da nova empresa, ao lado de fundos de pensão de Banco do Brasil (Previ), Caixa (Funcef) e Petrobrás (Petros). Os controladores, porém, seguiram sendo La Fonte, dos Jereissatis, e Andrade Gutierrez.
A nova empresa nascia gigante e já bastante endividada. Por anos, tentou digerir a fusão, sem conseguir despontar como líder absoluta do mercado nacional, no qual competia na telefonia celular com outros grupos - atuais Vivo, Claro e Tim. Poucos anos depois, em 2013, veio o anúncio da fusão da Oi com a Portugal Telecom, criando uma empresa com braços no Brasil, em Portugal e em países africanos. Novos acionistas chegaram à Oi, mas os problemas seguiram se avolumando. Enquanto a telefonia fixa minguava, a Oi seguia amargando o quarto lugar no mercado brasileiro de telefonia móvel. Projetos como o lançamento de uma TV por assinatura ou de um serviço de pagamento nunca decolaram. Com os anos, as dívidas se acumularam e as polêmicas também, como suspeitas sobre irregularidades durante os muitos aumentos de capital e o uso político da operadora durante o governo do PT. Foi o caso das operações entre a Oi e a Gamecorp, empresa de Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", filho do ex-presidente Lula. Milhões foram aplicados na empresa. Até hoje, a Oi é sócia da companhia.
Em 2016, a Oi ingressou com pedido de recuperação judicial. Com dívida de R$ 65 bilhões, é o segundo maior já feito no País, só superado pelo da Odebrecht.Agora, os fundos de estatais já não aparecem na estrutura societária. O BNDESPar tem menos de 1% na empresa. E o futuro da Oi é incerto.

N.daR.: Outro negócio da PETROS que carece de esclarecimentos e explicações...
Até onde se sabe, um mau negócios.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
DONA DO METRÔ DO RIO PODE SER VENDIDA POR R$ 1,7 BI - Fundo faz oferta pela Invepar, mas negócio precisa superar falta de consenso entre sócios desde saída da OAS
Publicado: O Globo - Impresso - 21/08/2019 - Pág. 28 | On Line 21/08/2019 - 00:16 / Atualizado em 21/08/2019 - 08:52
por Leo Branco

Metrô Rio SÃO PAULO - Sócia do MetrôRio , da Linha Amarela e do Aeroporto de Guarulhos (SP), além de concessões rodoviárias em cinco estados e no Distrito Federal, a Invepar pode mudar de dono nos próximos meses. O fundo de investimentos IG4, especializado em ativos de infraestrutura , está disposto a aportar R$ 1,7 bilhão para comprar a empresa. A negociação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo GLOBO com pessoas próximas ao fundo.
Não é o primeiro pretendente que se apresenta para levar a Invepar, mas, apesar do interesse do mercado, a venda só deve sair a partir do fim do ano, diz uma pessoa a par das negociações. O motivo é a governança complicada da empresa, que tem 11 concessões de infraestrutura no portfólio.
Para sair do papel, a venda da empresa precisa superar a falta de consenso entre os seus acionistas desde a saída da construtora OAS. Entre eles estão os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), com 25,6%, Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Petros (da Petrobras), com 25% cada, e o fundo de investimentos Yosemite, que tem 24,4%.
Em outubro do ano passado, a construtora OAS, em recuperação judicial desde 2015, repassou sua fatia na Invepar para o Yosemite, que representa credores da construtora. Desde então, os fundos de pensão não conseguem chegar a um acordo sobre o valor adequado para venda dos ativos.
Os credores da OAS pressionam os demais sócios a elevar o preço da venda da companhia. Procurada pelo GLOBO, a Invepar disse que “não responde por assuntos relacionados a acionistas”. O IG4 não quis comentar.
As especulações sobre a venda da Invepar circulam na imprensa há pelo menos dois anos. Na lista de potenciais compradores já estiveram a CCR, maior operadora de concessões no país, e fundos estrangeiros como o árabe Mubadala.

Metrô atrai investidores
Segundo especialistas em infraestrutura, há mais grupos, particularmente os estrangeiros, interessados nos ativos da Invepar. Entre as joias da coroa da empresa estão o terminal de Guarulhos, em São Paulo, o maior do país, e o metrô do Rio.
O apetite é menor pelas concessões rodoviárias, que perderam 18% do fluxo desde 2016 com a combinação de letargia na economia e a greve dos caminhoneiros. Uma dessas estradas, a BR-040, de Brasília a Juiz de Fora (MG), está na lista de ativos que o governo federal deve retomar e conceder novamente.

N.daR.: Mais um dos negócios da PETROS que carecem de esclarecimentos e explicações...
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Agência Brasil
PRESIDENTE DA PEROBRAS DEFENDE MUDANÇA NA LEGISLAÇÃO DO PRÉ-SAL
Castello Branco diz que regime de partilha não leva à eficiência

Publicado: On Line 20/08/2019 - 13:19
por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

Plataforma de petróleo - Foto: Marcos de Paula / Estadão O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu mudanças na legislação que trata do pré-sal, o fim do sistema de partilha ou, então, em movimento mais moderado, o término do polígono do pré-sal, para deixar o regime de concessão e de partilha à escolha da autoridade. “O regime de partilha não leva à eficiência. Teve origem não para atender a maximização da eficiência, mas às conveniências políticas, quando foi adotado pela primeira vez na Indonésia, em 1966, para permitir que empresas estrangeiras explorassem petróleo na Indonésia, mas que não tivessem participação direta”, disse na abertura do seminário Competitividade dos Projetos Offshore no Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio de Janeiro.
De acordo com Castello Branco, a produtividade é parcela importante para o crescimento econômico, e o Brasil tem sido ultrapassado por outros países que querem ser ricos. Por isso, segundo o presidente, é hora de mudar o modelo e buscar a prosperidade da sociedade brasileira.
“Não vai ser com conteúdo local e nem com regime de partilha que vamos conseguir fazer isso. Isso pertence ao passado, que não nos foi favorável. Temos que romper com isso”, defendeu.
“Temos que ser um país onde é fácil fazer negócio e a produtividade tenha condição de crescer”.
O presidente da Petrobras apontou a obrigação do conteúdo local incluído nos projetos como outro fator que precisa ser alterado. “A ANP [Agência Nacional do Petróleo] tem se mostrado muito mais sensível às questões do mercado, mas o conteúdo local ainda persiste, ainda que de forma mais moderada. É questão de perguntarmos se a indústria brasileira é tão boa, não precisa de conteúdo local? Não precisa de nada que obrigue as empresas a demandarem os seus produtos? Se ela não é eficiente, após 22 anos da indústria do petróleo, é hora de acabar com isso”, defendeu.
“Quem não se preparou, paciência. Já teve a sua oportunidade. Não pode a indústria do petróleo continuar a pagar por isso”, afirmou.

Dívida
O presidente da Petrobras disse que em junho do ano passado a dívida líquida da companhia representava 56% do valor da empresa, e que esse percentual foi reduzido para 46%, “mas ainda é muito elevado”.
Mesmo com a redução da dívida alcançada desde 2016, atualmente a estatal tem uma dívida de US$ 101 bilhões. Apenas o serviço da dívida consome 35% do fluxo de caixa operacional, segundo Castello Branco. “Isso tem consequências negativas, não só meramente em números, mas na nossa competitividade. Uma das questões é a disponibilidade de recursos para investir”.

Custos
O custo de extração de petróleo, segundo o presidente da Petrobras, está em torno de US$ 6 o barril. Apesar de ser considerado baixo, a companhia busca diminuir ainda mais o valor. “Ainda temos uma gordura imensa”, disse.
Castello Branco disse que a Petrobras trabalha também com persistência e máximo empenho para ter custo de capital baixo. O perfil da dívida já foi alongado para 10 anos e, a companhia partiu para reduzir a concentração da dívida em instituições financeiras, disse.
Conforme o presidente da estatal, o China Development Bank (CDB) foi um grande parceiro da Petrobras nos seus piores momentos. “Se não fossem os chineses, a Petrobras ia ter que pedir socorro ao governo brasileiro”, revelou, acrescentando, no entanto, que os empréstimos geraram uma concentração de dívida, que está sendo desfeita agora.
“Fizemos um pré-pagamento de US$ 3 bilhões e anunciamos que vamos fazer outro de US$ 5 bilhões para reduzir a concentração. É um processo complexo e demorado que estamos saindo. Enquanto não chegarmos ao fim desse processo, nossa competitividade fica afetada pelo custo de capital, mas existe a determinação firme da companhia. É um dos nossos pilares estratégicos, a redução do custo de capital”, completou.

Investimentos
Segundo Castello Branco, a empresa está deixando de investir em operações que podem ter retorno menor, para concentrar recursos onde identificou ganho mais elevado. Ele disse que, para focar na exploração e produção de petróleo e gás, que é seu negócio principal e possui competências, além de vantagens comparativas em ativos de classe mundial, a empresa precisa fazer um processo acelerado de gestão de portfólio, não só na Bacia de Santos com o pré-sal, mas também na Bacia de Campos, onde investe na recuperação.
Castello Branco contestou que essa opção represente um desmonte da companhia, como apontam algumas críticas ao processo. “Não existe um equívoco maior do que esse”, disse.

Licenciamento
O executivo criticou ainda o processo de licenciamento ambiental. “É uma doença que afeta, principalmente, a mineração e o petróleo. A demora na concessão de licenças ambientais, com exigências burocráticas, que às vezes não tem nada a ver com o objetivo, que é a proteção do meio ambiente, e simplesmente para atendimento de questões de natureza burocrática”, disse, acrescentando que hoje vê uma atitude do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama mais pró mercado e flexível.
“O Brasil quer ser mais realista que o rei. Ter uma legislação muito mais rigorosa que a Noruega, por exemplo, mas é muito falho na fiscalização. Vide o que aconteceu na mineração”, disse em referência aos rompimentos de barragens ocorridos recentemente.
Na visão do presidente da Petrobras, a estatal se defronta no campo técnico com ambiente muito favorável. A descoberta e o desenvolvimento do pré-sal completam este ano dez anos de exploração. A companhia já extraiu 2,5 bilhões de barris de petróleo, uma quantidade maior do que as reservas provadas da Argentina e registrou progresso no aprendizado geológico.
“A Petrobras dispõe de alguns melhores geólogos e engenheiros de petróleo do mundo. Então, em termos de qualidade de ativos, sem dúvida nenhuma, o pré-sal é um ativo de classe mundial. Vastas reservas de produtos de alta qualidade”, disse.

N.daR.: O desmanche da Petrobrás em andamento.
Desculpas das mais esfarrapadas são dadas na tentativa de justificar os crimes.
São crimes de Lesa-Pátria repetidos sem que ninguém se movimente para coibí-los, nem políticos, nem elementos dos judiciários, dos MPs, tampouco ex-militares ou não.
Brasil ladeira abaixo!

* Fonte primária: Agência Brasil
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Fontes: O Globo - Opinião // On Line tribunadonorte.com.br
MUDANÇA DE RUMO
Publicado: O Globo - Impresso - 21/08/2019 - Pág. 2 | On Line Tribuna do Norte 21/08/2019 00:00
por Merval Pereira

Parte dos eleitores de Bolsonaro vai ficar revoltada quando entender que ele está boicotando a Lava-Jato

Merval Pereira A interferência do presidente Jair Bolsonaro em corporações como a Polícia Federal, a Receita, o Coaf, as Polícias Militares, fundamentais no combate à corrupção, na direção oposta àquela que balizou sua campanha presidencial, é um dos mais intrigantes movimentos políticos dos anos recentes.
Jair Bolsonaro foi eleito principalmente pelo sentimento antipetista que continua latente. Mas ampliou seu eleitorado cativo, de militares e assemelhados, com a adesão da classe média urbana, que exigia o combate à corrupção como maneira de conseguir bons serviços públicos e um padrão ético civilizado.
A Operação Lava Jato fez com que os brasileiros juntassem causa e efeito, compreendendo que a corrupção constrangia o investimento governamental em áreas carentes de equipamento urbano de transportes, de saúde, de educação, saneamento básico.
Na campanha presidencial, Bolsonaro anunciou logo que o superministro da Economia seria Paulo Guedes, seu “posto Ipiranga”. O que lhe valeu o apoio de um eleitorado liberal que buscava ao centro a solução para livrar-se do PT. Bolsonaro tornou-se a solução à mão.
Eleito, deu um golpe de mestre convidando o juiz Sergio Moro, símbolo do combate à corrupção, para ministro da Justiça e Segurança Pública, juntando em uma figura icônica dois setores vitais para a melhoria do cotidiano do brasileiro.
Os dois superministros continuam sustentando seu governo, o da Economia exitoso até agora com as reformas estruturais, o da Justiça em momento de baixa na estrutura palaciana, mas ainda contando com o apoio da população.
Vítima de uma fatalidade política, a partir do momento em que seu filho Flávio foi envolvido em uma investigação de corrupção, quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro mudou de rumo.
Um grande acordo foi costurado com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que misturou interesses pessoais com os do Estado brasileiro.
Toffoli revelou recentemente à revista “Veja” que o pacto que intermediou entre os três Poderes — Executivo, Judiciário, e Legislativo — não nasceu do nada, como parecia. Havia, segundo seu relato, uma movimentação entre os militares que estavam no governo, empresários insatisfeitos com a economia e políticos que visava a tirar o presidente Bolsonaro do governo ainda no alvorecer de seu mandato.
Essa ação política, que os aproximou, coincidiu com investigações da Receita e do Coaf sobre ministros do Supremo, Flávio Bolsonaro e as respectivas famílias.
Acatar o pedido de Flávio para que o Coaf não repassasse seus dados fiscais sem autorização judicial ajudou a família de Bolsonaro e a dos ministros do Supremo, mas fez com que o presidente ficasse escravo de uma nova agenda política, a de travar a Operação Lava Jato e similares.
O espírito do momento é esse, e por isso a Câmara dos Deputados acelerou a aprovação da lei de abuso de autoridade, cuja finalidade subreptícia é colocar barreiras legais, ou reforçar as já existentes, às investigações, transformando em crime ações que hoje são, ou deveriam ser, apenas infrações administrativas.
A legislação brasileira é feita para não funcionar, já disse o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso. As tecnicalidades existem para impedir que se prendam pessoas famosas, poderosas, que tenham bons advogados, que encontrarão sempre na lei um subterfúgio para anular provas e impedir investigações.
Sua relação com o ministro Sergio Moro deteriorou-se e, com a lei de abuso de autoridade, a tendência é deteriorar-se também a relação com outras corporações. A Receita Federal está em pé de guerra pela tentativa de nomear um novo responsável pelo Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, base eleitoral dos Bolsonaro e conhecido ponto de atuação de milicianos e contrabandistas.
Parte dos eleitores de Bolsonaro vai ficar revoltada quando entender que ele está boicotando a Lava Jato, mas outra está satisfeita com o que está fazendo em outras áreas, como liberação de porte de armas, combate à pornografia, mudança de enfoque da conservação do meio ambiente.
Os liberais de centro direita estão satisfeitos com os caminhos da economia. Mas a recuperação da economia depende também da elevação do padrão ético do país. E da melhoria de nossa imagem no exterior.

N.daR.: Não há como deixar de concordar com Merval Pereira.
Tudo começou a mudar quando o Flávio, filho de Bolsonaro, se viu envolvido por indícios de corrupção.
Em decorrência foi criado um Acordão envolvendo o STF, esvaziamento de Moro, mudança de domicílio do COAF e permissão para que indicações políticas sejam feitas para funções estratégicas no órgão, surgimento de ambiente favorável para a cração da nova Lei do Abuso de Autoridade, etc.
Assim, desmoronou a plataforma em que Bolsonaro se apoiou para se eleger.
A estrutura, ora em construção, está cada vez mais assemelhada àquela de FHC, Lula, Dilma, só que com cores supostamente diferentes.
Se "Quem não deve, não teme", sem dúvida Bolsonaro e seu clã está a dever.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Poder
LAVA JATO IGNOROU REPASSE DE GEUDES CONTRA EMPRESA DE FACAHADA - Força-tarefa detectou pagamento de R$ 561 mil, mas só acusou outras firmas; ela diz que focou 'prova robusta' e que apuração continua
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 20.ago.2019 às 2h00 Atualizado: 20.ago.2019 às 8h20
por Fábio Fabrini

Paulo Guedes, ministro da Economia - SIMEC / 07.02.2019 Brasília - A Lava Jato descobriu que uma empresa do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, fez pagamento a um escritório de fachada, suspeito de lavar dinheiro para esquema de distribuição de propinas a agentes públicos no governo do Paraná.
A força-tarefa da operação em Curitiba apresentou denúncia sobre o caso em abril de 2018 e não incluiu no rol de acusados Guedes ou outros representantes de sua empresa.
Na época, o agora ministro integrava a pré-campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.
O repasse de R$ 560,8 mil foi feito em 2007 pela GPG Consultoria —da qual Guedes foi sócio-administrador entre novembro de 2005 e outubro do ano passado— à Power Marketing Assessoria e Planejamento, operada por um assessor do ex-governador Beto Richa (PSDB-PR).
Uma citação ao pagamento foi registrada em nota de rodapé da peça de 138 páginas encaminhada à Justiça.
Os responsáveis por outras duas companhias que destinaram recursos ao escritório suspeito foram presos, denunciados e viraram réus de ação penal aberta pelo então juiz Sergio Moro.
A Lava Jato afirma que a denúncia focou pessoas e empresas sobre as quais havia “prova robusta”, mas que a investigação prossegue. Questionado pela Folha, Guedes não informou quais serviços justificaram o desembolso. 
Ao todo, a força-tarefa denunciou em abril do ano passado 18 pessoas, acusadas de participar do suposto esquema de corrupção e desvio de verbas do estado.
O propósito, segundo os investigadores, era o de beneficiar a Econorte, do Grupo Triunfo, em concessões de rodovias. O caso foi investigado na Operação Integração, fase da Lava Jato deflagrada em 22 de fevereiro de 2018.
Outras quatro denúncias derivadas da mesma investigação, apresentadas posteriormente, não fazem referência à GPG ou seus sócios. Os procuradores de Curitiba sustentam que a Power Marketing era uma das empresas usadas pela Triunfo para simular a prestação de serviços ou a entrega de mercadorias.
Essa rede, segundo os investigadores, emitia notas fiscais frias apenas para justificar o recebimento de dinheiro e gerava recursos em espécie para o pagamento de subornos.
A Power Marketing era operada por Carlos Felisberto Nasser, que trabalhava na Casa Civil do governo paranaense. Ele foi denunciado, mas morreu em dezembro do ano passado.
Ao todo, a empresa do assessor recebeu R$ 2,9 milhões da Rio Tibagi e da Triunfo Holding Participações (atual Triunfo Participações e Investimentos, TPI), ambas do Grupo Triunfo, entre 2005 e 2015. A empresa não tinha funcionários ou atividade real, segundo aponta o Ministério Público Federal.
Quebras de sigilo bancário revelaram um padrão: a maior parte dos recursos depositados na conta da Power Marketing era sacada por Nasser, descrito como operador financeiro do suposto esquema de propinas.
O pagamento da empresa de Guedes foi feito em 14 de agosto de 2007. Sete dias depois, Nasser sacou R$ 500 mil da conta da empresa. Naquela época, além de sócio da GPG, Guedes era acionista e integrante do Conselho de Administração da TPI.
Três executivos da Triunfo foram denunciados pela Lava Jato por, supostamente, lavar dinheiro por meio de contratos com a Power Marketing.
Um deles, Leonardo Guerra, administrador da Tibagi, confirmou em depoimento a existência da rede de empresas que forneciam notas fiscais frias.
Hélio Ogama, ex-presidente da Econorte, firmou acordo de delação premiada e declarou em julho do ano passado que a prestação de serviços da Power Marketing à Tibagi era fictícia.
O próprio Nasser afirmou, em depoimento prestado durante buscas da Polícia Federal em sua casa, que sua empresa não funcionava e que recursos nela aportados foram usados em campanhas políticas. Mas o depoimento foi anulado por Moro em junho de 2018, acolhendo pedido da defesa do assessor.
O então juiz declarou o interrogatório ilícito, pois o MPF não advertiu Nasser, que era advogado, de que tinha o direito de permanecer em silêncio.
Iniciativas para que Guedes explicasse o pagamento partiram dos réus. A defesa de Nasser afirmou que os R$ 560,8 mil foram pagos pela GPG em troca de “serviços prestados” por ele ao indicar Guedes como assessor econômico do processo de abertura de capital (IPO) da Triunfo.
Os advogados do assessor arrolaram como testemunhas o ministro e o irmão dele, Gustavo Guedes, sócio da empresa. Mas desistiram de ouvi-los três dias antes da data marcada para os depoimentos. A audiência estava agendada para 27 de agosto, em meio à campanha presidencial.
A defesa do assessor justificou que, a pedido de outro réu, um ofício com questionamentos à GPG já havia sido enviado pela Justiça à empresa, tornando os depoimentos desnecessários naquele momento.
As perguntas nunca foram respondidas, pois a Justiça alegou não ter encontrado a GPG em seu endereço, no Rio, em diligências ao longo de quase um ano. A empresa foi extinta em novembro do ano passado, após seu nome ser citado na Lava Jato. Mas no local funciona a BR Corporate Advisory, cujo diretor é Gustavo Guedes.
A Folha confirmou o endereço por meio de um telefonema para a empresa.


Outro lado
Procurada pela Folha, a Lava Jato informou, em nota, que a denúncia de abril “teve por objeto empresas e pessoas em relação às quais havia prova robusta dos crimes e de sua autoria”.
Segundo a força-tarefa da operação, “a investigação prossegue” em relação às demais empresas e pessoas “sujeitas à competência da Justiça Federal no Paraná”.
Os procuradores não informaram se Paulo Guedes, seu irmão ou algum outro representante da GPG são alvos dessas apurações. Também não responderam se o caso foi remetido para alguma outra unidade do MPF, a exemplo da PGR (Procuradoria-Geral da República).
"A força-tarefa não comenta investigações em andamento. Sempre que há indícios de crimes sujeitos a foro privilegiado, as informações são enviadas para a PGR ou o STF [Supremo Tribunal Federal]", afirma a nota.
Os advogados de Paulo Guedes informaram que desde dezembro de 2018 ele se retirou de atividades empresariais, “como a lei impõe aos ocupantes de cargos públicos”. “Vale destacar ainda a legalidade e correção da atuação das empresas das quais foi sócio antes de assumir o cargo público”, disseram, em nota.
A defesa não deu detalhes sobre serviços prestados pela Power Marketing à GPG.
Gustavo Guedes, procurado, pediu que a Folha entrasse em contato com os advogados do irmão.
A TPI afirmou que Guedes integrou seu Conselho de Administração de junho de 2007 a agosto de 2008 e que, naquela época, a legislação exigia que os conselheiros fossem acionistas. Segundo o grupo, o ministro “se desfez da ação” quando deixou o colegiado.
Sobre a Operação Integração, a TPI informou “que tem prestado as informações solicitadas pelas autoridades”.
A advogada de Nasser, Nicole Trauczynski, afirmou que a empresa de seu cliente obteve das contratantes, entre elas a GPG, valores lícitos, por serviços efetivamente prestados.
“Todos os recursos recebidos pelo senhor Carlos Nasser da empresa GPG foram devidos em razão da indicação e da montagem dele da equipe econômica que comandou o IPO da Triunfo.”
Segundo a advogada, Nasser participou de várias reuniões com a equipe do IPO, o que comprova a prestação dos serviços.
O advogado de Leonardo Guerra, Rodrigo José Mendes Antunes, negou que seu cliente “tenha participação em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa”.
“Leonardo admitiu, no entanto, a realização de emissões de notas fiscais inverídicas no intuito de gerar dinheiro para pagamento de horas extras, ante a realização de um TAC [acordo] com o Ministério Público do Trabalho, a fim de burlar referida fiscalização”, afirmou ele, em nota.
Segundo o advogado, seu cliente disse ter repassado dinheiro a Hélio Ogama, mas sem saber que esses recursos se destinavam a agentes públicos.
O advogado de Ogama, Gabriel Bertin, afirmou que seu cliente fez colaboração premiada com a Lava Jato e, em razão disso, a defesa e o acusado “não comentam os casos em andamento”.


Entenda o caso

GPG Consultoria
Em agosto de 2007, empresa da qual Paulo Guedes era sócio-administrador repassou R$ 560,8 mil à Power Marketing Assessoria e Planejamento

Empresa de fachada
Segundo a Procuradoria, a Power Marketing emitia notas fiscais frias e atuava em uma rede de lavagem de dinheiro e repasse de propina a agentes públicos. A empresa não tinha funcionários e não contratava serviços ou fazia despesas para manter suas atividades

Quase R$ 3 mi em dez anos
O esquema beneficiava o Grupo Triunfo, de acordo com o MPF. A Power Marketing recebeu R$ 2,9 mi de empresas do grupo entre 2005 e 2015

Fase da Lava Jato
O caso foi investigado na Operação Integração, deflagrada em fevereiro de 2018

Assessor de Beto Richa (PSDB)
O operador da Power Marketing era Carlos Felisberto Nasser. Ele trabalhava na Casa Civil do governo do PR e morreu em dezembro de 2018

Lavagem de dinheiro
Três executivos da Triunfo foram denunciados pela Lava Jato sob acusação de lavagem de dinheiro por meio de contratos com a Power Marketing. Outras 15 pessoas foram alvo de denúncia no âmbito da operação

De junho de 2007 a agosto de 2008
Além de sócio da GPG, Guedes era acionista e integrante do Conselho de Administração da TPI, uma das empresas do Grupo Triunfo envolvidas no esquema

Denúncia tem 138 páginas
O repasse feito pela empresa de Guedes à Power Marketing foi registrado em nota de rodapé da peça encaminhada à Justiça. Ele foi arrolado como testemunha de Nasser, mas a defesa do réu desistiu do depoimento.

Advogados negam irregularidades
Procurada, a defesa de Guedes não informou que serviços foram prestados pela Power Marketing à GPG, mas destacou a “correção da atuação” das empresas das quais o ministro foi sócio

N.daR.: Sobre Paulo Guedes, atual ministro da Economia, surgem denúncias aqui e alí, questionando a lisura de certas operações em que participou.
Sugiram, entre outras, acusações envolvendo operações financeiras com Petros e, agora, mais esta.
Serão Falsas? É o que se gostaria de saber com certeza.
Triste país...

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Globo - Opinião
SINUCA DE BICO
Publicado: O Globo - Impresso - 20/08/2019 - Pág. 2 | On Line 20/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Crises tendem a agravar-se caso corporações se sintam cercadas pelas novas regras da lei de abuso de autoridade

Merval Pereira A pressão sobre o presidente Bolsonaro devido à lei de abuso de autoridade, que está na sua mesa para sanção ou veto, total ou parcial, resume a “sinuca de bico” em que as circunstâncias políticas o meteram.
Há uma ameaça de derrubar o veto caso ele seja integral. A deputada federal Bia Kicis, umas das mais próximas lideranças políticas a Bolsonaro, já anunciou que será apresentada outra lei sobre o tema, “sem os absurdos dessa”. O que insinua um veto total, considerado improvável pela maioria.
Se não vetar pelo menos pontos importantes da lei, Bolsonaro estará indo contra as corporações que se consideram prejudicadas. Associações de policiais, juízes, integrantes do Ministério Público e da Receita Federal foram convocadas pelo líder do governo, Major Vitor Hugo, para discutir como pressionar o presidente a vetar a Lei de Abuso de Autoridade.
As crises em que o próprio presidente Bolsonaro se envolveu com a Polícia Federal e a Receita Federal, ao pressionar para substituir funcionários em postos chaves no Rio por interesse pessoal e de seus filhos, tende a agravar-se se essas corporações se sentirem cerceadas pelas novas regras da Lei de Abuso de Autoridade.
Por exemplo, uma análise das associações representativas dessas corporações teme que, a partir da nova lei, surjam discussões sobre a possibilidade de se instaurar investigação com base em notícia anônima ou apócrifa, em notícia de jornal ou em informações de inteligência.
Alegam que é muito comum não só em casos de tráfico de drogas, mas de crimes de colarinho branco e corrupção. Fica o promotor ou procurador sujeito a responder a representações, investigações ou ações. Esse é um exemplo de crime novo trazido pela lei, que deveria ser uma infração administrativa.
A definição do prazo legal para o membro do Ministério Público avaliar uma investigação não gera consequências processuais pela lei atual, e por isso, em razão do volume de trabalho, é comum que o prazo seja ultrapassado.
O limite da investigação é o prazo da prescrição, e investigações são gerenciadas sempre tendo em conta a relevância ou a necessidade de evitar a prescrição. A nova lei sujeita o investigador, o acusador ou o juiz a ser processado pelo próprio réu que os queira intimidar.
Embora essa preocupação não tenha fundamento em tese, pois a nova lei reproduz o que já existe na atual, é um exemplo de reiteração desnecessária que visa pressionar os procuradores.
Os procuradores e órgãos de investigação reclamam que vários tipos penais têm expressões genéricas, vagas ou imprecisas, o que daria abertura para que o investigado ou réu represente contra o policial, promotor/procurador ou juiz, que passará a ter que dividir seu tempo entre seu trabalho e responder a representações dos investigados e réus.
Os policiais consideram que o artigo 22, § 1º, os sujeita a riscos de modo impróprio, limitando sua mobilização. O texto legal diz que só haverá crime se forem extrapolados os limites determinados por decisão judicial, mas ela não pode ser tão rígida, na opinião das autoridades policiais, que coloque em risco a segurança da operação.
Os procuradores consideram que o artigo 34, que fala em “erro relevante”, é outra vez um tipo penal aberto, com termos vagos. Gera grande insegurança jurídica para os agentes públicos. Outro absurdo, na visão dos procuradores, está no artigo que diz que é crime deixar de corrigir uma decisão quando a parte demonstrar que a medida é excessiva.
Consideram essa norma contrária aos bloqueios de bens feitos em investigações contra pessoas poderosas economicamente. A parte sempre diz que é excessiva. O juiz ficará com medo porque se a parte recorrer e o tribunal concordar com a parte, aquilo que seria uma simples revisão de decisão judicial passará a transformar a conduta do juiz em potencial crime, sujeito a representação, investigação ou ação penal promovida pelo investigado ou réu.

N.daR.: Reiterando o que já dissemos:
Desde 1965 existe uma Lei do Abuso de Autoridade. É a lei nº 4.898, de 9 de dezmbro de 1965.
Por pura inapetência política, Bolsonaro deixou que a situção esdrúxula da criação de outra Lei do Abuso de Autoridade fosse votada e criada à sorrelfa.
Dormitando desde 2009, foi despertada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de investigações sobre corrupção.
Bolsonaro mais afeto a centrar seus esforços em ditar frases toscas, para não dizer estúpidas, não percebe a realidade em que vive e deixou que acontecesse o parto.
E essas coias - como a nova Lei do Abuso de Autoridade - vão surgindo e sendo fontes de desmoralização, piadas e provas de ineficiência administrativa.
Triste país, onde a corrupção é endêmica e seus governates, políticos e juízes supremos fazem de tudo para protegê-la.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PETROBRAS CAÇA TALENTOS PARA CARGO DE CIENTISTA DE DADOS
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 18 de agosto de 2019 | 10h32
por Coluna do Broadcast

Petrobras A Petrobras quer ter cientistas de dados em diversas áreas da companhia como exploração de campos de petróleo e gás, produção e estoque. Para ocupar as novas vagas, a ideia é selecionar, em um primeiro momento, talentos internos, de diferentes formações, em um processo seletivo previsto para ocorrer em outubro. Caso não preencha todas as cadeiras de cientista de dados, a Petrobras considera procurar no mercado. Apesar de a ciência de dados não ser algo novo, a ideia da nova gestão da estatal é potencializar seus resultados por meio de ações ligadas à transformação digital.

N.daR.: Esse tipo de notícia nunca foi alvo de publicação.
O que estará no ar?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
CVM INSTAURA INQUÉRITO SOBRE CONDUTA DE EXCUTIVOS DA VALE NO CASO DO ACIDENTE DE BRUMADINHO - Objetivo é aprofundar as investigações sobre o cumprimento dos deveres fiduciários pelos administradores
Publicado: O Globo - On Line 19/08/2019 - 18:17 / Atualizado em 19/08/2019 - 18:26
por Rennan Setti

Logo PETROS derretendo RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instaurou, nesta segunda-feira, inquérito para aprofundar as investigações sobre a responsabilidade dos executivos da Vale no caso do rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Segundo o órgão, o inquérito administrativo vai apurar se os administradores da mineradora faltaram com os chamados deveres fiduciários, que são a responsabilidade dos executivos com os acionistas, com a legislação e com a própria empresa.
Inquéritos são etapas preliminares das apurações da CVM. Quando eles encontram indícios de irregularidades, suas descobertas fundamentam processos sancionadores, que formalizam uma acusação contra os réus. Por ora, a CVM ainda não formulou denúncia em nenhum dos processos administrativos abertos sobre o caso Brumadinho.
De acordo com o comunicado da CVM, o inquérito surgiu a partir de um dos quatro processos criados na semana do acidente, que deixou 243 mortos e 27 pessoas desaparecidas em 25 de janeiro.
"Tal apuração não inclui atuação sobre questões relativas à legislação ambiental, as quais vêm sendo objeto de atuação das instituições competentes", esclareceu a CVM na nota.
Em julho, pelo menos 30 gestoras cujos fundos detêm ações da Vale entraram com uma arbitragem contra a mineradora alegando ter sofrido prejuízos com o acidente em Brumadinho . Os acionistas minoritários acusam a companhia de divulgar ao mercado informações enganosas sobre a segurança de suas barragens, induzindo os investidores ao erro na hora de investir. 
O procedimento arbitral foi aberto na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM) da B3 e está sendo coordenado pelo escritório de advocacia Modesto Carvalhosa. Segundo pessoas que acompanham o caso, já teriam manifestado interesse em participar da ação parte relevante do mercado de bancos e administradores de fundos, além dos fundos de pensão que não fazem parte da Litel (veículo de investimento pelo qual Previ, Petros e Funcesp detêm 18,5% das ações da mineradora).
O argumento dos minoritários é semelhante àquele dos acionistas que abriram ação coletiva contra a Vale nos EUA. A mineradora chegou a perder R$ 76,9 bilhões em valor na Bolsa nos dias após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em 25 de janeiro.

N.daR.: Mais um dos inúmeros "negócios" da PETROS que não deu certo.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Sociedade
MORRE JULIO CUENO, EX-SECRETÁRIO DE FAZENDA DO RIO - Vítima de infarto fulminante aos 64 anos, ele foi também presidente da BR Distribuidora
Publicado: O Globo - Impresso - 19/08/2019 - Pág. 26 | On Line 18/08/2019 - 12:58 / Atualizado em 19/08/2019 - 08:30
por O Globo

Julio Bueno, ex-presidente da BR Distribuidora - Foto: Thiago Freitas / 13.04.2015 / O Globo Funcionário de carreira da Petrobras, o engenheiro Julio Bueno chegou a dirigir a subsidiária de combustíveis BR Distribuidora no fim do governo Fernando Henrique, mas ganhou projeção no setor público como um quadro técnico respeitado em diferentes funções fora da estatal.
Carioca típico, de sorriso largo e uma personalidade marcada pela informalidade, ele se consolidou como gestor público à frente de secretarias estaduais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
O mais perto que chegou das urnas foi em 2010, na candidatura frustrada à presidência do Fluminense — o time pelo qual não perdia uma chance de manifestar sua paixão — mas sempre esteve próximo de políticos, a quem tinha a oferecer seu interesse em políticas de promoção de desenvolvimento econômico.
Formado em engenharia metalúrgica pela UFRJ, com mestrado em engenharia de fabricação pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, ele foi presidente do Inmetro entre 1995 e 1999. Ao deixar a BR em 2003, tornou-se um dos principais colaboradores do então governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, como secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
— Julio participou do meu primeiro governo, um período muito difícil porque o estado estava em um nível de desorganização muito grande, vinha de uma crise fiscal prolongada. Ele manteve a equipe animada o tempo inteiro, tinha um astral bom, uma figura muito positiva. Ele era um profissional extremamente capaz, absolutamente criativo — disse Hartung neste domingo ao GLOBO, lamentando a perda de quem considerava um amigo.
O desempenho de Bueno acabou chamando a atenção de Sérgio Cabral, de quem ele foi secretário de Desenvolvimento nos dois mandatos, entre 2007 e 2014. O engenheiro continuou na máquina estadual fluminense com a posse de Luiz Fernando Pezão, em 2015, dessa vez como secretário estadual de Fazenda. Após ter vivido o otimismo de retomada do crescimento do Rio às vésperas de grandes eventos esportivos, enfrentou nesse último cargo uma das piores crises financeiras da história do estado.
Deixou o governo em 2016 e, no ano seguinte, lançou, com a jornalista Jacqueline Farid, o livro “Rio em Transe” sobre os bastidores do colapso nas contas do Rio. Aposentado da Petrobras, ele vinha ultimamente se dedicando a uma consultoria de negócios com o filho, Diogo.
Bueno morreu na manhã deste domingo, vítima de um infarto fulminante aos 64 anos. Ele deixa dois filhos, três netas e a mulher, Fátima. O velório será realizado nesta segunda-feira das 10h às 11h na Capela 7 do Memorial do Carmo, no Caju, onde o corpo será cremado.

N.daR.: Na época em que esteve à frente da BR Distribuidora não se teve a mesma impressão de Julio Bueno que O Globo destacou.
Depois da BR prestou serviços a Sergio Cabral e Pezão. Sem mais comentários.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
GOVERNO QUER CONCLUIR TRANSFERÊNCIA DO COAF PARA O BC NESTA SEMANA - Órgão se chamará Unidade de Inteligência Estratégica; Paulo Guedes busca 'solução institucional' para troca de comando
Publicado: O Globo - Impresso - 19/08/2019 - Pág. 2 | On Line 19/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 19/08/2019 - 07:47
por Gustavo Paul, Jailton de Carvalho e Natália Portinari

Sergio Moro e Roberto Leonel - Foto: Valter Campanato / Agência Brasil BRASÍLIA - O governo quer encerrar nesta semana a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central (BC) , o que resultará na saída imediata do atual presidente do órgão, Roberto Leonel . Ele foi indicado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro , e, nas últimas semanas, tornou-se alvo da insatisfação do presidente Jair Bolsonaro .
A medida provisória (MP) que promove essa mudança foi assinada na última sexta-feira pelo ministro da Economia, Paulo Guedes , e enviada à Secretaria-Geral da Presidência. O texto está sob análise técnica e a expectativa dentro do ministério da Economia é que ela seja publicada a partir de amanhã.
O Coaf atua na prevenção e combate à lavagem de dinheiro. O órgão identifica suspeitas de atividades ilícitas e comunica às autoridades competentes. Padrinho de Leonel, Moro conseguiu, no início do governo, colocar o Coaf, antes vinculado ao antigo Ministério da Fazenda, sob sua alçada, com o objetivo de fortalecer o combate à corrupção. No final do primeiro semestre, porém, o Congresso aprovou o retorno do órgão para o Ministério da Economia.
Com a edição da MP, caberá ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , definir o novo presidente e os membros da diretoria do Coaf, que passará a ser chamado de Unidade de Inteligência Estratégica . O regimento interno do Banco Central impede a presença de funcionários de outros órgãos públicos em suas atividades, salvo na diretoria colegiada. Ao estar formalmente vinculado ao BC, toda a direção do “novo Coaf” terá de ser escolhida entre os quadros da autoridade monetária.
O nome mais cotado para assumir a presidência da Unidade de Inteligência Estratégica é o do economista e servidor do BC, Ricardo Liáo , atual diretor de Supervisão do Coaf. Com larga experiência na área de combate à lavagem de dinheiro, Liáo foi representante do BC no conselho entre 1998 e 2013 e depois também ocupou a secretaria-executiva do órgão. Por ser o único servidor de carreira do BC na direção do Coaf — os demais, inclusive Roberto Leonel, são da Receita Federal — a escolha de Liáo representaria, segundo fontes do Ministério da Economia, uma solução natural e indicaria continuidade nos trabalhos do órgão de controle.

‘Solução institucional’
Dessa forma, Paulo Guedes concluirá o que chamou de “solução institucional” para o órgão. Formalmente, Leonel sairá da presidência do Coaf por uma contingência técnica, e não por pressão política. Funcionário de carreira da Receita Federal, ele retorna ao órgão de origem.
Guedes estava sendo pressionado a demitir Leonel desde o início do mês, devido a críticas públicas feitas por ele à liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), suspendendo o uso, em investigações, de dados fornecidos por órgãos de controle, como o Coaf e a Receita Federal, sem autorização judicial prévia.
Em dezembro passado, um relatório do Coaf apontou movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O Ministério Público do estado investiga suposto desvio de dinheiro público por Flávio em seu antigo gabinete na Alerj por meio da prática de “rachadinha” — apropriação de parte do salário de assessores.
O governo alega que o objetivo da transferência do Coaf para o BC é evitar pressões políticas em torno de suas decisões. Críticos afirmam, no entanto, que a mudança é uma maneira de limitar a atuação do órgão, restringindo-a a questões técnicas.
— O Banco Central é um órgão técnico, que não tem vocação para essa vigilância necessária em relação a desvios e irregularidades de atos de corrupção e lavagem de dinheiro. O lugar adequado para o Coaf é o Ministério da Justiça — afirmou o senador Álvaro Dias (PODE-PR).

Baixando a fervura
Acumulando uma série de desgastes nos últimos meses, Moro terá na manhã de hoje uma reunião no Palácio da Alvorada com Bolsonaro. O objetivo é tentar baixar a fervura da crise desencadeada pelo presidente ao tentar impor um nome para comandar a Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Na última sexta-feira, conforme revelou o GLOBO, o diretor da PF, Maurício Valeixo, ameaçou deixar o cargo, se Bolsonaro insistisse na indicação do delegado Alexandre Silva Saraiva para chefiar a PF no Rio. O presidente acabou voltando atrás. Na conversa de hoje, a expectativa é que Bolsonaro reafirme o recuo.
A insatisfação entre delegados foi tão forte que outros diretores e superintendentes da PF também avisaram que deixariam os cargos se o presidente não retirasse a indicação de Saraiva. Para a cúpula da polícia, não existe espaço para interferências políticas em questões internas da instituição. Pelo entendimento destes dirigentes, Bolsonaro pode escolher o diretor-geral. Mas não pode indicar nomes para outros cargos de chefia dentro da instituição. Isso poderia ser interpretado como interesse direto no resultado de determinadas investigações criminais.
O episódio deixou Moro em situação delicada. Se aceitasse a interferência do presidente, corria o risco de se enfraquecer diante da própria Polícia Federal.

N.daR.: Lastimável o que se está a fazer com Sergio Moro tirando dele muitos dos poderes que teria normalmente.
O nítido objetivo é desgastá-lo até que seu afatamento ocorra.
E a quem interessa isso? A todos corruptos de "maior estirpe" como políticos e determinados membros do judiciário.
Possivelmente favorecerá até membros da "atual aristocracia", como se pode deduzir por notícias já não mais tão recentes assim.
Triste país, onde a corrupção é endêmica e seus governates, políticos e juízes supremos fazem de tudo para protegê-la.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Mercado
ANP APROVA VENDA DE CAMPO DA PETROBRAS PARA NORUEGUESA BW OFFSHORE
O preço total da compra é de cerca de R$ 460 milhões, pagos em três anos

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 17.ago.2019 às 17h23
Rio de Janeiro e Bengaluru | Reuters

Décio Oddone, diretor-geral da ANP - Foto: Yasu Yoshi Chiba / Agência O Globo A ANP (Agência Nacional do Petróleo) aprovou a compra do campo de petróleo de Maromba, da Petrobras e da Chevron Corp, pela norueguesa BW Offshore.
O preço total da compra do campo, localizado na Bacia de Campos, é de US$ 115 milhões (cerca de R$ 460 milhões), que serão pagos em três anos.
O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, confirmou a informação à Reuters, em uma mensagem neste sábado (17).
“Foi sim. Aprovado ontem [sexta]”, disse Oddone. “É a retomada chegando ao offshore brasileiro”.
A decisão completa o plano da BW Offshore de se tornar uma operadora, e não apenas fornecedora de serviços de óleo, plataformas e navios. A empresa atualmente tem duas unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarregamento no Brasil.
A BW Offshore havia recebido a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para comprar o campo de petróleo, de propriedade da Petrobras (70%) e da Chevron (30%).
Com a aprovação da agência reguladora, a BW Offshore terá que fazer o pagamento da primeira parcela de US$ 30 milhões. As outras parcelas serão pagas quando começarem as atividades de perfuração e produção de óleo, ou três anos após o começo das atividades de perfuração, o que acontecer primeiro.

N.daR.: Vão-se os anéis e os dedos.
Grupo privados e, em especial, estrangeiros, permanecem atentos para aproveitar o butim.
Tudo sob a coordenação de Paulo Guedes, ministro da Economia, e de seu acólito Castello Branco, presidente da Petrobras.
Estão na pratica do crime de Lesa-Pátria. Mas, ninguém contesta e tudo com o beneplácito de Bolsonaro.
Esperava-se o retorno do patriotismo no governo com a participação de miitares, contudo eles assitem a tudo com uma imobilidade inercial surpreendente.
Triste país...

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
ASSISTA RELATO DE DELATOR DA ODEBRECHT SOBRE CONTRATOS COM GARETTA - Vídeo de delação de Fernando Migliaccio, executivo do setor de propinas, sobre ligações e encontros com ex-homem forte da comunicação do PT foi anexado ao processo sobre corrupção envolvendo Petrobrás e o fundo Petros, na Lava Jato em Curitiba
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 18 de agosto de 2019 | 05h00
por Ricardo Brandt e Fausto Macedo

Valdemir Flávio Garetta, era da comunicação do PT - Foto: Clayton de Souza / AE A pedido da defesa de Valdemir Flávio Garreta, antigo homem forte da comunicação do PT que caiu no radar da Operação Lava Jato, foi anexado no processo em que é réu em Curitiba o vídeo da delação premiada de Fernando Migliaccio da Silva, ex-executivo do setor de propinas da Odebrecht, em que ele foi citado. No vídeo, o delator da Odebecht narra os contatos e os pedidos de liberação de dinheiro.
Garreta foi denunciado por supostamente ter recebido propina milionária da Odebrecht no âmbito das obras da Torre Pituba, sede da Petrobrás em Salvador.
Garreta nega. Réu no processo aberto em dezembro, ele será interrogado pelo juiz federal Luiz Antônio Bonat, titular da Lava Jato em Curitiba, no dia 16 de setembro. Além de dizer não ter recebido da Odebrecht referente ao negócio, sua defesa aponta inconsistências nos fatos narrados pela acusação.
VÍDEO: Fernando Migliaccio, ex-empregado da Odebrecht No vídeo entregue ao juiz pela força-tarefa, Migliaccio narra três supostos pagamentos do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht para Garreta. Diz que recebia ligações do réu e encontros no escritório da empresa para acertar a forma de repasse.
O vídeo foi anexado no último mês. O Termo 12 da delação de Migliaccio é de outubro de 2016 e estava com a Procuradoria Geral da República (PGR), que fechou a megadelação da Odebrecht no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério Público Federal inclui no processo a transcrição do depoimento, mas não o vídeo.


A ação penal está em fase de interrogatório dos réus – são 42 ao todo, entre eles Armando Trípodi, o ex-chefe de gabinete do então presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli, João Vaccari Neto, entre outros. Um dos acusados era o empresário Cesar Mata Pires Filho, herdeiro da OAS, que morreu no dia 25.
Outro depoimento de Migliaccio foi anexado no processo pela acusação. Um termo de oitiva de 2018 complementar sobre o tema Garreta. O delator foi interrogado por Bonat em março.


Identificado nas planilhas de repasses ilícitos da Odebrecht, Garreta chegou a ser preso pela Polícia Federal em novembro, na fase 56, a Operação Sem Fundos.
Segundo relatado pelo delator André Vital Pessoa de Melo, diretor regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias a partir de julho de 2014, José Nogueira Filho – representante da OAS no projeto do Conjunto Pituba -, ‘veiculou pedido de propina no montante de dois milhões de reais a ser arcado pela Odebrecht e pela OAS e a ser pago em favor de Valdemir Garreta, com o objetivo de saldar gastos de campanha do Partido dos Trabalhadores na eleição presidencial de 2014’.
Lava Jato 56 indicou R$ 68 milhões em propinas que teriam sido distribuídas a ex-dirigentes da Petrobrás e do Fundo Petros. Os investigadores suspeitam que o superfaturamento das obras bateu em R$ 1 bilhão – inicialmente orçado em R$ 320 milhões, o empreendimento saiu por R$ 1,32 bilhão.
No decreto de prisão, em novembro, a juíza Gabriela Hardt destacou que o Ministério Público Federal aponta ‘a existência de um cipoal corporativo’ pertencente a Garreta, ‘profissional de marketing que teria recebido pagamentos da OAS e da Odebrecht por serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores’.
“Valdemir Flávio Garreta é apontado como publicitário do Partido dos Trabalhadores e seu operador, tendo, em cognição sumária, arrecadado significativos valores de vantagens indevidas pagas pela Odebrecht Realizações Imobiliárias em razão do empreendimento Pituba”, destacou a magistrada.
“Foram colhidos elementos indicando que Valdemir Garreta foi responsável por operacionalizar o recebimento de, ao menos, R$ 973 mil pagos pela Odebrecht Realizações Imobiliárias, em espécie, por meio do Setor de Operações Estruturadas.”

Documento PEDIDO GARRETA   PDF

Os investigadores afirmaram ter descoberto “intenso contato telefônico” entre Garreta e o executivo Fernando Migliaccio, ligado à empreiteira, “em relação que abarcava o pagamento de vantagens indevidas relacionadas a vários outros ilícitos”.

Documento DEPOIMENTO   PDF

Defesa. Em novembro, Garreta detalhou o caso em depoimento a PF, quando foi preso. Ele negou relação com ilícitos e recebimento de valores pela obra.

Documento DEFESA PRÉVIA   PDF

Garreta afirma que recebeu valores da Odebecht por serviços que prestou na campanha eleitoral do Peru, onde já fechou acordo de colaboração.
Na defesa prévia apresentada pela advogada Danyelle da Silva Galvão, em fevereiro, Garreta pediu que Migliaccio, que estava arrolado como testemunha da acusação, também fosse ouvido como testemunha de defesa no caso.

N.daR.: Quando serão apurados com vontade e seriedade as causas dos rombos da PETROS.
Denúncias vêm sendo apresentadas há mais de década. Está tudo quase parado, por que?
Os corruptos estão aguardando ansiosos a prescrição.
Enquanto isso, beneficários aposentados da PETROS estão sendo descontados em até 45% dos seus rendimentos para cobrir o rombo.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Opinião
NOVA CHANCE A MORO
Publicado: O Globo - Impresso - 18/08/2019 - Pág. 2 | On Line 18/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Bolsonaro está entre manter seu apoio a Moro, e consequentemente, ao combate à corrupção, ou desagradar parte do Congresso

Merval Pereira A crise com a Polícia Federal, provocada pela tentativa do presidente Jair Bolsonaro de intervir na corporação indicando o novo chefe do Rio de Janeiro, proporcionou ao ministro da Justiça Sérgio Moro retomar, ainda que em parte, o protagonismo que havia perdido na crise das conversas hackeadas, e também no “quem manda sou eu”, rompante do presidente em relação à PF.
Moro e o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo mostraram a Bolsonaro que a atitude provocou uma verdadeira comoção na instituição, sendo possível um pedido coletivo de demissão dos chefes operacionais. Bolsonaro voltou atrás, e Moro ganhou a confiança da Polícia Federal.
Entra agora na negociação dos vetos à nova lei de abuso de autoridade com mais poder de convencimento, pois muitos dos que pede são em defesa dos policiais e agentes de segurança pública, os mais atingidos pelas novas normas. Moro terá também um teste decisivo, pois a lei de abuso de autoridade interfere diretamente no combate à corrupção, bandeira que o identifica. Já Bolsonaro está entre manter seu apoio a Moro, e consequentemente, ao combate à corrupção, ou desagradar parte do Congresso.
Para o Ministério da Justiça, "é possível identificar diversos elementos que podem, mesmo sem intenção, inviabilizar tanto a atividade jurisdicional, do Ministério Público (MP) e da polícia, quanto as investigações que lhe precedem". Um veto que parece ser consensual é a proibição de algemar presos se não oferecerem resistência.
Moro e os policiais consideram que a decisão deve ser tomada pelos agentes em serviço, de acordo com o que acontecer no momento da prisão. No entanto, lembra o criminalista João Bernardo Kapen, já existe uma súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal proibindo as algemas.
Sobre o artigo 9º, que prevê detenção de 1 a 4 anos para o magistrado que decretar prisão “em manifesta desconformidade com as hipóteses legais”, a análise do Ministério da Justiça e Segurança Pública diz o seguinte: “O artigo em questão elimina a discricionariedade do magistrado na exegese normativa. A limitação ao exercício da função jurisdicional é acentuada em razão de o dispositivo não trazer balizas para o que se poderá considerar desconformidade com as hipóteses legais.”
O criminalista João Bernardo Kappen ressalta que essas “hipóteses legais”, longe de serem subjetivas, estão estabelecidas no Código de Processo Penal ou na lei que define as hipóteses cabíveis de prisão temporária.
Para ele, a nova lei não impedirá prisões preventivas, que só podem ser decretadas se estiverem presentes os requisitos legais previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal. Além do mais, a nova lei reproduz quase que integralmente o que está previsto no artigo 4º da lei atual.
Já é crime de abuso de autoridade, portanto, decretar prisão sem as formalidades legais, e isso não vem impedindo que prisões preventivas – largamente usadas na Operação Lava-Jato – sejam decretadas.
Moro defende o veto ao artigo 26, que classifica como crime "induzir ou instigar pessoa a praticar infração penal com o fim de capturá-la em flagrante delito, fora das hipóteses previstas em lei". Para o ministro, o "dispositivo em questão criminaliza o flagrante preparado".
O ministro também sugere o veto ao artigo 30, que prevê até quatro anos de prisão para quem abrir uma investigação sem o devido fundamento, ou seja "proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente". Para Moro, esta regra é desnecessária, "uma vez que é abarcado, em grande parte, pelo crime de denunciação caluniosa já existente no artigo 339 do Código Penal".
Os procuradores de Curitiba consideram que esse tipo penal é um absurdo na parte em que fala “sem justa causa fundamentada”, o que é um conceito vago e indeterminado. No Brasil sequer se discute a qual nível probatório que a expressão “justa causa” corresponde. João Bernardo Kappen considera que as críticas têm razão de ser, pois o termo “justa causa”, sem a devida explicação, é muito vago.
O ministro ainda considera exagerado o artigo 34, que estabelece detenção de até seis meses para autoridade judicial que "deixar de corrigir, de ofício ou mediante provocação, tendo competência para fazê-lo, erro relevante que sabe existir em processo ou procedimento". Para Moro, a "hipótese cria uma responsabilidade extremamente ampla ao agente público que é impossível de ser cumprida na prática.

N.daR.: Por pura inapetência política, Bolsonaro deixou que a situção esdrúxula da criação de outra Lei do Abuso de Autoridade fosse votada e criada à sorrelfa.
Dormitando desde 2009, foi despertada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de investigações sobre corrupção.
Bolsonaro mais afeto a centrar seus esforços em ditar frases toscas, para não dizer estúpidas, não percebe a realidade em que vive e deixou que acontecesse o parto.
E essas coias - como a nova Lei do Abuso de Autoridade - vão surgindo e sendo fontes de desmoralização, piadas e provas de ineficiência administrativa.
Triste país, onde a corrupção é endêmica e seus governates, políticos e juízes supremos fazem de tudo para protegê-la.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
O PÉ NA JACA DO SENADO - Cronograma de votação já foi atrasado diante da manobra dos senadores para vincular o andamento da votação da reforma à discussão de propostas de interesse dos governadores
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 17.08.2019 B5 | On Line 17 de agosto de 2019 | 05h00
por Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo

Adriana Fernandes É perigoso demais para as finanças públicas o jogo que o Senado resolveu fazer para garantir a todo o custo mais recursos aos Estados empacando a reforma da Previdência. O cronograma de votação já foi atrasado diante da manobra dos senadores para vincular o andamento da votação da reforma à discussão de propostas de interesse dos governadores.
Os senadores dizem que não há operação tartaruga. Mas não é bem assim. Ela está em curso e a todo vapor. Uma articulação silenciosa foi acionada para mostrar os danos que a ampliação de transferências de receitas para os governos estaduais pode causar sem que sejam feitas com base em contrapartidas de medidas de ajuste fiscal.
Não dá para repetir o passado, quando mais receita nos cofres dos Estados serviu para incrementar gastos, principalmente de salários dos servidores, sem aumento de investimentos. Os dados mais recentes das finanças dos Estados, divulgados na quarta-feira, constatam a situação dramática das contas dos governos regionais. Para muitos economistas, um quadro pior do que a do próprio governo federal.
Os senadores se apoiam no discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de lançamento da ideia de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo para discutir projetos que aumentam os repasses. Guedes propôs “menos Brasília e mais Brasil” e agora pena por causa do próprio discurso, apesar dos alertas de economistas próximos de que esse movimento teria de ser feito com cautela.
De forma bastante inteligente, os senadores se apegaram à promessa do ministro para pedir mais dinheiro. Botaram tudo no mesmo bolo do pacto federativo – um conjunto de medidas para tirar as amarras do orçamento, incluindo a desindexação de despesas – que nada tem a ver com a irrigação de dinheiro fácil para os governos regionais sem medidas estruturantes.
A mais recente investida é patrocinada pelo relator da PEC do Orçamento impositivo, senador Cid Gomes (PDT-CE), que quer aumentar os valores a serem repassados para Estados e municípios com o megaleilão do petróleo, previsto para novembro, como antecipou o repórter do Estadão/Broadcast Daniel Weterman. Há uma articulação para que a divisão do bônus de assinatura do leilão ocorra antes do pagamento da dívida do governo com a Petrobrás. Com essa medida, o total de recursos destinados a governadores e prefeitos chegaria a quase R$ 32 bilhões, R$ 10 bilhões a mais do que prevê o governo e a proposta aprovada na Câmara.
O bônus seria todo do governo federal, mas acabou sendo diluído e repartido com governos estaduais muito além do que a equipe econômica imaginava com prejuízos para o ajuste do governo federal. Muitos técnicos da área econômica gostariam agora de falar: eu avisei que isso iria acontecer.
O problema é tão sério e urgente que a Instituição Fiscal Independente (IFI) do próprio Senado acabou disparando uma nova série de estudos para alertar que medidas estruturais para os Estados precisam integrar o debate do pacto federativo no Congresso. O diretor executivo do órgão, Felipe Salto, chamou a atenção para o movimento afirmando que é hora de “farol alto” e cautela para que a discussão do pacto federativo não se resuma a atendimento de pleitos por mais recursos, sem contrapartidas que ajudem a atacar o problema central, que é o crescimento dos gastos com pessoal e Previdência.
O debate do pacto no Senado também reabriu a discussão para propostas de rediscussão da Lei Kandir, reavivando pleitos antigos a respeito das compensações que se justificariam pelas desonerações das exportações e aumento do prazo para pagamento de precatórios judiciais.
Nada mais natural do que governadores de Estados quebrados queiram a todo custo buscar mais dinheiro para “salvarem” o seu mandato. Mas os senadores tentam confundir a ideia de pacto com esse movimento. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quem melhor definiu esse processo em andamento foi o consultor legislativo Marcos Mendes, que hoje está no Insper.
Um dos autores da emenda do teto de gastos, Mendes advertiu que a ideia de pacto federativo de Guedes é muito diferente do que está sendo considerada no Congresso. Ele fez um alerta de que não dá para errar na discussão do pacto. “Podemos reproduzir o que aconteceu a partir de 2008 quando os Estados enfiaram o pé na jaca”, disse. O Senado está contribuindo para que isso ocorra de novo. É preciso discutir o socorro. Ele é necessário. Mas com medidas de ajustes que venham para ficar.

N.daR.: "Cid Gomes (PDT-CE), que quer aumentar os valores a serem repassados para Estados e municípios com o megaleilão do petróleo, previsto para novembro, como antecipou o repórter do Estadão/Broadcast Daniel Weterman. Há uma articulação para que a divisão do bônus de assinatura do leilão ocorra antes do pagamento da dívida do governo com a Petrobrás."
Depois a Petrobras, que pesquisa e descobre petróleo, não serve para nada? Sistematicamente se comprova o contrário.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Opinião
ABUSOS DE INTERPRETAÇÃO
Publicado: O Globo - Impresso - 17/08/2019 - Pág. 2 | On Line 17/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Praticamente todos os itens da lei do abuso de autoridade aprovada até agora na Câmara já estão no Código Penal

Merval Pereira O projeto de abuso de autoridade aprovado na Câmara, depois de passar pelo Senado, tem como base uma proposta de 2009 feita por membros do STF e do Congresso, apresentado pelo então deputado federal Raul Jungmann, como decorrência do Pacto de Estado por um Judiciário mais Rápido e Republicano, firmado pelos Chefes de então dos três Poderes: presidente Lula, presidente do Senado José Sarney, presidente da Câmara Michel Temer e presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
A Lava-Jato ainda não existia, e a motivação era apenas conter abusos de autoridades. Mas a operação de resgate da proposta, dez anos depois, parece motivada pela vontade de tentar impor limites às investigações, e defender corporativamente os congressistas de maneira geral. O ex-ministro Raul Jungman, no entanto, não vê na legislação aprovada nenhuma alteração profunda que fuja das normas já existentes.
O projeto da Câmara aperfeiçoou o do Senado, e manteve o Ministério Público como receptor das denúncias contra autoridades. Mas ele retira o caráter de proteção geral de cidadãos, transformando-se em instrumento de bloqueio da ação dos órgãos de investigação e acusação, além de constranger juízes.
Levantamento do Ministério Público mostra que, dos 33 crimes tipificados na nova lei, que foi relatada pelo senador Roberto Requião, apenas três têm destinação de parlamentares e seis de autoridades e outros agentes públicos. Juízes são alcançados por 20 deles, promotores e procuradores por 21, agentes policiais e profissionais de segurança pública em 28.
O problema é que criminalização constrange a capacidade de interpretar as leis, e foi nessa interpretação que a Lava-Jato e o mensalão avançaram. Limitar a interpretação, usar a letra fria da lei, ou criminalizar as ações de combate à corrupção deixará temerosos investigadores, juízes, promotores e procuradores, com receio de retaliação, o que na verdade já está acontecendo.
Auditores da Receita Federal foram afastados pelo STF por alegadamente estarem investigando membros do tribunal em “desvio de função”, e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que o ministro Sérgio Moro considerava um instrumento fundamental no combate à corrupção e lavagem de dinheiro, saiu do Ministério da Justiça e foi transferido para o Banco Central.
Praticamente todos os itens da Lei de abuso de autoridade aprovada agora na Câmara já estão no Código Penal ou na lei de abuso de autoridade existente, mas muitos não como crimes. Os procuradores de Curitiba alegam, por exemplo, que o artigo 9º prevê como crime a decretação de prisão em “manifesta desconformidade com as hipóteses legais”. O parágrafo coloca que é crime também indeferir habeas corpus “quando manifestamente cabível”.
Consideram os procuradores que o tipo penal estabelece um desincentivo pessoal para a prisão de réus poderosos, e é muito amplo, dependendo de interpretação. O criminalista João Bernardo Kappen lembra, porém, que a lei nova diz expressamente no §2º, do artigo 1º que a divergência na interpretação da lei não é crime de abuso de autoridade.
Uma série de ações do Congresso e do STF está em andamento para controlar essas investigações. Não foi acaso que um projeto de lei para restringir acordos de delação premiada de 2017, de autoria do ex-deputado petista Wadih Damous, foi desengavetado agora. Ele “impõe como condição para a homologação judicial da colaboração premiada a circunstância do acusado ou indiciado estar respondendo em liberdade ao processo ou investigação instaurados em seu desfavor”.
A nova lei de abuso de autoridade vai na mesma direção no artigo 13, inciso III, que diz que é crime “constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a produzir prova contra si mesmo ou contra terceiros.
Na opinião do criminalista João Bernardo Kappen, esse artigo não precisaria nem existir, porque a autoridade que constrange o preso mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência a produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro estará praticando crimes previstos no Código Penal – crime de ameaça do artigo 147 do CP, crime lesão corporal do artigo 129 do CP e crime de constrangimento ilegal do artigo 156 do CP. (Amanhã: as novas regras)

N.daR.: Reiterando o que já dissemos:
Há uma certeza absoluta: No Brasil não se pode investigar, processar e condenar, se for o caso, juízes dos tribunais superiores e políticos.
Se isso for tentado, mentiras, falácias e a construção de uma trama protetora dos corruptos será imediatamente criada a fim de enxovalhar aqueles que são os investigadores.
Mesmo que cumprindo com suas obrigações, por dever de ofício, se fará de tudo para que os casos sejam esquecidos concomitantemente com o prévio afastamente daqueles que trabalhacam em cada caso.
Dallagnol, Moro e outros muitos estão neste caso.
Muda presidência, sempre com promessas de melhorias várias, mas nada muda de verdade.
Triste país, onde a corrupção é endêmica.
Acrescentando ao já dito: "Quem não deve, não teme", tudo é tão simples assim, pelo menos numa verdadeira democracia.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
VETOS NECESSÁRIOS NA LEI CONTRA ABUSO DE AUTORIDADES
Publicado: O Globo - Impresso - 17/08/2019 - Pág. 2 | On Line 17/08/2019 - 00:00
por Editorial

Armadilhas para agentes do Estado precisam ser desarmadas em projeto, que depende de sanção do presidente

Charge: CAZO - Corrupção Assim como a burocracia, o abuso de autoridade é um costume deletério, antirrepublicano, na sociedade brasileira. O emperramento dos cartórios e controles criados pelo Estado para supostamente formalizar e legalizar atos entre pessoas físicas e jurídicas estão sendo enfrentados pela medida provisória da “liberdade econômica” , em tramitação no Senado. Já um projeto com a finalidade de punir abuso de autoridades está à disposição do presidente Bolsonaro, para sancioná-lo na íntegra ou definir vetos pontuais — a melhor alternativa para o país.
Ao contrário das medidas antiburocracia, o conjunto de ações contra autoridades que excedem seu poder está no centro de intensa polêmica. A própria forma como este projeto começou a tramitar no Senado contaminou a iniciativa de suspeições. Cabe lembrar que o desengavetamento desta proposta de lei, depois recauchutada, coube ao então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de investigações sobre corrupção.
Renan fazia parte de um grupo de peemedebistas coroados em cujo encalço estava a Lava-Jato: Romero Jucá, Edison Lobão e outros. É ilustrativa a conversa gravada entre eles, incluindo o ex-presidente Sarney, em que se fala sem dissimulações da necessidade de conter a Operação. Uma troca de ideias entre eles foi gravada pelo ex-tucano, e delator premiado, Sérgio Machado, apanhado pela Lava-Jato em negociatas quando dirigia a Transpetro, subsidiária da Petrobras, no período em que a estatal foi assaltada pelo esquema lulopetista de corrupção, nos governos Lula e Dilma.
A iniciativa de Renan de recolocar em andamento no Senado um antigo projeto para coibir abuso de autoridades, devidamente atualizado — com Roberto Requião, peemedebista alinhado ao PT, na relatoria —, chamou a atenção.
Coibir a ação de autoridades no Brasil não é ideia ruim, em si. A legislação sobre a matéria é antiga, necessita ser atualizada. Mas a origem do projeto afinal aprovado e remetido à sanção de Bolsonaro aconselha cuidados ao Planalto. Apesar de toda a depuração feita, devido a reclamações de juízes, promotores, policiais etc., o texto aprovado traz pegadinhas contra o poder de investigação do Estado. Foram criadas com o uso de termos vagos, dúbios, genéricos, a serem explorados pelos bem pagos e competentes advogados de poderosos, para voltar-se ao tempo da clássica impunidade dos criminosos de colarinho branco.
Por exemplo, se for instaurado um procedimento criminal “sem justa causa fundamentada” agentes públicos podem ser processados. Mas o que é “justa causa fundamentada”? No mínimo, servirá para protelar processos. Outra armadilha: se o bloqueio de bens for considerado em instâncias superiores excessivo, o juiz pode ser penalizado. Mas os donos de patrimônio bloqueado sempre reclamam da dimensão do bloqueio.
O dispositivo tem clara intenção de atemorizar juízes e promotores. Tenta se fechar o cerco contra a Lava-Jato e operações anticorrupção em geral.

N.daR.: Pelo menos por enquanto a Lava-Jato tem sobrevida...
Até O Globo parece ter bom-senso ao condenar a corrupção e nomear alguns dos corruptos.
Interessante observar que já existia uma Lei de Abuso de Autoridade, Lei 4898/65. Também daquilo que assim pode ser considerado como abuso de autoridade já está contido na legislação comum.
O que fizeram os deputados? Criaram uma lei que lhes permite proteção descarada.
Por que votaram de forma secreta? É evidente de que aquela casa legislativa está com vários de seus componetes comprometidos com a corrupção.
Tão simples assim.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Época Negócios
OI: CRIADA PARA SER A SUPERTELE DO PÁIS, OPERADORA REÚNE DÍVIDAS E POLÊMICAS - Hoje, controlada por fundos estrangeiros, a empresa carrega dívida bilionária e se vê forçada a se desfazer de ativos para afastar o risco de quebrar
Publicado: Época - On Line 16/08/2019 - 12h21 - Atualizada às 12h21
por ESTADÃO

Oi Turbinada durante a era PT para ser uma "supertele brasileira", a Oi recebeu durante anos bilhões em investimentos do governo e de fundos de pensão de estatais e se tornou uma das maiores beneficiadas pelos empréstimos a juros camaradas do BNDES. Hoje, controlada por fundos estrangeiros, carrega dívida bilionária e se vê forçada a se desfazer de ativos para afastar o risco de quebrar.
A companhia, em seus moldes atuais, surgiu em 2008 após união entre a Telemar (nome da Oi até 2007) e a Brasil Telecom. Com a operação, quase toda a comunicação por linhas fixas no País passou a ser operada por uma única companhia. De fora, restou São Paulo que, na privatização da Telebrás, em 1998, ficara com a Telefônica.
A fusão foi um acordo entre empresas privadas, mas contou com tanta ajuda do setor público, que sua imagem ficou associada ao governo do PT. A administração petista implementava à época a política que ficou conhecida como das "campeãs nacionais", que consistia em facilitar, e até incentivar, a criação de grandes empresas em diferentes setores, capazes de fazer frente aos conglomerados estrangeiros e multinacionais no mercado interno e no exterior.
Para que a "supertele" surgisse, o governo do ex-presidente Lula, então em seu segundo mandato, promoveu uma mudança na legislação, que até então vetava a possibilidade de duas concessionárias de telefonia fixa terem o mesmo controlador. Um decreto presidencial modificou esse entendimento. A aprovação pela Anatel também ocorreu em tempo recorde. E, por meio do BNDES e do Banco do Brasil, o governo abriu linhas de financiamento que permitiram a fusão. O banco tornou-se ainda, por meio de seu braço de participações, o BNDESPar, um dos acionistas da nova empresa, ao lado de fundos de pensão de Banco do Brasil (Previ), Caixa (Funcef) e Petrobrás (Petros). Os controladores, porém, seguiram sendo La Fonte, dos Jereissatis, e Andrade Gutierrez.
A nova empresa nascia gigante e já bastante endividada. Por anos, tentou digerir a fusão, sem conseguir despontar como líder absoluta do mercado nacional, no qual competia na telefonia celular com outros grupos - atuais Vivo, Claro e Tim. Poucos anos depois, em 2013, veio o anúncio da fusão da Oi com a Portugal Telecom, criando uma empresa com braços no Brasil, em Portugal e em países africanos. Novos acionistas chegaram à Oi, mas os problemas seguiram se avolumando. Enquanto a telefonia fixa minguava, a Oi seguia amargando o quarto lugar no mercado brasileiro de telefonia móvel. Projetos como o lançamento de uma TV por assinatura ou de um serviço de pagamento nunca decolaram. Com os anos, as dívidas se acumularam e as polêmicas também, como suspeitas sobre irregularidades durante os muitos aumentos de capital e o uso político da operadora durante o governo do PT. Foi o caso das operações entre a Oi e a Gamecorp, empresa de Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", filho do ex-presidente Lula. Milhões foram aplicados na empresa. Até hoje, a Oi é sócia da companhia.
Em 2016, a Oi ingressou com pedido de recuperação judicial. Com dívida de R$ 65 bilhões, é o segundo maior já feito no País, só superado pelo da Odebrecht.Agora, os fundos de estatais já não aparecem na estrutura societária. O BNDESPar tem menos de 1% na empresa. E o futuro da Oi é incerto.

N.daR.: Outro negócio da PETROS que carece de esclarecimentos e explicações...
Até onde se sabe, um mau negócios.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
COORDENADOR DA LAVA JATO, DELTAN RESPONDE A 10 RECLAMAÇÕES NO CONSELHO DO MP - Procurador é alvo de reclamações protocoladas por deputados do PT, pelos senadores Renan Calheiros e Katia Abreu e por entidades de juízes e juristas
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 16 de agosto de 2019 | 10h58
por Vinícius Passarelli, especial para O Estado

Charge: J Bosco O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitibia, é alvo de um processo administrativo disciplinar e outras 11 reclamações disciplinares - uma já arquivada - protocoladas no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
O processo administrativo e duas das reclamações disciplinares foram objeto de discussão na sessão da última terça-feira, 13, no CNMP. O conselho decidiu desarquivar a reclamação disciplinar contra Deltan e o procurador Roberto Pozzobon em razão dos supostos diálogos entre eles revelados pelo The Intercept Brasil.
Na sessão, ficou decidido que um conselheiro será designado para avaliar o pedido de arquivamento da reclamação, decidido individualmente pelo corregedor nacional do MP, Orlando Rochadel Moreira. O novo relator irá decidir se mantém ou não o arquivamento, o que, na prática, segundo o CNMP, reabre o caso para discussão.
Os corregedores do CNMP também decidiram negar um recurso de Deltan que pedia a suspensão do processo disciplinar contra ele em relação a uma entrevista dada à rádio CBN, em agosto de 2018, na qual ele criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-os de passar uma mensagem de “leniência com a corrupção” em certas decisões. O processo foi aberto a pedido do presidente do STF, ministro Dias Toffoli

Renan Calheiros
Uma terceira decisão envolvendo Deltan na sessão de terça-feira, foi a que adiou a análise de uma reclamação disciplinar contra o procurador protocolada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que o acusa de fazer campanha pelo Twitter contra a sua candidatura à presidência do Senado, o que descumpriria a determinação constitucional de que procuradores não devem exercer atividades político-partidárias. Deltan, também pelo Twitter, encampou uma campanha pela votação aberta na eleição para a presidência da Casa. 
“Se Renan for presidente do Senado, dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada. Tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro.
Muitos senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do dia”, afirmou o procurador em uma das publicações. Renan acabou perdendo a disputa para Davi Alcolumbre (DEM-AP). Segundo a Coluna do Estadão, o senador protocolou outra reclamação contra Deltan no CNMP, alegando a “violação dos deveres funcionais” com base nas supostas conversas entre o procurador e Eduardo Pelella, chefe de gabinete de Rodrigo Janot, que também é alvo da reclamação. Pelella teria enviado a Deltan Dallagnol o endereço de Dias Toffoli.

PT
Em outra reclamação disciplinar instaurada no CNMP, deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) - entre eles a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffman (RS) - acusam a força-tarefa da Lava Jato do Paraná, coordenada por Deltan, de infração funcional e atuação abusiva ao acordar com a Petrobrás a criação de um fundo para o qual seriam destinados os valores arrecadados por meio de multas da empresa estatal a acionistas americanos. Esse fundo seria gerido pela força-tarefa de Curitiba, que acabou desistindo da criação após a procuradoria-geral da República ter pedido a suspensão do procedimento.

Kátia Abreu
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) é autora de outra reclamação disciplinar contra Deltan no CNMP. O pedido, que já foi arquivado, reclamava de um compartilhamento do procurador em suas redes sociais de uma matéria do Estado sobre um suposto pagamento de caixa 2 pela construtora Odebrecht à senadora no valor de R$ 500 mil. A denúncia, no entanto, já estava arquivada. 
No requerimento da reclamação, a senadora alegava que o compartilhamento da matéria seria uma forma de Deltan se promover pessoalmente, além de implicar em vazamento de informação sigilosa, dada sua posição de procurador da República. A corregedoria entendeu que não caberia a abertura de um processo disciplinar, uma vez que Deltan se limitou a compartilhar a notícia publicada pelo Estado e que o texto postado junto à matéria era uma reprodução do conteúdo da reportagem.

Associações
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) também apresentou reclamação disciplinar ao conselho contra Deltan e outros procuradores da força-tarefa por supostas violações funcionais, reveladas pelos supostos diálogos que foram vazados. Outra entidade, a Associação Nacional de Desembargadores (ANDES) é autora de outra reclamação disciplinar contra o procurador, baseada nas supostas investigações que Deltan teria incentivado contra os ministros do STF Dias Toffoli, presidente da Corte, e Gilmar Mendes, assim como de suas respectivas esposas. A Constituição proíbe que ministros do Supremo sejam investigados por procuradores da primeira instância.

Palestras
Um suposto movimento dos procuradores, entre eles Deltan, para obter lucro via palestras remuneradas e obtidas graças aos seus cargos públicos, revelado pelos diálogos vazados entre os membros da força-tarefa, motivou duas reclamações disciplinares protocoladas por deputados do PT. As palestras teriam sido feitas em parceria com empresas privadas, com quem os procuradores teriam divididos os valores. Os deputados do PT que subscrevem a reclamação afirmam que a prática configura “desvio de função dos procuradores para a prática de atividades pessoais de palestrante”.
Uma palestra dada por Deltan a uma empresa citada em delação premiada da Lava Jato, a Neoway, também revelada pelas conversas divulgadas pelo The Intercept, é alvo de outra reclamação disciplinar, feita pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Outra reclamação protocolada por deputados petistas sustenta que os diálogos vazados entre Deltan e Sérgio Moro sugerem que os dois teriam se articulado para orientar recursos de contas judiciais da Lava Jato para a produção de um vídeo institucional da campanha das “10 medidas contra a Corrupção”, projeto idealizado pelo Ministério Público Federal e que acabou sendo desfigurado pela Câmara.  

Outdoor
A contratação de uma publicidade em um outdoor também motivou uma reclamação disciplinar contra Deltan Dallagnol, que pede explicações para o procurador, como coordenador da força-tarefa, sobre um suposto pagamento da publicidade, o que violaria os princípios do Ministério Público e que configuraria desvio de função.
Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da força-tarefa do Ministério Público do Paraná afirmou que, em relação à sessão da última terça-feira da CNMP, o “procedimento decorrente de mensagens não reconhecidas divulgadas na imprensa nos últimos dias não foi reaberto, mas sim foi encaminhado a um Conselheiro para avaliar a pertinência de submeter sua reabertura ao plenário” e que o procurador Deltan Dallagnol irá se manifestar quando requerido institucionalmente em relação ao Procedimento Administrativo.

N.daR.: Receber reclamações do ministro Dias Toffoli, de Renan Calheiros, do PT, de Kátia Abreu deve ser motivo de orgulho e vaidade para qualquer pessoa.
Quando pessoas menos honradas, digamos assim, crticam nosso comportamento, significa que estamos no caminho certo e que elas, possivelmente, têm muito a temer.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PETROBRÁS FAZ MAIOR DESCOBERTA DESDE O RÉ-SAL EM SERGIPE E ALAGOAS - De seis campos de exploração, Petrobrás espera extrair cerca de 20 milhões de m³ por dia de gás natural, o equivalente a um terço da produção atual brasileira; investimentos necessários para limitar área e construir gasoduto são de R$ 2 bi
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. B3 | On Line 16 de junho de 2019 | 04h00
por Fernanda Nunes, enviada especial, O Estado de S.Paulo

Charge: Mario ARACAJU - A Petrobrás fez em Sergipe sua maior descoberta desde o pré-sal, em 2006. De seis campos, espera extrair 20 milhões de m³ por dia de gás natural, o equivalente a um terço da produção total brasileira. Divulgada no mês passado, a descoberta deve gerar R$ 7 bilhões de receita anual à estatal e sócias, calcula a consultoria Gas Energy. Na avaliação do governo, a conquista pode ajudar a tirar do papel o esperado “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – plano para baratear em até 50% o custo do gás natural e “reindustrializar” o País.
A aposta do governo é que, em pouco tempo, deva sair de Sergipe o gás mais barato do Brasil. Primeiro, pelo próprio aumento da produção, que ajuda na redução dos custos. Segundo, pela entrada em operação de rivais da petroleira, como a americana ExxonMobil, que tem projetos de exploração na região. Por fim, pela presença de empresas importadoras de gás, que também vão concorrer pela infraestrutura de escoamento. Dessa maneira, a tendência é de redução na tarifa de transporte e, com isso, também do preço final do produto.
“Vamos ter competição. É isso que vai fazer o preço baixar”, afirma o secretário de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Felix, que participa da elaboração do plano de Guedes.
O governo também tem a expectativa de estimular a economia na região com o gás. De 2014 a 2017, a cadeia de óleo e gás ficou praticamente paralisada como reflexo da forte queda no preço do insumo no mercado internacional e das revelações da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que revelou bilhões em desvios de recursos na Petrobrás. “É possível que a gente assista a uma retomada da indústria de petróleo e gás no Nordeste, onde tudo começou”, diz o presidente da Gas Energy, Rivaldo Moreira Neto.
O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Felipe Kury, classifica o potencial da Bacia de Sergipe-Alagoas como “muito promissor”. Além dos seis campos da Petrobrás, a ANP acredita que existem na região outras áreas com indícios de presença de petróleo e gás que, nos próximos anos, podem resultar em novas descobertas relevantes.
Pelos dados do MME, para delimitar o reservatório e construir um gasoduto até a costa, a Petrobrás deve gastar US$ 2 bilhões ainda neste ano. A estatal não revela os planos para a região. Por meio de sua assessoria, informou apenas que “as águas profundas de Sergipe vêm mostrando grande potencial para o desenvolvimento”. Disse também que o orçamento do projeto está previsto em seu plano estratégico para os próximos cinco anos. Por enquanto, a estatal está trabalhando apenas na exploração, mas não na produção dos campos.

Petrobras: Novas descobertas em Sergipe e Alagoas

Expectativa
O gás já provoca uma reviravolta na economia de Sergipe. “Virei um caixeiro viajante, batendo de porta em porta de indústrias, oferecendo as vantagens do gás natural a quem quiser se instalar no Estado”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Augusto Pereira de Carvalho.
O Estado está agora concentrado em atrair grandes consumidores de gás para o município de Barra dos Coqueiros, vizinho a Aracaju, onde funciona o Porto de Sergipe, e, no futuro, deve estar de pé um novo distrito industrial. Na pequena cidade de apenas 25 mil habitantes, cercada por praias e mangue, começa a surgir um arranjo inédito de empresas interessadas no combustível.
De um lado, estão produtores e uma unidade de importação do gás. Do outro, potenciais consumidores, atraídos pela perspectiva de pagar menos pelo combustível. Às empresas, Carvalho tem argumentado que, com tanta oferta, não haverá alternativa aos fornecedores de gás senão baixar o valor da matéria-prima. Assim espera trazer de volta, principalmente, indústrias de vidro e cerâmica, que dependem do gás para fabricar produtos melhores e a um custo menor.
Até a nova onda deflagrada pela descoberta da Petrobrás, o governo estadual se via às voltas com a suspensão de investimentos da estatal, que, no passado, chegou a responder por um terço de todo dinheiro movimentado pela indústria sergipana. O Estado sentiu o golpe, por exemplo, do fechamento da fábrica de fertilizantes, a Fafen-SE, e do freio em campos produtores de petróleo e gás, colocados à venda pela estatal.
Diante desses e outros reveses, e a expectativa de extinção de postos de trabalho, a notícia da descoberta criou uma sensação de que “há uma luz no fim do túnel”, disse Carvalho.

ConsUmidor livre
O Estado quer ainda incentivar a criação de uma nova figura no mercado de gás – a do consumidor livre, autorizado a importar seu próprio combustível, sem precisar utilizar a rede de dutos de distribuição de uma concessionária local. Com essa mudança, o esperado é reduzir mais um pouco o preço do produto, que não contaria com a tarifa cobrada pela distribuidora.
Uma experiência chegou a ser feita em Sergipe, mas parou na Justiça. A distribuidora local, a Sergás, contesta a legalidade do modelo. Ela alega que o contrato de concessão garante a ela a exclusividade do negócio de gás no Estado.
A divergência coloca em lados opostos os próprios sócios da Sergás: o governo do Estado, que quer estimular a queda do preço e um novo mercado, e a Petrobrás e a japonesa Mitsui, que não aprovam as mudanças.


Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
SERGIPE VAI PRODUZIR O EQUIVALENTE A 4 VEZES O CONSUMA DA REGIÃO - Metade da produção virá da Celse, que investirá US$ 5 bi e inaugura concorrência em área dominada pela Petrobrás; usina muda rotina de moradores
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 16 de junho de 2019 | 04h00
por Fernanda Nunes, enviada especial, O Estado de S.Paulo

Com o sucesso da Petrobrás na exploração de seis reservatórios e a chegada de investidores privados, Sergipe foi inserido na rota mundial do gás natural. Em cinco anos, o Estado, sozinho, deve movimentar 40 milhões de m³ por dia de gás, volume que corresponde a mais de quatro vezes a atual capacidade de consumo de toda a Região Nordeste.
Desse total, metade virá de um único investimento da iniciativa privada. Orçado em US$ 5 bilhões, o projeto é da Celse, empresa controlada por sócios de Noruega, Estados Unidos e Brasil. Na prática, o empreendimento inaugura a concorrência num mercado até então dominado pela Petrobrás.
A Celse construiu a primeira unidade de regaseificação privada do País, ao lado do Porto de Sergipe, no município de Barra dos Coqueiros. Até então, somente a Petrobrás tinha unidades do tipo. A tecnologia permite importar o combustível na forma líquida, o GNL, por navio, depois retomá-lo ao estado gasoso e então injetá-lo na malha de dutos terrestres.

Condições
“Encontramos em Sergipe as condições adequadas para instalar a unidade de regaseificação e a térmica”, diz Pedro Litsek, presidente da Celse. “Na região, existe uma subestação de porte para escoar a energia e o terreno está próximo do mar, numa área que tem a melhor condição para ancorar o navio (onde o combustível líquido é transformado em gás), a apenas 6 km da costa”. Esse projeto foi iniciado há cerca de três anos, antes de a Petrobrás descobrir um reservatório de dimensões relevantes na região.
O primeiro carregamento de GNL chegou no mês passado, de Camarões, na África, para ser usado como combustível nos testes de operação da térmica Porto de Sergipe 1, também parte do projeto da Celse. Quando começar a funcionar, em janeiro, a usina deverá ter capacidade de gerar 1,5 gigawatts de eletricidade e será a maior da América Latina.
Somente o consumo da geradora de eletricidade justifica o investimento na tecnologia de importação do gás. Por isso, é a porta de entrada para empresas privadas interessadas em competir no mercado interno. “Essa é uma nova forma de transportar energia a locais de mais difícil acesso, de forma rápida”, diz a advogada Camila Mendes Viana Cardoso, do escritório Kincaid Mendes Viana, especializado em direito marítimo.

Distribuição
Uma das sócias da Celse, a Golar Power, quer, na verdade, ser uma distribuidora de energia no Brasil, usando o GNL como matéria-prima e começando por Sergipe. Ainda neste mês, pretende trazer para o País dez caminhões projetados para consumir gás líquido no lugar de óleo diesel, que serão testados num trecho de 1,5 km.
Se der certo, a empresa norueguesa vai criar um “corredor azul”, nos mesmos moldes da Europa, onde uma rede de postos vai garantir autonomia aos motoristas, diz Marco Tulio Rodrigues, executivo da Golar.
O gás natural é considerado, atualmente, o combustível da transição para uma energia de baixo carbono, até que as fontes renováveis substituam definitivamente o petróleo e seus derivados na matriz energética.

Moradores
A construção de Porto de Sergipe 1 mudou a vida profissional da sergipana Rafaela Maria Santos. Dona de um depósito de bebidas na região, ela decidiu abandonar o balcão da loja e se aventurar no ramo da construção civil. A mudança de estilo de vida custou o casamento. “Meu marido mandou escolher entre ele e a obra. Escolhi a obra”, conta Rafaela.
A oportunidade profissional surgiu pela exigência dos Bancos Mundial (Bird) e Interamericano de Desenvolvimento (BID), financiadores da térmica que a contratou. Para a liberação dos recursos, as duas instituições de fomento exigiram que, durante a construção, fosse contratado um número mínimo de mulheres da região.
Os bancos definiram ainda que os moradores não poderiam ser incomodados por ruídos durante as atividades da usina de geração de eletricidade. Com isso, comunidades vizinhas à unidade produtora estão sendo remanejadas para áreas mais distantes.
“Hoje, a ocupação aqui não é nossa. Tem dez anos que a gente vive assim. Na nova casa vai ter mais estrutura”, diz Denise Ferreira, uma das beneficiadas pelo programa de remanejamento. Na frente da atual moradia, uma casa de tijolo à mostra e sem saneamento básico, ela vende balas, à beira da estrada. No terreno que vai receber, espera plantar árvores frutíferas.

Transformação
O comércio local também está se transformando com a chegada do gás. Dono de uma rede de 12 farmácias em Aracaju, Edson Rabelo Santos planeja abrir a próxima unidade mais perto da área industrial projetada para o município de Barra dos Coqueiros.
“Estou apostando que, em uma década, aquela região vai estar no mesmo nível da capital. Quero só encontrar a loja ideal para me instalar por lá”, planeja o empresário.
Já o dono do restaurante Mirante, instalado a 1 km da usina térmica, aproveitou o melhor momento das obras, no ano passado, quando 5 mil pessoas trabalhavam na construção. Muitos deles recorriam ao seu comércio para almoçar. Agora, se prepara para uma fase de mais calmaria. Cerca de 1 mil pessoas participam dos retoques finais na usina e, a partir de janeiro do ano que vem, com o início da operação, apenas cem devem ser mantidas.

N.daR.: O anúncio da descoberta deve ter fugido ao controle de Paulo Guedes, ministro da Economia, e de seu acólito na Petrobras, Castello Branco.
De qualquer modo, será mais um item a ser leiloado, sob a alegação de que a Petrobras não tem capital para investir.
Crime de Lesa-Pátria para ser consumado ante a inércia e omissão de políticos, ministros, ex-militres ou não.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PETROBRÁS DEVE RECEBER HOJE OFERTAS PELA LIQUIGÁS
Esta é a segunda tentativa da Petrobrás de se desfazer da Liquigás

Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. B3 | On Line 16 de agosto de 2019 | 06h00
por Mônica Scaramuzzo

Charge: Genildo O Itaúsa, holding de investimentos do Itaú Unibanco, e o fundo Mubadala devem apresentar nesta sexta-feira, 16, propostas firmes para a compra da Liquigás, divisão de gás de cozinha que pertence à Petrobrás, apurou o Estado. O Itaúsa terá em seu consórcio a empresa Copagaz e o Mubadala terá em seu grupo empresas regionais do País, segundo fontes ouvidas pela reportagem. 
Esta é a segunda tentativa da Petrobrás de se desfazer da Liquigás. Em 2016, a estatal chegou a vender a companhia para o grupo Ultra, dono da Ultragaz, por R$ 2,8 bilhões, mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrou a compra alegando concentração de mercado. 
Para evitar problemas com o Cade, grupos econômicos e financeiros estão se unindo com empresas que atuam no setor para comprar a empresa de botijão. O Itaúsa, que tem entre seus investimentos a Alpargatas (dona da Havaianas) e é acionista do gasoduto NTS, que pertencia à Petrobrás, quer expandir sua atuação no setor de gás. A holding do Itaú Unibanco estava entre as interessadas no gasoduto da TAG, que acabou sendo comprado pela francesa Engie por US$ 8,6 bilhões. A empresa Copagaz, quarta maior neste setor, mas com fatia menor de 10%, está neste consórcio ao lado da Itaúsa, que também pretende atrair o grupo Edson Queiroz para o negócio.
O fundo Mubadala é outro interessado, segundo fontes. Mas como não atua neste setor está em conversas com a Consigaz para fazer parte do consórcio.
A Petrobrás pode levantar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões com a venda do negócio. O Santander está assessorando a estatal nessa venda.

No páreo futuro
O grupo Ultra não poderá fazer proposta direta pelo negócio. No entanto, poderá entrar no grupo que sair vencedor comprando partes da empresa que não tenham concentração com a Ultragaz.
Procurados, Itaúsa e Petrobrás não comentaram. O grupo Ultra e Copagaz não quiseram se pronunciar sobre o assunto. Mubadala não retornou os pedidos de entrevista.

N.daR.: Vão-se os anéis e os dedos da Petrobras.
Negócios lucrativos são desfeitos em favor de grupos privados e, em especial, estrangeiros.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
MEGALEILÃO PODE GARANTIR MAIS R$ 10 BI A ESTADOS - Senadores propõem aumentar valores a serem repassados com leilão do petróleo do pré-sal
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. B3 | On Line 16 de agosto de 2019 | 06h00
por Daniel Weterman

Charge: Nani BRASÍLIA - Senadores querem aumentar os valores a serem repassados para Estados e municípios com o megaleilão do petróleo, previsto para novembro. Há uma articulação para que a divisão do bônus de assinatura ocorra antes do pagamento da dívida do governo com a Petrobrás. Com isso, o total de recursos destinados a governadores e prefeitos chegaria a quase R$ 32 bilhões, R$ 10 bilhões a mais do que prevê o governo e a proposta aprovada na Câmara


O leilão será realizado em 6 de novembro e tem outorga de R$ 106,561 bilhões. Desse total, a Petrobrás ficará com R$ 33,6 bilhões, e Estados e municípios terão R$ 21,7 bilhões, de acordo com o texto aprovado pelos deputados.
O Senado discute fazer o pagamento do bônus antes do pagamento à petroleira. Neste caso, o valor líquido que sobraria para a União diminuiria de R$ 51,07 bilhões para R$ 40,99 bilhões. A demanda foi apresentada por parlamentares ao relator da proposta no Senado, Cid Gomes (PDT), que promete concluir o parecer até o fim da semana que vem. 
O relator não mexerá nos porcentuais, mas está considerando revisar o valor total da distribuição. “Essa é uma demanda que existe de alteração do que foi aprovado na Câmara. Como relator, tenho que expressar uma média do pensamento do Senado”, declarou o parlamentar ao Estadão/Broadcast. A proposta faz parte do pacto federativo que senadores exigem votar antes da reforma da Previdência na Casa. 
Com a alteração, a proposta teria que voltar para a Câmara. A estratégia é aprovar um texto antes de novembro, para que Estados e municípios recebam os recursos logo após o leilão. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet, se comprometeu em pautar a PEC logo após o relator concluir seu parecer. Uma das possibilidades é votar o texto no dia 28 de agosto.

Divisão
A União definiu em R$ 106,5 bilhões o valor do bônus de assinatura que será pago pelas empresas vencedoras no megaleilão. Dentro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo, a Câmara aprovou uma partilha em que Estados ficariam com 15% dos recursos e municípios com outros 15%, descontada a quantia devida pela União à Petrobrás.
Se o valor devido pela União para a Petrobrás entrar na conta, os Estados ficariam com R$ 15,98 bilhões e outros R$ 15,98 bilhões iriam para os municípios. Caso prevaleça o texto que passou na Câmara, seriam destinados R$ 10,9 bilhões para governos estaduais e R$ 10,9 bilhões para prefeituras.
Além das mudanças na divisão do bolo, o relator deve definir critérios para a distribuição de recursos entre os Estados e municípios. Ele disse acreditar que o texto aprovado na Câmara é omisso em relação a isso e que a dúvida em relação à maneira como serão destinados os valores para cada Estado e cada município do País só vai atrasar a chegada do dinheiro nos caixas.

N.daR.: ...e os cometimentos de crimes de Lesa-Pátria continuam...
Tudo com a conivência do Legislativo e do Executivo. Este último é o agente que comete o crime e os outros os receptadores.
Brasil, um país em que a noção de patriotismo inexiste. É cada um por si, procurando obter a melhor porção possível do butim.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
PALOCCI DELATA "ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA" DO PT E PROPINAS DE R$ 333 MI DE EMPRESAS E BANCOS - Ex-ministro dos governos Lula e Dilma fez 23 depoimentos à Polícia Federal que indicam rotina de arrecadações junto a grandes conglomerados em troca de MPs, contratos e projetos milionários nas gestões petistas
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. A6 | On Line 15 de agosto de 2019 | 12h58
por Luiz Vassallo, Pepita Ortega, Bianca Gomes e Fausto Macedo / São Pailo e Rafael Moraes Moura / Brasíla

Lula e Palocci em 2003 - Foto: Gustavo Miranda / 25.06.2003 / Agência O Globo A delação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) aponta uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões, supostamente arrecadadas e repassadas por empresas, bancos e indústrias a políticos e partidos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele fala em ‘organização criminosa’ do partido e aponta situações relativas a um período de pelo menos 12 anos (2002-2014).


São 23 relatos de Palocci, que passam por grandes obras de infraestrutura, contratos fictícios, doações por meio de caixa 2 a campanhas eleitorais, liberação de recursos do BNDES e de créditos do Banco do Brasil, criação de fundos de investimentos, fusões e elaboração de Medidas Provisórias para favorecer conglomerados.
O Estado fez contato com os citados na delação de Palocci. Alguns informaram que não vão se manifestar. Outros rechaçaram qualquer tipo de irregularidade. O espaço está aberto para manifestações.

Lula e Palocci em 2003 - Foto: Gustavo Miranda / 25.06.2003 / Agência O Globo
Reprodução de trecho da decisão de Fachin

Palocci fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele foi preso em setembro de 2016, na Operação Omertà, e condenado pelo então juiz Sérgio Moro a 12 anos e dois meses de reclusão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Por força do pacto com os investigadores, homologado judicialmente, Palocci saiu da prisão em novembro de 2018. Ainda preso, interrogado por Moro, ele delatou Lula e revelou ‘pacto de sangue’ do PT com a Odebrecht – uma suposta reserva de R$ 300 milhões que a empreiteira teria assumido com o partido.
Palocci cita Grupo Odebrecht, AMBEV, Grupo Camargo Corrêa, Pão de Açúcar, Banco Safra, Casino, Instituto Lula, Grupo Pão de Açúcar, PAIC Participações, Votorantim, Aracruz, BTG Pactual, Grupo Parmalat, Itaú-Unibanco, Bradesco, Vale, Brasil Seguros, BNDES, Sadia-Perdigão, Qualicorp, Touchdown, OAS.
Ainda, menciona os ex-presidentes Lula e Dilma, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os executivos Benjamin Steinbruch e Rubens Ommetto, o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, o deputado Carlos Zarattini, a deputada Gleisi Hoffman, o ex-deputado João Paulo Lima e Silva, o ex-governador do Acre Tião Viana, o ex-senador Lindbergh Farias, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto.
Ao decretar a redistribuição das investigações sobre as revelações de Palocci, o ministro Edson Fachin, do Supremo, detalhou todos os depoimentos do petista. A delação está sob responsabilidade de Varas da Justiça Federal em Brasília, São Paulo e Curitiba. Parte das declarações foi anexada a inquéritos no próprio Supremo. Um depoimento foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio. A ordem do ministro do Supremo foi dada em abril.
Fachin se baseia em documentos e manifestações que o Ministério Público Federal apresentou ao Supremo.
Na semana passada, o Estado revelou trechos do Termo de Depoimento 5 que ‘alude ao pagamento de vantagem indevida pela sociedade empresária AMBEV ao próprio colaborador e aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, no intento de obstar a majoração tributária (PIS/Cofins) sobre bebidas alcoólicas’.
Entre outros capítulos importantes, Palocci joga luz sobre uma emblemática operação deflagrada pela Polícia Federal em 2009, a Castelo de Areia. Na ocasião, os investigadores puseram as mãos em documentos que indicavam repasses da empreiteira Camargo Correa a políticos, mas o caso foi arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça sob argumento de que o início do inquérito teve base em denúncia anônima.
Na delação, o ex-ministro dedica o Termo 6 para esmiuçar ‘o pagamento indevido de R$ 50 milhões, por parte do Grupo Camargo Corrêa, às campanhas do PT no pleito do ano de 2010 e para o qual concorrera a ex-presidente Dilma Rousseff, com objetivo de obter auxílio do Governo Federal na anulação da Operação Castelo de Areia junto ao Superior Tribunal de Justiça’.


O QUE PALOCCI DIZ
Termo de Depoimento 1 - Antônio Palocci Filho elabora descritivo geral da organização criminosa integrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com objetivo de obter vantagens indevidas de grupos empresariais em contrapartida à prática de atos de ofício em prol dos interesses das empresas’.
Termo de Depoimento 2 - Afirma o apoio político concedido ao consórcio empresarial formado para as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em troca do pagamento de vantagens indevidas a filiados do Partido dos Trabalhadores, do PMDB e ao ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, nos moldes do pactuado com o colaborador, à época interlocutor do governo federal.”
Termo de Depoimento 3 - Pagamento de vantagem indevida por parte do Grupo Odebrecht pela concessão das obras do Aeroporto Galeão.
Termo de Depoimento 4 - Pagamento de aproximados R$ 3,5 milhões, por parte do governo da Líbia (Muammar Kadafi), à campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva no ano de 2002.
Termo de Depoimento 5 - Alude ao pagamento de vantagem indevida pela sociedade empresária AMBEV ao próprio colaborador e aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, no intento de obstar a majoração tributária (PIS/Cofins) sobre bebidas alcoólicas.
Termo de Depoimento 6 - Pagamento indevido de R$ 50 milhões do Grupo Camargo Corrêa, às campanhas do PT no pleito de 2010 e para o qual concorrera a ex-presidente Dilma Roussef, com objetivo de obter auxílio do Governo Federal na anulação da ‘Operação Castelo de Areia’ junto ao STJ.
Termo de Depoimento 7 - Fatos relativos às pessoas jurídicas Pão de Açúcar, Banco Safra, Casino e Instituto Lula, concernentes no repasse, pela aludida instituição financeira na defesa de interesses da Casino – quanto à assunção do controle acionário do GPA de vantagem indevida ao PT para evitar a concessão de empréstimo pelo BNDES para o processo de fusão do Grupo Pão de Açúcar e Carrefour. Concretamente, segundo afirma, o Banco Safra repassou R$ 2 milhões à campanha à Prefeitura de São Paulo de Fernando Haddad em 2012, além de R$ 10 milhões à campanha presidencial no ano de 2014, somados a ‘diversos repasses ao Instituto Lula’. De outro turno, ainda conforme o mesmo termo de depoimento, o colaborador Antonio Palocci atuava em favor de Abílio Diniz e do GPA, mediante ganho de R$ 2 milhões pagos em contratos fictícios da empresa PAIC participações junto à sua empresa de consultoria.
Termo de Depoimento 8 - Atesta a existência de conta-corrente de vantagens indevidas entre Odebrecht e o próprio colaborador.
Termo de Depoimento 9 - Assinala também o repasse de vantagem indevida de modo dissimulado, via contas eleitorais do PT, nos pleitos de 2010 e 2014, pelos Grupos Safra e Votorantim, e empresa Aracruz para viabilizar a venda da participação de Joseph Safra na empresa Aracruz ao grupo Votorantim, mediante ‘operação atípica de injeção de dinheiro do BNDES na empresa Aracruz’.
Termo de Depoimento 10 - A reiteração de repasses indevidos pelo Banco Pactual, nos seguintes valores e hipóteses: (i) R$ 4 milhões sob roupagem de doação eleitoral à campanha presidencial no ano de 2006 a Luiz Inácio Lula da Silva, pela atuação do governo na resolução de procedimento disciplinar contra André Esteves perante o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro. (ii) R$ 2 milhões à campanha presidencial do ano de 2010 de Dilma Rousseff, em troca da atuação da base governista em prol dos interesses daquela instituição financeira. (iii) R$ 9,5 milhões entregues à campanha presidencial do ano de 2014 de Dilma Rousseff para obter informação financeira privilegiada a ser concedida pelo colaborador. Além disso, aponta a criação de um fundo de investimento da instituição para gerir os recursos repassados ao PT e repasses indevidos de valores ao grupo liderado por Eduardo Cunha, no ano de 2014, para auxílio de agentes políticos na compra da empresa AMIL pelo BTG Pactual.
Termo de Depoimento 11 - Discorre sobre repasses indevidos às contas eleitorais do PT, no ano de 2010, em troca da promulgação da MP 470, efetuada do seguinte modo: (i) R$ 50 milhões da Odebrecht (ii) R$ 14 milhões, via caixa dois, por Benjamin Steinbruch; e (iii) pagamento ás contas partidárias por Rubens Ometto.
Termo de Depoimento 12 - Episódios de doações extraoficiais à campanhas do ano 2010, de acordo com o seguinte elenco: (i) pagamento de R$ 2 milhões pela Camargo Correa a Fernando Pimentel, no pleito de 2010. (ii) pagamento de R$ 1 milhão pela Camargo Corrêa (para estancar a Operação Castelo de Areia), de R$ 2 milhões, via caixa dois, pela empresa Grupo Odebrecht, e de R$ 800 mil pela empresa OAS, destinados no total à campanha de Gleisi Hoffmann, no pleito de 2010, a Carlos Zarattini, que também recebera vantagens no ano de 2014 pela sua atuação na relatoria da Lei Anticorrupção, (iv) repasse de R$ 500 mil pelo Grupo Odebrecht a João Paulo Lima e Silva, no pleito de 2010, (v) pagamento de R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão, este último via caixa dois, pelo Grupo Odebrecht a Tião Viana, na campanha do ano de 2010, (iv) pagamento de R$ 3,2 milhões, via caixa dois, pela empresa Odebrecht a Lindbergh Farias, no ano de 2010.
Termo de Depoimento 13 - Refere-se à liberação de crédito pelo Banco do Brasil ao Grupo Parmalat, no ano de 2008, em troca do pagamento de R$ 100 mil ao colaborador, via contrato fictício celebrado entre sua empresa de consultoria (Projeto) e àquele Grupo.
Termo de Depoimento 14 - Cita o repasse de R$ 4 milhões à campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff para atuação da base em favor do Itaú-Unibanco.
Termo de Depoimento 15 - Transferências financeiras ao PT em contrapartida ao apoio do governo na defesa dos interesses do Bradesco, em especial no âmbito do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce, enumerada para tanto, os seguintes lançamentos (i) no ano de 2002, o Bradesco doou R$ 500 mil e a Vale do Rio Doce R$ 160 mil , (ii) em 2006, o Bradesco doou R$ 3,524 milhões e a Vale do Rio Doce R$ 7,6 milhões, (iii) no ano de 2010, o Bradesco doou R$ 9,1 milhões e a Vale do RIo Doce R$ 10,038 milhões; (iV) Em 2014, o bradesco doou R$ 14,093 milhões e a Vale do Rio Doce R$ 8,250 milhões. Além disso, houve repasse, no ano de 2010, à campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff em troca de informações privilegiadas ao Banco Bradesco, obtidas pelo colaborador junto ao Banco Central.
Termo de Depoimento 16 - No Termo de Depoimento n. 16, o colaborador trata do pagamento de vantagem indevida ao Partido dos Trabalhadores (PT) para garantir sua escolha como parceira da Brasil Seguros, quitados no exterior em conta aberta por Joesley Batista para alocar recursos partidários.
Termo de Depoimento 17 - Elucida atuação de Luciano Coutinho, na qualidade de presidente do BNDES, na solicitação de pagamentos indevidos por parte de empresários com financiamento junto ao Bloco, os quais teriam aportado às campanhas eleitorais do PT em 2010 e 2014.
Termo de Depoimento 18 - Repasse de R$ 3,6 milhões ao PT realizado no ano de 2010, por meio de doação oficial, em troca de atuação do governo no processo de fusão da Sadia-Perdigão junto ao CADE.
Termo de Depoimento 19 - Salienta a atuação do governo na aprovação na MP 592/2012 (MP dos Portos), convertida na lei 12.815/2013.
Termo de Depoimento 20 O Grupo Odebrecht fez repasse de R$ 50 milhões ao PT em prol de projeto de construção de submarinos Prosub.
Termo de Depoimento 21 - O pagamento de R$ 64 milhões ao PT em razão do auxílio político concedido ao Grupo Odebrecht ‘no tocante a linha de crédito junto ao BNDES para atuação da empresa nos empreendimentos existentes em Angola’.
Termo de Depoimento 22 - Concernem com repasses efetuados pela Qualicorp ao PT ao Instituto lula e à empresa Touchdown em troca de benefícios concedidos pelo governo no âmbito da ANS.”
Termo de Depoimento 23 - Narra pagamento de vantagens a conselheiros do CARF para obstar processo administrativo fiscal em desfavor da RBS.


COM A PALAVRA, RBS
A empresa afirma que ‘não vai comentar o assunto’.

COM A PALAVRA, BTG
“O BTG Pactual repudia a tentativa de vinculação de doações eleitorais feitas inteiramente de acordo com a legislação em vigor, durante os ciclos eleitorais, a qualquer benefício indevido.
O BTG Pactual salienta ainda, ao contrário do descrito, que não fez qualquer doação eleitoral no ano de 2006, que jamais gerenciou recursos de qualquer partido político e que tampouco negociou a aquisição da empresa mencionada. Todos os fatos acima são de fácil comprovação pelas autoridades competentes, que contam com a total cooperação do BTG Pactual e seus executivos.”

COM A PALAVRA, QUALICORP
A Qualicorp é uma companhia de capital aberto, com milhares de acionistas nacionais e internacionais, e todos os seus contratos são auditados por empresas renomadas. Sua atividade é exclusivamente privada e depende da contratação voluntária de cada cliente de plano de saúde. A empresa nunca pleiteou ou obteve qualquer tipo de benefício público e jamais transgrediu a lei. A companhia não comentará supostas acusações do ex-ministro, que foram rejeitadas pelo Ministério Público Federal por ausência de base fática.

COM A PALAVRA, ITAÚ UNIBANCO
O Itaú Unibanco repudia a tentativa de vincular doações eleitorais feitas de forma legal a supostas condutas para atender a interesses particulares. O banco não teve acesso à delação, mas afirma que a declaração mencionada é mentirosa. Nas eleições de 2006, 2010 e 2014, o banco doou montantes iguais aos candidatos que lideravam as pesquisas de opinião, conforme consta nos registros do TSE, o que deixa claro que não houve privilégio a qualquer um dos partidos. O Itaú Unibanco lamenta que seu nome tenha sido usado indevidamente por um réu confesso que tenta obter vantagens em acordos com a Justiça.

COM A PALAVRA, GRUPO PÃO DE AÇÚCAR
“A empresa não vai comentar”

COM A PALAVRA, OAS
“A OAS esclarece que, atualmente, conta com uma nova gestão e que esta vem contribuindo com as autoridades competentes e com a Justiça, prestando todos os esclarecimentos que se façam necessários. O objetivo da nova gestão é concluir os acordos de leniência e seguir com os negócios de forma ética, transparente e íntegra.”

COM A PALAVRA, VALE
“A Vale repudia enfaticamente qualquer alegação que procure distorcer suas doações eleitorais ou questionar sua legalidade. As doações sempre foram feitas em estrita observância da legislação e com total transparência, podendo ser conferidas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).”

COM A PALAVRA, BRF
“Todas as doações eleitorais que foram realizadas pela BRF em 2010 são públicas e foram devidamente registradas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com a legislação vigente na época. A companhia é a principal interessada e colaborará sempre que requisitado pelas autoridades para que quaisquer fatos sejam esclarecidos em toda a sua profundidade e extensão.”

COM A PALAVRA, CAMARGO CORRÊA
“A empresa não vai comentar”

COM A PALAVRA, BRADESCO
“As empresas do Grupo Bradesco realizaram doações eleitorais aos partidos, todas elas públicas e devidamente registradas, conforme consta no site do Tribunal Superior Eleitoral. Por isso mesmo, repudiamos quaisquer ilações descabidas formuladas em relação ao fato”.

COM A PALAVRA, BANCO SAFRA
O banco não se manifestou.

COM A PALAVRA, LUCIANO COUTINHO
Reafirmo que o Sr. Pallocci mente de forma descarada e sem escrúpulos na expectativa de obter vantagens em seus processos judiciais. Durante todo o período em que estive à frente do BNDES nunca favoreci empresas, grupos de empresas ou quem quer que seja e jamais participei de contribuições políticas. Zelei pela autonomia técnica da instituição e sempre pautei-me por conduta íntegra, de adesão ao interesse público e respeito à lei. Importa lembrar que todas as operações de financiamento do Banco são fruto de avaliações técnicas, que envolvem diferentes equipes e áreas, resultam de decisões colegiadas e asseguram sólida governança à instituição.
Ao longo de minha gestão foi ampliado o acesso a informações, aperfeiçoados os controles, introduzidas práticas de compliance e acordos de cooperação anti-corrupção.

COM A PALAVRA, FERNANDO HADDAD
O ex-prefeito Fernando Haddad, por meio de sua assessoria, informa que o Banco Safra não fez uma contribuição direta para a sua campanha de 2012. Mas, contribuiu para o Diretório Nacional, como consta das duas prestações de conta.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE DELFIM NETTO
Por meio de sua defesa, Deldim Netto informou que recebeu recursos no âmbito de contrato de consultoria nas obras de Belo Monte. Ele nega qualquer tipo de irregularidade. A defesa de Delfim destacou que ele declarou à Receita o valor do contrato pela consultoria.

COM A PALAVRA, LINDBERGH FARIAS
Não tem interesse em responder. Disse que vale a nota do PT.

COM A PALAVRA, O PARTIDO DOS TRABALHADORES
Sobre afirmações mentirosas e sem provas atribuídas a Antonio Palocci, o PT já se manifestou por meio de nota oficial divulgada ontem (14/08) na página do Partido na Internet: https://pt.org.br/nota-do-pt-nada-que-palocci-diga-sobre-o-partido-tem-credibilidade/

COM A PALAVRA, GLEISI HOFFMANN
Sobre afirmações mentirosas atribuídas a Antonio Palocci pelo site da revista Veja nesta quarta-feira (14), o Partido dos Trabalhadores esclarece:
1) Nada que Antonio Palocci diga sobre o PT e seus dirigentes tem qualquer resquício de credibilidade desde que ele negociou com a Polícia Federal, no âmbito da Lava Jato, um pacote de mentiras para escapar da cadeia e usufruir de dezenas de milhões em valores que haviam sido bloqueados;
2) Sua delação à PF foi desmoralizada até pela Força Tarefa de Curitiba, que já havia rejeitado cinco versões diferentes das mentiras de Palocci: “Fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, diz o procurador Antônio Carlos Welter nas mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil;
3) As mesmas mensagens mostram que o então juiz Sergio Moro também desqualificava alegações de Palocci “difíceis de provar”, o que não o impediu de fazer uso político dessas mentiras, divulgando-as para prejudicar o PT na última semana do primeiro turno das eleições de 2018;
4) O mais recente frenesi de vazamentos ilegais de papéis sob sigilo de Justiça mostra o desespero de Sergio Moro e seus cúmplices com a revelação dos crimes que cometeram para condenar Lula numa farsa judicial; desespero compartilhado pela mídia antipetista. Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores Brasília, 14 de agosto de 2019
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores

COM A PALAVRA, VOTORANTIM
“A Votorantim, por razão de princípio, não se manifesta sobre vazamentos. Se vier a existir investigação sobre os pretensos fatos, será demonstrada a verdade e a inexistência de qualquer ilícito. A Votorantim adota postura apartidária e sempre prezou pela total transparência nos processos de doações eleitorais, seguindo rígida Política Corporativa de Doações Eleitorais.”

COM A PALAVRA, O ADVOGADO EUGÊNIO PACELLI, DEFENSOR DE FERNANDO PIMENTEL
O advogado Eugênio Pacelli, que representa o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, disse que desconhece os termos da delação de Antônio Palocci. Ele disse que o ex-ministro fez delação para ‘se livrar da cadeia’. “As cabeças do PT foram o bilhete de saída.”
“Nem vi. Desconheço. Palocci não tem credibilidade nem com o Ministério Público. Delação compreensível, para se livrar da cadeia. As cabeças do PT foram o bilhete de saída.”

COM A PALAVRA, ARACRUZ
A reportagem busca contato com a Aracruz. O espaço está aberto.

COM A PALAVRA, A AMBEV
“A Ambev esclarece que as alegações relatadas são falsas e incoerentes. Falsas porque nunca fizemos pagamentos de qualquer natureza para obtenção de vantagens indevidas. E incoerentes porque, desde 2015, o setor de bebidas sofreu um grande aumento da carga tributária referente a PIS/Cofins, da ordem de 60%, contradizendo tudo o que foi alegado.”

COM A PALAVRA, BANCO DO BRASIL
“O Banco do Brasil informa que não tem conhecimento sobre o teor da delação, por isso, não irá se manifestar.
O BB reafirma que possui robusto processo de governança para concessão de crédito, com análises e decisões tomadas de forma colegiada.”

COM A PALAVRA, BNDES
A reportagem tenta contato. O espaço está aberto.

COM A PALAVRA, CARREFOUR
O Grupo Carrefour informa que não tem qualquer relação com os fatos citados no referido depoimento.

COM A PALAVRA, AMIL
A Amil informa que integridade é um dos principais valores da companhia, guia de toda nossa abordagem sobre como fazemos negócios, incluindo o respeito ao compliance e à ética.

COM A PALAVRA, PARMALAT
“A Lactalis informa que a marca Parmalat foi incorporada a suas operações no Brasil em 2015. Antes disso, seu uso estava em poder da empresa LBR, que assumiu o domínio sucedendo a empresa LAEP (atual Padma). A Lactalis esclarece que quaisquer atos relativos às administrações anteriores não são de sua responsabilidade ou conhecimento.
A Lactalis do Brasil reforça seu compromisso com a transparência de suas relações comerciais e corporativas e com o desenvolvimento do país, no qual atua com 5 mil funcionários em 14 fábricas.”

COM A PALAVRA, ODEBRECHT
“A Odebrecht tem colaborado de forma permanente e eficaz com as autoridades, em busca do pleno esclarecimento de fatos narrados por ex-executivos da empresa. São fatos do passado. Hoje, a Odebrecht usa as mais recomendadas normas de conformidade em seus processos internos e segue comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente”.

COM A PALAVRA, LULA
A reportagem entrou em contato. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, DILMA ROUSSEFF
A reportagem entrou em contato com a assessoria. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, CARLOS ZARATTINI
“A Lei anticorrupção é um marco na luta pela probidade no Brasil e o trabalho do Deputado Zarattini, como relator do projeto, foi fundamental para esse avanço.
O deputado Zarattini somente recebeu doações legais, em época que a legislação eleitoral permitia às empresas realizarem doação a campanha política.
As afirmações atribuídas a Palocci faltam com a verdade. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal proferiu decisão terminativa quanto ao tipo penal de corrupção em inquérito que apurou delações, eis que em relatório final da Policia Federal foi verificada a inexistência de indícios de corrupção na atividade do parlamentar.
A Vaza jato tem mostrado as espúrias relações entre autoridades públicas e as formas de pressão que resultam no oferecimento de dados mentiroso em delações conduzidas com interesses políticos de autoridades pela instrumentalização de réus que se veem coagidos e restando-lhes apenas “colaborar” para resistir às acusações.
Fernando Fernandes, advogado”

COM A PALAVRA, BENJAMIN STEINBRUCH, EXECUTIVO DO GRUPO VICUNHA
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Vicunha. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, RUBENS OMETTO
A assessoria de imprensa da Cosan se pronunciou.
“A Cosan informa que todas as suas doações partidárias foram devidamente registradas nos órgãos competentes e seguiram estritamente as regras da legislação vigente.”

N.daR.: Há muito mais a ser apurado se o STF deixar...
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
PRÓ-CORRUPÇÃO
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. A5 | On Line 16 de agosto de 2019 | 05h31
por Eliane Catanhêde

A Lava Jato foi um sucesso internacional, mas o Brasil recua e volta tudo atrás

Eliane Catanhêde O ministro Paulo Guedes recebeu um ofício do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), vinculado à OCDE, estranhando a decisão do Supremo de vetar investigações com base em dados do Coaf, do BC e da Receita. Desrespeitar as 40 normas do Gafi projeta dificuldade de crédito, de comércio e de relações com organizações e demais países, além de ameaçar a aproximação com a OCDE. É isso mesmo que o Brasil quer?
Não adianta fingir que não sabe, não viu, não ouviu o ataque de forças poderosas e variadas às frentes de combate à corrupção no Brasil, que não se resumem à Lava Jato. Ela é a maior e mais reluzente, não a única.
Na linha de tiro estão o Ministério Público, a Receita, o Coaf (que identifica movimentações atípicas) e o Cade (que, por exemplo, avalia fusões). A Justiça não passa incólume. Veja as tentativas de desgastar Sérgio Moro e as ameaças ao Supremo – que tanto participa dos ataques como é alvo deles.
As investidas não partem só do Congresso e de ministros do Supremo, têm a participação direta do governo. O próprio presidente Jair Bolsonaro, que já deu um jeito de intervir no Coaf e dar um chega pra lá na Receita Federal, ontem causou grande alvoroço na Polícia Federal, ao anunciar: “Vou mudar o diretor da PF no Rio. Motivos? Gestão e produtividade”.
Tudo no Rio é mais complicado mesmo, com todos os ex-governadores vivos entrando e saindo da cadeia, por exemplo, mas quem muda superintendente é o diretor-geral da PF, um órgão de excelência que tem mantido invejável independência até no turbilhão do mensalão e do petrolão na era PT. Para que o presidente se meter na PF e criar mais uma confusão desnecessária?
Na versão oficial, a troca do delegado Ricardo Saadi por Carlos Henrique Sousa já estava definida havia tempos, sem dor, sem trauma, como deve ser. Com a interferência de Bolsonaro, que já ataca o Coaf e a Receita, a suavidade foi para o espaço e a corporação chiou.
O curioso é que Bolsonaro fez toda a sua campanha em cima do combate à corrupção e não titubeou ao aceitar a sugestão do economista Paulo Guedes para nomear justamente Moro para a Justiça. Um golaço. Mas, com a posse, a caneta Bic na mão e as notícias nada edificantes sobre os gabinetes políticos da família, tudo mudou.
Mais curioso, ainda, é a aliança tácita entre setores do Executivo, do Judiciário e do Legislativo. Ora eles enfraquecem ostensivamente o Coaf. Ora fazem um conchavo para montar a equipe do Cade. Agora aprovam, em tempo recorde e sem votação nominal, a síntese de tudo isso: a lei de combate ao abuso de autoridade.
O derrotado nesses três exemplos é sempre Sérgio Moro, que deixou de ser superministro e troféu. Perdeu o Coaf, fundamental contra a lavagem de dinheiro, perdeu o direito de nomear metade dos integrantes do Cade, vê o presidente metendo a mão na PF e, em vez de aprovar seu pacote anticorrupção e anticrime, tem de engolir goela abaixo o oposto: a lei do abuso, com alta carga de subjetividade.
Há, sim, exageros de agentes de Estado que se sentem acima das leis e normas e se escudam na máxima de que “os fins justificam os meios”. Logo, uma lei contra abusos, fabricação de provas, exposição desnecessária de investigados, uso de algemas a torto e a direito... faz sentido. A questão, porém, é outra.
Por que agora e tão rápido? E por que engavetar as dez medidas contra a corrupção, depois o pacote Moro e colocar no lugar justamente o oposto? A resposta é clara: a gangorra inverteu. A Lava Jato perdeu fôlego, as forças inimigas dela se fortaleceram. Não se combate a corrupção, combate-se quem e o que combate a corrupção. Isso pode sair muito caro, inclusive internacionalmente. Atenção ao Gafi. Isso é sério.

N.daR.: Merece meditação isenta sobre o que, dessa feita, escreve Eliane Catanhêde.
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Opinião
TODOS SOB A LEI
A lei que criminaliza o abuso de autoridade era uma necessidade institucional de longa data. Já havia no Direito brasileiro o crime de desacato à autoridade. Faltava o outro lado, o crime de abuso

Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 16.08.2019 Pág. B3 | On Line 16 de agosto de 2019 | 05h30
por Notas e Informações, O Estado de S.Paulo

Charge: Regis Soares - Corrupção Finalmente o Congresso aprovou um projeto de lei que criminaliza o abuso de autoridade. Era uma necessidade institucional de longa data, reconhecida, por exemplo, em abril de 2009, por ocasião do II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais acessível, ágil e efetivo, assinado pelos chefes dos Três Poderes. Entre as matérias prioritárias de estudo, o pacto incluiu a “revisão da legislação relativa ao abuso de autoridade, a fim de incorporar os atuais preceitos constitucionais de proteção e responsabilização administrativa e penal dos agentes e servidores públicos em eventuais violações aos direitos fundamentais”.
O projeto de lei aprovado pelo Congresso tem dois grandes méritos. O primeiro é a inclusão de todos os cidadãos, também as autoridades dos Três Poderes e os membros do Ministério Público, sob o império da lei. Com a entrada em vigor da nova lei, haverá consequências jurídicas claras – estão previstas sanções penais – para quem dolosamente utilizar o cargo público para finalidades estranhas à lei.
Por exemplo, o primeiro crime previsto no projeto de lei é “decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais”, ao qual se atribui pena de detenção de um a quatro anos, além de multa. Tal previsão é uma necessária manifestação de respeito à liberdade de todos os cidadãos. É muito grave, exigindo a intervenção penal do Estado, que uma autoridade, mesmo sabendo que não poderia atuar assim, utilize seu cargo para prender ilegalmente uma pessoa.
A inclusão das práticas abusivas por parte das autoridades no rol dos tipos penais é muito pedagógica para toda a sociedade. Ao prever consequências jurídicas para os casos de abuso, reafirma-se um ponto fundamental da República. Os órgãos e cargos públicos estão destinados a servir o interesse público, de acordo com as competências, limites e controles previstos em lei. O poder estatal tem uma finalidade determinada, e é crime o seu doloso desvirtuamento.
O segundo grande mérito do projeto de lei sobre abuso de autoridade aprovado pelo Congresso é ter excluído explicitamente qualquer hipótese de crime de hermenêutica. Nenhuma autoridade será punida por dar uma determinada interpretação à lei na hora de aplicá-la. Tal ponto era essencial para o equilíbrio do projeto, já que um texto dúbio sobre essa matéria poderia dar brecha para pressões e achaques contra as autoridades. Da mesma forma que a lei deve punir autoridades que abusem dolosamente do poder próprio do cargo, a lei deve assegurar que as autoridades possam exercer todo o poder próprio do cargo.
Esse equilíbrio – de punir o abuso e, ao mesmo tempo, evitar que a possibilidade de punição se converta em ameaça contra o exercício da função pública – foi encontrado pela expressa menção no primeiro artigo do projeto das seguintes ressalvas. “As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”, diz o texto. E para que não pairasse nenhuma dúvida o legislador ainda estabeleceu que “a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura, por si só, abuso de autoridade”.
De acordo com o projeto de lei aprovado, pode responder pelos crimes de abuso de autoridade todo agente público, servidor ou não, da administração direta e indireta dos Três Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Estão incluídos, assim, os servidores públicos e militares, as pessoas a eles equiparadas, bem como os membros do Legislativo, do Executivo, do Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. É equivocado, portanto, afirmar que o projeto seria uma reação do Legislativo – dos políticos – contra o Judiciário e o Ministério Público. A lei atinge a todas as autoridades dos Três Poderes.
Já havia no Direito brasileiro o crime de desacato à autoridade. Faltava o outro lado – o crime de abuso de autoridade.

N.daR.: Por que será que ninguém comentou que já existe uma assim chamada Lei de Abuso de Autoridade desde 1965, a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro.
Essa lei não foi aplicada por nenhuma autoridade em razão do temor de ela se voltar contra essa mesma autoridade.
E a nova lei? Ao contrário da análise feita acima pelo Estadão, que afirma que todos os cidadãos e autoridades dos três Poderes e os membros do Ministério Público estão sujeitos a essa "nova" lei, a realidade é que ela visa proteger, basicamente, os políticos.
Ou seja, é uma lei que protege políticos corruptos, e, por essa razão, foi em seção de voto secreto. Tudo sob as vistas do presidente da Câmara dos Deputados, Dep. Rodirgo Maia.
Uma vergonha absoluta com a conivência consciente e omissa da mídia em geral.
Um descrédito para o próprio Estadão

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PAULO GUEDES VOLTA A SUGERIR PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS - Em tom de brincadeira, ministro disse ao presidente da estatal que, pelo ritmo que Bolsonaro quer dar à desestatização, em breve o governo poderá vender ‘coisas maiores’
Publicado: O Globo - Impresso - 16/08/2018 - Pág. 30 | On Line 15/08/2019 - 18:38 / Atualizado em 15/08/2019 - 23:01
por Ramona Ordoñez, Pedro Capetti e Leo Branco

Paulo Guedes e Castello Branco, em evento no Rio de Janeiro - 15.08.2019 / JP RIO E SÃO PAULO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou nesta quinta-feira a sugerir a possibilidade de privatização da Petrobras . Ao lado do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, em evento no Rio, disse que, pelo ritmo das desestatizações, talvez o executivo tenha que tratar do tema em breve:
— Estamos começando devagar nas privatizações, mas já sabemos que vamos privatizar os Correios, a Eletrobras. Não duvido que a gente vá privatizar algumas coisas maiores, viu, Castello?

Leia mais: Guedes diz que Brasil pode sair do Mercosul se Kirchner vencer eleição e fechar economia da Argentina

Guedes provocou risos na plateia, mas, depois, perguntado sobre o assunto, disse que foi apenas uma brincadeira:
— Isso, por enquanto, é uma brincadeira, uma especulação. Eu disse para ele (Castello Branco) ficar alerta porque, na velocidade em que o presidente (Bolsonaro) está indo, pela prensa que está dando no Salim (Mattar, secretário de Desestatização), acho que já, já chega na Petrobras.
Na semana passada, Jair Bolsonaro disse ter cobrado de Mattar a privatização de ao menos “uma estatal pequenininha por semana”. Ontem, Guedes disse que o presidente está mais “sintonizado” com a agenda de privatizações e lembrou ter presenciado Bolsonaro cobrando Mattar sobre o fechamento de Valec e EPL e a venda dos Correios.

Opções para estados
Guedes afirmou que estatais como Petrobras e Eletrobras “quase quebraram” e perderam capacidade de investimento em governos anteriores. Disse que o país precisa de investimentos privados fortes para retomar o crescimento, o que, na visão dele, é incompatível com monopólios estatais.
Mais cedo, em São Paulo, Guedes defendeu que estados tenham o direito de aderir ou não ao sistema de impostos unificados que o governo quer adotar a partir da reforma tributária. Ele defende a criação do Imposto de Valor Agregado (IVA) dual, ou seja, que agregue tributos federais (PIS, IPI e Cofins) com a possibilidade de estados e municípios — que cobram ICMS e ISS —entrarem no sistema:
— Não vamos brigar com estados e municípios — disse, citando iniciativas similares ao IVA dual no Canadá e na Índia. — A ideia é entrar quem quer. Quem quiser fica fora. A guerra fiscal é terrível por um lado, mas por outro é a competição, o direito de sair fora de um imposto. Chamam isso de guerra fiscal, eu chamo de liberdade.

N.daR.: O modelo de desmanche do Sistema Petrobras sem dúvida pode ser considerado como crime de Lesa-Pátria.
Como ninguém reage e denúncia o crime, a desfaçatez, a falta de vergonha, o descaramento, impudor e /ou cinismo passaram a ser a ordem do dia quando esses velhacos se referem à Petrobras.
Ministros, ex-militares ou não, cidadãos patriotas, onde estão?
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
GILMAR MENDES SUSPENDE PROCESSO DE LAVA-JATO DO RIO ATÉ JULGAMENTO SOBRE CASO COAF - Sérgio Cabral é um dos réus na ação alvo da decisão do ministro
Publicado: O Globo - Impresso - 16/08/2018 - Pág. 7 | On Line 15/08/2019 - 17:49 / Atualizado em 15/08/2019 - 18:44
por Juliana Castro

Ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral posa ao lado de Gilmar Mendes em evento realizado em 2010 - Divulgação/TJR - 8.2.10 RIO - O ministro Gilmar Mendes , do Supremo Tribunal Federal ( STF ), paralisou na última quarta-feira o andamento de um processo da Lava-Jato do Rio até que a Corte se pronuncie sobre a suspensão de investigações com dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ). O caso será julgado no plenário no dia 21 de novembro. Embora tenha sido pedida por outro réu, a decisão atinge também o ex-governador Sérgio Cabral. Essa é a primeira vez que uma ação da Lava-Jato do Rio é suspensa com base na decisão de Toffoli.
Em meados de julho, o presidente do Supremo, ministro  Dias Toffoli, determinou a suspensão de todos os processos judiciais em que dados bancários de investigados tenham sido compartilhados por órgãos de controle sem autorização prévia do Poder Judiciário. A decisão foi dada em resposta a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
A suspensão foi pedida por Juliana Villas Boas e Narciso Fernandes, do escritório Luchione Advogados, que defende Lineu Castilho Martins. Ele é ex-chefe de gabinete do ex-presidente do ex-presidente da Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ), Henrique Ribeiro. Castilho, Ribeiro, Cabral e outras duas pessoas são réus no processo que trata de cobrança de propina no DER durante a gestão do ex-governador.
Em depoimento nesta quinta-feira, um dia depois da decisão de Gilmar, Cabral admitiu ter recebido vantagens indevidas em virtude de contratos de pequenas e médias empreiteiras com o órgão. A ação corre na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, comandada pelo juiz Marcelo Bretas.
"Não prospera a interpretação restritiva desenvolvida pelo juízo reclamado de que estariam alcançados pela suspensão determinada apenas os processos judiciais em que se discute o compartilhamento de dados para fins penais exclusivamente por parte da Receita Federal", escreveu Gilmar, salientando que a decisão de Dias Toffoli envolveu troca de dados do Coaf e do Banco Central e não apenas da Receita.
A investigação tem Relatório Fiscal de Inteligência Financeira (RFI) do COAF, que, segundo Gilmar fala na decisão, foi "compartilhado com o Ministério Público Federal sem autorização judicial continha elementos que ultrapassavam as balizas objetivas estabelecidas pelo STF".

O CASO
O ex-governador Sérgio Cabral confirmou nesta quinta-feira o recebimento de propina em mais um órgão durante sua gestão. Dessa vez, ele afirmou ter recebido vantagens indevidas de empreiteiras que tinham contratos na Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (Funderj).
- Confirmo recebimento de valores indevidos tanto para campanhas eleitorais quanto para benefício pessoal. Não tenho a precisão (dos valores) - afirmou Cabral.
Em dezembro de 2017, Cabral, o ex-secretário Wilson Carlos, o operador Luiz Carlos Bezerra, o ex-presidente da Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (Funderj) Henrique Ribeiro e seu ex-chefe de gabinete Lineu Martins foram denunciados pela força-tarefa da Operação Lava-Jato. Henrique Ribeiro e Lineu Martins foram presos na Operação C'est Fini.
De acordo com a denúncia, no período compreendido entre janeiro de 2007 e setembro de 2014, por, pelo menos, 75 vezes , o esquema no Funderj envolveu R$ 18.117.824,36 em propinas, em razão de contratos celebrados com a fundação.
- O doutor Henrique se propunha a arrecadar no DER (como Cabral se refere ao Funderj), para campanhas e fora de campanhas, junto às empreiteiras que prestavam servico ao DER. Eram médias e pequenas empresas - afirmou Cabral, dizendo que o então presidente do Funderj não obtinha vantagens pessoais e a arrecadação era para o esquema.

N.daR.: Esse falso "juiz" Gilmar Mendes consegue(?) suspender processo em que o próprio acusado, Sergio Cabral, é réu confesso.
Como isso é possível?
Somente no STF do país das maravilhas de Alice. (Ref.: Alice No Páis Das Maravilhas; Carroll, Lewis).
Num país razoavelmente sério, esse e outros juízes do STF (isso para citar essa instância) já teriam sido impedidos de continuarem a praticar desvarios.

Texto On Line contém melhores informações.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
EQUIPE DE BOLSONARO SE DIVIDE SOBRE VETO À LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE - Auxiliares mais conservadores defendem que nenhum ponto seja vetado; já os ideológicos querem rejeição total
Publicado: O Globo - Impresso - 16/08/2018 - Pág. 4 | On Line 16/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 16/08/2019 - 08:19
por Jussara Soares, Bruno Góes e Jailton de Carvalho

Charge: Oliveira  - Abuso de Autoridade BRASÍLIA — Sob pressão do Congresso de um lado e de sua base mais fiel e integrantes do Judiciário e do Ministério Público do outro, o presidente Jair Bolsonaro enfrenta uma divisão interna também na sua equipe para a análise do projeto que regulamenta o abuso de autoridade . O grupo considerado mais conservador acredita que o presidente não deveria vetar nenhum ponto em nome de manter bom relacionamento com o Congresso. Já os auxiliares da ala ideológica defendem o veto total, mas admitem que isso seria declarar uma guerra, o que poderia comprometer futuros projetos do Executivo. Há também os que defendem vetos pontuais.


O posicionamento do presidente sobre o tema vem sendo considerado nos bastidores a decisão mais difícil em quase oito meses de gestão. Representantes de entidades do Judiciário e do Ministério Público pediram a Bolsonaro o veto ao texto, clamor repetido em campanha nas redes sociais feita por parlamentares do PSL e militantes. Há temor que a lei sirva para enfraquecer ainda mais operações de combate à corrupção, como a Lava-Jato, em função da subjetividade e amplitude dos casos que podem configurar crime de abuso. Por outro lado, a nova legislação recebeu o apoio de quase a totalidade da Câmara, depois de ter passado pelo Senado, em 2017.


Durante a votação, parlamentares do PSL reclamaram especialmente do fato de policiais serem enquadrados no texto. Um caminho que pode ser costurado seria Bolsonaro vetar os trechos sobre esse tema. Isso, no entanto, é considerado insuficiente para os auxiliares do Planalto que se uniram no entorno da candidatura de Bolsonaro na esteira da Operação Lava-Jato. Eles argumentam que o presidente poderia perder apoio das redes e das ruas se optar por uma decisão que tente agradar os dois lados.


Bolsonaro afirmou que pretende um equilíbrio para uma legislação que puna abusos sem cercear os trabalhos das instituições.
— Existe abuso, somos seres humanos, mas a gente não pode cercear os trabalhos das instituições. A pessoa tem que ter responsabilidade quando faz algo que é dever teu, mas tem que fazer baseado na lei. Tem que fazer o que tem de ser feito de acordo com a lei e ponto final — afirmou o presidente.
Ele citou como exemplo de “abusos” os processos a que responde por apologia ao estupro por ter dito, em 2014, que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada por ser “muito feia”. O presidente disse que se posicionará sobre o projeto após conversar com seus ministros e que, seguindo a orientação deles, tomará uma decisão “tranquila e serena”:
— Os ministros vão dar cada um a sua opinião, sugestão de sanção ou alguns vetos.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, que fez oposição ao projeto quando atuava como juiz na Operação Lava-Jato, está analisando com assessores sugestões de artigos para serem vetados. Ele adotou tom ameno ao comentar o projeto:
— Ninguém é a favor de abusos, mas o projeto precisa ser bem analisado para verificar se não pode prejudicar a atuação regular de juízes, procuradores e policiais.

O tira-teima do Novo
O partido Novo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a votação de quarta-feira por um aspecto regimental. A aprovação do projeto foi de forma simbólica, sem o registro do voto de cada parlamentar. Entretanto, alguns parlamentares pediram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação nominal. Maia indeferiu o pedido porque, segundo ele, não houve adesão do número mínimo de 31 deputados para mudar o procedimento. Se a votação fosse nominal, seria possível saber como votou cada deputado.
Agora, o Novo pede, em mandado de segurança, que a votação ocorra novamente, desta vez com o registro de cada parlamentar. Em vídeo postado nas redes sociais com imagens do momento da votação, o líder do Novo, Marcel van Hattem (RS), destaca que pelo menos 31 deputados concordaram com a votação nominal. A legenda quer que o Supremo confira o vídeo e garanta uma nova votação.
O PSL, partido de Bolsonaro, poderia ter pedido a votação nominal, mas por acordo feito com as demais legendas abriu mão. Na quinta-feira, diversos deputados do partido protestaram nas redes sociais contra a aprovação e pediram ao presidente que vete pontos do projeto.
Em nota, a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), que reúne as principais associações do Judiciário e do MP, manifestou “indignação”. Afirma que a proposta “contém série de falhas e impropriedades que inibem a atuação do MP, do Poder Judiciário e das forças de segurança, prejudicando o desenvolvimento de investigações”.
As entidades dizem que o aperfeiçoamento das regras sobre abuso de autoridade é necessário, pois a lei que regula o tema até então é de 1965, mas que faltou debate. Uma das principais queixas é com o uso de “definições de diversos crimes de maneira vaga, aberta, subjetiva”, o que tornaria menos seguro o exercício da investigação.
“As entidades trabalharão para que excessos e impropriedades contidos no referido projeto de lei sejam vetados pelo presidente da República”, diz trecho da nota. (Colaborou João Paulo Saconi)

N.daR.: Como pode "a equipe de Bolsonaro se dividir sobre a Lei do Abuso de Autoridade"?
Deve ser mais uma má informação divulgada irresponsavelmente pela mídia.
Por outro lado, como pode ninguém ter comentado que já existe uma Lei de Abuso de Autoridade desde 1965, a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro.
Essa lei não foi aplicada por nenhuma autoridade em razão do temor de ela se voltar contra essa mesma autoridade.
E a nova lei? Essa visa proteger basicamente os políticos.
Ou seja, é uma lei que protege políticos corruptos, e, por essa razão, foi em seção de voto secreto. Tudo sob as vistas do presidente da Câmara dos Deputados, Dep. Rodrigo Maia.
Uma vergonha absoluta com a conivência consciente e omissa da mídia em geral.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PETROBRÁS QUER VENDER TERMOELÉTRICAS E, AO MESMO TEMPO, CRESCER EM ENERGIA
Estatal oferece 15 de suas 26 usinas ao mercado, enquanto anuncia que participará do próximo leilão de energia

Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 15.08.2019 Pág. B13 | On Line 15 de agosto de 2019 | 05h00
por Denise Luna e Fernanda Nunes

Coluna do Broadcast RIO - Três anos depois da primeira e frustrada tentativa de vender seu parque termoelétrico, a Petrobrás volta ao mercado. Desta vez, a oferta é menor: serão 15 de suas 26 usinas, e não 21 como foi anunciado em 2016. Ao mesmo tempo, a estatal vai participar do próximo leilão de energia elétrica do governo, previsto para outubro, no qual poderá aumentar novamente sua posição no setor de geração de energia termoelétrica. Agora, num modelo diferente. 
“A gente olha essa oportunidade (leilão de energia), mas em parcerias, seja através da geração da termoelétrica, seja como fornecedora de gás”, disse Anelise Lara, diretora de refino e gás da Petrobrás, após palestra no Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP).
Já estão cadastrados para o leilão, que vai garantir a entrega de energia elétrica ao mercado em 2025, 52 projetos de termoelétricas a gás natural, com capacidade de 41.718 megawatts.
A Petrobrás tem capacidade de geração térmica de 6,14 mil megawatts, em estados brasileiros. Procurada, a estatal disse que mais detalhes serão fornecidos em comunicado ao mercado. A venda das termoelétricas acontecerá a partir de 2020.
Segundo Anelise, o mercado de gás natural no Brasil vai crescer de forma mais expressiva entre 2023 e 2025, quando está prevista a entrada de projetos de gás do pré-sal na bacia de Santos. Para chegar ao consumidor, essa produção terá de contar com investimentos em logística. “Hoje, compramos gás de parceiros porque não há como ter outros carregadores no processo, por isso a necessidade de revisão de modelo (do mercado de gás), de entrada e saída (de gás dos gasodutos), e do sistema tributário, para que outros atores possam entrar e comercializar o próprio gás”, disse.

Apagão
O parque termoelétrico da estatal começou a ser construído em 2000, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para tentar minimizar o racionamento de energia elétrica que viria a seguir, entre julho de 2001 e fevereiro 2002. Com a volta das chuvas, o governo determinou o desligamento dessas usinas, o que causou prejuízos à estatal.
Nos últimos anos, porém, com o esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas, devido a períodos de secas, as termoelétricas têm operado com mais frequência e devem ser ainda mais requisitadas à medida que aumenta a geração de parques eólicos e solares no País.
Como a geração eólica e solar é variável, ou seja, depende da presença de sol e vento para funcionar, o Sistema Interligado Nacional (SIN) precisa da chamada geração de base para dar segurança ao abastecimento de energia. Antes, esse papel era cumprido apenas pelas hidrelétricas. Porém, com a frequência maior de secas trazida pelas mudanças climáticas, as termoelétricas passaram a ter um papel mais relevante para a estabilidade do sistema.
Em fevereiro de 2016, sob a gestão do então presidente Aldemir Bendine, hoje preso pela Operação Lava Jato, a Petrobrás anunciou que pretendia vender 21 usinas térmicas, gasodutos e terminais de regaseificação, negócios que não foram para frente por entraves regulatórios. Estão voltando ao mercado agora com a quebra do monopólio da Petrobrás, no âmbito do programa governamental Novo Mercado de Gás, lançado no mês passado

N.daR.: Diz a reportagem: "Desta vez, a oferta é menor: serão 15 de suas 26 usinas, e não 21 como foi anunciado em 2016. Ao mesmo tempo, a estatal vai participar do próximo leilão de energia elétrica do governo, previsto para outubro, no qual poderá aumentar novamente sua posição no setor de geração de energia termoelétrica. Agora, num modelo diferente".
Diz adiante; "“A gente olha essa oportunidade (leilão de energia), mas em parcerias, seja através da geração da termoelétrica, seja como fornecedora de gás”, disse Anelise Lara, diretora de refino e gás da Petrobrás, após palestra no Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP)."
Alguém entendeu?
Continua absurdamente nebulosa a administração de Castello Branco na presidência da Petrobras.
Como acólito de Paulo Guedes, ministro da Economia, não seria de esperar cisa melhor. Sem falar que tudp acontece sob o olhar beneplácito de Bolsonaro.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - País
CAMÂRA APROVA PROPOSTA QUE DEFINE E PUNE ABUSO DE AUTORIDADE - As regras aprovadas são vistas por procuradores e juízes como subjetivas e que, por isso, podem provocar o efeito de inibir investigações
Publicado: O Globo - Impresso - 15/08/2018 - Pág. 4 | On Line 14/08/2019 - 21:59 / Atualizado em 15/08/2019 - 08:06
por Bruno Góes

Charge: J. Bosco - Pacote da corrupção BRASÍLIA — Em um momento de desgaste da Operação Lava-Jato , a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um projeto que pune o abuso de autoridade . O texto, que já havia sido apreciado pelo Senado em 2017, define penas para vários tipos de ilícitos. Magistrados, por exemplo, serão punidos com detenção de um a quatro anos ao decidirem pela prisão preventiva sem amparo legal. Abertura de investigação sem indícios de crime e obtenção de prova por meio ilícito também são algumas das práticas enquadradas como abuso. Agora, o texto vai a sanção presidencial. As regras aprovadas são vistas por procuradores e juízes como subjetivas e que, por isso, podem provocar o efeito de inibir investigações.
Com a divulgação de mensagens trocadas entre procuradores da Lava-Jato e o ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, parlamentares entenderam que a ocasião seria uma boa oportunidade para impor limites ao que consideram "excessos". Durante a sessão, apenas as bancadas de PSL, Novo e Cidadania orientaram contra a proposta.
A Câmara decidiu aprovar um projeto mais amplo em detrimento da proposta aprovada no primeiro semestre no Senado, que teve origem no texto enviado pelo Ministério Público das "10 Medidas Contra a Corrupção". A iniciativa escolhida leva em conta abusos cometidos por integrantes do Judiciário, Legislativo e Executivo, enquanto o mais recente focava apenas no Judiciário e no Ministério Público.
Durante a discussão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a escolha da proposta porque ela trata da conduta de agentes de todos os poderes. E ressaltou, segundo o seu ponto de vista, que não se trata de uma retaliação à atuação de juízes e procuradores.
Alguns parlamentares do PSL, por outro lado, se manifestaram contra a proposta.
— A gente sabe que esse projeto foi feito para enfraquecer o poder policial — disse Carla Zambelli (PSL-SP).
Entre as práticas que são consideradas abuso de autoridade estão ainda "divulgar gravação sem relação com as provas que se pretende produzir em investigação", "estender a investigação de forma injustificada", "decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado de forma manifestamente descabida", "submeter preso ao uso de algemas quando estiver claro que não há resistência à prisão" e antecipar atribuição de culpa "por meio de comunicação, inclusive rede social", antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação. As penas do projeto variam de três meses a quatro anos de detenção.
Entre outras medidas, a proposta torna ainda crime a realização de interceptação telefônica ou de dados sem autorização judicial, com pena de 2 a 4 anos de prisão.
Um dos pontos mais polêmicos, que trouxe preocupação a associação de juízes e procuradores em discussões sobre o tema, trata da interpretação do juiz sobre a lei. O texto preserva o magistrado ao ressaltar que a divergência na interpretação legal ou na avaliação de fatos e provas "não configura, por si só, abuso de autoridade".
Após a votação do texto principal, o plenário rejeitou ainda três destaques. Um deles, apresentado pelo PSL, suscitou a discussão em plenário sobre a atuação de policiais. O partido queria retirar do texto trecho da lei que prevê a perda do cargo em caso de reincidência do abuso de autoridade.
Na tribuna, o líder da legenda, Delegado Waldir (GO), avisou que a regra poderia fazer com que o policial fosse "para a rua" com apenas duas infrações. Apesar da mobilização do governo, a modificação foi rejeitada. Parlamentares do PSL já dizem que o presidente Jair Bolsonaro pode vetar este trecho da lei.
Durante a semana, líderes do centrão articularam para incluir a limitação do poder de investigação de fiscais da Receita Federal no projeto de abuso. A inclusão seria feita por meio de emenda, em plenário. Nesta quarta-feira, no entanto, os parlamentares recuaram e conseguiram fazer um acordo para dar celeridade a um projeto que trata apenas sobre esse assunto. A restrição quase foi aprovada durante a tramitação da Medida Provisória 870, que reorganizou a estrutura do governo Jair Bolsonaro. Na ocasião, após conversas entre centrão, oposição, governo e PSL, ficou acordado que o tema seria abordado em um projeto de lei.
A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) se manifestou contrariamente à proposta. Nesta quarta-feira, em nota, afirmou que "a agilidade imposta para priorizar o projeto implica em uma inversão de pauta que contraria os anseios da sociedade. Ao invés de votar os projetos de lei que reforçam o combate à corrupção, às organizações criminosas e à impunidade, os parlamentares optaram por votar um texto que pode, eventualmente, inibir a atuação dos agentes encarregados de combater a corrupção".
Segundo a nota assinada pelo presidente da associação, Victor Hugo Azevedo, "determinados pontos polêmicos representam riscos à atuação austera do MP", "a exemplo de previsão de crimes que tratam de condutas que são meras irregularidades administrativas; figuras criminosas imprecisas e permeadas de subjetividade, além de penas desproporcionais".

N.daR.: Há muitos cidadãos crédulos e que acreditam que houve renovação do Legislativo e Executivo.
A aprovação da Lei do Abuso de Autoridade comprova que nada mudou.
Cada vez mais são criadas barreiras a fim de limitar as ações contra os crimes de corrupção ou até mesmo conseguir enquadrar aqueles que, no exercício de suas funções, agem para apurar esses crimes.
Vale lembrar que a matéria já havia sido regulada através da Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, que era até então conhecida como "Lei do Abuso da Autoridade".
E esta nova, será que deveria ser chamada pelo mesmo nome ou será que poder-se-ia nomeá-la como "Lei do Impedimento do Exercício de Autoridade" ou "Lei de Proteção aos Corruptos Funcionais"?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
SIM, PRECISAMOS DE HERÓIS
Publicado: O Globo - Impresso - 15/08/2018 - Pág. 3 | On Line 15/08/2019 - 00:00
por Carlos Alberto Sardenberg

Moro não disputou eleição, não fez campanhas, mas se tornou uma forte liderança moral e política

Carlos Alberto Sardenberg Nesta semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Tofolli, disse que a Lava-Jato não é uma instituição e que o Brasil não precisa de heróis, mas de projetos.
Data venia, cabe discordar. Primeiro, o Brasil precisa, sim, de heróis, por uma razão simples: há muitos vilões entre nós, e vilões em posição de mando. E também porque certas mudanças só ocorrem quando são promovidas por lideranças reconhecidas pela sociedade.
Esse reconhecimento não precisa ser pelo voto. Joaquim Barbosa nunca disputou uma eleição, jamais fez campanha ou coisa parecida. Mas tornou-se um presidenciável pela sua atuação — tão forte quanto inesperada — no processo do mensalão. Foi uma mudança e tanto, não é mesmo?
O STF, mais conhecido por atrasar ad infinitum os casos envolvendo os agentes públicos com foro privilegiado, dedicou-se inteiramente, por meses, a julgar corruptos de primeiro escalão. Sob a clara liderança de Joaquim Barbosa. Se um herói é alguém sem o qual certas mudanças não ocorreriam, então o ex-ministro tornou-se um deles.
O que nos leva ao caso Lava-Jato. Se o STF quebrou o gelo e colocou a corrupção na mira do Judiciário, a Lava-Jato culminou o processo. Formalmente, trata-se de uma operação, uma simples força-tarefa — “reles” tarefa, gostariam alguns — mas alguém duvida que, na sociedade, tornou-se uma instituição superior?
Sergio Moro também não disputou eleição, não fez campanhas, mas se tornou uma forte liderança moral e política. Um herói, no modo como Joaquim Barbosa.
A resistência à Lava-Jato revela, em setores jurídicos, uma combinação de inveja e ciúme. Como pode um simples juiz de primeira instância — de novo, um “reles” juiz? — tornar-se uma figura nacional?
Não entenderam que Moro encarna uma profunda mudança — e mudança para o bem. Ou entenderam e não estão gostando.
Cabe nessa história o procurador Deltan Dallagnol. A operação envolve uma legião de promotores, agentes da Polícia Federal, auditores da Receita, e funcionários do Coaf, Conselho de Controle de Atividades Financeiras — todos eles heróis pelos papéis exercidos e que levaram para a cadeia os vilões do primeiro escalão. Todos eles eram, por assim dizer, “menores” que os alvos. Todos ouviram, em algum momento, “sabem com quem estão falando?” E mesmo assim foram para cima.
O primeiro procurador da Lava-Jato foi Carlos Fernando dos Santos Lima, uma liderança mais discreta. Mas Dallagnol, seu substituto, encarna a ousadia dos mais jovens enfrentando um poder superior. Daí seus exageros. Mas como queriam que se quebrasse uma quadrilha de políticos, empresários e agentes públicos, instalada no comando de instituições? Pedindo licença, faz favor?
Tirante os lulistas extremados, ninguém entre os críticos da Lava-Jato diz que não houve roubalheira. Ou que a operação não pegou ladrões.
Dizem criticar apenas os métodos — ou o “Direito Penal de Curitiba”, como diz o ministro Gilmar Mendes.

N.daR.: O assunto se resume no seguinte: "Quem não deve, não teme".
Se elementos como mebros do judiciário, do parlamento e do executivo, ou seja: integrantes dos três poderes da República se opõem ao que o COAF e a Fazenda Nacional indentificaram como movimentações financeiras estranhas, não é por que foram ilegais. Mas sim em razão de temerem que irregularidades ou ilícitos sejam comprovadas.
Não há ilegalidade no que fez o COAF e/ou a Receita Federal, vez que agiram no cumprimento das diretrizes para as quais foram criados.
Fizeram seu trabalho conforme suas obrigações.
Já dos juízes, políticos e demais envolvidos nas situções identificadas não se pode dizer nada em sua defesa, muito pelo contrário.
A reação e a defesa de que se utilizam com a prática de decisões ilegais ou que não estão no âmbito do direito formal, por si só aumenta o grau de certeza de que algo não vai nada bem.
Muitas coisas cheiram muito mal nesse País,aquelas identificadas pela Lava-Jato são algumas delas.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha - Painel S.A.
OCYAN, ANTIGA ODEBRECHT ÓLEO E GÁS, TROCA DE PRESIDENTE
Roberto Bischoff, vice-presidente na área de competitividade da Braskem, substitui Roberto Simões

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 14.ago.2019 às 2h30
por Joana Cunha

Polícia Federal na sede da Odebrecht, em julho de 2015 - Foto: Zanone Fraissat / Folhapress Joana Cunha São Paulo - A Ocyan, antiga Odebrecht Óleo e Gás, vai trocar de chefia. Roberto Bischoff, hoje vice-presidente responsável pela área de competitividade da Braskem, vai liderar a Ocyan, substituindo Roberto Simões. 

O processo de transição, que será feito em setembro, foi divulgado em comunicado interno aos funcionários nesta segunda-feira (12).

O executivo trabalha há 40 anos no Grupo Odebrecht, desde a criação da Braskem. Foi vice-presidente da unidade América Latina e presidente da Braskem Idesa, entre outras funções.
No fim do mês passado, a Ocyan teve sonda de perfuração recontratada pela Petrobras.

N.daR.:
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia & Negócios
EMPRESÁRIOSDE VIDRO E CERÂMICA PROCURAM BOLÍVIA PARA COMPRA DIRETA DE GÁS
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 14 de agosto de 2019 | 05h00
por Bárbara Nascimento (Coluna do Broadcast)

Coluna do Broadcast Representantes dos setores de vidro e cerâmica, dois dos maiores consumidores de gás natural do País, viajam à Bolívia na próxima semana para negociar a compra direta de gás para o Brasil. Esse seria o primeiro caso de consumo livre de gás. Presidente da Abividro, Lucien Belmonte explica que a ideia é que, com as novas condições de mercado, haja uma redução do preço de US$ 14 para US$ 9 por milhão de BTU. Juntos, os setores consomem 5 milhões de m³ de gás por dia.
O negócio só será possível por conta da renegociação dos contratos de importação do produto via Gasoduto Brasil-Bolívia, com uma potencial queda do preço de 40%. O contrato com a Petrobrás vence em dezembro e, a partir daí, a iniciativa privada poderá negociar diretamente com o vizinho. Além disso, a redução da margem para consumidores livres no Estado de São Paulo ajuda a baixar o preço.

Sondando território
Essa será a primeira ida dos empresários à Bolívia com esse fim. A ideia é sondar condições e abrir um canal para que os empresários negociem diretamente com os bolivianos.

N.daR.:
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
MORO DIZ QUE FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO "TEM QUE CONTINUAR" - Em sua conta no Twitter, ministro da Justiça comenta e elogia decisão da procuradora-geral Raquel Dodge que prorrogou por mais um ano atuação do grupo de procuradores do Ministério Público Federal no Paraná
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 13 de agosto de 2019 | 18h35
por Redação

Twitter: Sergio Moro sobre ba Lava Jato O ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) defendeu a continuidade dos trabalhos da força-tarefa da Operação Lava Jato. Em sua conta no Twitter, o ministro destacou a decisão da procuradora-geral Raquel Dodge que, na segunda, 12, prorrogou por mais um ano os trabalhos do grupo de procuradores da República no Paraná que desmantelou sofisticado esquema de propinas e cartel instalado na Petrobrás, entre 2004 e 2014.
“Enquanto houver casos complexos de corrupção e que demandam atuação de esforço concentrado em equipe, a força tarefa tem que continuar”, prega Moro. “Muito bem.”
Ele assinalou. ‘É o que fizemos na PF, o Governo de @jairbolsonaro reforçou as equipes.’
É a quinta vez que a força-tarefa tem sua atuação ampliada, desde a sua criação, em 2014.
Ao todo, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba conta atualmente com uma equipe de 69 pessoas, entre procuradores, servidores, contratados e estagiários.
A extensão do prazo de atuação da força-tarefa ocorre em um momento em que reportagens do site The Intercept Brasil têm revelado mensagens atribuídas a integrantes da força-tarefa e a Moro indicando suposto conluio na Lava Jato.
De acordo com a assessoria da Procuradoria-Geral da República, apesar das restrições impostas pela emenda constitucional do teto de gastos, foram destinados no primeiro semestre deste ano R$ 808 mil para as despesas com viagens relacionadas às investigações do esquema bilionário de corrupção na Petrobrás.

N.daR.: Os participantes da PETROS continuam aguardando há mais de década a apuração de ocorrências denunciadas publicamente sem que nada fosse feito até hoje.
Estão todos esperando a prescrição? Os envolvidos com certeza estão.
Mas quem e o quê estão ganhando na PREVIC, PGR...

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
CELSO DE MELLO LIBERA PARA JULGAMENTO AÇÃO PENAL DE ANÍBAL MELO NA LAVA JATO
Caso ficou no gabinete do decano do Supremo por cerca de um ano

Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 13 de agosto de 2019 | 16h09
por Rafael Moraes Moura, de Brasília

Dep. Aníbal Gomes - Foto: Dida Sampaio / Estadão O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, decidiu liberar para julgamento uma ação penal aberta contra o deputado federal Aníbal Gomes (DEMCE) no âmbito da Operação Lava Jato. O caso havia sido encaminhado em agosto do ano passado ao gabinete de Celso, que é o ministro-revisor da Lava Jato na Segunda Turma.
“Na qualidade de revisor, e nos termos do art. 25, inciso III, do RISTF (Regimento Interno do STF), peço dia para julgamento final da presente causa penal”, escreveu Celso.
Ainda não há data marcada para a análise do caso de Aníbal pelo colegiado. Na ocasião, a Segunda Turma decidirá se absolve ou se condena Aníbal.
Procurado pela reportagem, o parlamentar disse esperar que o julgamento seja marcado rapidamente. “Eu tenho a consciência da minha inocência, de que nada fiz. É bom que julgue logo”, afirmou.
Até hoje, o único político condenado pelo Supremo na Lava Jato é o ex-deputado federal Nelson Meurer (PPPR), sentenciado a 13 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Meurer segue em liberdade. Ainda está pendente de análise um recurso do ex-parlamentar para se livrar da cadeia.
Em dezembro de 2016, por unanimidade, a Segunda Turma do STF decidiu receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Aníbal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Conforme a denúncia da PGR, Aníbal Gomes é acusado de prometer pagamento de propina de R$ 800 mil ao então diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para permitir e facilitar as negociações entre a estatal e empresas de praticagem da Baixada Santista e de São Sebastião (SP) na Zona de Portuária 16.

Ritmo da Lava Jato no Supremo é lento
Em junho deste ano, o Estado mostrou que a Operação Lava Jato caminha a passos lentos no Supremo Tribunal Federal. Um balanço divulgado na época pelo relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, aponta que a investigação que apura desvios bilionários na Petrobrás não teve avanços significativos nos últimos seis meses.
De dezembro de 2018 até agora, a Procuradoria-Geral da República apresentou apenas uma nova denúncia no STF no âmbito da Operação, nenhum acordo de colaboração premiada foi homologado e nenhum político foi condenado na operação.

N.daR.: A corrupção na Petrobras nos governos de Lula e Dilma atingiu níveis jamais imaginados como nunca se viu nesse país.
Porém, há muito mais a ser apurado.
Os participantes da PETROS continuam aguardando há mais de década a apuração de ocorrências denunciadas publicamente sem que nada fosse feito até hoje.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
Entrevista Evandro Pontes: "A OPERAÇÃO LAVA JATO NUNCA CORREU TANTOS RISCOS"

Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 13 de agosto de 2019 | 11h03
por Ana Paula Henkel

Evandro Pontes é advogado, mestre e doutor em Direito Societário pelo Largo São Francisco e discípulo de Modesto Carvalhosa, um dos ícones do impeachment de Dilma Rousseff. O Professor Evandro, como é chamado, coleciona vários acertos em suas previsões políticas no Brasil, nos EUA e também em Israel. Diante de tudo que temos visto no STF e a enorme preocupação com os destinos da Operação Lava Jato, resolvi bater um papo com ele. Abaixo, a longa, rica e excepcional entrevista na íntegra nos mostra uma visão preocupante e provocativa sobre tudo o que estamos testemunhando no STF neste ano de 2019. Vale cada palavra.

Evandro Pontes, advogado Ana Paula Henkel A melhor pergunta para começar esta entrevista é: o que anda acontecendo no STF?
Bem, Ana, em breves linhas, podemos dizer que estamos assistindo a uma quebra constitucional irreversível. O STF já cruzou linhas que constituem verdadeira atividade paraestatal. Há uma piada correndo por aí: no dia da diplomação do Presidente Jair Bolsonaro pela Ministra Rosa Weber no TSE, dizem que foi presenteado ao diplomado o último exemplar da Constituição que o STF tinha a disposição. Depois daquele dia, o STF nunca mais aplicou a CF.

O que seria essa quebra constitucional? Você está se referindo ao ativismo?
Não. O ativismo é outra coisa. Ele já vem sendo consolidado no sistema judicial há muito mais tempo. Lembro do tempo em que eu tinha cabelos e frequentava o pátio da faculdade – se falava de movimentos como direito alternativo, o direito achado na rua e proselitismos afins. Isso começou a ser teorizado mais seriamente até desaguar em um livro clássico, pouco conhecido e menos ainda lido, do então diretor da faculdade, o Prof. Dalmo de Abreu Dallari. Esse livro chamado O Poder dos Juízes é praticamente o marco fundamental do ativismo judicial no Brasil. Nessa mesma época, o mesmo Prof. Dallari participou da fundação da Associação Juízes Para a Democracia, vulgo AJD, que nosso amigo em comum, o Professor André Figaro já cunhou de “Coreia de Norte da Magistratura”. Mas veja – o que fazem essas pessoas que subverteram (ao meu ver) as formas como o direito tem de ser operado na sociedade, é ainda uma forma intrassistêmica, qual seja: ela opera o próprio sistema de uma maneira diferente. Eu discordo dessa forma de abordagem, mas reconheço que se trata de um uso alternativo do sistema: mas é ainda o sistema. Tenta-se, sob uma perspectiva “revolucionária”, dar cumprimento à lei.

Então o ativismo não é tão recente assim, certo?
Sim. Essa história de ativismo começou nessa época ou pouco antes (fins dos anos 1980, início dos anos 1990) aqui no Brasil. Em outros países essa abordagem também existe: algumas há mais tempo, como no caso dos EUA, outras são contemporâneas ao Brasil, como é o caso de Israel. Nos EUA o ativismo vem de longe e um dos melhores autores a abordá-lo é um que sei que você é especialista: Thomas Sowell. No Cosmic Justice e no Intelectuals and Society ele vai nos detalhes de como surgiu o ativismo por lá. Já Israel sofreu bastante com a queda do sionismo trabalhista após a vitória de Begin em 1977, que desaguou no surgimento de uma esquerda pós-queda do Muro de Berlim liderada pelos ideais de Shimon Peres em meados dos anos 1990 (para quem tiver curiosidade, basta ler o livro O Novo Oriente Médio de Peres). Em fins dos anos 1990, a Suprema Corte de Israel incorporou esses ideiais, sobretudo na época em que a Corte foi presidida por Aaron Barak.

E o nosso ativismo seria então dessa mesma época, coincidindo com os anos pós-queda do Muro de Berlim?
Exato. A queda do Muro reformula o progressismo e pavimenta o caminho do PT para o Planalto, politicamente falando. Nesse trabalho de tomada do poder pelo voto, o progressismo já estava se infiltrando nas instâncias inferiores de outros poderes, sobretudo do Judiciário, de forma silenciosa mas muito eficaz. Quando Lula assume o poder em 2002, inúmeras alterações na Constituição começaram a ser boladas, o que permitiram que o ativismo se emasculasse de forma incrível. E mais ou menos nessa época o STF brasileiro começou, de maneira tímida, a cultivar um ativismo. É a partir da Emenda Constitucional nr. 45, de 2004, que se subverteu completamente o funcionamento da corte criando-se as “Súmulas Vinculantes” e uma miríade de mecanismos de acesso direto (como a Reclamação), reforçando o poder de decretar aquilo que chamamos de “Constitucionalidade Concentrada”. O STF passou, então, a operar o sistema de maneira agressiva e no limite das interpretações possíveis. Mas isso ainda deve ser reconhecido como uma atividade judicial que está referida no sistema – os ministros, em muitos casos, estavam amparados pelo sistema (qual seja, pela própria Constituição e por sua Emenda 45).

E não é a mesma coisa que vem ocorrendo recentemente, com o inquérito de censura à Revista Crusoé, por exemplo? No que as recententes medidas, então, se diferenciam desse ativismo que começou em 2004, 2005?
Bem, o que estamos vendo recentemente é algo muito diferente: não há qualquer respaldo legal ou constitucional para as atitudes que vem sendo tomadas. Pior: em alguns casos há exatamente uma regra constitucional que proíbe expressamente os Ministros de agirem da forma como vem agindo. Temos exemplos aos borbotões: a ADO26, que afronta violentamente a própria constituição e causa um problema gravíssimo de ordem política (e se o “projeto de lei”, que foi forjado na própria Corte no Mandado de Injunção apenso à ADO26 não obtiver votos suficientes no Congresso? O que farão se o legislativo, no exercício regular de seu poder de votar leis, rejeitar o projeto ou, pior, revogar o artigo base em que foi fundada a analogia? O STF vai fazer o que? O STF pode obrigar juridicamente deputados a votarem no sentido da aprovação de um projeto bolado pelo próprio poder judiciário?); a decisão de Toffoli em relação ao abastecimento de navios iranianos; o incrível inquérito de censura à Crusoé (e todo o procedimento sigiloso que visava investigar sabe-se lá quem e de que modo) e a recente decisão do Ministro Gilmar Mendes impedindo que o advogado e jornalista Glenn Greenwald seja investigado – enfim, são muitos os exemplos em que temos atuações que não são classificadas como “ativismo judicial”, elas são concretamente ações contra legem.

Interessante. Deu para entender bem a diferença. Você acha que essas ações, que são, como você diz, “contra legem”, quais sejam, ilegais, podem abrir caminho para uma “intervenção” na Corte ou, pior, um golpe de estado?
Ótima pergunta, Ana. Em primeiro lugar, a Constituição não prevê intervenção de um poder no outro. Muitos aventureiros gostam de ler a constituição no browser do celular e achar um tal de artigo 142, que definitivamente não serve para isso. O artigo 142 serve para que as FFAA suplementem as forças regulares (polícias militares, por exemplo) com vistas da garantia da Lei e da Ordem. É exatamente o que fez o ex-Presidente Temer na intervenção do Rio de Janeiro. O artigo 142 não serve para dar concretude e realidade à piada do “cabo e do soldado”. Juridicamente não há previsão para isso. Outro problema, entretanto, é o do golpe de estado. As pessoas costumam tratar o tema do golpe de forma ainda um tanto quanto romântica: fixam aquela imagem de um Napoleão de hospício qualquer se autocoroando. Essa ideia de tomar a coroa para si transporta o conceito popular de golpe exclusivamente para o Poder Executivo, mas a definição técnica de golpe, decorrente da análise histórica do coup d’État, é mais lógica e menos romântica. E não diz respeito, na atual organização do Estado, exclusivamente ao Poder Executivo. Hoje é possível um golpe de estado que leve em consideração outros poderes constituídos – que é o caso exatamente do nosso STF. Se formos olhar o Dicionário de Política do Bobbio (um autor bastante apreciado por progressistas, diga-se de passagem), notaremos que para haver golpe, Bobbio fala na conjunção entre “emprego da violência” mais “ruptura do sistema”. No quesito “emprego da violência”, essa teoria do Bobbio traz vários problemas, pois em muitos casos a definição do que é “violência” ou “violento” permite que se questionem momentos históricos brasileiros como o de 1964 ou mesmo o de 1968 (este sim, para mim, o momento em que o golpe de fato ocorreu).
Gosto da definição do meu querido e saudoso Professor Goffredo Telles Junior – ao longo de sua obra Goffredo sempre mostrou grave preocupação com a união entre dois elementos: o da “ruptura institucional” somada a uma “perda da legitimidade”. Goffredo gostava de aproximar o conceito de legitimidade àquele de “respaldo popular”. E é a falta desse “respaldo popular”, onde o sistema é imposto “de cima pra baixo”, sem a participação ou o consentimento do povo, que se extrai o aspecto “violento” (e “não sangrento”) dos golpes – ainda que a ruptura ocorra sem ser dado um tiro de festim sequer, se a “nova ordem” for imposta contra o “prestígio popular”, isso pode ser imediatamente considerado golpe. Muitos progressistas vão espernear sobre o que vou lhe dizer agora, mas esse conceito de legitimidade de Goffredo é bem próximo do conceito de populismo de Bannon e Trump. Essa ideia de ruptura respaldada pela legitimidade popular é o que permite entender que o New Deal de FDR (único presidente na história a ter 3 mandatos seguidos) não foi um golpe. Do mesmo modo, podemos entender que tanto o impeachment de Collor quanto o de Dilma não foram golpes – o sistema foi usado regularmente e nenhuma “nova constituição” ou “ato adicional” ou “ato institucional” precisou ser implementado antes ou depois para reconhecer as ilegalidades de ambos os mandatários expulsos do poder. No golpe há a imposição de uma ordem não prevista “nas regras do jogo em vigor” e que contraria frontalmente a vontade popular (não por outra razão que a Constituição consagra que “todo poder emana do povo” e em favor dele ser exercido). Pois bem, o poder hoje é complexo e não é exercido apenas no âmbito do Executivo – Judiciário e Legislativo são também poderes.
Dito isso, um golpe não ocorre apenas quando alguém usurpa “a coroa” ou senta sponte propria no “trono”. É golpe também quando um outro poder (legislativo ou judiciário) cria uma estrutura paraestatal, não prevista na constituição, e assim passa a interferir na vida do povo. Exemplo? A tal “Revolução do Porto” de 1820 – aquilo lá foi um claríssimo golpe que partiu das chamadas “Cortes de Portugal” contra Dom João VI. Tanto é que o nosso Dom Pedro I (lá, Dom Pedro IV) teve que “restaurar a Ordem” em luta fratricida contra o irmão, Dom Miguel. Outro? O golpe de 1889 aqui no Brasil – a ordem foi rompida sem o menor respaldo popular. 1930 foi a mesma coisa e assim por diante.
O que quero dizer com isso? Ora – para mim é claro e mais do que óbvio que esse golpe já ocorreu.
Na medida em que o STF age a latere do sistema, age de forma a violar a própria constituição, o próprio STF já consolidou um verdadeiro golpe de estado em que todos os poderes foram criminosamente usurpados pela Corte: ela julga, ela investiga, ela legisla, ela manda abastecer navios, ela atua como executivo e impede a extinção de conselhos, ela impede o executivo de enxugar a máquina – enfim, o golpe de estado já foi dado diante de nossos olhos e ninguém simplesmente não fez nada para restaurar a ordem.
Mas espere um instante. Não seriam atos isolados dos Ministros? Não teria como identificar, como vem fazendo o Professor Carvalhosa, de que há crimes de responsabilidade sendo cometidos isoladamente?
Adoro o professor Carvalhosa, a quem tenho como Mestre muito querido, mas neste ponto eu discordo de meu Mestre sob o ponto de vista estratégico. Veja: quando uma ordem do STF é emanada por um Ministro usando papel timbrado da corte e todos os demais se calam, não há dúvida que esse silêncio integra a decisão ilegal dada pelo colega. O silêncio da Corte quando um sistema paraestatal é montado e levado a plena operação, significa exatamente que a ilegalidade contaminou irremediavelmente a atuação dos demais ministros. Exemplo contrário disso foi o do Desembargador Favretto: ao tentar lançar mão de um expediente ilegal, a Corte como um todo se inurgiu e impediu que a ordem ilegal saísse com o timbre do TRF4. Os demais colegas preservaram a integridade institucional da Corte. Se o STF não faz o mesmo e aceita que ordens sejam emanadas em nome da Corte, a responsabilidade é sim colegiada e recai sobre aqueles que preferem reclamar na imprensa (que não é função de um juiz) e deixam de agir como juízes impedindo que um sistema paraestatal seja colocado em operação.
O STF é hoje, sem a menor sombra de dúvida (por isso não falo das pessoas, falo da corte mesmo pois no caso da decisão da transferência do Lula, em que houve supressão de instância, a Corte integrou a decisão com 10 votos favoráveis; pense-se também no caso do Inquérito de Censura à Crusoé: foi claramente um ato institucional da própria Corte e não de ministros isoladamente), uma entidade de poder suprema e de atuação paraestatal. Suas decisões sequer são respaldadas em seus próprios precedentes (um indício de que o seu histórico foi completamente abandonado), nem mesmo na Constituição: basta ler as decisões que citei e procurar o dispositivo constitucional que serve de base para a decisão – não há, simplesmente não há. São atos de puro totalitarismo gestados a latere. Desta forma, Ana, o golpe já foi dado. Tudo o que decorrer dele é mera consequência de um golpe, jamais será uma resposta em ato isolado ou um golpe a parte ou contragolpe. Já estamos na marcha da história para recobrar o sistema que já foi rompido por iniciativa clara e desabrida do STF (e, repito, a responsável por isso é a corte sim e não os ministros isoladamente) ou simplesmente aceitá-lo. A escolha agora cabe ao povo brasileiro.

Isso é preocupante e espantoso. Não perceber que já houve uma ruptura enquanto as pessoas se preocupam com miudezas… Nesse quadro você acha que a Lava Jato corre riscos?
Ana, este é outro ponto polêmico e que talvez muitos não gostem do que eu vá dizer. Sempre fui otimista em relação a essa operação. Todas as vezes que via notícias dizendo “ah, a Lava Jato acabou!…” eu sempre dizia “esperem… aguardem 2 semanas”. Dito e feito: algumas semanas depois, fase X, Y ou Z da operação mostrava que estava tudo andando normalmente. A dinâmica de uma investigação policial complexa como essa não permite “chutes” de um dia para o outro. É necessário observar o comportamento das investigações ao longo de um período mais extenso. E com base nessa observação, infelizmente, eu posso afirmar hoje que esses 5 anos de trabalho da Força-Tarefa, seja de Curitiba, seja do Rio de Janeiro, seja de Brasília ou de São Paulo, estão em seu momento mais delicado e sob sério risco de pizza.

Por que desta vez a situação é grave? O que te leva a ter essa certeza?
Quero fazer aqui o paralelo que já foi feito inúmeras vezes quando a operação se iniciou mas que, misteriosamente, todos esqueceram de fazer de uns tempos pra cá: refiro-me à Operação Mani Pulite na Itália. Embora alguns, como o procurador Rodrigo Chemin, tenham feito estudos excepcionais de comparação dessas duas operações, essas comparações levam em consideração aspectos de conteúdo e semelhanças operacionais, sobretudo como ambas as operações começaram. Não há, nem no Brasil nem em lugar algum, uma análise das estratégias e uma comparação detalhada desse aspecto em ambas as operações. As diferenças estratégicas são profundas e elas podem explicar não como as operações começaram e quão abrangentes elas foram, mas sim como a Lava Jato pode acabar, baseado na experiência de como acabou a Mani Pulite. Por isso é que hoje ninguém sabe ao certo explicar como a Mani Pulite foi por água abaixo e, com certeza, são poucos os que sabem explicar porque ela acabou. E sem saber essas causas, fica difícil prever como a Lava Jato deve acabar (e, sinto informar, mas creio que esse final está próximo).

Quais as semelhanças?
A Operação Mani Pulite, que na verdade se chamava Operação Tangentopoli (tradução ao pé da letra de “Cidade da Propina”) começa com um tropeço de um político italiano chamado Mario Chiesa, pego em um esquema de corrupção local com asilos e hospitais. Isso foi em 1992 e nessa época, o Juiz Falcone, tantas vezes usado para comparações com Moro, já estava morto fazia algum tempo. Falcone foi o juiz que combateu a Máfia e foi assassinado pelas pessoas que investigava. Ele nada tem a ver com a Operação Mani Pulite. A Lava Jato, por sua vez, não começa com um problema local, mas sim em um problema de âmbito nacional – a Petrobras. Na Mani Pulite, quando as investigações chegam na ENI (a estatal italiana de óleo e gás) a operação já está bem evoluída. No Brasil as investigações já começam “de cima pra baixo” – na Itália é o oposto, elas começam “de baixo pra cima” até chegar no ex-PM Bettino Craxi.
A Mani Pulite é disparada pelo núcelo milanês de investigações, liderado pelo Juiz Antonio Di Pietro. Integravam o pool (nome que os italianos usavam para designar aquilo que chamamos aqui de força-tarefa) os sub-procuradores Piercamillo Davigo, Francesco Borrelli e Gherardo Colombo. Na Itália há uma figura que não temos no Brasil, que é a do “juiz do inquérito” (giudice delle indagini preliminari). Esse era o papel de Di Pietro e da mesma forma, nesse caso, a comparação com Moro é imprópria pois os sistemas funcionam de forma diferente. Essas diferenças são fundamentais nas estratégias de investigação que, ao meu ver, tornam a Mani Pulite muito menos semelhante à Lava Jato do que muitos imaginam.
Pois bem, depois que Chiesa é pego, as investigações começam a escalar até chegar na figura do ex-primeiro ministro Bettino Craxi. Tudo isso acontece no ano de 1992. Do topo da liderança política, a investigação atinge empresários importantes, como Sergio Cragnotti e, o principal deles, Silvio Berlusconi, que entra para a política posteriormente, como forma de se refugiar da ação da Mani Pulite. No Brasil, nenhum dos empresários atingidos fez da política seu refúgio. Seria como se Marcelo Odebrecht, sentindo o peso das investigações, se candidatasse a deputado federal em 2014 para evitar que a operação lhe calçasse mais tarde. Entre 1992 e 1995 a Operação é um sucesso. Seu ano derradeiro é 1996 quando ela atinge a cúpula do Poder Judiciário, quando Renato Squillante, chefe da Magistratura em Roma, é pego em uma escuta ambiental. No ano anterior, Di Pietro havia sido alvo de acusações falsas na imprensa e abandona a Magistratura para assumir o Ministério da Justiça.
Em 1997, após a Operação, rebatizada de “Togas Sujas”, atingir o espectro quase total da sociedade italiana (políticos, empresários, advogados, juízes e imprensa), um núcleo de procuradores de Brescia começa a investigar os procuradores de Milão e a Operação Mani Pulite começa a ruir. Na Itália a destruição da Operação partiu de dentro (e não de fora) do próprio corpo de procuradores e investigadores. Lembre-se que na Itália não há o conceito que nós temos aqui no Brasil de “foro privilegiado”: no Brasil um procurador ou promotor não pode sair investigando um colega seu a torto e a direito – na Itália isso é possível. E foi assim que a operação começou a ruir em 1997. Até hoje as tentativas de macular a Lava Jato partiram de fora do Judiciário ou do Ministério Público, por isso nunca me preocuparam os ataques sofridos pela força-tarefa. O que vem acontecendo em 2019 é diferente.

Você acredita, então, que desta vez os ataques à Lava Jato estão tomando uma forma mais, digamos, “institucional”?
Exato! Esse é o ponto-chave. Voltemos à Mani Pulite para isso ficar mais claro: 1998 foi um ano crucial, pois várias reformas na legislação italiana, alimentadas por uma ideologia garantista, criaram embaraços às investigações, que já estavam esterilizadas pelos ataques interna corporis partidos pelo núcleo de Brescia, simpático a Berlusconi. Agindo em um bate-bola com o parlamento, ajudaram a encurtar as penas e os prazos de prescrição fornecendo inteligência para reformar a legislação. Uma grande anistia ainda foi negociada e a maioria dos envolvidos saiu impune. A corrupção venceu e praticamente foi incorporada ao modus vivendi italiano. A eleição de Matteo Salvini é uma quebra nessa mentalidade: com o apoio do movimento 5 estrelas do humorista Beppe Grillo, a direita italiana começou a revolucionar a política por lá colhendo apenas em 2018 e 2019 aquilo que o pool da Mani Pulite plantou em 1992.
Comparemos agora com a situação no Brasil. Há inúmeras diferenças muito relevantes para que possamos chegar na semelhança que importa, a do ataque interna corporis. Comecemos pelo caso do juiz (hoje Ministro) Sergio Moro. Sua ida para o Ministério guarda circunstâncias completamente diversas das que motivaram Di Pietro a seguir pelo mesmo caminho. Di Pietro foi em algum momento questionado por parte daqueles que o apoiavam: Moro não – ele continua com forte legitimidade.
Segundo aspecto: Di Pietro foi questionado e começou a ser “investigado” quando ainda estava no cargo e atuando como procurador. Mais: sua ida para o executivo não foi instantânea – demorou um certo tempo entre a renúncia e assunção do cargo. Di Pietro se associou a uma linha política de centro-esquerda na Itália e teve uma atuação apagadíssima na política – fundou um partido que em pouco tempo foi lhe tomado das mãos por políticos profissionais.
Moro não – ele nunca foi investigado ou questionado enquanto atuava como titular da 13ª Vara Criminal; sua ida para o Ministério da Justiça foi causa de sua renúncia e não consequência dela; a migração foi instantânea; Moro jamais se filiou a qualquer partido político e está completamente alinhado a um governo de perfil conservador e sua atuação está muito longe de ser uma atuação apagada: Moro é disparado o mais importante Ministro da Justiça dos últimos 50 anos no Brasil e seu trabalho na reforma do sistema penal é absolutamente incomparável, além ainda de seu incansável trabalho de combate às facções criminosas que atuam nos presídios e fora dele, sobretudo no tráfico de entorpecentes e armas. Um outro detalhe é que Moro, logo após assumir seu cargo no governo Bolsonaro, passou a ser investigado – mas não foi por qualquer autoridade pública: Moro teve seu celular hackeado e passou a ser investigado por cidadãos comuns, todos eles militantes de esquerda em uma ação criminosa e estupefaciente. Ouso arriscar que contra Moro nenhum desdobramento ocorrerá.
O problema está com o procurador Deltan Dallagnol, um dos pilotos da força-tarefa da Lava Jato. Por estar ainda no cargo de procurador, estrategicamente ele se tornou a figura mais vulnerável de todas: mais vulnerável inclusive que o Ministro Moro. E uma vez disparada e focada a investigação privada em sua pessoa, o Conselho Nacional do MP partiu pra cima de Dallagnol, com base na atuação dos investigadores privados. Foi montada uma força-tarefa paraestatal para investigar os investigadores e esse esquema conta com o respaldo franco do STF, que legalizou o uso de provas ilícitas, desde que protegidas por um esquema de jornalismo que se entrincheirou em uma falsa interpretação do sigilo de fonte.
Eis aqui a semelhança estratégica de duas ruínas que me parecem beber da mesma fonte – finalmente a operação Lava Jato começa a ser fuzilada a partir das entranhas do sistema: é um ataque partido de dentro do sistema. A impossibilidade de se investigar um procurador foi desfeita, muito embora a origem dessa investigação seja privada e baseada em provas ilícitas. Mas o CNMP não está nem aí pra isso e com o apoio da estrutura paraestatal montada no STF, a Lava Jato começa a ser desmantelada a partir do núcleo curitibano.
O esforço de tornar estéril a atuação da Polícia Federal, hoje comandada por Moro, começa a se tornar uma séria realidade a partir de órgãos superiores (coincidentemente, crias da Emenda Constitucional 45 que comentei com você há pouco) que operam como “puxadinhos” do STF, a saber, o CNJ e o CNMP. Os tentáculos “soviéticos” do STF, que hoje atua como verdadeiro órgão paraestatal, lançam mão de provas ilícitas e confessadamente manipuladas para reinstituir uma Tangentocracia no Brasil.

Isso é preocupante. Há algo a se fazer? Temos alguma solução que seja jurídica e pacífica, não violenta e ao mesmo tempo válida?
Concordo, é preocupante. E o que temos a fazer é simplesmente cumprir a lei e não cumprir o que é ilegal, seja quem for o autor dessa ordem ilegal. A esquerda usa muito a tática da desobediência civil. Não é bem isso que proponho, pois a desobediência pressupõe descumprimento de ordens emanadas de um sistema jurídico que é legítimo. Aqui não é bem isso que está ocorrendo. Estamos diante de uma Nova Ordem imposta em um golpe de estado e que se assenta em ordens ilegítimas, inconstitucionais e ilegais, formando assim um poder paraestatal. Ninguém está obrigado a se submeter a ordens senão em virtude de lei. É direito de todo cidadão e dever de toda autoridade negar-se a cumprir ordens tirânicas e ditatoriais.
Sabe quem é o melhor “Professor” para isso? O Senador Renan Calheiros. Sim, ele mesmo. Um dos investigados na Lava Jato, mas também um dos políticos mais hábeis do Brasil, quando foi confrontado de forma ilegal pelo STF, não pensou duas vezes e imediatamente se negou a cumprir uma decisão visivelmente ilegal do STF. O que fez o STF? Fez exatamente o que lhe cabia fazer: nada! Reconheceu a sua ilegalidade e baixou a cabeça para Renan, que naquele momento agiu de maneira corretíssima.

Simplesmente fazer o que é certo e reconhecer que o STF, quando estiver errado, precisa ser questionado, é isso?
Não apenas. Na situação em que vivemos hoje, quando estamos diante de um golpe que já foi dado, é necessário não apenas reconhecer a ilegitimidade das ordens futuras baseadas em autoridade usurpada, mas também passar a limpo tudo o que aconteceu até hoje e todos os desmandos ocorridos após o trágico falecimento do Ministro Teori. Num estado como esse, a força-tarefa deve decretar oficialmente o fim das investigações e tornar público o resultado de todo o trabalho efetuado até o momento, expondo todos os fatos e mostrando as razões pelas quais as investigações pararam. Chamar a imprensa: não apenas este veículo prestigiado, mas a imprensa toda, sem exceção, e compartilhar com todos a íntegra da documentação, todas as delações premiadas, concluídas ou não. É necessário dar total exposure.
É recomendável também que os promotores que trabalharam nas investigações contra autoridades com “foro privilegiado”, que hoje estão protegidas pela estrutura paraestatal montada no STF, reconheçam que essa atividade paraestatal no STF serve para proteger os envolvidos e não mais para investigá-los. Passados já mais de 5 anos de investigações, hoje travestidas de proteção pessoal, é necessário que as autoridades de 1ª Instância façam o mais abrangente exposure dos fatos, apresentando à imprensa todo o material colhido até hoje e ressaltando os embaraços que sofreram em sua tarefa de investigação. É necessário se tirar lições do método ao qual os promotores estão sendo submetidos e montar um centro de informações em que toda a verdade é revelada, doa a quem doer. Não vivemos mais um estado de normalidade democrática depois que atividade criminosa de espionagem passou a ser não só aceita, mas sobretudo motivação e fundamento para se perseguir autoridades, cuja função é investigar crimes.
Da noite para o dia, a narrativa de que o investigador é que seria o criminoso entrou com facilidade na vida das pessoas, cruzando uma linha ética que autoriza plenamente que os procuradores encerrem as investigações e tornem público o material colhido em sua integralidade. Mantê-lo em sigilo é um perigo aos investigadores, um desserviço ao Brasil e uma tolice estratégica que não faz mais sentido a essa altura dos fatos.
Entendo ainda que sobretudo em relação ao material compartilhado com o STF por força de “prerrogativa de função”, seja dado total e absoluto “exposure” desse material para que todos saibam quem são as pessoas privilegiadas que receberam propina, quanto foi gasto com eles e a razão pela qual as investigações dessas autoridades se transformaram em verdadeira atividade paraestatal de proteção a esses investigados. E quanto às ordens emanadas por esse núcleo paraestatal, obviamente as pessoas devem ignorá-la, da mesma forma que ignorariam um palhaço de circo que se veste de policial para multar motoristas que estejam dirigindo de janela aberta ou parando no sinal vermelho. Ordens absurdas não se cumprem. Elas devem ser ignoradas e isso não é desodebidência – é o inverso: é obedecer a lei e ignorar quem a infringe. Devem serguir o exemplo de Renan, nesses casos.
Vamos ver quem ao final tem mais guts (como dizem nos EUA) para aguentar esse jogo de forças: se é o tirano ou se é aquele que resiste ao tirano.

Você acredita que uma exposição dessa magnitude não pode prejudicar reformas em andamento e forçar a concluir essa ruptura? Como evitar que um movimento como esse não desague em caos social?
Se uma grande ruptura for causada pelo reconhecimento da ampla ilegitimidade dos poderes, tornando até a constituição não-operacional, então que assim seja. Estamos na hora de sentar e repensar o sistema, reformá-lo e rediscuti-lo, sem essa história de “cabo e soldado”. E quanto as reformas, o Presidente da República pode muito bem acelerá-las usando aquilo que ele tem ao seu lado – o povo brasileiro. Submeta reformas necessárias a uma democracia plebiscitária, convoque o povo para votar a reforma da previdência, a reforma da legislação penal, a reforma tributária ou até mesmo uma reforma abrangente do Judiciário. Entregue ao povo a palavra final sobre os destinos da nação. Não tenhais medo.

Muito obrigada pela entrevista, Evandro!
Eu é que agredeço a você , Ana, pela generosidade em me ouvir. Obrigado!

N.daR.: A entrevista é extensa, mas vala apena ser lida.
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Opinião
ALMAS PENADAS
Publicado: O Globo - Impresso - 14/08/2019 - Pág. 2 | On Line 14/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Diálogos entre Moro e Dallagnol pairam sobre a cabeça de juízes como almas do outro mundo, que não existem, mas assustam

Merval Pereira O próximo dia 27, uma terça-feira, pode ser decisivo para a sobrevivência da Operação Lava-Jato. Nesse dia estão marcados dois julgamentos cruciais, um no Supremo Tribunal Federal, outro no Conselho Nacional do Ministério Público.
A Segunda Turma do STF vai retomar o julgamento do habeas-corpus do ex-presidente Lula, que já tem dois votos contrários, os dos ministros Edson Facchin e Carmem Lucia. O voto do decano Celso de Melo deve ser o de desempate, pois o mais provável é que Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votem a favor do habeas-corpus.
No Conselho Nacional do Ministério Público, haverá julgamento da tentativa de reabrir um processo contra o coordenador dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol.
A coincidência dos dois julgamentos pode ser explosiva, caso os resultados sejam percebidos pela opinião pública como uma tentativa de freio na Operação Lava-Jato.
Mas há também a coincidência por trás dos dois julgamentos, as mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, e entre este e seus colegas procuradores. Conseguidas ilegalmente, através de hackeamento, cujos suspeitos de autoria estão presos, e pelo menos um confessou.
No julgamento do habeas-corpus de Lula, a base é a suposta parcialidade do então Juiz Sérgio Moro. Começou antes da divulgação pelo site Intercept Brasil dos diálogos, e não usa as reproduções como prova, por serem ilegais.
A defesa fez apenas um apensamento dos diálogos aos autos do processo, como a lembrar aos juízes que eles existem. Mas, como foram obtidos de maneira ilegal e não foram periciados, não é possível alegá-los como razão para a anulação do julgamento que condenou Lula. Se não estão nos autos, não estão no mundo, diz-se nos meios jurídicos.
Mesmo assim, eles pairam sobre a cabeça dos juízes como almas do outro mundo, que não existem, mas assustam. Como elementos a pesar no julgamento, mas que, ao mesmo tempo, podem contaminar as decisões.
O caso do Conselho Nacional do Ministério Público é mais grave. A representação formulada contra Dallagnol pelos conselheiro Leonardo Accioly, Eric Venâncio, Luiz Fernando Bandeira de Mello e Gustavo Rocha se baseia nos diálogos publicados, e foi arquivada monocraticamente pelo corregedor Rochadel exatamente por serem inaproveitáveis.
Pois ontem, dois deles, Accioly e Venâncio, pediram a reabertura do caso, para que o plenário decida. Foi escolhido um relator, e no dia 27 ele dará seu parecer, que será votado. O Conselho é formado por 12 membros, sendo que seis são do Ministério Público.
Por enquanto, tudo indica que não há maioria para punir Dallagnol. Mas alguns membros do Conselho terão que se submeter ao Senado para renovação dos mandatos, e esse pode ser um fator de pressão ponderável, já que neste momento estão unidos para conter Lava-Jato o Congresso, a OAB, o STF, todos com representantes no Conselho.
Mesmo os membros do Ministério Público decidirão submetidos a esse estresse. Punições de processos disciplinares vão de advertência à expulsão do Ministério Público, mas todos os a que Dallagnol responde podem, no máximo, provocar uma advertência, segundo a avaliação de especialistas.
Interessante é que, nessa divulgação de trocas de mensagens entre Dallagnol e seus companheiros de Curitiba, ele ressalta a importância do apoio da opinião pública à Lava-Jato, para frear a ação de ministros do STF e de políticos.
Pois para o dia 25, um domingo, está sendo convocada uma manifestação nacional de apoio a Sérgio Moro e a Dallagnol, e contra a libertação de Lula. Ao mesmo tempo, há um movimento no Senado para abrir uma CPI já apelidada de Lava-Toga.
Como só os senadores podem processar os ministros do Supremo, essa é uma reação política para contrabalançar a pressão contra Moro e os procuradores de Curitiba. Moro continua o ministro mais popular do governo Bolsonaro, e Dallagnol, embora considerado pelo presidente “um esquerdista tipo PSOL”, tem apoio até de seus seguidores para ser indicado como Procurador-Geral da República.

N.daR.: Reiterando o que já dissemos:
Há uma certeza absoluta: No Brasil não se pode investigar, processar e condenar se for o caso juízes dos tribunias superiores, e políticos.
Se isso for tentado, mentiras, falácias e a construção de uma trama protetora dos corruptos será imediatamente criada a fim de enxovalhar aqueles que são os investigadores.
Mesmo que cumprindo com suas obrigações por dever de ofício, se fará de tudo para que os casos sejam esquecidos concomitantemente com o prévio afastamente daqueles que trabalharam em investigação.
Dallagnol, Moro e outros muitos estão nesta situação.
Muda presidência, sempre com promessas de melhorias várias, mas nada muda de verdade.
Triste país, onde a corrupção é endêmica.
Acrescentando ao já dito: "Quem não deve, não teme", tudo é tão simples assim, pelo menos numa verdadeira democracia.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
RAQUEL DODGE PRORROGA PRAZO DE ATUAÇÃO DA LAVA-JATO EM CURITIBA - Procuradora-geral da República se antecipou a uma provável decisão do Conselho Superior do Ministério Público
Publicado: O Globo - Impresso - 13/08/2019 - Pág. 4 | On Line 12/08/2019 - 20:14 / Atualizado em 12/08/2019 - 22:32
por Jailton de Carvalho

Raqule Dodge, procuradora-geral da República  - Foto: Evaristo Sá / AFP / 4.4.18 BRASÍLIA — A procuradora-geral da República, Raquel Dodge , se antecipou a uma provável decisão do Conselho Superior do Ministério Público e assinou nesta segunda-feira portaria prorrogando por mais um ano a atuação da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. A partir de agora, o Conselho Superior fará uma análise do caso. A tendência dos conselheiros, em situações desse tipo, é chancelar a proposta do procurador-geral.
Até junho, havia 60 inquéritos relacionados com a operação tramitando apenas no Supremo Tribunal Federal, três deles instaurados este ano. O balanço divulgado naquele mês pelo gabinete do ministro Edson Fachin, que se tornou relator da operação na Corte após a morte do ministro Teori Zavascki, mostrava ainda que já haviam sido homologadas 110 delações premiadas no STF, por envolverem pessoas com foro privilegiado.
Em pouco mais de quatro anos, apenas com as multas aplicadas pelo Supremo aos delatores já haviam sido arrecadados R$ 784,8 milhões. Ainda de acordo com o balanço, 25 denúncias foram oferecidas na Corte pela Procuradoria-Geral da República, das quais seis haviam sido rejeitadas e nove recebidas, tornando-se ações penais. Entre estas, uma levou à condenação do ex-deputado Nelson Meurer e outra, à absolvição da ex-senadora e atual deputada Gleisi Hoffman (PT-PR). Outros 19 inquéritos foram enviados, somente este ano, para outras instâncias.
Em maio, O GLOBO revelou que a Lava-Jato de Curitiba já tinha planejado 14 novas operações para serem realizadas até dezembro deste ano. São fases que se desdobram de apurações anteriores, colaborações premiadas da Odebrecht e da OAS e também novas linhas de investigação sobre crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, com envolvimento de agentes públicos de diferentes partidos.
Se a previsão vingar, 2019 promete contabilizar o maior número de fases da Lava-Jato até hoje: 18, uma média de mais de uma por mês. Nos primeiros cinco meses deste ano, a força-tarefa já realizou quatro operações. Em 2018 e 2017, foram dez em cada ano. O recorde de 16 etapas foi registrado em 2016, ano do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Antes disso, em 2015, foram feitas 14 ações. Em 2014, ano em que a operação começou, houve 7 fases da investigação. Até março, 155 pessoas haviam condenadas judicialmente — grande parte delas em decisões de Sergio Moro, hoje no Ministério da Justiça. A operação em Curitiba já havia bloqueado R$ 3,2 bilhões e repatriado R$ 846,2 milhões.

CRÍTICAS A DODGE
Nos últimos dias, surgiram rumores de que Dodge não renovaria o prazo de atuação da força-tarefa. Trechos de conversas divulgados pelo jornal "El Pais", na semana passada, mostraram que procuradores da força-tarefa, entre eles Deltan Dallagnol, faziam pesadas críticas à procuradora geral. "Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge”, escreveu Januário Paludo, num dos grupos de conversa mantidos pelos procuradores no Telegram.
"A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção. Da saudades do Janot", diz Dallagnol em outro trecho das conversas obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas pelo "El Pais". A revelação desta e outras conversas de Dallagnol sobre Dodge, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até mesmo contra investigados, deixaram a Lava-Jato exposta a duras críticas e abriram o flanco para contestações de processos e até condenações.
As conversas também aumentaram o número de investigações contra Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público Federal (CNMP). Até semana passada, o nome do procurador aparecia em pelo menos oito investigações por supostos abusos. Na nota em que informa a prorrogação do prazo de atuação da força-tarefa, a Procuradoria-Geral informa que tem sido crescentes os valores repassados anualmente aos investigadores de Curitiba. "Em 2019, por exemplo, já foram gastos R$ 808 mil com essa despesa", afirma a Procuradoria-Geral.

N.daR.: Pelo menos por enquanto a Lava-Jato tem sobrevida...
Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha / Piauí
AS MOEDAS DA CURRUPÇÃO NA PETROBRAS
Publicado: Folha de São Paulo / Piauí - On Line 12ago2019_09h03
por Emily Almeida, Amanda Rossi e Renata Buono

Charge: J. Bosco Desde 2015, a Petrobras tem sido palco de um dos maiores escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro já investigados no país. Até agora, R$ 3,2 bilhões retornaram aos cofres da estatal por meio de acordos de colaboração firmados entre investigados e o Ministério Público Federal do Paraná, no âmbito da Operação Lava Jato. A primeira devolução foi feita em 2015 por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras. Barusco é também a pessoa física que mais ressarciu a estatal até agora, devolvendo R$ 239 milhões. Além dele, 53 pessoas e nove empresas já devolveram dinheiro. O total de R$ 3,2 bilhões representa apenas uma parcela do que foi desviado da Petrobras, já que nem todos os investigados e condenados firmaram acordos de colaboração e os valores não correspondem necessariamente ao que foi subtraído. Nesta semana, a seção =igualdades dimensiona os montantes que já foram devolvidos à estatal, destacando alguns personagens-chave do caso.
1 Cerveró = 2 mihões
Uma moeda do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró vale R$ 2 milhões – valor devolvido por ele à empresa.
Paulo Roberto da Costa, também ex-diretor, devolveu R$ 90 milhões, e sua moeda vale 45 moedas de Nestor Cerveró.
1 Paulo Roberto Costas = 45 Cerverós

Já a moeda de Pedro Barusco, ou seja, o que ele devolveu, vale R$ 239 milhões – aproximadamente, a soma de 2 moedas de Paulo Roberto da Costa mais 29 moedas de Cerveró.
1 Barusco = 2 Paulo Roberto + 29 Cerverós
Os R$ 3,2 bilhões que voltaram aos cofres da Petrobras equivalem a 13 vezes o valor ressarcido por Barusco, mais 34 vezes a devolução de Cerveró.
Devolução da corrupção = 13 Baruscos +  34 Cerverós
As devoluções de Paulo Roberto Costa somaram R$ 90 milhões. A quantia se aproxima do valor ressarcido pela empresa Rolls-Royce em acordo de leniência firmado em 2017, de R$ 87 milhões.
Devolução da Rolls-Royce = 1 PRC
A petroquímica Braskem foi a empresa que devolveu o maior valor à Petrobras. Ao todo, foram R$ 858,5 milhões, em valores corrigidos pela inflação. O ressarcimento equivale à soma de 2 vezes a devolução de Barusco mais 4 vezes a de Paulo Roberto da Costa, mais 10 vezes a de Nestor Cerveró.
Devolução da Braskem = 2 Baruscos + 4 PRCs + 10 Cerverós
Estimativas de 2005 feitas por Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério Público apontam que o valor desviado no mensalão, esquema ilegal de financiamento político ligado ao PT, chegou a R$ 101 milhões. Em valores atuais, a soma representa R$ 210 milhões. É um montante equivalente à soma de duas vezes a devolução de Paulo Roberto Costa mais 15 vezes o que foi devolvido por Cerveró.
Devolução do Mensalão = 2 PRCs + 15 Cerverós
A empresa de engenharia Technip devolveu, em 2019, R$ 313 milhões à Petrobras. A quantia se aproxima do valor ressarcido por Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, juntos.
Technip = 1 PRC + 1 Barusco
Em julho, a Petrobras anunciou a venda de ações da BR Distribuidora por R$ 9,6 bilhões. Dessa forma, a subsidiária se tornou uma empresa majoritariamente privada. O valor da venda corresponde a 3 vezes o total ressarcido à Petrobras até o momento e equivale a 40 moedas de Barusco.
Açoes da Br = 40 Baruscos
Fontes: Ministério Público Federal no Paraná; Petrobras.
Nota: Os valores ressarcidos à Petrobras desde 2015 foram corrigidos pela inflação medida pelo IPCA (IBGE).

Amanda Rossi - Jornalista, trabalhou na BBC, TV Globo e Estadão, e é autora do livro Moçambique, o Brasil é aqui

N.daR.: Há muito mais a ser apurado...
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha de São Paulo - Poder
SUPREMO ARQUIVA TODOS OS PEDIDOS DE SUSPEIÇÃO DE MINISTROS E VIOLA REGIMENTO
Estudo da FGV Direito SP aponta que todos os questionamentos analisados desde 1988 foram para a gaveta

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 12.ago.2019 às 2h00
por William Castanho

STF - Chrage: Renato Arueira São Paulo - O STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou todos os pedidos de impedimento ou suspeição feitos e já analisados contra seus ministros em mais de três décadas, além de ter violado seu regimento em ações sobre imparcialidade, segundo pesquisa da FGV Direito SP.
Pesquisadores do Supremo em Pauta, projeto da Fundação Getulio Vargas, analisaram durante dois anos as chamadas arguições de impedimento ou suspeição —processos que levantam dúvidas sobre a isenção de um magistrado.
O artigo "Fora dos Holofotes: estudo empírico sobre o controle da imparcialidade dos ministros do STF" tratou de 111 ações até outubro de 2018 —o julgamento de apenas uma delas ainda não foi finalizado.
O estudo foi feito com base em processos apresentados desde 1988, ano de promulgação da Constituição. Procurado, o Supremo não respondeu sobre as conclusões.
O STF terá de se posicionar nos próximos meses sobre um pedido de suspeição feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba. O caso, porém, não tem relação com um integrante da corte. A ação questiona a conduta do então juiz da Lava Jato Sergio Moro, hoje ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro.
Os autores do levantamento do Supremo em Pauta da FGV Direito SP são Rubens Glezer, Lívia Guimarães, Luíza Ferraro e Ana Laura Barbosa.
Os pedidos de suspeição de integrantes do STF podem ser feitos por alguma das partes envolvidas nos processos.
Há situações em que o ministro se declara impedido antes do questionamento das partes. A pesquisa só tratou dos casos em que pedidos foram feitos em arguições.
Em 14 desses casos, os ministros se declararam impedidos por conta própria, levando ao arquivamento. Nos demais, além da rejeição generalizada dos questionamentos, os pesquisadores apontam que, em 20, houve descumprimento de regras do tribunal pelo ministro presidente ao tomar a decisão.
Esses processos foram lançados ao arquivo por decisão monocrática (individual), usando uma etapa processual não prevista no regimento interno do tribunal. O estudo aponta que, pelas regras, eles deveriam ter sido levados à análise do plenário da corte.
O rito pelo regimento é formado por três fases. Na primeira, o presidente analisa se a ação deve seguir ou não, podendo arquivá-la. Na segunda, pede esclarecimentos ao ministro. Na terceira, o caso deveria ir para o plenário. STF arquiva porcessos de suspeição
De acordo com os pesquisadores da FGV Direito SP, nos 20 casos em que houve desobediência ao regimento, eles foram enviados ao arquivo logo depois da manifestação do ministro alvo, sem passar pelo plenário.
Na avaliação do estudo, em 17 dessas ações não haveria a necessidade de questionamento ao ministro —bastaria seguir a jurisprudência.
Porém três ações deixaram de ir ao plenário mesmo sem haver decisões anteriores que poderiam servir de precedente. Por demora no julgamento, outras cinco na mesma condição foram arquivadas.
Para os pesquisadores, o problema não é o volume de processos rejeitados. O tribunal, escrevem, usa "uma jurisprudência consistente e razoável para negar os pedidos de impedimento e suspeição".
Segundo eles, porém, "ritos e processos são conduzidos com tons de deferência, com violações aos ritos e etapas processuais, sem transparência sobre os fatos e argumentações jurídicas para afastamento ou manutenção do ministro do caso".
O estudo fez análise quantitativa e qualitativa dos processos. "Há nesse espaço uma clara violação do processo regimental e um potencial para arbitrariedades pela presidência." A pesquisa aponta essa etapa como sistêmica.
"Eles não levam muito a sério os ritos e os procedimentos que deveriam seguir", diz Glezer. "Os ministros agem com opacidade em vários níveis."
Segundo o professor de direito constitucional da FGV Direito SP, a transparência deveria ser um elemento de destaque na conduta dos ministros.
"Há uma distinção entre publicidade e transparência. Os dados são públicos, mas foram necessários quatro pesquisadores para coletar, reconstruir e mostrar como é esse processo", afirma ele.
Guimarães explica o título do estudo. "O holofote é ser o centro das atenções na mídia, querer ser transparente, mas não no procedimento. É mais personalista do que institucional", afirma.

Ações questionadas incluem caso político e de 'rei do ônibus'
A pesquisa do Supremo em Pauta da FGV Direito SP mostra que três ações em que houve arquivamento sem análise do plenário e cinco que deixaram de ser julgadas em razão da demora da tramitação mereciam destaque por inovar na jurisprudência.
Em dois processos, referentes a um único caso, as partes questionavam a participação de Toffoli em um recurso sobre o registro da candidatura de João Capiberibe (PSB-AP) a senador, nas eleições de 2010.
O ministro já havia atuado como advogado do candidato. As partes alegavam ainda que se tratavam de "amigos íntimos". Em manifestação, Toffoli negou a amizade e disse que já havia decidido contra interesses de Capiberibe.
A terceira ação questionava a parcialidade de Gilmar como relator de uma ADPF (ação de descumprimento de preceito fundamental). Como advogado-geral da União, ele defendeu a constitucionalidade da lei que trata de ADPFs.
Gilmar, em manifestação, disse que esse não teria sido o único caso do tipo. Disse ainda que o STF não vê impedimento de integrante por ter sido ministro de Estado.
As ações arquivadas pela morosidade também se referiam a Gilmar. Todas foram ajuizadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Dois processos envolviam Lélis Marcos Teixeira e Jacob Barata Filho —o "rei do ônibus" no Rio de Janeiro, alvo de um desdobramento da Operação Lava Jato.
A PGR alegava que a mulher do ministro trabalhava em escritório com interesse na causa. Houve ainda questionamento por relação de amizade. Gilmar foi padrinho de casamento da filha de Barata com o sobrinho de sua mulher.
Gilmar, em manifestação, rejeitou os argumentos de Rodrigo Janot. Disse que foi o acaso, e não vontade sua, que lhe entregou o habeas corpus. Destacou que havia negado vários pedidos feitos no caso. Ele afirmou que o pedido seguiu "linha difamatória".
"Nesses cinco novos casos, o novo CPC [Código de Processo Civil] criou nova hipótese, e, em arguições, o STF nunca se pronunciou como interpretar, se mais restritivo. Por isso, são inconclusivos e deveriam ter ido ao plenário", diz Ana Laura Barbosa.


Suspeição e impedimento no STF

Rito - Está previsto nos artigos 277 e 287 do regimento interno do STF
  1. Admissibilidade da arguição: seguimento da ação ou arquivamento
  2. Se seguir, pede-se manifestação do ministro
  3. Recebida manifestação, encaminha-se para plenário e julgamento
Nova fase, após manifestação do ministro, leva processo ao arquivo

Exemplos de casos de atenção
As causas de suspeições estão nos artigos 254, do CPP (Código de Processo Penal) e 145, do CPC (Código de Processo Civil); as de impedimento estão nos 252, do CPP, e 144 e 147, do CPC


Suspeição
  1. Amizade ou inimizade
  2. Receber presentes
  3. Parte credora ou devedora sua ou de cônjuge
  4. Dar conselhos a qualquer das partes


Impedimento
  1. Atuação de cônjuge como defensor
  2. Ter sido como promotor no caso
  3. Quando figurar como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente
Fontes: CPP (Código de Processo Penal) e CPC (Código de Processo Civil)

N.daR.: O STF - Supremo Tribunal Federal até o final da década de 80 era fonte de erudição e aprendizado para os que estudavam o direito.
De lá para cá, tem se apequenado ao longo do tempo.
Não serve mais de fonte de saber; é muitas das vezes um exemplo de obtusidade.
Causa constrangimento e vergonha até para os que não são formados em direito, mas que possuem bom-senso.

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Globo - País
PERFIL DE BOLSONARO COMPARTILHA POST QUE CHAMA DALLAGNOL DE "ESQUERDISTA ESTILO PSOL" - Publicação aconteceu depois que internautas pediram para presidente nomear coordenador da Lava-Jato como novo PGR
Publicado: O Globo - Impresso - 12/08/2019 - Pág. 6 | On Line 11/08/2019 - 13:22 / Atualizado em 11/08/2019 - 23:35
por Daniel Gullino

Deltan Dallagnol durante entrevista coletiva - Foto: Geraldo Bubniak / AGB / Folhapress BRASÍLIA —A página de Facebook do presidente Jair Bolsonaro foi tomada neste domingo por pedidos para que o coordenador da Lava-Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, seja nomeado procurador-geral da República. Em resposta a alguns comentários, o perfil de Bolsonaro compartilhou a publicação de uma página chamada Bolsonaro Opressor 2.0 afirmando que “Pra quem pede o Deltan Dallagnol na PGR... O cara é esquerdista estilo PSOL”.
O link compartilhado traz reproduções de declarações de Dallagnol nas quais ele critica atos de Bolsonaro no governo e repudia a ditadura militar. Também há publicações de Deltan compartilhando notícias sobre suspeitas de irregularidades contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e contra Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Ainda há registros de “curtidas” do procurador em publicações de outras pessoas sobre Amazônia, direitos indígenas, direitos humanos e ditadura militar, entre outros assuntos.

Os temas
Bolsonaro ataca Dallagnol Os pedidos para que Dallagnol seja indicado à PGR chegam no momento em que o ministro da Justiça, Sergio Moro, ex-juiz da Lava-Jato em Curitiba, enfrenta desgaste crescente no Palácio do Planalto. Em público, nenhum integrante do governo faz críticas, mas, nos bastidores, o entorno do presidente demonstra incômodo com o ex-juiz, que conquistou popularidade por sua atuação ao julgar processos da Lava-Jato.
Em outras postagens, Bolsonaro respondeu com uma lista de temas sobre os quais gostaria de fazer perguntas a um candidato a PGR, como desarmamento, ideologia de gênero, Amazônia, excludente de ilicitude, Comissão da Verdade, reserva indígena, ONGs na Amazônia e meio ambiente.
A página Bolsonaro Opressor 2.0 já foi comandada por Tercio Arnaud Tomaz, assessor do gabinete do presidente. No ano passado, Tercio trabalhou na campanha de Bolsonaro ao mesmo tempo em que era lotado no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro.

N.daR.: Inacreditável o que postou Bolsonaro sobre Dallagnol. Dizer que é de esquerda PSOL é simplesmente estúpidez. O que está tentando é desabonar a Lava-Jato em busca de proteção própria e/ou de seus filhos.
Bolsonaro, quando faz seu papel de "o tosco", faz declarações estupefacientes, como ao afirmar que para combater a poluição ambiental, deve-se comer menos e "fazer cocô dia sim, dia não". ( O Globo, 09.08.2019)
Tudo indica que ao praticar o que defendeu, o cocô subiu a sua cabeça.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia - Negócios
PROCURADORIA INDICA AO SUPREMO RELAÇÃO DE LESADOS QUE DEVEM SER RESSARCIDOS POR DELATORES DA LAVA-JATO - União, Petrobrás e fundos de investimento e de pensão estão entre as partes que receberão pagamentos a título de multa
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 11 de agosto de 2019 | 06h07
por Redação

PETROS desmanchando A procuradora-geral, Raquel Dodge, enviou oito petições ao Supremo em que especifica a forma como delatores que fecharam acordos de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato devem efetuar o ressarcimento à União e a outros órgãos públicos lesados.
Encaminhados ao relator do caso, ministro Edson Fachin, os documentos são sigilosos e estão relacionados a colaborações de ex-executivos das empresas Odebrecht e OAS. Somados, os valores acertados a título de multa, totalizam mais de R$ 14,7 milhões.
As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria. Em cada um dos casos, a PGR requer a divisão dos pagamentos de maneira que as partes prejudicadas sejam ressarcidas.
De acordo com as solicitações, devem receber os pagamentos, por exemplo, a União, a Petrobrás, os estados do Rio e de São Paulo, e os fundos de pensão e investimentos Petros e FI-FGTS.
Em algumas petições, a procuradora-geral também requer que sejam estabelecidas cláusulas específicas, como a apresentação, pelo delator, dos extratos das contas por ele controladas.
Ela salienta ainda que ‘eventual atraso no pagamento importará no vencimento antecipado de todas as parcelas não pagas, na incidência de multa de mora de 20%, na correção do débito pela Selic e na execução das garantias oferecidas’.

N.daR.: A PETROS é citada na reportagem como sendo uma das instituições destinada a receber pagamentos por ressarcimento feitos por delatores.
Porém, no tocante à PETROS, a PGR tem se mostrado omissa e até mesmo poder-se-ia dizer conivente com todas as malversações ocorridas naquele fundo de pensão.
Por que será?
Esta inércia beneficia quem?
Enquanto isso aposentados sofrem até 40% de descontos no seus benefícos por alegado rombo que não foi causado por eles.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS VENDE ATIVOA NO NORDESTE POR R$ 751 MILHÕES
Estatal se desfez de campos no Rio Grande do Norte e anuncia oferta para Bacia de Campos

Publicado: O Globo - On Line 09/08/2019 - 18:55 / Atualizado em 09/08/2019 - 19:10
por Bruno Rosa

Barriol de petróleo RIO - Enquanto se prepara para receber as ofertas para se desfazer da Liquigás na próxima semana , a Petrobras acelera a venda de campos de petróleo em terra e mar. Nesta sexta-feira, a estatal  assinou com a SPE 3R Petroleum a venda do chamado Polo Macau, na Bacia Potiguar, localizado no Estado do Rio Grande do Norte, que reúne  campos  terrestres e marítimos. O negócio ficou em US$ 191,1 milhões (cerca de R$ 751 milhões).
O Polo Macau engloba os campos de Aratum, Macau, Serra, Salina Cristal, Lagoa Aroeira, Porto Carão e Sanhaçu. A Petrobras detém 100% de participação em todas as concessões, com exceção da concessão de Sanhaçu, na qual é operadora com 50% de participação, enquanto os 50% restantes são da Petrogal. A produção total atual de óleo e gás desses campos é de cerca de 5,8 mil barris de óleo equivalente por dia.
Segundo a Petrobras, a 3R Petroleum "conta com o suporte financeiro de fundos geridos pela Starboard Asset, gestora brasileira de investimentos alternativos com foco em operações de longo prazo nos segmentos de private equity e crédito privado". Do valor da venda de US$ 191,1 milhões, US$ 48 milhões entram no caixa da estatal já com a assinatura do contrato e os US$ 143,1 milhões restantes no fechamento da transação.

Venda de áreas na Bacia de Campos
Nessa sexta, a estatal iniciou ainda o processo de venda de seus 11 campos em águas rasas na Bacia de Campos. Essas áreas são chamadas de Polo Garoupa, incluindo as instalações de produção e de escoamento até Barra do Furado. A produção média nos últimos 12 meses foi de cerca de 19,6 mil de barris de óleo equivalente por dia. O Polo Garoupa engloba as concessões de Anequim, Bagre, Cherne, Congro, Corvina, Malhado, Namorado, Parati, Garoupa, Garoupinha e Viola.
No polo, que começou a produzir no fim dos anos 1970, há cinco plataformas fixas e uma unidade semissubmersível. O processo de venda está sendo conduzido pelo Bank of America Merrill Lynch. Os interessados devem ter patrimônio líquido superior a R$ 67 milhões e uma produção de mais mais de 10 mil barris de óleo e equivalente por dia.

N.daR.: O desmanche da Petrobras segue célere.
Virou uma rotina e já não mais chama atenção no noticiário.
Vão-se os anéis e os dedos.
Tudo com o silêncio vergonhoso de políticos, ex-militares ou não.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
O ERRO POLÍTICO DA LAVA-JATO - Lei do abuso de autoridade e julgamento sobre prisão em segunda instância são desafios à operação no segundo semestre
Publicado: O Globo - Impresso - 11/08/2019 - Pág. 29 | On Line 11/08/2019 04:30
por Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo

Míriam Leitão O pior erro cometido pela Lava-Jato foi deixar-se usar politicamente e parecer bolsonarista. Isso foi ótimo para o grupo que chegou ao Planalto, mas prejudicial aos objetivos da operação. O movimento anticorrupção é amplo, e o presidente Jair Bolsonaro não é um modelo de ética. A manipulação política ficou mais fácil quando o juiz Sergio Moro tirou a toga e foi para o Ministério da Justiça, onde, como diz seu atual chefe, vive a “angústia” de não ter o poder que tinha. Em favor da Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol deveria pedir para sair da força tarefa.
Moro deveria saber, mas não soube, que como foi da caneta dele que saiu a sentença que acabou afastando o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas, ele jamais poderia ir trabalhar com o que estava em segundo e acabou beneficiado, vencendo a eleição. Desde que assumiu, só se enfraqueceu. Esta semana foi fritado pelo presidente: “Entendo a angústia do Moro, mas ele não julga mais ninguém”. Moro entregou sua toga e agora tem que ouvir isso do governante ao qual aderiu.
Como cidadão, Moro pode ter preferência política. Como juiz, não deveria. Alguns integrantes da Lava-Jato deixaram claras suas inclinações durante a eleição, favorecendo o uso político da operação. Esse é o erro original. Se a Lava-Jato quiser reparar os estragos terá que se mostrar acima das divisões partidárias.
O procurador Deltan Dallagnol permanece silencioso sobre o seu voto, como mostrou na entrevista a Guilherme Amado na “Época” deste fim de semana. Mas nela ele defende de novo a tese de que qualquer crítica aos seus atos ou às suas palavras faz parte da reação do “sistema corrupto”. Como se criticá-lo fosse defender a corrupção.
Mais do que uma ou outra frase, a visão geral que fica dos diálogos divulgados pelo “The Intercept” é a de que havia uma camaradagem entre a acusação e o juízo, o que é inaceitável dentro do devido processo legal. O MP tem que fazer o máximo para condenar aqueles que acusa diante da Justiça, como a defesa tudo faz na proteção do seu cliente. Mas não se pode cruzar a linha que separa o juiz das partes. Nessa travessia, a culpa maior é do juiz, se ele escolhe um lado antes de julgar.
Adianta pouco alegar que houve crime de invasão dos aplicativos. Houve, e isso está sendo investigado. O trabalho da imprensa, do site e depois de outras publicações, é o de informar o que estava ali. Não conversavam, Deltan e Moro, sobre assuntos da vida privada, mas sim da vida pública.
O coordenador da Lava-Jato em Curitiba foi essencial no trabalho de divulgar a importância do combate à corrupção. Isso vacinou a operação contra riscos que derrubaram outras investigações, como artimanhas de acusados e a nulidade diante de qualquer pequeno pretexto. Assim, a operação foi adiante e tem hoje um volume de contribuições ao país inegável: esquemas desbaratados, criminosos punidos, delações que revelam entranhas do país, dinheiro devolvido aos cofres públicos.
Quando Moro assumiu, disse que estava cansado de levar bola nas costas. É o que mais tem feito atualmente. Se foi para o governo de olho numa vaga no STF, calculou errado: o tempo de espera é longo e para ele ter o prêmio terá que sempre fechar os olhos para os inúmeros fatos que antes condenava: o laranjal do ministro do Turismo, a rachadinha no gabinete do filho do presidente, as inúmeras vezes em que o presidente feriu o princípio da impessoalidade. Para Bolsonaro, tudo é pessoal. Todas as decisões que toma, ele mesmo anuncia que têm razões pessoais: do filé mignon para os filhos ao ataque aos jornais. Para quem, como Moro, fez uma carreira combatendo a improbidade administrativa fica incoerente. Para dizer o mínimo.
A Lava-Jato é admirada por combater uma velha chaga nacional. Inúmeros políticos foram atingidos, além do ex-presidente Lula. Quem ajudou a criar a confusão foram integrantes da própria operação, com os seus erros. É isso que a ameaça, e não as eventuais críticas feitas a algumas ações dos seus integrantes. A ordem da juíza da 13ª Vara Federal esta semana, por exemplo, foi um despropósito e pareceu perseguição a Lula. De tão equivocada, conseguiu a proeza de juntar, contra ela, 12 partidos e 10 ministros do Supremo. O maior perigo da Lava-Jato é interno.

N.daR.: Se existem alguns aspectos em que Míriam acerta sua pontaria, por outro lado verifica-se novamente o seu posicionamento pessoal contra a Lava-Jato desde que a operação detectou malversações nos governos anteriores e que sempre fez questão de defender.
Assim, não é de se espantar e muito menos de se deixar envolver nas suas tentativas de convencer mentes menos influenciáveis.
Apenas dependendo da moral e isenção do atual governo, o título de futura coluna poderá ser "O ACERTO POLÍTICO DA LAVA-JATO".

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
JUDICIÁRIO É NOSSO // LAVA-JATO HACKEOU O MUNDO // DALLAGNOL: CAIU A FICHA E PODE SAIR
Publicado: O Globo - Impresso - 11/08/2019 - Pág. 6 | On Line 11/08/2019
por Lauro Jardim

Lauro JArdim O Globo - País
COMO BOLSONARO SE REFERE A TOFFOLI
11/08/2019 07:25
Jair Bolsonaro é só amor com Dias Toffoli nas últimas semanas. Aos mais próximos, já se referiu assim ao presidente do Supremo: "O Toffoli é nosso".

O Globo - País
O MEDO DE DELTAN E A OPINIÃO DOS SEUS COLGAS SOBRE ELE
11/08/2019 07:45
Deltan Dallagnol não consegue mais esconder dos seus que está apavorado com a possibilidade de ser punido com o afastamento das funções de procurador da República.
Internamente, nomes importantes do MPF pregam que a melhor solução seria Deltan tomar o caminho de casa, voluntariamente, com um pedido de licença para estudar fora do Brasil.
Para ilustrar, colegas de Deltan questionam se, hoje, a Lava-Jato de Curitiba teria condições de botar na rua uma operação para prender petistas, sem que a imparcialidade das medidas fosse posta em xeque.

O Globo - País (Texto contido na versão impressa)
LAVA-JATO HACKEOU O MUNDO
11/08/2019
Até agora os arquivos dos hackers de Araraquara que a PF já baixou chegam a estratosféricos 4 terabytes. O que significa dizer que o material só caberia em 125 pendrives de 32 gigas.

N.daR.: Embora Lauro Jardim não possa ser considerado uma fonte confiável, é preocupante verificar que mais um da mídia aponta que a Lava-Jato está sendo combatida por todos os lados.
Inclusive por ele.
Felizes estão ficando membros do legislativo, executivo e do judiciário.
Afinal, "quem não deve não teme", só que muitos deles devem e muito...

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
A ENCRUZILHADA DA LAVA-JATO
SOB CRÍTICAS, LAVA-JATO TERÁ FUTURO DEFINIDO POR CONGRESSO, STF E CONSELHO DO MP
- Lei do abuso de autoridade e julgamento sobre prisão em segunda instância são desafios à operação no segundo semestre

Publicado: O Globo - Impresso - 11/08/2019 - Pág. 4 | On Line 11/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 11/08/2019 - 08:17
por Carolina Brígido, Bruno Góes e Aguirre Talento

Charge: Benett BRASÍLIA - Após uma série de percalços nas últimas semanas, novos desafios se avizinham para a Operação Lava-Jato . No Congresso, o centrão se articula para aprovar, em regime de urgência, o projeto de lei que trata do abuso de autoridade — e que tem efeito direto sobre o trabalho dos procuradores federais. No Supremo Tribunal Federal (STF), ações questionam as decisões do ex-juiz Sergio Moro , hoje ministro da Justiça, no processo do tríplex do Guarujá e referentes ao ex-presidente Lula . A Corte ainda se prepara para votar a possibilidade de réus condenados em segunda instância ficarem em liberdade. Também está na pauta a votação da liminar que define a amplitude da atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) .
Em outra frente, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) deve julgar, na próxima terça-feira, dois processos disciplinares contra o coordenador da Lava-Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol , por manifestações públicas feitas por ele. Um deles trata de críticas a ministros do STF e o outro, de declarações contra a candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) à Presidência do Senado. Neste segundo caso, a representação foi feita pelo próprio Renan, que solicitou o afastamento de Dallagnol. Depois que o site The Intercept Brasil divulgou diálogos atribuídos ao procurador, criou-se um clima no MP para que suas ações passem por algum escrutínio.
Na Câmara, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) ainda não sinalizou aos líderes quando vai pautar o projeto que trata do abuso de autoridade, já aprovado pelo Senado. Entretanto, deputados do centrão ouvidos pelo GLOBO afirmam que a proposta já tem um ambiente favorável pela aprovação.
Desde que as supostas mensagens trocadas entre Moro e procuradores vieram a público, deputados passaram a ver o projeto como uma forma de resposta ao que consideram excessos cometidos.
O projeto determina que juízes e membros do MP fiquem sujeitos a uma pena de seis meses a dois anos de detenção se, entre outros pontos, atuarem com “evidente motivação político-partidária”.
Apesar das contestações à força-tarefa da Lava-Jato — cuja renovação é feita anualmente, em setembro — houve avanços da operação neste ano, principalmente no Rio, com prisões como a do doleiro Dario Messer, que estava há mais de um ano foragido, e do empresário Eike Batista. Novas frentes começam a ser abertas com base nas delações do ex-ministro petista Antonio Palocci, assinada pela Polícia Federal, e do lobista Jorge Luz, que operava na Petrobras. Em meio aos obstáculos, o material, já distribuído para as procuradorias no Rio, São Paulo, Curitiba e Brasília, deve dar novo fôlego e empurrar a operação para novos alvos.

Pauta do Supremo
No STF, o caso mais importante para a Lava-Jato é a possibilidade de prisão de réus condenados em segunda instância. O entendimento atual da Corte pode ser flexibilizado, permitindo que os réus permaneçam em liberdade por mais tempo, até que a condenação seja confirmada pela chamada terceira instância, o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No caso do Coaf, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, concedeu liminar a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender temporariamente todas as investigações em curso no país que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo órgão e pela Receita Federal sem autorização prévia da Justiça.
Está marcado para 21 de novembro o julgamento em plenário do caso em definitivo. No fim de 2018, relatório do Coaf apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio. O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, que foi assessor de Flávio quando o filho do presidente Jair Bolsonaro era deputado estadual.

O fator Lula
Outro processo em foco coloca em xeque um instituto bastante usado pela Lava-Jato: a delação premiada. O ministro Edson Fachin pediu a Toffoli para incluir na pauta do segundo semestre o julgamento que decidirá se a delação dos executivos da JBS tem validade, porque os delatores teriam descumprido parte do acordo e omitido informações ao MP.
Na última quarta-feira, o plenário do STF derrubou, por 10 a 1, uma decisão da juíza da 12ª Vara Federal em Curitiba, Carolina Lebbos, que transferiu o ex-presidente Lula para um presídio em São Paulo — novo revés que atingiu a operação.
A Segunda Turma deve julgar o habeas corpus de Lula ainda neste mês. A defesa argumenta que Moro não tinha isenção para conduzir o processo do tríplex.

Principais desafios

Processos disciplinares

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) deve julgar, na próxima terça-feira, dois processos disciplinares contra o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato em Curitiba, por manifestações públicas feitas por ele contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Projeto contra o abuso de autoridade
O centrão se articula na Câmara para aprovar, em regime de urgência, proposta segundo a qual juízes e membros do MP ficam sujeitos a uma pena de seis meses a dois anos de detenção se, entre outros pontos, atuarem com “evidente motivação político-partidária”.

Prisão após condenação em segunda instância
O entendimento atual do STF de que condenados podem ser presos após decisões confirmadas pela segunda instância pode ser flexibilizado. Isso permitiria que os réus permanecessem em liberdade até a confirmação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Percalços

Decisão sobre caixa dois
Em março, o STF decidiu que processos sobre corrupção ligados à prática de caixa dois devem ser enviados para a Justiça Eleitoral. Para procuradores de Curitiba, a decisão enfraqueceu a Lava-Jato.

Manutenção do ex-presidente Lula em Curitiba
O STF derrubou na semana passada decisão da Justiça Federal do Paraná que transferiu o petista para um presídio em São Paulo. Ele está preso em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Decisão sobre o Coaf
Em julho, o presidente do STF, Dias Toffoli, deu liminar para suspender as investigações em curso no país que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e pela Receita sem autorização da Justiça.

N.daR.: Causa espanto e é muito vergonhoso ter que testemunhar a movimentção realizada nos três poderes no sentido de desmoralizar a Lava-Jato e seus integrantes.
Fica cada vez mais do que evidente a tentativa de criação de legislação específica que tem como principal ou único objetivo criar obstáculos que impeçam a condenação ou mesmo a prisão de corruptos e corruptores mormente se este forem integrandes de um desses poderes ou figuras de destaque no mundo financeiro e empresarial.
Sai governo entra governo, não se consegue fazer uma renovação que traga moral, ética, honestidade e bom-senso que imperem como pensamento majoritário na sociedade e naqueles "três poderes".
Até o mais simples cidadão percebe isso.
Juízes, políticos e membros do executivo se julgam sujeitos de direitos pivilegiados diferenciados dos demais cidadãos. Os que operam no mercado financeiro e empreários entendem que o dinheiro está acima de tudo e de todos.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - colunas e blogs
FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO EM CURITIBA PODE SER DISSOLVIDA EM SETEMBRO
Sobrevivência do grupo está nas mãos da procuradora-geral Raquel Dodge

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 10.ago.2019 às 2h01
por Mônica Bergamo

Mônica Bergamo São Paulo - A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, coordenada por Deltan Dallagnol, pode ser dissolvida em um mês —a partir de 9 de setembro. Nesta data, expira o prazo para o seu funcionamento.

NA MÃO
A sobrevivência da tropa especial de investigadores estará então nas mãos da procuradora-geral Raquel Dodge. É ela que tem o poder de renovar o prazo.

EU DIGO SIM
As apostas de procuradores de Curitiba e de Brasília são que ela manterá a força-tarefa —mesmo depois do vazamento de mensagens em que Dallagnol fala mal dela e incentiva a divulgação de informações que poderiam desgastá-la.

RESTA A DÚVIDA
A análise, no entanto, não é consensual.

N.daR.: Há uma clara conspiração de políticos, juízes, membros do governo no sentido de desmoralizar e extinguir a Lava-Jato.
Até para particioantes do governo interessa abafar certos escândalos.
Para os que esperávamos mudanças, assistimos "mais do mesmo"...

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
PETROBRAS VENDE CAMPOS NA BACIA POTIGUAR POR US$ 191, 1 MILHÕES
Empresa aguarda a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 9.ago.2019 às 19h13
por Diego Garcia

Charge: Peu Teles Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (9) a venda de um conjunto de campos de produção, terrestres e marítimos, na Bacia Potiguar, localizados no Estado do Rio Grande do Norte.
O valor da operação foi de US$ 191,1 milhões (R$ 752 milhões), em venda realizada com a SPE 3R Petroleum S.A., subsidiária integral da 3R Petroleum e Participações S.A.
A produção total atual de óleo e gás desses campos é de cerca de 5,8 mil barris de óleo por dia.
O Polo Macau, como é chamado o local, engloba os campos de Aratum, Macau, Serra, Salina Cristal, Lagoa Aroeira, Porto Carão e Sanhaçu.
A Petrobras detém 100% de participação em todas as concessões, com exceção de Sanhaçu, onde tem 50% —os 50% restantes são da Petrogal.
Para fechar a transação, a Petrobras anunciou que aguarda a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A operação é mais um capítulo dos desinvestimentos da Petrobras. A gestão Jair Bolsonaro (PSL), com Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia, vem acelerando esse processo de venda de ativos.

N.daR.: O desmanche da Petrobras segue célere.
Vão-se os anéis e os dedos.
Tudo com o silêncio vergonhoso de políticos, ex-militares ou não.

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha de São Paulo - Painel S.A.
MINISTÉRIO PÚBLICO ABRE INQUÉRITO SOBRE PERDAS DA PETROBRAS APÓS SAÍDA DE PEDRO PARENTE - Ações da estatal fecharam em queda de quase 15% e as da BRF, onde ele já presidia o conselho, ganharam 9%
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 9.ago.2019 às 2h31
por Joana Cunha

Charge: Genildo Joana Cunha São Paulo - Mais de ano após a renúncia de Pedro Parente da presidência da Petrobras, em 1º de junho de 2018, o Ministério Público Federal abre inquérito para apurar as perdas sofridas pela estatal na data do anúncio, feito pela manhã, durante o horário de funcionamento da Bolsa.
Naquele dia, as ações da Petrobras fecharam em queda de quase 15%, enquanto as da empresa de alimentos BRF, para onde o executivo seguiria duas semanas depois, subiram aproximadamente 9%.
Má lembrança Na saída de Parente, no ano passado, a Petrobras perdeu R$ 40 bilhões em valor de mercado em um dia. As negociações dos papéis chegaram a ser suspensas pela B3 devido às oscilações.
Currículo O mercado o via com bons olhos, tanto pela governança como pelos resultados operacionais e financeiros. Sob o comando dele, a Petrobras acelerou o plano de venda de ativos, reduzindo o endividamento e racionalizou a política de preços.
Currículo 2 Parente deixou o cargo na esteira da crise dos caminhoneiros. E, 13 dias depois, aceitou convite para ser presidente-executivo da BRF, onde já ocupava a presidência do conselho de administração. Assumiu o cargo com o aval da comissão de ética da Presidência da República. 
Relógio Questionamento semelhante sobre o horário de divulgação da renúncia de Parente com pregão em curso já havia sido levado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na ocasião, mas não houve conclusão de irregularidades.

N.daR.: Petrobras sempre sendo envolvida por interesses espúrios aos seus objetivos.
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia - Negócios
PETROBRÁS VAI PRIORIZAR INVESTIMENTOS NA REGIÃO SUDESTE - Atividade de exploração e produção, à qual estatal se dedica, vai se concentrar em Rio, São Paulo e Espírito Santo
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 10/08/2019 B10 | On Line 10 de agosto de 2019 | 04h00
por Denise Luna e Fernanda Nunes

Petrobras RIO - A Petrobrás vai se transformar, até 2022, numa empresa do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, segundo o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. A uma plateia de empresários cariocas, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), ele disse que as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural e também o refino vão se concentrar nesses três Estados.
Ele destacou o investimento planejado para o Rio de Janeiro, de US$ 54 bilhões nos próximos cinco anos. Parte desse dinheiro, US$ 20 bilhões vão ser gastos na Bacia de Campo, no norte fluminense, principalmente, para revitalizar campos produtores que entraram na fase de esgotamento e dependem de investimento para ganhar sobrevida.
Além disso, a Petrobrás reservou US$ 4 bilhões para trazer gás do pré-sal da Bacia de Santos até a costa, transportá-lo até o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e tratá-lo numa unidade de processamento de gás (UPGN) que está sendo construída.
Para Castello Branco, “o Comperj é um desastre”. Ainda assim, a estatal estuda fazer uma parceria com a chinesa CNPC para dar continuidade à construção do complexo petroquímico. Uma das alternativas avaliadas, disse ele, é instalar no terreno uma usina térmica a gás natural.
Hoje, 4,5 mil pessoas trabalham na construção da UPGN, das quais 90% foram recrutadas na cidade de Itaboraí, onde começou a ser instalado o Comperj. Com a suspensão da refinaria que funcionaria no local, a economia da cidade entrou em crise. Agora, na fase de montagem da unidade de processamento de gás, as contratações foram retomadas. Para o ano que vem, a expectativa é que 7,5 mil pessoas estejam trabalhando na construção.
“Temos muito foco no Estado do Rio de Janeiro, que vai se beneficiar se utilizar bem os recursos gerados pelo petróleo”, disse Castello Branco.
Mais uma vez, Castello Branco afirmou que a prioridade da estatal é o pré-sal, além da continuidade do processo de redução dos custos. “Estamos nos preparando para viver bem com o petróleo a US$ 50 e até menos”, disse. “Porque sabemos que não só estamos numa indústria cíclica, como também pelo fato de o petróleo tender, ao longo do tempo, a se desvalorizar.”
Ele diz que, diante das inovações tecnológicas e da preocupação da sociedade com o meio ambiente, o consumo de petróleo e combustíveis fósseis vai cair. “A demanda vai crescer lentamente até estagnar e reduzir. Isso explica a nossa ânsia em investir no pré-sal e, ao mesmo tempo, a busca por custos baixos”, disse.

Meio ambiente
Castello Branco assinou na sexta-feira, 9, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelos prejuízos causados pelo Comperj em Itaboraí e cidades vizinhas. A empresa é ré em um processo movido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, junto ao governo do Estado e o Inea.
No primeiro TAC de cinco que deverão ser assinados, os réus terão de pagar R$ 815 milhões em melhorias na região, principalmente saneamento.
Parte dos recursos serão destinados a esgotamento sanitário (R$ 60 milhões para Itaboraí e R$ 10 milhões para São Gonçalo); apoio financeiro para o Plano Municipal de Mobilidade Urbana; e apoio Financeiro para o Plano Municipal de Habitação.

N.daR.:
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia - Negócios
BR AVALIA CRIAR EMPRESA PARA ENTRAR EM ETANOL - Concluída a privatização, distribuidora passará a atuar em dez frentes para buscar rentabilidade próxima à de Raízen e Ipiranga; entre as iniciativas está a formação de uma companhia que comprará e venderá álcool, inclusive para redes concorrentes
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 10/08/2019 B10 | On Line 10 de agosto de 2019 | 04h00
por Fernanda Nunes e Cristian Favaro

Logo da BR Disribuidora - Reuters RIO E SÃO PAULO - Concluída a privatização, a BR Distribuidora pretende atuar em dez frentes para tentar alcançar rentabilidade compatível à obtida por concorrentes do setor privado.
As medidas para modernizar a distribuidora foram definidas por um grupo de trabalho que inclui diretores e gerentes. Entre as iniciativas, está a entrada no negócio de comercialização de combustíveis, comprando de diferentes fornecedores, inclusive no exterior, e vendendo até mesmo para concorrentes. Nessa linha, a BR avalia criar uma empresa para atuar no segmento de etanol.
Em outra frente, a distribuidora quer expandir a capacidade de produção de sua fábrica lubrificantes em 15 milhões de litros por mês. A produção atual de 27 milhões de litros mensais deve chegar a 42 milhões de litros em 2022. A empresa pretende ainda formar um sistema próprio de pagamentos, que fidelize ainda mais seus clientes.
Segundo Rafael Grisolia, presidente da BR Distribuidora, as dez medidas de modernização já estão em andamento, mas o resultado de algumas devem ser percebidos mais rapidamente no balanço da companhia do que outros. “Gestão de custos e aquisição de produtos são iniciativas que, naturalmente, devem retornar resultados de maneira mais rápida”, afirmou Grisolia ao Estadão/Broasdcast, por e-mail.
No geral, as iniciativas perseguem cortes de custo, ganhos de eficiência, entrada em novos negócios e saída de outros. Faz parte do programa, por exemplo, mudar o sistema de precificação. A BR vai começar a adotar um modelo segmentado por microrregião, no qual há uma diferenciação de preço por cliente, dependendo do local no qual está e também o volume de produtos que consome.
A BR também aposta nas lojas de conveniência para ampliar os negócios. “A conveniência é um dos pilares de crescimento”, afirmou Grisolia. “No momento, estudamos alternativas de modelo de negócio que permitam a captura de valor em toda a cadeia de conveniência.”

Líder só no tamanho
Todo esforço do grupo de trabalho é para acabar com a lacuna que separa a BR de grandes distribuidoras do setor privado com as quais compete. A BR é dona da maior fatia do mercado de derivados de petróleo no Brasil, mas está longe de apresentar a melhor rentabilidade. Na sua frente estão a Raízen, sociedade da Shell com a Cosan, e a Ipiranga, do Grupo Ultra.
Nos últimos anos, a rede de revenda da BR perdeu espaço para os postos de bandeira branca, segundo analistas de mercado. A avaliação é que a empresa vem sendo afetada pela crise econômica, que faz os consumidores darem prioridade a preços no lugar da marca. Assim, um número maior de pequenas distribuidoras tem conseguido oferecer combustíveis importados a um valor menor e, pouco a pouco, vão ganhando fatias do mercado, principalmente em cima da participação da BR.
Em janeiro de 2011, a BR tinha cerca de 40% de participação no mercado interno de óleo diesel, contra 21% das empresas de bandeira branca, de acordo com estatísticas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Plural, que representa as grandes distribuidoras. Em maio deste ano, a fatia da BR estava em cerca de 30%, ante 28,8% dos concorrentes sem marca.
“Mesmo controlada pela Petrobrás, a empresa já tinha o objetivo de aumentar rentabilidade”, diz Luciano Losekann, professor da Faculdade de Economia da UFF e pesquisador do Grupo de Economia da Energia (GEE) da UFRJ. “Sem o controle estatal, vai ter mais flexibilidade para buscar reduzir custos. Assim, suas metas podem se aproximar da Raízen.”
A empresa alertou esta semana, num formulário de referência a investidores, porém, que o Tribunal de Contas da União e outros órgãos de controle e cortes judiciárias podem considerar que a Petrobrás ainda é a sua controladora ou que ainda exerce posição dominante nos processos decisórios. Em resposta, pode exigir que a BR se sujeite à Lei das Estatais.
Para o analista de Energia e Petróleo e Gás da XP investimentos, Gabriel Francisco, a empresa tem uma corrida para conseguir melhorar o seu custo operacional, hoje na casa dos R$ 80/m³ contra R$ 60/m³ dos seus principais pares. “A melhora que tem de vir na empresa é operacional”, afirma. Sobretudo no que diz respeito à otimização logística e de transporte e gestão de despesas”, disse.

N.daR.: Não há novidade no conteúdo da reportagem.
Desde que administradas de forma mediana, qualquer empresa de distribuição de derivados de petróleo continuará a ser um dos melhores negócios do mundo.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Notas e Informações
O IRREALISMO DOS JUÍZES - Custa crer que membros de uma corporação cujo papel é aplicar as leis simplesmente as descumpram quando elas conflitam com seus interesses, e que protestem quando seus superiores tentam enquadrá-los
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 10/08/2019 A3 | On Line 10 de agosto de 2019 | 03h00
por Notas e Informações

Charge: Ivan Cabral - Justiça apunhalada Cumprindo seu papel fiscalizador, o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Bernardo Moreira Garcez Neto, determinou que 30 juízes fluminenses devolvam os valores gastos com dinheiro público para fazer cursos de pós-graduação no exterior. Como esses magistrados não apresentaram dissertação ou tese, condição obrigatória para a concessão do título de pós-graduado, o desembargador Garcez Neto exige que eles restituam o montante dos salários no período em que estiveram de licença remunerada para estudar. A Corregedoria estima que cada magistrado terá de devolver ao tribunal R$ 1 milhão. Além do ressarcimento, o corregedor fixou o prazo de um mês para que os 30 magistrados comprovem que participaram efetivamente dos cursos em que se matricularam, no período em que estavam em licença remunerada.
Apesar de o Conselho Nacional de Justiça ter baixado há 11 anos a Resolução n.° 64, determinando que “o afastamento de juízes sem prejuízo de seus subsídios e vantagens para cursos de aperfeiçoamento não pode implicar prejuízo para o jurisdicionado, destinatário maior dos serviços judiciários”, a Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) tomou as dores dos magistrados que não apresentaram dissertação ou tese no final de seus cursos de pós-graduação. Em nota, ela anunciou que pedirá ao CNJ a instauração de um procedimento administrativo contra os atos de Garcez Neto.
A situação beira o absurdo. Isto porque, se o CNJ suspender o ressarcimento e a anulação dos atos correcionais baseados numa das resoluções moralizadoras que baixou, a Amaerj estará pleiteando a aplicação de sanção administrativa a um corregedor que descobriu irregularidades no âmbito da corporação que tem, por lei, a obrigação de fiscalizar. Essa inversão de valores e de desrespeito à hierarquia judicial é mais uma demonstração do grau de irrealismo que tomou conta da magistratura.
A entidade alega que, quando os atos correcionais foram tomados, ela enviou à Corregedoria do TJRJ um ofício no qual requeria um aumento do prazo para a apresentação dos documentos e “a reconsideração da forma de intimação”. Também afirma que, como o corregedor mandou arquivar o ofício e não adotar as providências pedidas, a Amaerj teve de “proteger seus associados contra a desnecessária e injustificada exposição gerada” pelas decisões do corregedor, que classificou como “abusivas”.
Em outras palavras, é como se o corregedor-geral do TJRJ não tivesse a discricionariedade necessária para fazer o que acha justo e correto, de acordo com a lei. Mais grave ainda, ele é criticado pela Amaerj por constranger quem obteve licença remunerada para estudar, não completou o curso e sequer apresentou documentos comprovando que participou de atividades escolares ligadas ao seu aperfeiçoamento profissional.
Nesse sentido, a Resolução n.º 64 – cuja redação foi feita com base nas diretrizes da Lei Orgânica da Magistratura Nacional e do Código de Ética da Magistratura – é taxativa. Segundo ela, ao pedir afastamento para estudar no Brasil ou no exterior o juiz deve prestar informações óbvias. Entre elas, nome e local da instituição de ensino, data de início e término do curso, sua pertinência e compatibilidade com as funções judiciais, calendário acadêmico, carga horária, prova de domínio da língua em que as aulas serão ministradas e apresentação de trabalho de conclusão do curso.
Se faltou sensatez à Amaerj, ela sobrou ao CNJ e ao TJRJ. O chefe da Corregedoria do CNJ, ministro Humberto Martins, disse que o caso é de competência do tribunal. Por seu lado, o desembargador Garcez Neto explicitou as regras com base nas quais decidiu e disse que tomará providências se suas determinações não forem cumpridas. Ambos estão certos.
Custa crer que membros de uma corporação cujo papel é aplicar as leis simplesmente as descumpram quando elas conflitam com seus interesses, e que protestem quando seus superiores tentam enquadrá-los.

N.daR.: Se juízes dão esses exemplos, que se repetem sistematicamente, o que esperar da Justiça?
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
BOLSONARO PEDE PRIVATIZAÇÃO DE AO MENOS UMA ESTATAL PEQUENININHA POR SEMANA - Presidente disse que fez pedido ao secretário de Desestatização, mas reconheceu que processo não é fácil
Publicado: O Globo - Impresso - 09/08/2019 - Pág. 21 | On Line 09/08/2019 - 18:31 / Atualizado em 10/08/2019 - 00:07
por Daniel Gullino e Gustavo Maia

Charge: Ricardo Welbert BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que pediu ao secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, que privatize ao menos uma empresa estatal pequenininha por semana. Bolsonaro reconheceu que a privatização não é um processo fácil e ressaltou que a venda de parte delas precisa da autorização do Congresso.
— Tá com o Salim Mattar essa proposta. Não é fácil privatizar também. O que eu falei com o Salim Matar: "Salim, pelo menos umazinha por semana você tem que resolver, tá certo? Umazinha. Uma estatal 'pequeninha'. Começa por aí. As maiores, vai ter problema. Em grande parte, passa pelo Parlamento brasileiro — disse, na saída do Palácio da Alvorada.
O presidente criticou a gestão das estatais em governos passados, dizendo que eram "focos de corrupção". Ele citou especificamente a Petrobras, fazendo referência ao trabalho do ministro Sergio Moro (Justiça), que estava ao seu lado, como juiz da Operação Lava-Jato e lembrou que um dos seus antigos partidos, o PP, tinha indicados na diretoria da empresa. Bolsonaro ainda citou o Correios e o seu fundo de pensão, o Postalis.
— Nós querermos é...Com todo o respeito, o que é que foram estatais até o ano passado? Focos de corrupção, apadrinhamento político. Olha a Petrobras, tá aqui o Moro, fala melhor do que eu. Olha a Petrobras. Meu partido teve gente indicada para a Petrobras. Olha os fundos de pensões, indicações políticas. Olha os Correios comprando papeis de Hugo Chávez. Por isso talvez está faltando papel higiênico lá na Venezuela, talvez por causa disso. Quebraram o Postalis, pô. Emprestando dinheiro aí...Olha o BNDES, com uma ação política.

Imposto de Renda
Mais cedo, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou À imprensa que continuará a defender junto à equipe econômica que contribuintes que ganhem até cinco salários mínimos, cerca de R$ 5 mil , fiquem isentos de pagar o Imposto de Renda (IR). A proposta foi anunciada por ele durante a campanha eleitoral, no ano passado. Hoje, o limite de isenção do IR é de R$ 1.903,98.
- Falei durante a campanha, falei isso aí, sim, tinha conversado com o Paulo Guedes [atual ministro da Economia]. Vou continuar batendo nessa tecla, porque eu acho que quem ganha até cinco [salários] mínimos, em grande parte, tem o imposto retornado para ele. Então se a gente puder. facilitar a vida deles, né?, seria muito bom, no meu entender - declarou.

N.daR.: Bolsonaro citou que "a gestão das estatais em governos passados" " eram focos de corrupção".
Citou, como exemplos, a Petrobras, Correios e seu fundo de pensão, o Postalis.
Ora bolas, se sabe de tudo isso por que não manda apurar e cobrar a punição dos envolvidos e o ressarcimento dos rombos causados?
Por que não manda apurar com a necessária efetividade o que aconteceu/acontece na PETROS?
Será que é por conivência? Ou qual seria a outra explicação?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
SOB FOGO CRUZADO
Publicado: O Globo - Impresso - 10/08/2019 - Pág. 2 | On Line Tribuna do Norte 10/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Dallagnol ganhou notoriedade depois que os ataques ao ministro da Justiça não resultaram em seu afastamento.

Merval Pereira O chefe dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol, é o principal alvo das ações contra a Operação Lava-Jato, cujos autores encontraram entre si interesses pessoais e familiares maiores do que as eventuais divergências políticas.
Dallagnol ganhou a prioridade depois que os ataques ao atual ministro da Justiça Sérgio Moro não resultaram nem em seu afastamento, muito menos na possibilidade de anular julgamentos seus quando juiz. Moro continua sendo o ministro mais popular do governo Bolsonaro, embora tenha perdido apoio no decorrer dessa campanha, que ainda está em andamento.
Dependerá do Supremo Tribunal Federal (STF) definir se a ilegalidade com que foram conseguidos os diálogos entre Moro e Dallagnol, e dos procuradores entre si, não é empecilho para usá-los como prova.
Não há discussão de que provas ilegais não podem servir para condenar alguém, mas há jurisprudência a favor de que elas podem servir para inocentar. Caso seja esse o entendimento da maioria dos ministros do STF, interessados poderão apelar para anular julgamentos presididos pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da Operação Lava-Jato.
Será preciso, no entanto, comprovar que os diálogos não foram montados para, em seguida, provar que determinado julgamento foi influenciado por atitudes e decisões reveladas nos diálogos ilegais. Um longo caminho, portanto, e, até agora, os diálogos servem apenas ao ex-presidente Lula.
Todos se referem a seus processos, o que reforça a crítica de que a divulgação teria o objetivo de anular sua condenação. Os demais diálogos atingem os procuradores de Curitiba e, em especial, Deltan Dallagnol, que vê semelhança entre o que está acontecendo contra a Operação Lava-Jato ao que ocorreu na Itália, com a Operação Mãos Limpas.
A tentativa seria de desacreditar os agentes de acusação. Há informações de que ministros do Supremo tentam formar maioria no Conselho Nacional do Ministério Público para conseguir, se não afasta-lo da Lava-Jato, pelo menos puni-lo.
Como ele é o promotor natural do caso, e tem a inamovibilidade garantida pela Constituição, procura-se uma maneira de desgasta-lo. Oministro do STF Gilmar Mendes é o adversário mais visível do que chama de “República de Curitiba”. Aliadas a ilegalidades que denuncia há muito, Gilmar tem também razões pessoais. E com razão, pois se tornou também alvo de ações dos procuradores, que conversaram várias vezes sobre como pegá-lo em atitudes ilegais.
Até agiram para conseguir seu impeachment, auxiliando o partido Rede a tentá-lo. A guerra declarada entre as partes está deflagrada há muito tempo, e onde Dallagnol vê ações legítimas, Gilmar vê atitudes de gângsters.
Contra Gilmar, há o fato de que nenhuma das ações reveladas pelos diálogos se concretizaram, como investigações, que seriam ilegais, dos procuradores sobre ministros do STF, ou a criação de uma empresa para coordenar palestras. Mesmo que tenham pensado nisso, como revelam os supostos diálogos, nada de concreto saiu daí.
Mesmo as ironias e brincadeiras entre os procuradores sobre investigações do ministro Gilmar Mendes não tiveram consequências práticas.

N.daR.: Há uma certeza absoluta: No Brasil não se pode investigar, processar e condenar se for o caso juízes dos tribunias superiores, e políticos.
Se isso for tentado, mentiras, falácias e a construção de uma trama protetora dos corruptos será imediatamente criada a fim de enxovalhar aqueles que são os investigadroes.
Mesmo que cumprindo com suas obrigações,por dever de ofício, se fará de tudo para os cassos sejam esquecidos concomitantemente com o prévio afastamente daqueles que ytrabalhacam em cada cao.
Dallagnol, Moro e outros muitos estão neste caso.
Muda presidência, sempre com promessas de melhorias várias, mas nada muda de verdade.
Triste país, onde a corrupção é endêmica.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Valor Econômico
ACIONISTAS APROVAM NOMES INDICADOS PELA UNIÃO AO CONSELHO DA PETROBRAS
Publicado: Valor Econômico - On Line 09/08/2019 às 17h04
por André Ramalho

Walter Mendes Os acionistas da Petrobras aprovaram hoje, em assembleia extraordinária, a eleição de Nivio Ziviani e Walter Mendes de Oliveira Filho para o conselho de administração da estatal. Ambos foram indicados pela União, como acionista controlador.
Os dois novos conselheiros independentes foram eleitos para concluir os prazos de gestão dos ex-conselheiros Durval José Soledade Santos e Jerônimo Antunes, que renunciaram em janeiro e abril, respectivamente. O mandato de ambos vai até a assembleia geral ordinária de 2020.
Ziviani é engenheiro mecânico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC) e pós-doutorado em Ciência da Computação pela Universidade de Waterloo, Canadá. É especialista em tecnologia da informação e professor emérito do Departamento de Ciência da Computação da UFMG.
Já Walter Mendes de Oliveira Filho é economista, foi chefe de pesquisa de investimento do Unibanco, diretor da América Latina da Schroder Investment Management Plc., presidente da Petros e atualmente é presidente da Funcesp . Foi conselheiro da Petrobras, eleito pelos acionistas minoritários.
O conselho de administração é formado, hoje, por dez nomes: o presidente do colegiado, Eduardo Bacellar Leal Ferreira; Roberto Castello Branco, Ana Zambelli, Clarissa Lins, João Cox, Nivio Ziviani, Walter Mendes de Oliveira Filho, Danilo Ferreira da Silva (eleito pelos empregados), Marcelo Mesquita e Sônia Júlia Sulzbeck Villalobos (eleitos pelos minoritários).
Os acionistas aprovaram também a deslistagem das ações da Petrobras da Bolsas y Mercados Argentinos S.A. (BYMA). A operação será feita através de um processo de retirada voluntária, sem a necessidade de se efetuar uma oferta pública de ações.
Em 31 de maio de 2019, a Petrobras detinha 26.047.510 ações ordinárias e 34.683 ações preferenciais, representativas de 0,20% do capital total da companhia, custodiadas na Caja de Valores da Argentina. O volume diário médio negociado em 2018 no mercado argentino foi de 75,5 milhões de pesos argentinos, equivalente a US$ 2,6 milhões, o que representa apenas 0,3% do valor médio diário negociado em ações da Petrobras considerando-se todas as bolsas nas quais as ações da empresa estão listadas.
"Diante da modernização dos mercados, que facilitou o acesso de investidores às bolsas internacionais, da reduzida relevância do mercado argentino para a liquidez das ações da companhia e dos custos inerentes à listagem de ações em bolsas de valores, a manutenção da negociação das ações da Petrobras na Argentina deixou de ser vantajosa para a companhia", esclareceu a Petrobras no manual da assembleia. Segundo o documento, a manutenção de um representante legal na Argentina custa cerca de R$ 500 mil por ano.

N.daR.: Walter Mendes pula de galho em galho: Unibanco, Schroder lnvestment Management Brasil, Itáu, Petros, Funcesp e agora Petrobras.
Seria interessante saber quem o indicou. Talvez, instituições financeiras?
Certamente não foi pela desastrosa administração que realizaou na PETROS. Lá prometia, mas não cumpria.
Até que pediu demissão, deixando um caos muito maior do que herdou das administrações anteriores, por mais difícil que se pudesse acreditar que isso fosse possível.
Então é de se perguntar: Qual a missão que deverá cumprir no Conselho de Administração da Petrobras para o qual foi inidicado?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
RENAN TENTA AFASTAR DALLAGNOL DA LAVA JATO
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 09 de agosto de 2019 | 05h00
por Coluna do Estadão

Renan Calheiros Na esteira do desgaste provocado pelo episódio dos hackers e dos ataques à Lava Jato, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) acrescentou mais um pedido ao processo que move contra Deltan Dallagnol: o de afastamento do procurador do MPF. Em março, Renan protocolou a reclamação disciplinar alegando que o coordenador da Lava Jato, após ter tentado intervir na sua reeleição, influenciou na disputa pela presidência do Senado. Segundo ele, Dallagnol fez comentários em redes sociais que o prejudicaram e deixaram um claro viés eleitoral.
Contra… Renan recorreu ao Conselho Nacional do Ministério Público, que analisará o pedido na terça-feira. Para o senador, Dallagnol funciona como “ativista do cotidiano político”. A assessoria da Lava Jato não quis se manifestar.
…ataque. Renan é investigado no inquérito-mãe da Lava Jato, que apura a formação de uma quadrilha para fraudar a Petrobrás. Ele também é alvo de outras investigações no Supremo Tribunal Federal.

N.daR.: Nada muda.
O Renan, possuidor de um currículo especial que inclui sua renúncia à presidência do Senado para não ser condenado, volta a atacar todos os que combatem a corrupção.
Entre os políticos, é um dos que mais se incomada ao ouvir falar em transparência, honestidade e moral.
Mas, com o que está acontecendo no atual governo de Bolsonaro, tudo é possível.
Trata-se de mais do mesmo aos olhos do povo que o elegemos.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Espaço Aberto
CONFUSÃO DESNECESSÁRIA
O ex-presidente Lula deveria cumprir pena num presídio, mas a transferência tem de ser feita de forma coordenada

Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 09/08/2019 A3 | On Line 09 de agosto de 2019 | 03h00
por Notas e Informações

Charge: Moisés - Fã-clube do Lula É um evidente despautério que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva siga cumprindo na sede da Polícia Federal em Curitiba a pena que a Justiça lhe designou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O líder petista deve cumprir a pena de prisão num presídio. É esse o destino que a lei reserva a todo e qualquer cidadão que tente viver fora dela. No entanto, a transferência para o lugar que lhe cabe deve ser feita de forma coordenada, com as precauções que as circunstâncias do caso exigem. Modos açodados não se ajustam à finalidade da Justiça, sendo ocasião para atiçar a falsa tese de que o sr. Lula da Silva seria um perseguido político.
Com razão, a Superintendência Regional da Polícia Federal em Curitiba solicitou a transferência do presidiário Lula da Silva para o Estado de São Paulo. A manutenção de Lula da Silva nas instalações da Polícia Federal é um estorvo para a rotina do órgão, que não tem função de carcereiro de ex-presidente condenado. Além disso, não há motivo legal para que o líder petista cumpra pena numa sala da Polícia Federal.
Essa situação anômala remonta ao mandado de prisão expedido em abril de 2018 pelo então juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro: “Em razão da dignidade do cargo ocupado, foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintendência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física”.
O que devia ser para “início do cumprimento da pena” estendeu-se de forma anômala e é preciso retornar à rotina da Polícia Federal em Curitiba e ao regular cumprimento da pena por parte do sr. Lula da Silva. Mas a transferência do ex-presidente deve, repetimos, ser feita de forma coordenada.
Por exemplo, diante da decisão da juíza da 12.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Carolina Lebbos, determinando a transferência de Lula para o Estado de São Paulo, o Palácio dos Bandeirantes iniciou os preparativos para montar, para o ex-presidente, uma sala de Estado Maior num quartel. Ou seja, o condenado trocaria o local do cumprimento da pena, do Paraná para São Paulo, mas a situação irregular se perpetuaria.
Depois da decisão da juíza Lebbos, a Vara de Execução Penal de São Paulo, que tem competência para determinar o destino dos presos em São Paulo, autorizou a transferência de Lula para a Penitenciária II de Tremembé, no Vale do Paraíba, que é um estabelecimento modelo e pode, com toda segurança, albergar o líder petista.
Nenhuma das duas decisões da Justiça - seja a de Curitiba, seja a de São Paulo - contém qualquer irregularidade. No entanto, deve-se reconhecer que faltou prévia coordenação, tendo em vista as peculiaridades do caso. O ex-presidente Lula não tem porque receber tratamento privilegiado, mas é fato que sua transferência requer cuidados especiais.
Atendendo a um pedido da defesa de Lula, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a transferência. Por maioria de votos, o plenário entendeu que o ex-presidente Lula deve permanecer em Curitiba até o julgamento do Habeas Corpus (HC) 164493, no qual se discute a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nas ações penais relativas ao líder petista.
Diante das circunstâncias excepcionais do caso, o STF optou pela prudência. De toda forma, não assiste razão à defesa de Lula quando qualifica de “descabida” e “ilegal” a transferência do ex-presidente para estabelecimento prisional. Não existe direito a cumprimento de pena em sala de Estado Maior. A lei refere-se a esse tipo de acomodação para prisões temporárias ou preventivas. Pena não deve ser cumprida em cela contemplada com privilégios e prerrogativas.
Há quem considere que um ex-presidente deve receber regalias na prisão. Mas isso não está na lei. Melhor, então, que propostas com tal grau de indecência sejam apresentadas ao Legislativo. Que os juízes não tenham de fazer esse trabalho de rebaixamento da consciência nacional, dando privilégio a quem não fez por merecer.

N.daR.: Nada muda.
O STF mais uma vez procura privilegiar bandidos condenados dando para alguns privilegiados condições especiais e muito melhores.
Condenado é condenado, não importa sua origem ou estirpe.
Enaquanto isso, Paulo Guedes e Bolsonaro andam de mãos dadas com o STF.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Espaço Aberto
JOGOS DA NOVA TEMPORADA
Um governo que era contra a corrupção na hora H ajuda Toffoli a neutralizar o Coaf

Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 09/08/2019 A2 | On Line 09 de agosto de 2019 | 03h00
por Fernando Gabeira

Fernando Gabeira Com a volta do Congresso e do STF, o delicado equilíbrio de forças entre os três Poderes precisa ser decifrado.
Comecei a ler o livro Os Onze, de Felipe Recondo e Luiz Weber, na busca de mais informações sobre os bastidores e a história recente do STF. A ideia era entender melhor como esse Poder se desdobra no futuro próximo. Constatei no livro que um marco profundo na dinâmica do STF foi a morte de Teori Zavascki. Não só foi alterada a correlação de forças entre eles, mas perdeu-se uma figura agregadora. Isso impulsionou a criação de ilhas independentes, com grande desenvoltura para decisões monocráticas.
Mas a grande linha divisória desde o princípio foi a Lava Jato. Poucos sabem, mas a operação chegou de certa forma ao próprio STF. Foi um episódio ligado à Construcap, que doara R$ 50 mil a um membro do PT com nome Toffoli. Parecia ser o do ministro. No mesmo ano, o irmão de Toffoli disputou as eleições como deputado estadual. O mal-entendido deixou cicatrizes.
Nas suas mais recentes decisões, Toffoli comportou-se como diante de cerco se fechando contra ele. E se antecipa de uma forma que faz do STF não um contrapeso democrático, mas um novo peso pesado em nossos temores.
Toffoli começou criando um inquérito guarda-chuva para combater acusações ao STF. Agregou Alexandre de Moraes como seu delegado. O que surgiu disso? Buscas na casa de pessoas que apenas criticavam o Supremo. E logo em seguida a censura à revista Crusoé, precisamente a que tinha revelado relações financeiras atípicas entre ele e sua mulher.
Num novo passo, Toffoli proibiu as investigações a partir de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), quebrando o ritmo dos trabalhos, rompendo acordos internacionais, dificultando até a entrada do Brasil na OCDE.
Agregou o presidente Bolsonaro, uma vez que atendeu a um pedido da defesa de Flávio.
Finalmente, Alexandre de Moraes suspendeu a fiscalização de ministros do Supremo e outras autoridades, alegando serem tendenciosas.
Um manifesto de 195 auditores afirma que são cruzamentos automatizados que definem o objeto de fiscalização mais rigorosa. Não há nada de pessoal ou político nisso.
Tanto Toffoli como Gilmar Mendes condenam, com razão, os vazamentos. Mas, ora, basta punir quem vazou. Na realidade, os vazamentos que prejudicam os investigados acabaram se transformando em algo contraproducente no fim das investigações.
O presidente Bolsonaro assinou uma medida provisória colocando a Funai no Ministério da Agricultura. Derrotado, assinou de novo, o que é ilegal numa mesma legislatura. O Supremo funcionou como um contrapeso. Mas quem funcionará como contrapeso quando o STF avança? O Congresso, a outra ponta do triângulo, observa com uma resistência localizada no Senado o pedido de CPI da Lava Toga.
Nesses últimos movimentos, Toffoli e Moraes investiram contra a liberdade de imprensa e agora criam um cinturão de aço protegendo alguns ministros e suas mulheres da fiscalização financeira.
Para completar o quadro, o diretor do Coaf, Roberto Leonel, está sendo pressionado a sair porque Bolsonaro não gostou de suas críticas à decisão de Toffoli proibindo o Coaf de levantar pistas para órgãos de investigação. Como não protestar contra a decisão de Toffoli, se atinge o núcleo de sua atividade, que é o controle das atividades financeiras? E mais: atinge também compromissos externos do Brasil.
A briga pela domesticação do Coaf é uma briga feia. Toffoli e Bolsonaro estão juntos, a esquerda está se lixando para o Coaf. O próprio Moro se vê diante da perda do Coaf e, agora, da de seu indicado para dirigi-lo. No quesito engolir sapo, segue no seu aprendizado político.
Era um governo contra a corrupção e, na hora H, ajuda Toffoli a neutralizar o Coaf... A ideia geral não era seguir o dinheiro? Agora é proibido seguir o dinheiro.
O Congresso tem se fixado na reconstrução econômica, o que é a prioridade indiscutível. Por algumas manifestações de Rodrigo Maia, críticas à Lava Jato, sente-se que o clima ali, com exceção do pequeno núcleo no Senado, tende a ser favorável a essa movida de Toffoli e Bolsonaro.
Há muito caminho pela frente: plenário do Supremo, resistência institucional, pressão externa – pode ser que o bom senso ainda prevaleça. De qualquer forma, um novo capítulo se abre também com a chegada do inquérito dos vazamentos da Lava Jato. Vem para as mãos de Moraes. O conteúdo das mensagens poderá trazer novas tensões, sobretudo num ponto sensível: investigação de ministros.
Os ministros que divergem da Lava Jato não são só ilhas, mas um arquipélago no STF. Algumas vulcânicas e em erupção, como Toffoli, que neutraliza o controle efetivo de transações financeiras para atender, entre outros, o filho do presidente, as mulheres dos ministros.
Parece-me às vezes uma utopia. Nem Trump está livre desse incômodo.
A ideia geral é de que a lei vale para todos. De certa maneira, o País terá de chegar a um acordo sobre isso, pois transcende as divergências com a Lava Jato. Um sistema de controle de transações financeiras é essencial para combater o crime organizado, o terrorismo e a própria corrupção. Ele ultrapassa os limites nacionais pela troca de informações. É um sistema de defesa coletivo.
O cerne das divergências sobre a Lava Jato é a prisão em segunda instância. Se cair esse dispositivo, os presos por corrupção serão libertados. O impacto real será menor do que bloquear investigações. Pelo menos foi tudo desvendado. Na situação atual, simplesmente nada saberíamos. Estamos no limbo, uma palavra que significa margem, esquecimento, mas também, no sentido religioso, aquele lugar para onde antigamente iam as crianças inocentes. Hoje não vão mais para o limbo. Vão para o céu. O que certamente não será o nosso caso.

N.daR.: O Governo, a exemplo dos anteriores, se movimenta para proteger os seus e àqueles que o seguem cegamente.
O combate à corrupção, carro-chefe da eleição de Bolsonaro, foi apenas uma armadilha para os incautos que acreditamos nele.
Tira-se do COAF as suas atribuições básicas que são as de detectar e investigar operções anormais no mercado financeiro/bancário.
Moro já foi colocado na frigideira e, quem sabe, está com os dias contatos. A falta de apoio para seu trabalho de combate à corrupção é mais do que evidente, a começar pelo conchavo entre o Planalto e o STF, para proteger Flávio Bolsonaro.
Bolsonaro, "pior a emenda do que o soneto".

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS VENDE PARTICIPAÇÃO EM EMPRESA DE BIOCOMBUSTÍVEL PARA A GALP POR R$ 24,7 MILHÕES - Conclusão do negócio depende ainda da aprovação do Cade
Publicado: O Globo - On Line 08/08/2019 - 20:02 / Atualizado em 08/08/2019 - 20:05
por Ramona Ordoñez

Belem Bioenergia - BBB RIO - Em Prosseguimento ao seu programa de venda de ativos em áreas que não são mais prioritárias, a Petrobras informou que assinou nesta quinta-feira contrato de venda de sua participação de 50% na Belem Bioenergia Brasil (BBB), empresa produtora de óleo vegetal e biocombustível.
A fatia da estatal foi vendida por R$ 24,7 milhões para a Galp Bioenergy, que detém os outros 50% de participação na empresa criada em 2011.
A Galp é parceira da Petrobras na exploração em vários campos no pré-sal na Bacia de Santos.
Segundo a estatal, os R$ 24,7 milhões da operação serão retidos pela Galp até dezembro de 2020 para potenciais pagamentos de indenizações. O fechamento do negócio está sujeito ao cumprimento de condições precedentes usuais, tais como aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
No primeiro semestre do ano, a Petrobras já obteve receita de US$ 15,1 bilhões com a venda de ativos.  No próximo dia 16, a estatal vai receber as propostas dos potenciais compradores da Liquigás,  subsidiária responsável pela distribuição de GLP (gás de botijão) no país, um negócio que o mercado estima ser da ordem de R$ 3 bilhões.

N.daR.: A empresa compradora é de origem portuguesa.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
AO QUE PARECE, PETROBRAS TERÁ QUE CRIAR SUA "DIRETORIA POLÍTICA"
Publicado: O Globo - On Line 08/08/2019 11:00
por Ancelmo Gois

Ancelmo Gois A estatal talvez tenha de criar uma diretoria “política” para tratar de assuntos como a retenção dos navios iranianos carregados de milho (com toda pinta de que a ordem veio de Brasília) e a suspensão do contrato com Felipe Santa Cruz, presidente da OAB.



Fontes: O Globo - Opinião
REDUÇÃO DE 40% NO PREÇO DO GÁS DA BOLÍVIA PODE SOBRAR PARA PETROBRAS
Publicado: O Globo - On Line 09/08/2019 04:30

‘Eu também quero’
A redução de 40% no preço do transporte de gás da Bolívia fez um empresário do setor admitir que pode ir à Justiça pedindo uma queda igual para os gasodutos locais. No fim, essa conta pode sobrar para a Petrobras.

N.daR.: Para descontruir ou desmanchar a Petrobras tudo é válido, inclusive a omissão e incontinência verbal inconsequente de Bolsonaro.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
MORO E O IMAGINÁRIO POPULAR
Publicado: O Globo - Impresso - 09/08/2019 - Pág. 2 | On Line Tribuna do Norte 09/08/2019 00:00
por Merval Pereira

O presidente Bolsonaro desejaria criar um clima de instabilidade ou será apenas um irresonsáve?

Merval Pereira Que Jair Bolsonaro é um provocador, não há dúvida. Ele mesmo já admitiu em entrevista a Jô Soares que, se não dissesse barbaridades como que o então presidente Fernando Henrique deveria ser fuzilado, ou que o golpe de 64 deveria ter matado mais gente, ele não estaria sendo entrevistado.
Foi como agente provocador que foi preso quando ainda estava no Exército, por ter planejado ataques com bombas em locais estratégicos, para protestar contra o soldo militar. Foi absolvido por falta de provas, mas teve que sair do Exército como capitão, e começar uma carreira política exitosa, que o levou à Presidência da República, sempre na base da provocação política.
Agiu como provocador quando, ao votar a favor do impeachment da então presidente Dilma, exaltou o torturador Brilhante Ustra, a quem chamou de “herói”. A questão agora é saber aonde o presidente quer chegar com as provocações quase diárias.
O “agente provocador” é um player político tradicional, que radicaliza posições para levar um grupo, ou uma pessoa, a atitudes extremas que lhe serão prejudiciais, ou provocarão reações desestabilizadoras.
Os black blocks são exemplo de grupo de ação política radical que, pelas manifestações de vandalismo, são, ou favorecem, a atuação dos “agentes provocadores”. Em nossa história política recente, temos o exemplo do Cabo Anselmo, que atuou a favor da Revolta dos Marinheiros, um dos estopins do golpe de 1964. Anselmo era um “agente provocador” a serviço dos golpistas.
Quererá o presidente Bolsonaro criar um clima de instabilidade, ou será apenas um irresponsável que usa uma metralhadora giratória (loose cannon, na expressão militar)?
Quando se referiu ao pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz (foto, acima), como um terrorista que foi justiçado pelos companheiros guerrilheiros, estava provocando um debate que já estava enterrado, sobre a ação da esquerda armada contra a ditadura militar.
O Estado brasileiro já admitiu sua culpa na morte e desaparecimento de prisioneiros políticos, e assumiu a obrigação de indenizá-los, ou suas famílias. Também se criou um mecanismo de compensação financeira para os que conseguem provar que foram prejudicados em suas carreiras pela perseguição política que sofreram no período da ditadura militar.
Mesmo um presidente da República de extrema direita, como Bolsonaro, não tem o direito de querer trazer de volta o país a uma confrontação que já está superada pela História. Mas o presidente parece ter prazer em confrontações, não sabe viver em uma sociedade pacificada.
Ontem, recebeu Maria Joseíta, viúva de coronel Brilhante Ustra, e voltou a chamá-lo de “herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”. Poderia ter recebido a viúva do seu “herói” em sua casa, no Palácio da Alvorada, mas a recebeu no Planalto, dando ares oficiais ao encontro.
Deu, no dizer do advogado Miguel Reale Jr., “um tapa na cara da civilização”, ao elogiar alguém acusado pelo Estado brasileiro de torturador.
Mas nem só de provocações políticas vive o presidente. Para justificar a indicação de seu filho Eduardo para embaixador em Washington, disse que um filho de alguém será indicado, “e por que não o meu?”.
Ao anunciar a medida provisória que acaba com a obrigatoriedade de empresas publicarem seus balanços em órgãos de imprensa de veiculação nacional, ele não escondeu a intenção de afrontar os jornais que considera seus inimigos, “essa imprensa que eu tanto amo”.
Referiu-se a uma reportagem do GLOBO sobre 102 parentes entre si, ligados à sua família, que foram contratados ao longo dos anos pelos gabinetes dele próprio e de seus filhos, e ao jornal “Valor Econômico,” editado pela Editora Globo, especificamente, para, aos risos, dizer irônico que estava tomando aquela decisão “para ajudar a imprensa de papel”.
Enfraquecer as instituições democráticas é um objetivo de todo governo autoritário.

N.daR.: Bolsonaro joga inconsequentemente com a tolerância do povo.
Se há que tomar cuidado com quem votamos nele, que dirá com os demais 70% da população.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PARA FECHAR AS CONTAS, GOVERNO QUER R$ 13 BI DE DIVIDENDOS DAS ESTATAIS
Na tentativa de não estourar meta fiscal deste ano, equipe econômica vai mandar ofícios para as empresas federais pedindo antecipação do pagamento de dividendos; Caixa, que tem como único acionista a União, deve enviar metade de seu lucro para o Tesouro

Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 08/08/2019 B1 | On Line 08 de agosto de 2019 | 04h00
por Adriana Fernandes

Fazendo caixa - Charge: Genildo BRASÍLIA - Para não deixar os ministérios pararem por falta de dinheiro, a equipe econômica vai pedir ajuda das estatais federais para desbloquear as despesas do Orçamento e fechar as contas deste ano. A estratégia é conseguir R$ 13 bilhões com a antecipação de dividendos dessas empresas, informam fontes graduadas da equipe econômica. Dividendo é a fatia do lucro das companhias que é distribuída aos acionistas.
A Caixa Econômica Federal, que fez várias vendas lucrativas no primeiro semestre, e tem como único acionista a União, é o principal alvo. Outros bancos públicos, como BNDES, também serão chamados a dar a sua contribuição.
O Estado apurou que o Ministério da Economia vai mandar ofícios para as estatais pedindo que estudem a possibilidade de antecipar a distribuição de dividendos do primeiro semestre de 2019. Conversas já começaram a ser feitas com os dirigentes dos bancos oficiais.
A eventual devolução vai respeitar as posições técnicas das empresas e a política de dividendos. Por exemplo, a Caixa tem de pagar os dividendos obrigatórios de 25% do lucro. Pela sua política de dividendos, o banco pode distribuir outros 25%, totalizando 50%. Ou seja, a metade do lucro do banco, que vai ser anunciado na semana que vem, deve ir para os cofres do Tesouro.
A equipe econômica vai recorrer a essa medida para não ter de pedir ao Congresso a aprovação de projeto com mudança da meta fiscal deste ano, que é de até R$ 139 bilhões.
Com a atividade econômica fraca e a expectativa menos receitas vindas de tributos, o governo não tem conseguido espaço para desbloquear as despesas. O bloqueio já supera R$ 34 bilhões e, se continuar, começará a afetar pesadamente o funcionamento de ministérios já em setembro. Há risco real de um “apagão branco” em vários órgãos.

Bloqueio
Após cortar cerca de R$ 30 bilhões no primeiro bimestre, a equipe econômica anunciou no fim do mês passado o congelamento adicional de R$ 1,45 bilhão, em decorrência da redução de 1,6% para 0,81% a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB).
Com menos atividade econômica, caiu também a previsão de receitas para o ano, que foram reduzidas em R$ 5,3 bilhões no último relatório bimestral de receitas e despesas enviado ao Congresso.
O governo agora está buscando aumento de receitas para conseguir desafogar os ministérios. A perspectiva de contar com as receitas da venda da Eletrobrás está se complicando porque o Congresso tem resistência em aprovar projeto que abra caminho para a privatização da estatal. Além disso, não há certeza de que os recursos previstos com o megaleilão do pré-sal, marcado para novembro, possam entrar no caixa este ano. Pelas regras fiscais, o governo só pode liberar despesas se puder contar com recursos extras.
No governo Dilma Rousseff, a área econômica fez várias operações de antecipação de dividendos como “fator de ajuste” das receitas, após a arrecadação federal ter ficado abaixo do esperado nos primeiros meses do ano. Na época, os aportes do Tesouro Nacional aos bancos públicos, que não eram contabilizados como despesas, ajudavam a engordar os lucros, que depois se revertiam em receitas via dividendos. Fontes do governo avaliam que a ação agora é diferente porque os bancos públicos estão devolvendo o dinheiro dos aportes que foram feitos no passado.

N.daR.: Estranho. Paulo Guedes quer privatizar todas as estatais - vide o desmanche da Petrobras.
Agora demonstrar necessitar dos diveidendos das estatais para "fechar as contas".
Ou seja, demonstra clara incoerência e deixa entrever que interesses escusos estão por detrás de tudo.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Opinião
GUEDES RECONHECE 'CRISE INSTITUCIONAL' E NÃO GARANTE PERMANÊNCIA DE PRESIDENE DO COAF - Críticas de Roberto Leonel sobre decisão de Toffoli incomodaram Planalto e STF
Publicado: O Globo - Impresso - 08/08/2018 - Pág. 3 | On Line 07/08/2019 - 21:24 / Atualizado em 07/08/2019 - 21:47
por Marco Grillo

Roberto Leonel, presidente do COAF - Foto: Dida Sampaio / Estadão BRASÍLIA – O ministro da Economia, Paulo Guedes , reconheceu nesta quarta-feira que há uma “crise institucional” envolvendo o Coaf e evitou garantir a permanência do presidente do Conselho, Roberto Leonel , no cargo. Trazido ao governo pelo ministro da Justiça, Sergio Moro , Leonel incomodou o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal ( STF ) depois de criticar a decisão do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli , que impediu o uso de informações do Coaf em investigações sem prévia autorização judicial. Depois de uma reunião com Leonel, Guedes ressaltou que o Coaf é um órgão de monitoramento e controle, não de investigação.


A carta em que o alto escalão da Receita Federal pediu a suspensão da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, paralisando apurações da Receita sobre 133 pessoas , incluindo ministros, adicionou mais um elemento à crise – Leonel é auditor fiscal da Receita. Moraes tomou a decisão depois de o jornal “Folha de S. Paulo” mostrar que o procurador Deltan Dallagnol incentivou investigações sobre Toffoli, incluindo o compartilhamento de dados da Receita. O atual presidente do Coaf atuou na Operação Lava-Jato antes de assumir o atual posto.
– Vamos supor que o (Roberto) Leonel está fazendo um trabalho extraordinário, de monitoramento apenas. Suponha que essa é exatamente a hipótese correta. Será que alguém que veio da Receita, trabalhou na Lava-Jato e, de repente, recebe um Coaf, que é de monitoramento, será que isso deixa uma porção de gente com dúvidas a respeito se está havendo coordenação, um ataque coordenado a uma outra instituição? Isso pode estar por trás de boa parte dos questionamentos. Toda vez que tem aparente conflito institucional, a solução é um avanço e aperfeiçoamento institucional. Não é só uma cabeça rolar. Uma cabeça rolar pode até acontecer, desde que haja um avanço institucional. Não é corta cabeça aqui e ali – afirmou Guedes.
O ministro disse que vai definir se haverá ou não uma troca no comando do Conselho até semana que vem. Guedes conversou com Moro na segunda-feira e disse que o titular da Justiça “está ajudando a desenhar a solução”. O ministro da Economia ressaltou que, mais importante do que nomes, é encontrar uma “solução institucional”.
– Quando há dúvidas e suspeitas, qualquer crise institucional, a solução tem que ser institucionalmente claríssima, de forma que todo mundo entenda que foram atendidos os vários ângulos. As pessoas têm que entender o seguinte: “Olha, um órgão que é de controle, como o Coaf, não é de investigação. É de controle. Ao mesmo tempo, ninguém pode estar contra um desempenho cotidiano da sua função. Recebemos comunicações lá de fora, o Gafi (Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo), que alerta: “Se houver interferência do Judiciário ou do Legislativo nos trabalhos anticorrupção e anti-lavagem de dinheiro, vocês não podem entrar na OCDE. Se você rola uma cabeça ou só rola uma cabeça, você não resolveu problema lá fora – acrescentou o ministro. 'Aperfeiçoamento institucional'
Ao ser perguntado diretamente se, então, não haveria troca no Coaf, Guedes voltou a destacar a necessidade de “aperfeiçoamento institucional”:
– Eu não estou dizendo nada disso (que não haverá mudança). Eu estou o tempo inteiro dizendo que eu trabalho com métodos, processos e aperfeiçoamentos institucionais. Pessoas são consequência. Se você quer fazer isso, você bota um determinado tipo de pessoa, se quer fazer outra coisa, bota outra pessoa. Mais importante de tudo é o aperfeiçoamento institucional. Toda vez que tem crise institucional, a única solução possível é solução que seja avanço institucional – reforçou o ministro, que reconheceu que a solução pode passar pela substituição do presidente do Coaf.
Segundo Guedes, é importante que não haja “excessos que gerem suspeitas sobre pessoas que não estão sendo investigadas ou que não são suspeitas de nada”.
– Tem um poder que acha: “Eles querem atacar a classe política”. Outro poder, que é o Supremo, fala: “Eles querem atacar também o próprio Supremo, o próprio Judiciário”. Do outro lado, tem um pessoal fazendo seu dever e dizendo: “Não estamos fazendo nada, só esclarecendo” – afirmou Guedes, acrescentando que os campos de atuação de cada instituição devem estar “bem delineados”. – Por exemplo, a Receita Federal está do lado do Coaf, os dois estão pertinho de mim. E se os dois conversarem? Está errado. Um é monitoramento, o outro é arrecadação. E quem faz investigação? É o Ministério Público. Toda vez que há uma crise é porque há ou suspeita ou efetiva invasão de território.
O ministro disse ainda que está “ouvindo as ruas” e conversando com os integrantes dos Poderes antes de tomar a decisão definitiva:
– Sei que a rua está dizendo o seguinte: “Dá uma solução institucional segura para a gente”. Não é tirar a cabeça, botar outra cabeça e continuar todas as suspeitas de todo mundo. Ou então bota uma cabeça que tranquiliza a rua. Vamos fazer o seguinte, sai o Roberto Leonel e entra o Moro. Aí a rua inteira bate palma, Moro no Coaf, vamos investigar. Não, o Coaf não é para investigar. E tenho certeza que o ministro Moro em nenhum momento estava usando o Coaf para investigar. Tenho certeza disso e confiança absoluta no ministro Moro. Acho que as ruas vão ficar tranquilas. Ministro Moro é parte da solução – finalizou Guedes.
No início do governo, o Coaf fazia parte da estrutura do Ministério da Justiça. Ao analisar a Medida Provisória que implantou a reforma administrativa, o Congresso, no entanto, devolveu o Coaf para o Ministério da Economia, como acontecia em governos anteriores.

N.daR.: O assunto se resume no seguinte: "Quem não deve, não teme".
Faz-se de tudo para impedir a investigação, o processo e, se for o caso, a prisão de corruptos.
Tudo com a iniciativa e/ou participação do judiciário, do legislativo e do executivo.
Afinal, a que veio Bolsonaro? Para manter cadeias de corrupção apenas diferenciadas pela cor política?
Brasil, uma vergonha para o cidadão que cumpre com suas obrigações.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
TODO CONTRIBUINTE PODE SER FISCALIZADO
Publicado: O Globo - Impresso - 08/08/2018 - Pág. 3 | On Line 08/08/2019 - 00:00
por Carlos Alberto Sardenberg

Duvido que o leitor encontre um dia sequer em que não apareça notícia de maracutaia envolvendo funcionários

Carlos Alberto Sardenberg Ao suspender a fiscalização da Receita Federal sobre a declaração de renda de 134 agentes públicos, o ministro do STF Alexandre de Moraes disse que fazia isso porque, entre outros motivos, não havia “qualquer indício de irregularidade por parte desses contribuintes”.
Pergunta: como o ministro pode saber que não havia indícios se ele não tem acesso às declarações daqueles contribuintes?
Ponto importante: só a Receita tem acesso às declarações e, portanto, só ela pode dizer se há ou não irregularidades, não importa quem seja o contribuinte, se um cidadão “comum”, digamos, ou um funcionário público, de qualquer escalão.
Os dados só chegam à Justiça caso sejam incluídos em algum processo, que não era o caso daquelas 134 fiscalizações. Portanto, estava tudo dentro da Receita e em fase de apuração. De novo, como poderia o ministro saber que não existia “qualquer indício” de irregularidade?
De outro lado, o ministro encontrou sinais de coisa errada na ação dos auditores fiscais. Segundo Alexandre de Moraes, havia “indícios de desvio de finalidade na apuração da Receita Federal, que, sem critérios objetivos de seleção, pretendeu de forma oblíqua e ilegal investigar agentes públicos, inclusive autoridades do Poder Judiciário, incluídos ministros do STF”.
Como o ministro poderia saber disso tudo se o procedimento ocorria dentro da Receita?
Não por alguma via oficial. E de fato, o ministro soube do caso por dois vazamentos: o primeiro, de uma nota da Receita que explicava os métodos de fiscalização de agentes públicos; o segundo, indicando que um auditor trabalhava nas declarações do ministro Gilmar Mendes e de sua mulher, a advogada Guiomar Mendes. Houve também vazamentos sugerindo investigações envolvendo o presidente do STF, Dias Tofolli.
Daí a bronca do ministro Alexandre de Moraes. Para ele, ao que parece, a Receita não pode, de sua própria iniciativa, investigar autoridades do Poder Judiciário, muito menos juízes da Suprema Corte.
Não faz sentido. Os contribuintes, agentes públicos ou não, são obrigados a entregar suas declarações de renda à Receita. Segue-se daí que a Receita tem não a prerrogativa, mas o dever de checar essas declarações, todas elas.
Se alguns agentes públicos não pudessem ser fiscalizados, então deveriam estar desobrigados da entrega da declaração — o que seria um óbvio privilégio escandaloso. Ora, se eles são obrigados a entregar, então está claro que estão sujeitos à investigação e fiscalização. Seria igualmente escandaloso que ficassem imunes.
Diz, porém, o ministro Alexandre de Moraes que a fiscalização daqueles 134 agentes públicos estava sendo encaminhada sem “critérios objetivos de seleção”.
Pela nota da Receita Federal que explica esse tipo de investigação, havia, sim, critérios objetivos. Com poderoso software, impessoal, portanto, uma Equipe Especial de Fraudes começou passando o pente fino sobre 800 mil CPFs, incluindo agentes públicos, parentes, pessoas próximas, empregados, por exemplo.
Aí foi depurando essa malha fina, até limitá-la a contribuintes com renda não tributável acima de R$ 2,5 milhões e receita bruta de pessoa física acima de R$ 10 milhões. Pode-se discordar, mas se trata de um critério objetivo.

N.daR.: O assunto se resume no seguinte: "Quem não deve, não teme".
Ora se entregamos nosso imposto de renda, sabemos que, como em qualquer país desenvolvido, ela é verificada e ocontrib uinte pode ser chamado para explicar, digamos, incongruências.
Ora, o que desejam os ministros do STF? Desejam ter privilégios escândalosos que lhes permitam não prestar contas a ninguém.
Por que será? É óbvia a resposta para qualquer contribuinte normal.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Investidor Institucional - Executivos
PETROS APROVA NOME DE BRUNO DIAS PARA A PRESIDÊNCIA DA INSTITUIÇÃO
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 07 de agosto de 2019 | 04h00
por Luiz Leonel

Bruno Macedo Dias O Conselho Deliberativo da Petros aprovou o nome de Bruno Macedo Dias para a presidência da Fundação. O cargo estava sendo ocupada interinamente, desde abril deste ano, pelo diretor Administrativo e Financeiro, Henrique Trinckquel. Para ser empossado, o novo presidente precisa ser habilitado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
O executivo foi escolhido por meio de processo seletivo no mercado, conduzido por consultoria de recrutamento. Com ampla experiência em previdência complementar, Bruno Dias foi diretor de Seguridade e Jurídico da Fapes, fundo de pensão do BNDES, onde também ocupou interinamente o cargo de diretor-superintendente. Ainda na Fapes, foi chefe do Departamento Jurídico e membro titular do Conselho Deliberativo.
Profissional de carreira do BNDES, Bruno Dias trabalhou como assessor da presidência da instituição e também atuou por seis anos na Consultoria Jurídica Internacional do banco, exercendo atividades de estruturação de operações de emissões de títulos do BNDES no mercado internacional e de project e corporate finance, envolvendo instituições de crédito ou empresas estrangeiras. Também atuou no BNDES na área de negociação de investimentos e elaboração de contratos com bancos de desenvolvimento internacionais, como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e China Development Bank.
Dias é graduado em Direito pela PUC-Rio e possui mestrado na mesma área pela London School of Economics and Political Science (LSE). Antes de chegar à Petros, o executivo ocupava o cargo de diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

N.daR.: Será mais do mesmo?
Bruno Macedo Dias publicou em Consultor Jurídico, 24.jan.2019, "Redução de benefícios futuros é solução para déficit na previdência complementar" em que sugere um outro modelo de Plano de Equacionameto.
Vamos aguardar se algo de positivo finalmente surgirá da administrção da PETROS, até então nefasta para os participantes - pelo menos nas duas últimas décadas.

* Fonte primária: Investidor Institucional
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Opinião
RECUPERAÇÃO EM RITMO FIRME DA PEROBRÁS
O balanço do segundo trimestre revelou inegável avanço na condução da estatal

Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 07 de agosto de 2019 | 04h00
por O Estado de S.Paulo

PETROBRAS Ainda que o lucro líquido da Petrobrás de R$ 18,9 bilhões no segundo trimestre de 2019 – recorde para o período – tenha se originado principalmente da venda da rede de gasodutos TAG, o balanço do segundo trimestre revelou inegável avanço na condução da empresa. Segue em ritmo intenso o programa de ajustes voltado para o aumento da geração de caixa, a redução do endividamento e o desempenho financeiro, considerado “bom” pela estatal. O pagamento de remuneração de R$ 0,20 por ação preferencial ou ordinária, o dobro do que foi pago relativamente aos lucros do primeiro trimestre, é um ponto alto dos resultados.
O lucro líquido não recorrente foi de R$ 5,2 bilhões no trimestre. Havia expectativas de que fosse ainda maior, mas os investidores receberam bem os resultados e os papéis da empresa negociados em bolsa registravam alta na sexta-feira, um dia após a divulgação do balanço.
Em nota oficial, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, notou que os resultados foram ajudados pelos preços do petróleo, pela taxa de câmbio e pelas margens de refino (crack spreads). Contribuiu também o avanço na exploração do pré-sal, “com custos de extração mais baixos e óleo de melhor qualidade”.
A Petrobrás ainda tem dívida bruta de US$ 101 bilhões pelo critério contábil da IFRS 16 (que inclui os contratos de arrendamento). Mas o endividamento tem recuado expressivamente desde a gestão Pedro Parente, no governo Temer. Entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, a dívida bruta em dólares caiu 4,7% e a dívida líquida, 12,4%.
O objetivo é uma redução substancial da dívida até 2020, com a aceleração do plano de desinvestimento, que deverá permitir uma redução da alavancagem de 2,5/3 atuais para 1,5. Até julho, a empresa obteve US$ 15 bilhões com a venda da TAG, do controle da BR Distribuidora e de campos maduros de petróleo.
A exemplo de companhias privadas, a estatal está cortando operações onerosas, como a das concessões de gás no Uruguai, e fechando ou enxugando escritórios fora do Brasil.
A Operação Lava Jato ajudou a Petrobrás a afastar a corrupção que grassava na cúpula da empresa. Abriu caminho, assim, para a profissionalização crescente dos quadros e da gestão. A saída da posição de monopólio no refino e no gás deverá ser o próximo passo.

N.daR.: Não há nada mais óbvio do que afirmar que a Petrobras se recuperará.
Qualquer empresa de petróleo, ainda que medianamente dirigida e com mecanismos de cotrole da corrupção, sempre dará lucro, um alto lucro.
Como tal dará poder finaceiro ao governante de plantão.
Obs.: Este artigo não foi publicado na versão impressa de hoje, 07.08.2019.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS QUER VENDER TERMELÉTRICAS EM MODELO PARECIDO COM O DA PRIVATIZAÇÃO DA BR
Segundo relatório da XP, estatal avalia reunir ativos de energia e logística em novas empresas com ações vendidas em Bolsa

Publicado: O Globo - Impresso - 07/08/2019 - Pág. 23 | On Line 06/08/2019 - 16:28 / Atualizado em 06/08/2019 - 17:21
por Bruno Rosa e Ramona Ordoñez

Termeletrica de Tambaqui - Foto: Petrobras RIO - A Petrobras pretende criar duas novas empresas para viabilizar a venda de parte de seus ativos na área de transporte e energia. A estratégia é que essas companhias agrupem diversos ativos para serem ofertadas no mercado de ações através de uma oferta inicial (IPO, na sigla em inglês), em um modelo semelhante ao feito com a BR Distribuidora, que gerou quase R$ 9,6 bilhões.
As informações foram dadas por diretores da estatal e o presidente Roberto Castello Branco em um encontro com analistas do mercado realizado na última segunda-feira. A estatal tem um programa amplo de desinvestimentos. Neste ano, até julho, a estatal já vendeu US$ 15 bilhões em ativos.
As informações foram dadas por diretores da estatal e o presidente Roberto Castello Branco em um encontro com analistas do mercado realizado na última segunda-feira. A estatal tem um programa amplo de desinvestimentos. Neste ano, até julho, a estatal já vendeu US$ 15 bilhões em ativos.
"Depois de um acordo com outras empresas de petróleo que operam no pré-sal, os diretores da Petrobras mencionaram a possível criação de uma empresa de transporte ( midstream ) em consórcio. Após sua criação, a Petrobras poderia alienar sua participação na empresa por meio de mercado de capitais (como um IPO)", disse o relatório da XP.
Outra frente da estatal é a criação de uma nova subsidiária com suas usinas termelétricas. "A Petrobras também está estudando a criação de uma subsidiária de geração de energia que englobe várias usinas termelétricas da empresa (algo como 15 de 26). A nova unidade também pode ser vendida em um IPO", afirmou o relatório da XP.
Hoje, a Petrobras tem 26 termelétricas. Embora tenha um programa amplo de desinvestimentos, a estatal se desfez apenas de 50% das ações da TermoBahia para a francesa Total.
De acordo com a Petrobras, os planos citados pela XP tratam-se apenas de uma ideia preliminar. Também não está definido se todas as térmicas seriam incluídas nessa subsidiária. O tema, porém, não foi submetido a uma avaliação técnica interna da estatal, o que ainda será feito.

N.daR.: Para a Petrobras as termelétricas perderam interesse. As congêneres e outros grupos privados, em especial estrangeiros, estão aguardando ávidos pelo butim.
Tudo graças a Paulo Guedes, ministro da Economia, e seuacóltio Castello Branco, presidente da Petrobras.
Sem esquecer que os acontecimentos relativos ao desmanche da Petrobras correm sob a omissão e/ou coniv~encia de Bolsonaro, seus ministros, políticos, ex-militares ou não.

Textos Impresso e On ine diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
PETROBRAS CANCELA CONTRATO COM ESCRITÓRIO DE PRESIDENTE DA OAB
Na semana passada, Bolsonaro atacou Felipe Santa Cruz ao dizer que o pai dele foi morto por militantes de esquerda

Publicado: O Globo - Impresso - 07/08/2019 - Pág. 6 | On Line 06/08/2019 - 21:13 / Atualizado em 07/08/2019 - 07:56
por Carolina Brigido

Felipe Santa Cruz - Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil BRASÍLIA – A Petrobras cancelou nesta terça-feira o contrato que tinha com o escritório de advocacia do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. O comunicado foi feito por carta. A assessoria de Santa Cruz não informou o motivo da rescisão do contrato, nem o valor.
O escritório atuava em causas trabalhistas da estatal. Santa Cruz avalia entrar com uma ação de reparação de danos contra a Petrobras. A estatal não quis comentar o caso.
Na semana passada, ao reclamar sobre a participação da OAB na investigação do ataque a faca sofrido durante a campanha eleitoral no ano passado,  Bolsonaro disse que poderia contar a Felipe Santa Cruz como o pai dele, Fernando, desapareceu durante a ditatura militar.
O presidente afirmou, em um segundo momento, que  o militante teria sido morto por colegas da organização revolucionária da qual fazia parte, versão que não condiz com  documentos da época e nem com o resultado da investigação da Comissão Nacional da Verdade.  Ao declarar o episódio como encerrado, Bolsonaro também  disse que não houve quebra de decoro nas próprias falas.
Depois da declaração de Bolsonaro, o presidente da Ordem foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir esclarecimentos de Bolsonaro. O presidente tem duas semanas para explicar sua afirmação, se quiser.
Em entrevista ao programa "Roda Viva", exibido pela TV Cultura, o presidente da OAB disse não considerar que houve quebra de decoro por parte do presidente . Em caso de quebra de decoro, as falas poderiam ser enquadradas pela lei que regula o crime de responsabilidade, hipótese na qual o líder da entidade não acredita.
— Se houve quebra de decoro, sinceramente não acho. Acho que é parte desse processo de polarização da sociedade, que leva as pessoas a fazerem afirmações como essa — disse Santa Cruz, em declaração concedida
Santa Cruz também demonstrou preocupação com o que chamou de "arroubos" autoritários das declarações de Bolsonaro.
— Eu quero que ele (Bolsonaro) governe para todos. Todas essas tentativas e arroubos autoritários têm que ser ultrapassados. Há sim um namoro confuso de afirmações sempre com a ideia de que as instituições estão criando problemas com sua visão de mundo — declarou durante o programa da TV Cultura.

N.daR.: Atualmente pertencer à administração da OAB, não significa muita coisa.
Textos Impresso e On ine diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
MORO E O IMAGINÁRIO POPULAR
Publicado: O Globo - Impresso - 07/08/2019 - Pág. 2 | On Line 07/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Assessores tratam o ministro como um fardo político. Mas até agora o presidente continua achando que é um bom ativo.

Merval Pereira O anão que mora debaixo da mesa presidencial no gabinete do Palácio do Planalto ouviu dizer que o presidente Jair Bolsonaro está caindo na pilha de assessores, nem sempre oficiais, que já tratam o ministro Sérgio Moro como um fardo político. Até o momento, no entanto, o presidente continua achando que Moro é um bom ativo político.
Além do desgaste com a divulgação dos diálogos hackeados entre Moro e o coordenador dos procuradores da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol, pelo site Intercept Brasil e outros órgãos de imprensa, agravou a situação de Moro a crítica de um de seus principais assessores, o presidente do Coaf Roberto Leonel, à decisão do presidente do Supremo, Dias Toffoli, de suspender investigações realizadas sem autorização judicial.
A decisão beneficia diretamente o filho do presidente, o senador Flavio Bolsonaro, que foi a origem do apelo ao STF. Uma das queixas, de que Moro não corresponde ao esperado na segurança pública, parece mais desculpa do que uma razão, e começou a ter respostas há algumas semanas.
Moro colhe bons frutos do trabalho da Polícia Federal, que encontrou os hackers que invadiram mil telefones de autoridades, e conseguiu recuperar, nos seis primeiros meses deste ano, mais dinheiro de corrupção e lavagem do que em todo o ano passado.
Moro parabenizou a PF pelo recorde de apreensão de bens relacionados ao tráfico de drogas. De acordo com os números oficiais, R$ 548 milhões já foram apreendidos de janeiro a julho deste ano. “ Estratégia universal, prisão dos membros do grupo, isolamento dos líderes, sequestro e confisco do patrimônio do crime. O crime não pode compensar”, sentenciou Moro pelo Twitter.
A PF também fez ontem grande operação contra a facção criminosa PCC, que tem ramificações em todo o país, com objetivo de cortar o financiamento dos criminosos, e disse ter encontrado planilhas que podem levar a outros financiadores.
Prova de que o trabalho anti-crime do ministro está tendo resultado neste momento, e que o combate ao crime organizado se dá em várias frentes, e não apenas na Lava-Jato.
Desde que foi escolhido para o Ministério da Justiça, Sérgio Moro anunciou que teria como foco principal o combate ao crime de lavagem de dinheiro, com o objetivo de asfixiar as organizações criminosas.
A equipe montada por ele tinha como base policiais especializados nesse tipo de ação, e por isso ele fez questão de levar para sua área o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), um instrumento fundamental para detectar dinheiro ilegal, proporcionando a investigação dos órgãos de controle, como a Receita Federal.
O termo usado na equipe que lidera o combate ao crime organizado é "descapitalização", para enfraquecer as organizações criminosas, seja de facções, ou de colarinho branco. Por isso seu pacote anticrime pede a alteração de algumas leis para que os órgãos de fiscalização tenham maior liberdade.
A perda do Coaf para o ministério da Fazenda foi política, uma derrota que o Congresso resolveu dar a ele em defesa própria, considerando que o Coaf na Fazenda não teria a mesma dedicação em investigar os políticos. Se houver mesmo a substituição do seu comando, essa tendência deve ser confirmada.
Os azares da sorte levaram os caminhos da política a um impasse: investigar políticos esbarra na família Bolsonaro. Mas o presidente não pode dar a impressão de que está abandonando seu apoio à Lava-Jato para defender seu filho.
Alardear os feitos da Polícia Federal é uma saída, pois ela “realiza suas investigações com autonomia e mérito próprio. O papel do Ministério da Justiça e da Segurança Pública é dar estrutura e independência” (...) “Uma única orientação: focar em crime organizado e corrupção, as prioridades nacionais. As estratégias de investigação são parecidas, siga o dinheiro.”
Moro, que já deu provas de flexibilidade ao lidar com temas delicados como porte de armas, só tem uma saída: tornar-se cada vez mais o super Moro, indispensável no imaginário popular.

N.daR.: Estão desgastando o Moro pela simples razão de buscarem a proteção de si mesmos aqueles que estão em todos os poderes.
Limitar a atuação de Moro ou mesmo lograr a sua exoneração, será, sem dúvida, um tiro no próprio pé do governo Bolsonaro, podendo ser origem para manifestações que peçam o seu impedimento.
Não há como aceitar que um governo que se disse ter vindo para, entre coisas, combater a corrupção estar associado a ela.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
JUSTIÇA PÕE NO BANCO DOS REÚS NEY SUASSUNA E EX-CONSUL DA GRÉCIA NO RIO POR PROPINA DE US$ 17,7 MI - Ex-senador emedebista (PB) e Konstantinos Kotronakis
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 05 de agosto de 2019 | 19h43
por Luiz Vassallo e Fausto Macedo

Ney Suassuna - Foto: Antonio Cruz / ABr A Justiça Federal no Paraná abriu ação penal na Operação Lava Jato contra o ex-senador Ney Suassuna (MDB) e o ex-cônsul honorário da Grécia no Rio de Janeiro Konstantinos Kotronakis, pelo envolvimento em esquema de corrupção nos contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras com armadores gregos.
Segundo a denúncia, ‘foram praticados crimes de pertinência a organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito de contratos de afretamentos de navios da Petrobras vigentes entre 2006 e 2028, os quais geraram, pelo menos, US$ 17,6 milhões em propinas e comissões ilícitas’. “Os valores foram pagos pelos armadores gregos Athenian Sea Carriers, Tsakos Energy Navigation, Dorian (Hellas) e Aegean Shipping Management”.
“Também foram denunciados Dalmo Monteiro Silva (ex-gerente de Afretamentos da Petrobras), Georgios Kotronakis (filho de Konstantinos Kotronakis), Henry Hoyer (ex-assessor de Ney Suassuna), João Henrique Hoyer (filho de Henry Hoyer), Jorge Luz (colaborador), Bruno Luz (colaborador e filho de Jorge Luz), Fernando Bregolato (operador financeiro) e Paulo Arruda (operador financeiro)”, afirma a Lava Jato.
Segundo a Lava Jato, em ‘razão de acertos de corrupção, os armadores gregos Athenian Sea Carriers, Tsakos Energy Navigation, Dorian (Hellas) e Aegean Shipping Management se comprometeram a efetuar pagamentos de propina e comissões ilícitas na razão de 2% do valor dos contratos de afretamento para contas bancárias de empresas offshores vinculadas a Konstantinos Kotronakis mantidas na Grécia, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça. As offshores de Konstantinos Kotronakis foram constituídas para se assemelhar a empresas de corretagem de navios (shipbroking), de modo a dissimular as práticas criminosas’.
“De acordo com as investigações, as propinas foram divididas entre funcionários da Petrobras – como Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento) e Dalmo Monteiro Silva (ex-gerente de Afretamentos) – e agentes ligados ao Partido Progressista, e as comissões ilícitas restantes eram repartidas entre os agentes intermediários do esquema, notadamente Konstantinos Kotronakis, Georgios Kotronakis, Ney Suassuna, Henry Hoyer, João Henrique Hoyer, Jorge Luz e Bruno Luz”, afirma a força-tarefa.
De acordo com a Lava Jato, ‘a denúncia trata de uma fração dos afretamentos de navios que foram obtidos por armadores gregos junto à Petrobras graças à atuação da organização criminosa’. “Os contratos abrangidos pela denúncia totalizam o valor de US$ 881 milhões e se referem aos navios Captain X Kyriakou (do armador Athenian Sea Carriers), Victory III, Hesnes, Seleção, Sócrates, Arctic, Aegeas, Ajax, Millenium, Rio 2016 e Brasil 2014 (Tsakos Energy Navigation), Oklahoma e Ohio (Dorian / Hellas) e Jenny (Aegean Shipping Management)”.
“Merecem destaque os contratos celebrados pela Petrobras com o armador Tsakos Energy Navigation para afretamento dos navios Rio 2016 e Brasil 2014 pelo período de 15 anos. As tratativas para a contratação desses dois navios, à época em construção, tiveram início em 2010, após viagem de Paulo Roberto Costa e Konstantinos Kotronakis para Atenas. Os contratos foram assinados em dezembro de 2010, porém os navios só entraram em operação em meados de 2013, quando a construção deles foi finalizada. Tais contratos custam à Petrobras o aluguel diário de US$ 47 mil, cada, e permanecem vigentes até 2028”, afirma o MPF.
A Procuradoria diz que as ‘investigações tiveram início a partir de documentos apreendidos com Paulo Roberto Costa e foram impulsionadas pela posterior celebração de acordo de colaboração com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e seu falecido genro Humberto Mesquita’.
“O complexo esquema criminoso, porém, só pôde ser amplamente desvendado após o exame de provas obtidas em procedimentos de cooperação jurídica internacional com Luxemburgo, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido, Grécia, Panamá e Portugal, em medidas de busca e apreensão, em quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático, em oitivas de testemunhas e colaboradores e em informações e documentos requisitados”, relata o Ministério Público Federal.
Para o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, “as provas mostram que o esquema criminoso de que a Petrobras foi vítima envolveu a cooptação de criminosos em diversas áreas da empresa, o que torna necessária a manutenção dos esforços para elucidação de crimes, pela Lava Jato”.
“A acusação apresenta uma ampla variedade de atos de lavagem, por meio de offshores em diversos países e de operações simuladas”, afirma o procurador Marcelo Ribeiro de Oliveira. “Esses vários mecanismos de lavagem de capitais exigem a adoção de medidas eficazes para recuperar o dinheiro, inclusive por meio da manutenção e ampliação da cooperação internacional em andamento.”, diz Costa.
De acordo com a Lava Jato, as ‘apurações envolvendo crimes no contexto dos contratos de afretamento de navio celebrados pela Petrobras por meio da atuação de Konstantinos Kotronakis ainda prosseguem no que se refere à movimentação atual do produto do crime, a outros contratos não alcançados pela denúncia e a outros agentes públicos envolvidos no esquema criminoso’.
“A investigação também segue no sentido de alcançar outros grupos criminosos já identificados que, em paralelo e à semelhança do grupo criminoso de Konstantinos Kotronakis, também se valiam da corrupção de funcionários públicos da Petrobras e de agentes políticos para garantir facilidades na celebração e execução de contratos de afretamento de navio com a estatal”, diz.

N.daR.: Há muito mais a ser apurado.
Por falar nisso, o que fizeram as auditoria internas e as externas contratas pela Petrobras a respeito disso tudo? Nada viram? Foram coniventes? Participaram do butim? Quais as empresas e os nomes dos envolvidos?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
DONO DO GRUPO PETRÓPOLIS SE ENTREGA À LAVA JATO - Sob suspeita de lavar R$ 329 milhões para a Odebrecht, executivo estava foragido desde quarta, 31
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 05 de agosto de 2019 | 16h32
por Luiz Vassallo, Ricardo Brandt e Fausto Macedo

Walter Faria, controlador do grupo Petrópolis O dono do Grupo Petrópolis, Walter Faria, se entregou, nesta segunda, 5, à Polícia Federal do Paraná, para cumprir prisão preventiva na Operação Lava Jato. A cervejaria está sob suspeita de lavar R$ 329 milhões para a Odebrecht. Faria era considerado foragido desde quarta, 31.

Documento: depoimento   PDF

Ao se entregar, o executivo prestou um breve depoimento, no qual afirmou já ter prestado 12 declarações à PF em São Paulo e Brasília, e também ao Ministério Público Federal no Rio. Faria se colocou à disposição para ‘juntar as respectivas cópias’.
O dono do Grupo Petrópolis afirmou ainda que ‘já foi preso na operação Cevada, em 2005, não tendo sido denunciado naquele inquérito’. Disse ainda que responde ‘a processo na Justiça Federal de Santos/SP e na justiça estadual do Rio de Janeiro (no RJ, sobre direito do consumidor)’.
VALE Apontado pelos investigadores como ‘grande operador de propina’ do esquema Odebrecht instalado na Petrobrás, Walter Faria também está com os bens bloqueados no valor de até R$ 1,3 bilhão – montante que ele próprio admitiu manter no exterior.
A Operação ‘Rock City’ investiga rede de propinas da Odebrecht por meio de doações eleitorais do Grupo Petrópolis.
A investigação revela que R$ 329 milhões, entre 2006 e 2014, foram lavados pela Petrópolis no interesse da Odebrecht
Walter Faria, controlador do grupo, usou ainda conta na Suíça para intermediar o repasse de mais de US$ 3 milhões de propina relacionadas aos contratos dos navios-sonda Petrobrás 10.000 e Vitória 10.000
Segundo a investigação, por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias, o Grupo Petrópolis foi utilizado pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, ‘pagamentos de propina travestida de doações eleitorais, no montante de R$ 121.581.164,36’.
A força-tarefa da Lava Jato revela que Walter Faria, em conjunto com outros cinco executivos do Grupo Petrópolis, ‘atuou em larga escala na lavagem de centenas de milhões de reais em contas fora do Brasil e desempenhou substancial papel como grande operador de propina’.

Sobrinho
Vanuê Faria, sobrinho do dono do Grupo Petrópolis, Walter Faria, admitiu, em depoimento à Polícia Federal, que a cervejaria gerou dinheiro em espécie, como se fosse um ‘banco’, para a Odebrecht, mediante pagamentos no exterior. Ele reconhece inclusive seu usuário no sistema Drousys, que controlava o departamento de propinas da empreiteira. No entanto, nega saber do destino dos valores em espécie.
O depoimento foi prestado nesta sexta, 2, mesma data em que a juíza Gabriela Hardt prorrogou por mais cinco dias – até dia 6 – a prisão de Vanuê, de Cleber Faria e do advogado Silvio Pelegrini. Eles são alvo da Operação Rock City, Lava Jato 62.
Segundo Vanuê, ‘como o Grupo Petrópolis não precisava mais de tanto dinheiro no exterior, mas ao mesmo tempo a ODEBRECHT continuava precisando de valores em espécie no Brasil, houve uma reunião entre ele, Walter Faria e o então executivo da Odebrecht Benedicto Júnior, o BJ’.
Neste encontro, que teria sido em meados de 2008, ele diz que ‘surgiu então a possibilidade de serem realizadas doações eleitorais em nome da Odebrecht, o que foi aceito’.
Segundo Vanuê Faria, ‘depois de 2008 não foram realizadas apenas doações eleitorais, ao que tenha a lembrança, mas continuou a disponibilização de valores em espécie, assim coexistindo com o novo padrão adotado, qual seja, o de doações eleitorais’.
O sobrinho de Walter Faria diz que ‘era cobrado um percentual em cima dessas doações, uma correção, como se o GP fosse um banco’; e que ‘havia um forte controle no DROUSYS, e poderá ser alcançado, e sabe que havia também a necessidade de que o GP efetuasse pagamentos não necessariamente ligados a eleições’

COM A PALAVRA, PAULO CAMPOI, ADVOGADO DE WALTER FARIA
“O advogado Paulo Campoi informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que o empresário Walter Faria se apresentou às autoridades na manhã desta segunda-feira (5), no intuito de esclarecer os fatos, reiterando os diversos depoimentos anteriormente dados às autoridades competentes.”

N.daR.: Parece que o 'chopp' distribuído na Petorbras não fez as coisas parecerem melhores...
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
FIM DE CONTRATO REDUZ PREÇO DO GÁS DA BOLÍVIA EM 40% - Além da queda do custo do transporte no gasoduto que liga Brasil ao país vizinho, Petrobras abre espaço a outras empresas
Publicado: O Globo - Impresso - 06/08/2019 - Pág. 18 | On Line 06/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 06/08/2019 - 07:17
por Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

Gasoduto Brasil-Bolívia RIO - A renegociação dos contratos de importação do gás natural da Bolívia, por meio do Gasoduto Brasil-Bolívia, deve provocar uma redução de pelo menos 40% nos preços do combustível, segundo estimativas da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Deve ser o primeiro sinal da redução dos preços do gás prometida pelo plano do governo de abrir o setor à concorrência, conforme adiantou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois.
Vence em dezembro o contrato da compra pela Petrobras de 18 milhões de metros cúbicos por dia, de um total de 30 milhões. Com isso, a iniciativa privada poderá negociar com a Bolívia a compra desses volumes e passar a dividir o duto com a estatal.
A ANP abriu chamada pública para empresas interessadas em contratar gás da Bolívia prevendo que o preço da tarifa de transporte desse gás vai cair dos atuais R$ 7,50 por milhão de BTU (unidade internacional que mede o gás natural) para pelo menos R$ 4,50. A redução se deve ao fim do período da amortização dos investimentos já realizados na construção do Gasoduto Brasil-Bolívia, que entrou em operação em 1999.
Vai de hoje até o dia 6 de novembro o prazo de inscrição das empresas interessadas. Pelo cronograma, a ANP divulga o resultado com o nome das vencedoras e os volumes que serão contratados no fim de novembro. O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, informou que até outubro será definido o valor exato da tarifa. E não descartou que possa ser até mesmo inferior a R$ 4,50:
— É o primeiro movimento na redução dos preços do gás no país. O preço do transporte vai ter uma redução de no mínimo 40%. Ou seja, quem for contratar gás da Bolívia vai ter uma redução de R$ 3,00 por milhão de BTU, e, no mercado competitivo, é claro que será repassado para consumidores.
A abertura do gasoduto a outras empresas vai criar competidores num mercado hoje dominado pela Petrobras, favorecendo a queda dos preços dos combustíveis para indústrias e geradoras de energia, por exemplo. Segundo Rivaldo Moreira Neto, sócio da consultoria Gas Energy, além do menor custo de transporte, o aumento da produção de gás natural no pré-sal também deverá pressionar para baixo o preço do gás da Bolívia com a redução da dependência brasileira do país vizinho.

Nova política para botijão
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira que mudou sua política de preços para gás de botijão residencial de até 13 quilos. A partir de agora, os reajustes do GLP serão feitos sem periodicidade definida, como ocorre com diesel e gasolina desde junho. Até semana passada, quando a estatal anunciou redução média de 8% no preço do gás de cozinha, o produto era reajustado a cada três meses.
Segundo a Petrobras, os preços praticados pela empresa “passarão a adotar como referência o preço de paridade de importação (PPI)”, similar ao do GLP industrial, que leva em consideração o preço do combustível no mercado internacional, custos do frete do gás importado e margens de lucro.
A mudança foi autorizada ontem pela diretoria da Petrobras. Segundo fontes do setor, a estatal considerava três meses um período muito longo sem fazer repasses. O governo estuda medidas adicionais para aumentar a competição entre distribuidoras de botijões, como a venda fracionada.

N.daR.: Mais um fato muito mal explicado pelo Governo.
Décio Oddone, diretor-geral da ANP, e seguidor de Paulo Guedes, ministro da Economia, sempre diz coisas que dão a entender que o sistema existente, criado sob risco da Petrobras, relativo ao Petróleo, deve ser desmanchado, custe o que custar.
Mesmo que, ao final, a atividade venha a ser explorada por monopólios privados nacionais, ou, especilamente, estrangeiros, que em nada beneficiarão a sociedade.
Muito pelo contrário, como se há de constatar em futuro próximo.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
SEGURANÇA JURÍDICA É ABALADA POR INQUÉRITO NO STF
Investigação feita pelo Supremo aguça divisões, e a PGR registra que STF vira ‘tribunal de exceção’

Publicado: O Globo - Impresso - 06/08/2019 - Pág. 2 | On Line 06/08/2019 - 00:00 / Atualizado em 06/08/2019 - 06:07
por Editorial

STF: Um tiro no pé O polêmico inquérito aberto em março no Supremo pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, nomeando o ministro Alexandre de Moraes para presidi-lo, continua a demonstrar grande capacidade de propagar insegurança jurídica. Desde seu início, o inquérito é alvo de juristas, entre outros motivos, por passar ao largo do Ministério Público, instituição responsável por encaminhar denúncias à Justiça. Caso prospere esta tentativa de via rápida judicial, o Supremo terá de julgar acusados por ele mesmo.
Ao ser aberto o processo, com alegada base no regimento interno da Corte, para investigar ameaças e fake-news contra ministros do STF, o presidente do inquérito determinou que a revista digital “Crusoé”, do site “O Antagonista”, retirasse do ar uma informação específica. A de que, segundo a delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrecht, o “amigo do amigo do meu pai”, Emilio, de quem Lula se aproximara, era Dias Toffoli — nomeado pelo então presidente da República como o responsável pela Advocacia-Geral da União (AGU).
A revelação, tachada de fake news e portanto incluída no escopo do inquérito, foi, na verdade, uma ação de censura, contrária a dispositivos constitucionais. Terminou sendo revogada por Moraes. Não por isso, mas porque de fato havia um documento nos autos com essa referência, mas retirado posteriormente a pedido do próprio MP, por considerar que ele não tinha relação com aquele processo.
O inquérito paira como ameaça sobre a sociedade, a depender do que determine o relator Alexandre de Moraes, à margem do MP. À época de sua instalação, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez um pronunciamento contra a iniciativa de Toffoli e pediu formalmente o seu arquivamento, rejeitado pelo presidente do Supremo.
Na semana passada, ao se manifestar sobre mandado de segurança pedido pela Associação Nacional dos Procuradores da República pela nulidade do inquérito, Raquel Dodge registrou que, em decorrência dele, o Supremo se transforma em um “tribunal de exceção”. A guerra deflagrada em torno da questão foi ampliada pela prisão dos hackers que teriam invadido os celulares do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, entre outros. O material das mensagens trocadas entre Moro, Dallagnol etc., não reconhecidas pelos dois, foi enviado a Alexandre de Moraes, por determinação da Justiça Federal, a pedido do ministro.
Haveria mensagens que citariam ministros do Supremo passíveis de serem usadas como provas pelo menos contra Dallagnol. Já que a amplitude do inquérito Toffoli/Moraes é suficientemente grande para incluir todo tipo de denúncia que envolva o Supremo.
Delineia-se em todo este imbróglio talvez o mais agudo ataque à Lava-Jato, da qual Dallagnol é chefe em Curitiba. A procuradora-geral da República já se pronunciou contra a retirada do procurador das investigações. Mais conflitos à frente, portanto.
Aguçam-se também as divisões dentro do Supremo. O ministro Luís Roberto Barroso disse publicamente que não entende a “euforia” que tomou conta de alguns “diante dessa fofocada produzida por criminosos”. Os hackers, por exemplo.
Também deve-se acompanhar como a divisão na Corte entre “garantistas” e “punitivistas” pode passar por uma revisão ou radicalização, devido à crise deflagrada por este processo. Os “garantistas” são conhecidos por defender a aplicação estrita da letra da lei, sem condenações a qualquer custo. Mas os “punitivistas” parecem estar à frente do inquérito.

N.daR.: O STF já vem de há muitos anos, ou décadas, trazendo insegurança jurídica.
Princípios que servem de base ao direito são violentados com consequências calamitosas para os que têm que se submeter à esse direito estapafúrdio criado pelos juízes do STF.
O rídiculo a que se assiste nos julgamentos do plenário chegam a estarrecer ou deixar perplexos até os que não têm noção do direito, mas que possuem um mínimo de bom-senso.
Não é necessário dar exemplos. Basta acompanhar com certa frequência não só os 'julgamentos", bem como decisões monocráticas e/ou os pronunciamentos pessoais daqueles que se julgam, perdão, têm certeza,de que são Deuses.
Talvez seja a pior fase atravessada pelo STF desde a sua criação.
Um verdadeiro desatre que envergonha a qualquer pessoa medianamente informada.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
VALE E PETROBRAS PUXAM PIB PARA BAIXO - Corte de produção das duas gigantes reduzirá expansão da economia em 0,2 ponto porcentual; previsão de crescimento para o ano é de 0,82%
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 05/08/2019 pág. B3 | On Line 05 de agosto de 2019 | 05h00
por Daniela Amorim

PETROBRAS VALE RIO - Dificuldades na produção de duas das maiores empresas nacionais, Vale e Petrobrás, devem reduzir significativamente o crescimento do País neste ano. O mau desempenho da indústria extrativa no primeiro semestre diminuirá em 0,2 ponto porcentual a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, apesar da melhora esperada até o fim do ano, aponta estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a pedido do Estadão/Broadcast. O montante equivale a uma perda de R$ 13,7 bilhões, a preços de 2018.
O PIB já mostra pouco fôlego este ano, com crescimento previsto de 0,82%, conforme analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central no último boletim Focus. O levantamento do Ipea foi feito com base nos relatórios de produção da Vale e da Petrobrás, divulgados na semana passada, além de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Sistema de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O desempenho negativo da extrativa nesses seis primeiros meses carrega uma perda para o restante do ano. Na queda de 1,6% do total da indústria, o setor extrativo sozinho contribuiu com 1,78 ponto porcentual. Ou seja, se essa contribuição fosse zerada, o avanço da indústria seria de 0,2%”, diz André Macedo, gerente da Coordenação do IBGE.
Tendo ainda como cenário as consequências do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, que deixou 248 mortos e 22 desaparecidos, o PIB das indústrias extrativas recuou 18,8% no segundo trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2018, de acordo com o Ipea. No PIB do período, o prejuízo equivalerá a um corte de 0,5 ponto porcentual na taxa de crescimento, ou R$ 8,4 bilhões, a preços de 2018.
“O impacto pode ser ainda maior se contabilizar os impactos indiretos, porque esses eventos podem ter afetado alguma indústria ou setor da etapa seguinte da cadeia produtiva. Nas regiões que pararam de produzir, o impacto é enorme. A economia local tem uma dependência muito grande dessas empresas”, explica José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea e um dos autores do estudo.
Macedo, do IBGE, lembra que várias outras minas tiveram a produção paralisada ou reduzida após a tragédia por preocupações com a segurança após a tragédia de Brumadinho. Houve mudanças na legislação ou endurecimento nos procedimentos de segurança, diz o pesquisador do IBGE. Além do acidente, condições climáticas desfavoráveis também afetaram negativamente as operações da Vale no Sistema Norte, especialmente no mês de abril.
Petróleo. Ao mesmo tempo em que a produção de minério era reduzida, a Petrobrás enfrentava problemas técnicos que atrasaram a entrada em operação de novas plataformas de petróleo, prejudicando o crescimento esperado para a extração de óleo e gás para 2019.
Há expectativa de alguma recuperação no segundo semestre, com a normalização da operação de plataformas de petróleo e da extração e exportação de minério no Pará, além do retorno gradual da operação em barragens que estavam paradas, especialmente no Estado de Minas Gerais.
Ainda assim o PIB do segmento das indústrias extrativas deve fechar 2019 com queda aproximada de 9,5%. O resultado retiraria 1,3 ponto porcentual do PIB da indústria e 0,2 ponto porcentual do PIB total brasileiro em 2019.
“Para que a Petrobrás feche o ano no zero a zero, vai ter crescimento na extração no segundo semestre”, justifica Souza Júnior, do Ipea. “E (na mineração) esperamos retorno paulatino de outras minas que estavam paradas. A questão da produção de minério vai estar equacionada parcialmente até o fim do ano”, completa.
Fragilidades. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) lembra que, embora o segmento extrativo tenha agravado a situação atual da indústria, o desempenho negativo da produção na primeira metade do ano confirma que falta robustez ao processo de retomada do setor industrial pós-crise.
“Por ser hoje uma recuperação muito frágil, a indústria está sujeita a fatores pontuais. Ora é greve de caminhoneiros, ora é problema nas extrativas, ora é crise na Argentina. A gente fica buscando fatores pontuais para explicar a falta de dinamismo na produção. Então há uma sucessão desses fatores pontuais”, lamenta Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi.

N.daR.: Quanto mais desgastada for a imagem da PETROBRAS maiores serão as justificativas usadas falsamente para orientar o seu desmanche.
Para o cometimento do crime de Lesa-Pátria os arautos do governo valem-se de tudo.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
NA CÂMARA, GOVERNO VAI DESTINAR GASTO ELEVADO COM PENSÃO POR MORTE (Título da versão impressa)
GOVERNO MONTA ESTRATÉGIA PARA APROVAR A REFORMA DA PREVIDÊENCIA NA CÂMARA
Objetivo é destacar gasto elevado com pensão por morte, que chega a 2,8% do PIB

Publicado: O Globo - Impresso - 05/08/2019 - Pág. 15 | On Line 05/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 05/08/2019 - 08:07
por Geralda Doca, Manoel Ventura e Marcello Corrêa

Charge Aposentadoria RIO - Na semana em que a Câmara dos Deputados retoma a reforma da Previdência , para a votação em segundo turno, a estratégia do governo para bloquear mudanças no texto será apresentar estudos sobre os gastos elevados com benefícios no Brasil.
Um dos pontos que mais preocupa a equipe econômica é a pensão por morte . No primeiro turno de votação, o tema foi bastante explorado pela oposição, que defende que o benefício não possa ser inferior a um salário mínimo .

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Durante as discussões em plenário, o governo vai apresentar estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países. O levantamento mostra que os gastos com pensão por morte no Brasil correspondem a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), sem considerar as Forças Armadas. É o maior índice entre os países analisados. A média na OCDE para esse tipo de benefício é de 1%.
O Brasil gasta mais com pensão até mesmo que países com população idosa, como Itália e Grécia, em que essas despesas equivalem a 2,6% do PIB. Na comparação com países de perfil demográfico semelhante ao do Brasil, a diferença é ainda maior. No Chile, os gastos com pensão representam 0,9% do PIB; na Colômbia, 0,4%; e no México, apenas 0,2%.

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Despesas crescentes
O estudo revela ainda que os gastos do Brasil com pensões representam 44% das despesas com aposentadorias, enquanto a média na OCDE é de apenas 13%. Além disso, em cada cem aposentados brasileiros, 46 são pensionistas — número muito acima da média de outros países, de 22 pensionistas.
Para o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, essa discrepância se deve às regras mais benevolentes da pensão no Brasil, como vinculação ao salário mínimo, valor integral e permissão para acumular benefícios. São esses pontos que a reforma pretende atacar.
— O Brasil gasta mais com pensão do que qualquer outro país. É medalha de ouro — afirmou Rolim.
De acordo com dados da secretaria, entre 2000 e 2018 os gastos com pensão cresceram nove vezes, saltando de R$ 15,3 bilhões para R$ 135,2 bilhões. Nesse período, as despesas com esse benefício passaram de 1,3% para 2% do PIB. O texto aprovado pelo plenário da Câmara em primeiro turno vai assegurar ao governo uma economia de R$ 139,3 bilhões em dez anos.
E, mesmo que com a mudança no pagamento de pensões, essa despesa continuará subindo. A projeção é que, em dez anos, haja um aumento real no gasto com pensões de R$ 113,1 bilhões.
A reforma prevê a redução do valor da pensão da viúva ou viúvo, hoje integral, para 60%, mais 10% por dependente. Com isso, o benefício poderá ser inferior a um salário mínimo (R$ 998). Se a pensão for a única fonte de renda formal da viúva, o valor continua atrelado ao piso nacional. Um dos argumentos do governo para defender a proposta é que, nos países da OCDE, o valor da pensão corresponde, em média, a 56% do benefício.


Outro ponto que também preocupa o governo diz respeito a uma possível mudança na regra de cálculo da aposentadoria. A reforma prevê o cálculo com base na média de todas as contribuições feitas pelos trabalhadores para o sistema. Os partidos da oposição querem manter a fórmula atual, mais vantajosa, pois considera 80% das maiores contribuições, descartando as 20% menores. Essa alteração terá impacto de R$ 186,9 bilhões em dez anos.

Trabalho com líderes
O governo pretende trabalhar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com líderes dos partidos que apoiam a reforma para repetir o placar do primeiro turno, de 379 votos a favor e 131 contra. Isso vai exigir a presença de mais de 500 dos 513 deputados no plenário. São necessários 308 votos favoráveis para a proposta avançar.
Depois de aprovado o texto principal em segundo turno, os deputados vão analisar os destaques. Essa é a parte mais tensa para quem apoia a reforma. No segundo turno, são analisados apenas destaques que pretendem retirar pontos da proposta. Nesse caso, o governo precisa de 308 votos em cada destaque para manter o texto-base, que renderá ao governo uma economia de R$ 933,5 bilhões.


Para evitar sustos durante a votação, os técnicos que cuidam da reforma foram escalados para dar expediente na Câmara. Segundo o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, a estratégia inclui tentar evitar que as discussões se alonguem:
— Vamos ficar atentos, conversar com líderes dos partidos e bancadas. A ideia é evitar discussões muito demoradas.
Partidos que fazem parte do centrão mantêm a bandeira da reforma como uma iniciativa do Congresso e não do governo. Para o líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), quem votou no primeiro turno não pode mudar de lado:
— Senão, pega mal para o deputado.
O líder do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), garante que a legenda vai repetir os 34 votos a favor da reforma no primeiro turno:

Oposição tentará obstruir
Já a líder da minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que a oposição vai tentar obstruir a votação e apresentar os nove destaques a que os partidos têm direito. Entre eles, propostas para mudar a regra da pensão e a fórmula de cálculo da aposentadoria.
O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que os parlamentares contrários à reforma da Previdência irão insistir na aprovação de dois destaques para alterar trechos da proposta. Um deles pretende manter o piso de um salário mínimo para pensões de viúvas. Outro quer permitir que quem trabalhou por um mês em um serviço intermitente (por exemplo, não cumpriu as oito horas diárias) possa contar esse período como tempo de serviço.
— Nosso foco no segundo turno vai ser tirar as maiores crueldades do texto. O principal objetivo é garantir o piso de um salário mínimo para as viúvas. Mas a gente acha que tem chance de aprovar os dois destaques — disse Molon.
A expectativa é que o texto siga para o Senado já no fim desta semana. Os senadores terão até 30 dias para analisar a proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Entretanto, técnicos da secretaria-geral da Casa explicam que é comum, quando há maioria, as discussões serem resolvidas mais rapidamente.
Na CCJ, o texto pode receber emendas. Depois, segue para votação em primeiro e segundo turnos. Aprovada nos dois turnos, a PEC é promulgada em sessão do Congresso.
A inclusão de estados e municípios seria desmembrada em uma nova proposta, a chamada PEC paralela. Só esse texto retornaria à Câmara.

N.daR.: As aposentadorias do cidadão comum sempre foram baixas. O que não ocorre com políticos e funcionários públicos.
Apesar disso o que o governo Bolsonaro deseja, conduzido por Paulo Guedes, seu ministro da Economia, é que as pensões recebidas por morte do titular do benefício, sejam reduzidas para 60% do valor. Deseja, ainda, que o beneficiário que está recebendo aposentadoria, escolha entre a dele e a pensão por morte.
Enfim, trata-se de mais uma retirada de direitos do pouco que sobra a receber do INSS pelos beneficiários já tão sofridos.
A turma de cima está pouco 'se lixando' para o cidadão comum.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO EM TERRA CAI 50% - Ao priorizar o pré-sal, Petrobrás reduz extração 'onshore' de 209 mil para 107 mil barris diários em 20 anos; áreas atraem empresas menores
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 04/08/2019 B12 | On Line 04 de agosto de 2019 | 05h00
por Cristian Favaro

Petróleo A capacidade da Petrobrás na exploração no mar, somada à crise da petroleira, colocou em segundo plano a produção de petróleo em terra firme. Recentemente, a empresa oficializou seu objetivo de atuar em águas profundas e colocou à venda centenas de áreas de produção. O efeito, entretanto, já havia sido sentido: a produção de petróleo em terra do Brasil, o chamado onshore, caiu pela metade entre 2000 e 2019.


A exploração em terra é concentrada sobretudo no Nordeste, que abriga mais de 80% das reservas provadas do Brasil e 70% da produção. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que a produção desse segmento caiu da média de 209,1 mil barris de petróleo por dia, no ano 2000, para 107,4 mil barris diários, em 2019 (média de 12 meses até maio). Na direção oposta, alavancada pelo pré-sal, a produção total brasileira mais do que dobrou no mesmo período, de 1,2 milhão de barris para 2,6 milhões de barris por dia.
“O Rio Grande do Norte chegou a produzir 60 mil barris por dia”, diz Gutemberg Dias, presidente da Redepetro RN, entidade com sede em Mossoró que reúne empresas da cadeia produtiva do petróleo no Estado. “Hoje, são 38 mil barris. Infelizmente, várias empresas fecharam as portas.”

Petróleo: Redução na produção

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), se a estatal tivesse o mesmo ritmo de crescimento dos concorrentes privados nas bacias de Recôncavo, Sergipe/Alagoas, Potiguar e Espírito Santo, ela teria produzido 311,8 milhões de barris em terra a mais, em quase duas décadas.

Carência
Para a entidade, ter colocado a exploração em terra firme em segundo plano tirou R$ 11,8 bilhões em investimentos na região, o que poderia ter gerado até R$ 1,2 bilhão em royalties a municípios do interior nordestino. A estimativa indica que 386 mil postos de trabalho poderiam ter sido criados.
Segundo Anabal Santos Júnior, secretário executivo da Abpip, a posição praticamente monopolista da Petrobrás é a razão para a derrocada do petróleo em terra firme. Para ele, o Brasil tem um grande potencial a ser explorado, já que o País concentra uma das maiores áreas em bacias sedimentares do mundo.
A escolha da Petrobrás pelo mar, porém, pode ser explicada em números. Em média, um poço em terra produz 15 barris por dia no Brasil. No pré-sal, o volume diário alcança 40 mil. Ou seja: um único poço em águas profundas produz mais que toda a extração onshore da Bahia ou do Rio Grande do Norte.

Competição
A menor produtividade, porém, não inviabiliza a produção em solo firme – e a atividade se mostra particularmente atraente a empresas menores. Enquanto o petróleo é encontrado a poucas centenas de metros em terra, no mar os poços podem superar seis quilômetros de profundidade.
Mais barata, a extração onshore é um negócio que atrai pequenas e médias empresas. Seu potencial de gerar receita cresce com a escala. Enquanto o Brasil tem cerca de 23 mil poços perfurados em terra, nos Estados Unidos o número está na casa dos 2 milhões. Diante de medidas de incentivo ao setor, há poços viáveis e lucrativos com produção de apenas um barril por dia nos EUA, algo difícil no Brasil por causa da legislação, segundo especialistas.
A demanda para que campos terrestres da Petrobrás sejam oferecidos a operadores privados é uma briga antiga da Abpip.
Em 2016, a estatal divulgou a inclusão de bacias terrestres maduras dentro do seu programa de vendas. Três anos e diversas prorrogações depois, a meta ganhou velocidade apenas após setembro, quando a ANP selecionou 254 campos para que a Petrobrás decidisse se voltaria a investir ou se devolveria para serem vendidos à iniciativa privada. A Petrobrás decidiu ficar com 71 e vender 183.
Procurada, a Petrobrás apenas confirmou o processo de venda de 183 concessões e disse que “essa operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à geração de valor para os nossos acionistas”.

N.daR.:
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
CIDADE SOFRE COM CRISE DA ATIVIDADE DA PETROLEIRA - A baiana Catu tem queda em arrecadação e aumento de demanda por serviços de saúde e educação
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 04/08/2019 B12 | On Line 04 de agosto de 2019 | 05h00
por Cristian Favaro

Produção da Petrorecôncavo, em Mata de São João - Foto: Edson Ruiz / ESTADÃO / 11.10.2004 Era o fim da década de 1930 quando moradores perceberam que parte da mata do bairro Lobato, em Salvador, estava suja com um líquido preto e espesso. Foi a primeira descoberta de petróleo no Brasil. Nesse início da indústria petroleira nacional, a Bahia em lugar de destaque, dando origem à primeira refinaria brasileira.
Localizada a pouco mais 60 km da capital baiana, Catu é uma cidade que tem menção ao petróleo na bandeira e no brasão. Os tempos dourados, porém, ficaram para trás. “Os investimentos da Petrobrás diminuíram, empresas fecharam e, com menor produção, houve desemprego e um aumento muito grande por serviços públicos de educação e saúde”, diz Geranilson Dantas Requião, prefeito de Catu (PT), que tem 54 mil habitantes.
As empresas do setor que permaneceram ativas, diz Requião, reduziram as atividades em mais de 50%. Na prefeitura, a arrecadação de royalties, que chegou a ser 20% da receita, caiu para 8%. Por outro lado, os gastos com saúde aumentaram 20% entre 2014 e 2018. Na educação, o aumento chegou a 10%.

Na contramão
A cerca de 30 km de Catu, o município de Mata de São João tomou um caminho diferente. A principal operadora do setor de petróleo da cidade, de 46 mil habitantes, é a PetroRecôncavo, uma terceirizada da Petrobrás. Na contramão das operações da estatal, a produção na cidade cresce ano a ano, afirmou o prefeito Marcelo Oliveira (PSDB).
A terceirizada recebe por produtividade e, por isso, acelerou investimentos. Segundo Oliveira, o efeito positivo da cadeia petrolífera tem como principal benefício não o royalty, mas o Imposto Sobre Serviço (ISS). “Como é prestação de serviço (à Petrobrás), a empresa paga ISS”, disse. “Ela não vende o barril, mas fatura pela prestação de serviço: entrega o petróleo à Petrobrás e recebe pelo trabalho.”
A diferença entre as cidades fica evidente diante do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o IBGE, a economia dos dois municípios cresceu cerca de 150% entre 2002 e 2013. Desse ano em diante, entretanto, a atividade em Catu caiu cerca de 30% em três anos, até 2016. Mata de São João, ao contrário, manteve a tendência e viu crescer o PIB em 5,6% no mesmo período.

N.daR.:
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Opinião
CONFLITO DE INTERESSES
Publicado: O Globo - Impresso - 04/08/2019 - Pág. 2 | On Line 04/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Como aconteceu na Itália, interesses diversos se uniram para limitar a ação dos procuradores de Curitiba

Merval Pereira O combate à corrupção e ao crime organizado, que se intensificou no país com a Operação Lava-Jato, entra agora, cinco anos depois, talvez na sua mais sensível etapa. Como aconteceu na Itália das Mãos Limpas, interesses diversos se uniram para tentar colocar limites à ação dos procuradores de Curitiba.
Uns com o intuito precípuo de não serem alcançados, ou conseguir a anulação das condenações, outros preocupados com supostas transgressões legais praticadas no que um dos seus mais contundentes adversários, o ministro do Supremo Gilmar Mendes chama de “o Direito de Curitiba”. Muitos, usando a segunda razão como escusa para atingir o primeiro objetivo.
Essa disputa de poder tem também o hoje ministro Sérgio Moro na alça de mira, e como em todas as etapas há conflitos de interesses, surgem paradoxos inevitáveis. Apoiador declarado da Operação Lava-Jato, o que explicitou ao convidar Moro para seu ministério, o presidente Bolsonaro acaba de dar novas cores à crise institucional em processo com a decisão de mudar o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) Roberto Leonel, indicado por Moro quando o órgão era subordinado ao ministério da Justiça e Segurança Pública.
Moro pediu para ficar com o Coaf na montagem do novo ministério, órgão considerado imprescindível para o combate a crimes de colarinho branco e formação de quadrilha. Derrotado no Congresso, que transferiu o Coaf para a Fazenda, Moro terá nova derrota com a mudança de seu indicado, e pelas razões que se sabe.
A garantia de Bolsonaro de que nada mudaria no Coaf começa a desmoronar, e a pressão sobre o ministro Paulo Guedes coloca em xeque os outrora chamados superministros. Bolsonaro não gostou das críticas que Leonel fez à decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli de suspender as investigações baseadas em informações do Coaf sem autorização da Justiça.
A medida foi tomada a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, que está sendo investigado dentro de um processo que abrangeu diversos vereadores e funcionários da Assembléia Legislativa do Rio.
São conflitos de interesse que interferem nas investigações sobre corrupção, obstáculos paralelos aos que estão sendo colocados no caminho da Operação Lava-Jato pelo Congresso, que reluta em aprovar o projeto anticrime de Moro, e também pelo Supremo.
A decisão de requisitar os diálogos, áudios e vídeos hackeados que servem de base para as reportagens do site Intercept Brasil, que coordena a divulgação por outros veículos, teve objetivos distintos, embora tenham saído logo no primeiro dia de funcionamento do STF depois do recesso do Judiciário.
Ministro Luis Fux, provocado por uma ação do PDT, era obrigado a atuar. E o fez com o objetivo de preservar as provas para saber, inclusive, a origem delas para aferição da ilicitude. O ministro Alexandre de Moraes se baseou na publicação na Folha de S. Paulo para requisitar as provas integrais dentro do inquérito que preside no Supremo sobre “fake news”.
Implicitamente, está dando valor às provas conseguidas ilegalmente pelos hackers, embora não possa usá-las para acusar ninguém, especialmente o procurador Deltan Dallagnol, coordenador do Ministério Público da Lava-Jato em Curitiba.
Enquanto alguns esperam que do inquérito do Supremo surjam elementos para acusá-lo mesmo sem utilizar as provas, consideradas imprestáveis, outros ministros acham que ele não precisa ser afastado. Teria perdido já a legitimidade para exercer a função.
Os diversos atores dessa disputa de poder usam as armas de que dispõem para constranger adversários. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, muito ligado a Gilmar Mendes, deu 15 dias para que a Receita Federal detalhe as investigações dos últimos cinco anos que envolvam autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário.
A Associação Nacional dos Procuradores teve o apoio da Procuradora-Geral da República Raquel Dodge no pedido para que o Supremo suspenda o inquérito que apura supostas ofensas aos ministros do STF. Que ela considerou um "tribunal de exceção".
“Não há com imaginar situação mais comprometedora da imparcialidade e neutralidade dos julgadores, princípios constitucionais que inspiram o sistema acusatório”, define Dodge. A mesma acusação que ministros do Supremo e a defesa dos acusados fazem a Moro, Dallagnol e aos demais procuradores de Curitiba.

N.daR.: Reiterando o que dissemos.
Pode demorar um pouco, mas já é nítida a grande movimentação para acabar com a Lava-Jato.
Como nesse país muitos e muitos mais não são um exemplo de boa conduta, correta e honesta torna-se, para eles, necessário desmoralizar a Lava-Jato e seus integrantes.
Gilmar atuando no TSE e Lewandowski na Senado, são o exemplo máximo de comportamente absolutamente inadequado para qualquer cidadão, que dirá para um 'magistrado'.
Também, merece deatque o Marco Aurélio com suas seguidas decisões que liberam marginais e assassinos. De Toffoli não se pode esperar algo de diferente daquilo que pratica, dado ao seu currículo.
O objetivo é desmoralizar a Lava-Jato, fazer crer que se fez tudo errado e liberar todos os condenados e formar uma redoma para que impunidades possam continuar a ser defrutadas por diversos políticos, empresários, partidos, magistrados, etc., etc., etc.
Cabe lembrar que "Quem não deve não teme". Então, concluir o quê?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - colunas e blogs
JAIR DESMENTIU BOLSONARO - Agenda das 964 audiências e conversas mantidas pelo presidente desmontam a promessa de 'governo para todos'
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 3.ago.2019 às 2h00
por Rubens Valente

Chrage: Amorim "Governarei para todos”, disse o presidente na diplomação em 10 de dezembro de 2018, no TSE. “Construirei uma sociedade sem discriminação ou divisão”, repetiu na posse, em 1º de janeiro.
Quem percorrer os 964 compromissos da agenda de Jair Bolsonaro em audiências, almoços e jantares da posse na Presidência até esta sexta-feira (2) embarcará numa viagem lisérgica por cultos evangélicos, jogos de futebol, expoentes da bancada da bala, o cantor Amado Batista e o locutor de rodeios Cuiabano Lima. E empresários, muitos e riquíssimos empresários e seus poderosos grupos de pressão.
Também perceberá para quem Bolsonaro governa. Ele recebeu altos executivos das multinacionais Exxon e Shell, mas nenhum representante dos petroleiros brasileiros contrário à venda dos ativos da Petrobras. Falou várias vezes com ruralistas, mas com nenhum porta-voz legítimo dos sem-terra, quilombolas ou indígenas (fez só uma live com um grupo de índios sem representatividade, levados ao Planalto por ruralistas).
Bolsonaro não manteve audiência com nenhum representante reconhecido da comunidade LGBTQ, mas teve oito encontros com pastores evangélicos. Também participou de um certo Ato de Consagração do Brasil a Jesus Cristo por Meio do Imaculado Coração de Maria.
No Rio, Bolsonaro foi à formatura de paraquedistas do Exército, mas não recebeu em audiência nenhuma organização dos milhares de cariocas das comunidades carentes que sofrem com milícias, narcotraficantes e execuções extrajudiciais. No Planalto, não teve audiência com líderes sem-teto, ambientalistas, cientistas, antropólogos, escritores, professores e cineastas de relevo, embora tenha recebido um grupo identificado como “Youtubers de Direita”.
A agenda comprova que aquele Bolsonaro estadista nunca passou de uma ficção. O verdadeiro Jair, parcial, sectário e divisionista, governa só para um lado do Brasil desde o primeiro dia.

N.daR.:
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
ELETROBRÁS PAGA 1,275 BI DE DÍVIDAS COM PETROBRAS; DÉBITO AINDA SOMA R$ 9,56 BI - Pagamento foi realizado com recursos captados por emissão de debêntures da elétrica
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 2.ago.2019 às 20h17
por Redação

PETROBRAS São Paulo - A Eletrobras amortizou R$ 1,275 bilhão em dívidas junto à Petrobras em decorrência da privatização no ano passado de suas concessionárias de distribuição de energia, informou a estatal de eletricidade nesta sexta-feira.
Com o pré-pagamento, o saldo devedor junto à Petrobras pelos débitos referentes às distribuidoras agora é de R$ 9,56 bilhões, acrescentou a Eletrobras.
O pagamento foi realizado com recursos captados por uma emissão de debêntures da elétrica e com valores da primeira parcela de um acordo judicial firmado com a Eletropaulo por uma antiga dívida entre as empresas, explicou a Eletrobras.
Segundo a elétrica, o pré-pagamento “tem por objetivo reduzir o custo da dívida da companhia e alongar o seu prazo médio, em linha com o Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG 2019/2023)”.
A Eletrobras aceitou no ano passado assumir bilhões de reais em dívidas de suas distribuidoras para viabilizar a privatização das empresas, que geravam prejuízos recorrentes e impactavam negativamente seus resultados.

N.daR.:
* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
PRESIDENTE DA PETROBRAS AFIRMA QUE NÃO INVESTIRÁ NA OPERAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL - Possibilidade de reduzir à zero as participações da estatal na BR Distribuidora, diz executivo
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 2.ago.2019 às 16h30
por Redação

PETROBRAS São Paulo - O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que a companhia não fará novos investimentos na produção de energia renováveis.
O executivo repetiu em entrevista coletiva que o objetivo da companhia é priorizar a produção de petróleo. Ele reafirmou a possibilidade de reduzir à zero as participações da estatal na BR Distribuidora, na Gaspetro e na logística e transporte de gás.
Em relação à energia renovável, Castello Branco defendeu que “é um negócio que requer competências diferentes do negócio de petróleo e gás”.
“Não vamos investir em operações [de renováveis] porque é um negócio que requer competências diferentes do negócio de petróleo e gás. Se entrarmos nesse jogo, temos que entrar para ganhar. Não entrar açodadamente só porque os outros estão fazendo. É proibido perder dinheiro”, disse Castello Branco, que declarou que vai manter a pesquisa no setor.
Ele disse ainda que, entre as concorrentes internacionais do setor de óleo e gás, há “muito marketing e poucas ações de fato” no investimento em renováveis.
“Se formos ver as companhias europeias, que são as principais que focam no negócio de energia renováveis, a projeção da participação de energia renováveis em suas receitas em 2030 é 1%, no máximo 1,5%. Na prática não é tudo isso”, disse Castello Branco.
O executivo disse que vai manter pesquisas na área, algumas em conjunto com a francesa Total.
Ainda há muita divergência sobre quando a transição energética ocorrerá de fato, mas a aceleração dos investimentos de petroleiras em energia renovável é um forte indicador do que as empresas têm como perspectiva.
A Shell criou há cerca de dois anos sua linha de negócios focada em novas energias, que inclui investimentos em novos combustíveis e em energia elétrica —principalmente na aquisição e construção de usinas solares e eólicas.
Em maio passado, a norueguesa Statoil tomou uma decisão radical e mudou seu nome para Equinor —tirando a referência a “óleo” de sua marca.
A companhia anunciou que até 2030 vai direcionar 20% de seus investimentos globais para energias renováveis.
O Brasil tem sido alvo de grande parte desses investimentos das companhias petroleiras, principalmente por seu potencial natural.

Selo da Bolsa é 'irrelevante'
Castello Branco também reduziu a relevância do programa da Bolsa brasileira, a B3, criado para atestar esforços de empresas estatais do país que buscam melhorar a governança.
Ele classificou o Programa Destaque em Governança de Estatais da B3 como “irrelevante” e afirmou que tem como parâmetro de governança “os melhores do mundo, não um grupo específico”.
“Não estamos fazendo estudos nenhum de se é bom ou ruim ficar lá no destaque das estatais. Não tem nenhum valor. É como disputar a série C do Brasileiro. Queremos disputar as Champions League”, disse ele.
Castello Branco também disse que não vê importância na presença da Petrobras no programa como forma de impulsionar a governança nas demais estatais.
“Queremos nos espelhar nos melhores do mundo, não num grupo específico. Não está decidido nada. Isso é irrelevante”, disse ele.

N.daR.: Fica claramente evidenciado que o objetivo final de Castello Branco, presidente e acólito de Paulo Guedes, este ministro da Economia, é desmanchar a Petrobras o mais rápido possível e a qualquer custo.
Os crimes de Lesa-Pátria estão em pleno cometimento.
Não há mais patriotismo envolvido nas decisões do alto escalão.
Grupos privados nacionais e, especialmente, estrangeiros, estão ávidos para se aproveitar do butim.
Tudo sob os olhos da mídia, políticos, ministros ex-militares ou não. Todos omissos e coniventes.

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PARA IMPORTADOR, PETROBRÁS TEM "PREÇO PREDATÓRIO" ONDE HÁ CONCORRÊNCIA - Segundo Abicom, combustível vendido em regiões próximas a refinarias como Paulínia (SP) e Duque de Caxias (RJ) custa mais do que a média nacional, enquanto em lugares nos quais há oferta de importados, preço cobrado por estatal é R$ 0,10 menor
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 03/08/2019 B8 | On Line 03 de agosto de 2019 | 04h00
por Cristian Favaro e Fernanda Nunes

Charge: Bira SÃO PAULO E RIO - A Petrobrás cobra mais caro pelos combustíveis nos mercados atendidos por suas maiores refinarias e derruba o preço onde há portos e a concorrência de importados, segundo a Abicom, que reúne importadores do setor. O cenário, diz a entidade, pode ser resultado de uma política deliberada da estatal brasileira de bater de frente com os concorrentes na oferta de combustível no Brasil.
A conclusão da entidade foi baseada em números. Levantamento dos preços dos dois combustíveis nas refinarias da Petrobrás mostra que, nas bases de Paulínia (SP) e Duque de Caxias (RJ), onde funcionam as duas maiores refinarias estatais, o litro dos combustíveis custa mais do que o da média nacional. Os preços são ainda mais elevados em Uberaba (MG) e Senador Canedo (GO).
Em contrapartida, nos portos de Ipojuca (PE), São Luís (MA) e Itacoatiara (AM), o litro custa até R$ 0,10 menos do que na média do País. Essas cidades estão entre as poucas nas quais a Petrobrás enfrenta concorrência, com a oferta de combustível importado.
As importadoras associadas à Abicom levaram os dados do levantamento à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Elas reclamam do que consideram ser uma persistência do domínio estatal nesse mercado, mesmo após a assinatura de um acordo entre a petroleira e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no mês passado.
“Considerando que a Petrobrás apresentou uma proposta ao Cade para ajustar o seu comportamento e condicionou essa mudança de postura ao arquivamento do processo aberto pela Abicom, a expectativa era que a empresa deixasse de praticar preços predatórios, principalmente nos únicos polos onde tem concorrência”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da associação.
A postura da petroleira, segundo a entidade, tem efeitos práticos na eliminação da concorrência. Em Itacoatiara, por exemplo, um dos associados investiu R$ 80 milhões, mas diz ter sido obrigado a suspender as atividades neste ano, desde que a Petrobrás passou a praticar preços menores na região.

Commodity
A estatal argumenta que mantém seus preços alinhados ao mercado internacional, mas também considera a concorrência e sua presença nos mercados. “A Petrobrás reafirma que os reajustes nos preços do diesel e da gasolina, tanto de aumento quanto de redução, refletem as variações das cotações internacionais dos produtos e do câmbio e consideram o princípio de nível de participação de mercado previsto na política de preços”, afirmou a estatal, em nota, ao Estadão/Broadcast.
Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que acompanha o mercado de combustíveis, cabe à ANP analisar se a Petrobrás permanece ou não dominando e impedindo a concorrência. “É natural uma empresa baixar seus preços”, diz Pires. “O que não é aceito é que ela atue como refinador exclusivo e grande importador com o objetivo de dominar um mercado.”

Análise da agência
A ANP, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “o poder de mercado por si só não é considerado ilegal”. “Mas quando uma empresa ou grupo de empresas abusa desse poder adotando uma conduta que fere a livre concorrência, a prática configura-se em abuso de poder econômico.” A agência informou ainda que, após a análise dos dados disponíveis, se forem encontrados indícios de infração, retornará com o caso no Cade.
“Um Termo de Compromisso de Cessação de Prática (TCC) foi celebrado entre o Cade e a Petrobrás. O cumprimento das obrigações e compromissos a ele relacionados serão monitorados por um trustee (entidade independente) de monitoramento a ser contratado pela Petrobrás. Eventual descumprimento deverá ser declarado pelo Tribunal Administrativo do Cade, resguardado o direito à ampla defesa e ao contraditório”, escreveu.

N.daR.: Não há credibilidade na abordagem feita pela Abicom.
Se isto de fato ocorresse poderiam usar meios existentes para questionar tecnicamente o alegado.
O que querem é forçar a Petrobras a praticar preços mais elevados ainda, para que possam aumentar seus ganhos sesm esforços.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Opinião
DALLAGNOL NO ALVO
Publicado: O Globo - Impresso - 03/08/2019 - Pág. 2 | On Line 03/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Ministros estão convencidos da veracidade dos diálogos, inclusive por relatos de abusos que estariam acontecendo

Merval Pereira A ideia de retirar da Operação Lava-Jato o coordenador dos procuradores de Curitiba Deltan Dallagnol, abortada até o momento, surgiu logo na manhã de quinta-feira, quando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, atual presidente, e Gilmar Mendes leram novos diálogos atribuídos aos procuradores.
Tratavam de investigação sobre os ministros e suas mulheres. No dia anterior, os dois haviam recebido um resumo das conversas a serem publicadas pela Folha S. Paulo, e não quiseram se manifestar. Mas quando leram a íntegra da reportagem, combinaram que alguma coisa deveria ser feita.
Toffoli pretendia soltar uma nota oficial, primeiro exigindo o afastamento de Dallagnol, versão que abandonou por outra, mais genérica, defendendo as prerrogativas do Supremo. Um procurador de primeira instância não pode investigar um ministro do STF.
Gilmar reagiu a seu estilo. Chamou os procuradores de gansgters numa entrevista ao chegar à sede do Supremo, “o rabo abanando o cachorro”, como gosta dizer. Por ele, uma nota de repúdio teria que ser dada, mas colegas convenceram os dois de que o melhor seria não fazer comentários, inclusive para não dar mais publicidade aos fatos e para proteger suas mulheres.
Ficou combinado que o decano Celso de Melo pediria a palavra na primeira sessão da reabertura dos trabalhos e faria uma declaração de protesto. Em vez disso, preferiram ações práticas. O ministro Luis Fux proibiu que as provas fossem destruídas e requisitou cópias de todos os diálogos, áudios e vídeos apreendidos pela Polícia Federal.
Também o ministro Alexandre de Moraes, relator de uma controversa investigação sobre “fake news” no âmbito do Supremo, determinada por Dias Toffoli muito antes do hackeamento das conversas entre Moro e Dallagnol, também requisitou todas as provas à Polícia Federal.
Nenhuma das medidas, aparentemente, se referia ao caso dos dois ministros investigados, mas à noite ficou-se sabendo que Alexandre de Moraes, para requisitar as provas, utilizou como base a reportagem da Folha de S. Paulo. Disse que havia “indícios de investigação ilícita contra ministros” da Corte.
O que revelou o objetivo oculto das providências do STF, já intuído por todos. A tentativa de estancar a sangria das supostas revelações restou inócua devido ao despacho oficial de Alexandre de Moraes.
Os procuradores de Curitiba soltaram uma nota mais uma vez não reconhecendo a veracidade dos diálogos, e negando que tivessem tentado investigar ministros do STF. Afirmaram que enviaram tudo relacionado a eles à Procuradora-Geral da República, órgão que tem o poder de investigar ministros do Supremo.
Dada à repercussão do caso, o desejo de reação a Dallagnol, que havia sido contido num primeiro momento, voltou a prosperar. Vários ministros estão convencidos da veracidade dos diálogos, inclusive por relatos anteriores de abusos que estariam acontecendo em Curitiba.
Ontem pela manhã, retomaram as discussões sobre medidas para afastar o coordenador dos procuradores de Curitiba da Operação Lava-Jato. Chegou-se a aventar a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes fazer com Dallgnol o mesmo que já fizera com dois fiscais da Receita, que foram afastados da função por terem investigado as declarações do ministro Gilmar Mendes e sua mulher. Mas são situações funcionais nao comparáveis
No começo da tarde a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, soltou uma nota negando que estivesse sendo pressionada a punir o procurador Dalagnol, e esclarecendo que ele, por ser inamovível pela Constituição, só sairia da Lava-Jato se e quando quisesse. Deltan Dallagnol é o promotor natural dos casos da Operação Lava-Jato, definiu Dodge.
Apesar disso, há quem considere no STF que Dallagnol pode ser punido devido a vários processos que correm no Conselho Nacional do Ministério Público. Há uma pressão grande para que o próprio Ministério Público decida a questão, mesmo por que não há condições de usar as provas ilegais como base de uma punição.
Mas, no decorrer do processo aberto no STF sobre fake news, podem surgir provas legais nos depoimentos que confirmem os diálogos. O fato é que a chance de vazamento desses diálogos agora aumentou muito, pois, além do Intercpt Brasil, haverá cópias com a Polícia Federal e com os dois ministros do STF , Luis Fux e Alexandre de Moraes.

N.daR.: Pode demorar um pouco, mas já é nítida a grande movimentação para acabar com a Lava-Jato.
Como nesse país muitos e muitos mais não são um exemplo de boa conduta, correta e honesta torna-se, para eles, necessário desmoralizar a Lava-Jato e seus integrantes.
Gilmar atuando no TSE e Lewandowski na Senado, são o exemplo máximo de comportamente absolutamente inadequado para qualquer cidadão, que dirá para um 'magistrado'.
Também, merece deatque o Marco Aurélio com suas seguidas decisões que liberam marginais e assassinos. De Toffoli não se pode esperar algo de diferente daquilo que pratica, dado ao seu currículo.
O objetivo é desmoralizar a Lava-Jato, fazer crer que se fez tudo errado e liberar todos os condenados e formar uma redoma para que impunidades possam continuar a ser defrutadas por diversos políticos, empresários, partidos, magistrados, etc., etc., etc.
Cabe lembrar que "Quem não deve não teme". Então, concluir o quê?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
ANÁLISE: APÓS LUCRO RECORDE, PETROBRAS VAI ACELERAR PROCESSOS DE PRIVATIZAÇÃO - Refinarias, transporte e distribuição de gás devem sair de cena na estratégia da empresa
Publicado: O Globo - On Line 02/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 02/08/2019 - 13:11
por Janaina Lage

A Petrobras e seu estupro - Charge: Peu Teles RIO - Após registrar lucro recorde , de R$ 18,86 bilhões no segundo trimestre, a Petrobras deve acelerar a marcha de seu ambicioso processo de privatizações. Refinarias, campos de petróleo menos promissores e negócios na área de transporte e distribuição de gás natural devem sair de cena ou exercer papel secundário na estratégia da petroleira.
Se tudo transcorrer de acordo com os planos do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, ao fim do processo a empresa terá um novo perfil, com uma atuação focada em seu ativo mais valioso: a exploração e produção de campos do pré-sal.


Em mensagem enviada aos investidores, o executivo é claro: "Com um programa de desinvestimentos desenhado, a prioridade daqui em diante será a estruturação e execução das transações". E não faltam operações em curso.
No segundo trimestre, os números do balanço ganharam reforço extra com a venda de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG), que opera 4,5 mil quilômetros de dutos nas regiões Norte e Nordeste, para um consórcio formado pela francesa Engie e pelo fundo canandense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) por R$ 33,5 bilhões. Os recursos se somaram a um cenário benigno para as finanças da companhia em razão da alta do dólar e do barril de petróleo.


Até o fim de julho, a companhia acumulou US$ 15 bilhões com a venda de ativos. No terceiro trimestre, ao menos uma injeção de ânimo já está garantida: a empresa prevê ganho de capital antes de impostos de R$ 14,2 bilhões com a privatização da BR.
A distribuidora de combustíveis, considerada por muito tempo como a joia da coroa da Petrobras, corre risco até mesmo de sair do portfólio da petroleira. Na mensagem ao mercado, a empresa informa que, no futuro, pode reduzir sua participação na BR, atualmente em 37,5%, ou se desfazer integralmente.
Essa espécie de rolo compressor de privatizações em marcha deve incluir a venda de oito refinarias. A proposta de venda de quatro delas já foi apresentada ao mercado. As informações sobre outras quatro delas devem ser divulgadas aos potenciais compradores no próximo mês.


A empresa também deve se desfazer de campos maduros, empreendimentos com alto custo para extração de petróleo e baixa produtividade. A lógica é que a companhia precisa concentrar esforços no pré-sal, que demanda investimentos vultosos e forte aposta em tecnologia. O que está no cardápio e já não enche os olhos da Petrobras pode se tornar ativo valioso para empresa de menor porte.
Se, de um lado, a companhia está se livrando de investimentos que se mostraram mal-sucedidos, como a refinaria de Pasadena, que se tornou símbolo da corrupção investigada na Lava-Jato, de outro, também está fazendo escolhas, que podem se mostrar vantajosas ou não no futuro.
Ao abrir mão da infraestrutura de transporte de gás, por exemplo, a empresa age em linha com os planos do governo, de fomentar a entrada de novos competidores e reduzir o preço do produto. Mas também começará a pagar a terceiros pelo uso das redes de gasodutos.


Junto com a mudança de foco vem também a redução de tamanho. De acordo com o comunicado, a empresa já conta com 1.560 adesões até o fim de julho a seu programa de desligamento voluntário.
Se a estratégia de venda de ativos caminha a passos largos, a produção de petróleo, porém, não segue no mesmo compasso. No segundo trimestre caiu 0,5%. Os investimentos foram revistos para baixo e devem somar de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões este ano. Para que tudo saia como o previsto, resta agora acelerar o operacional da companhia.

N.daR.: Reiterando o que já dissemos.
A campanha a favor do desmanche do Sistema Petrobras alcançou níveis jamais vistos no país.
Por outro lado, não se consegue obter informações confiáveis da empresa, como, por exemplo, qual a razão de a sua dívida aumentar, apesar de se desfazer de negócios.
Será importante acompanhar o futuro próximo para conhecer o reflexo das vendas de subsidiárias lucrativas (gasodutos, distribuidora) e saber se não irá refletir negativamente na lucratividade da empresa.
Para a empresa a situação de sujeição a ataques, se antes era pela corrupção, agora é de entrega do seu patrimônio para grupos privados nacionias e, principalmente, estrangeiros.
Antes os crimes que subjugavam a Petrobras eram os de corrupção, neste momento é o de Lesa-Pátria e/ou corrupção também.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS QUER TER SÓCIOS EM MAIS DA METADE DE SEUS CAMPOS DE PETRÓLEO JÁ EM 2020 - Hoje, há parceria em 34% dos campos. Foco continua em águas profundas, diz diretor de Exploração e Produção
Publicado: O Globo - Impresso 03/08/2019 Pág. 18 | On Line 02/08/2019 - 11:44 / Atualizado em 02/08/2019 - 15:31
por Bruno Rosa

A Petrobras e os chacais - Charge: Genildo RIO - Na busca por caixa para reduzir seu nível de endividamento , a Petrobras pretende ter já no ano que vem parceiros em 57% em seus campos de petróleo em terra e no mar. Hoje, esse índice é de 34%. A informação foi dada por Carlos Alberto Pereira, diretor de Exploração e Produção da estatal, durante a teleconferência com analistas.
- O objetivo é trabalhar mais em parcerias para agregar valor. O foco vai continuar em aguas ultraprofundas, com os projetos representando 88% do portfólio contra os atuais 55%.
Na quinta-feira, a Petrobras divulgou que registrou lucro líquido de R$ 18,866 bilhões no segundo trimestre deste ano. Trata-se do melhor resultado trimestral já registrado pela companhia.
Além da busca por parceiros, a venda de ativos foi uma das principais questões levantadas por analistas do mercado. Em apresentação aos investidores, a Petrobras afirmou que quer vender 51% da TBG (Transportadora Brasil- Bolívia) e suas fatias nas dezenas de companhias distribuidoras de gás. Hoje, ao todo, são dez projetos de venda em andamento, como refinarias, Liquigás e campos de petróleo.
O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, disse que a companhia está ainda avaliando como será a venda adicional das ações da BR Distribuidora:
- Temos a intenção. Mas ainda é prematuro. Ainda não sabemos se é tudo que vamos vender ou com quanto vamos ficar.
Sobre o processo de venda de oito refinarias, o executivo disse que "já está em andamento":
- É uma prioridade. Não vemos impedimentos para a venda desses ativos. A meta é fazer o mais rápido possível. Nós temos pressa. A Transpetro, por sua vez, não está na mesa, pois ela é a única subsidiária que foi criada por força de lei. E, para ser vendida, teria que ser incluída na lei da desestatização, o que é mais complexo.

Lista de ativos à venda atualmente
O que está em processo de venda
  • Oito Refinarias
  • Breitnener Energética
  • Mega
  • Campos Terrestres (BA e ES)
  • Campos de Águas Rasas (ES e RJ)
  • Liquigás
  • UFN-III e Araucária Nitrogenados
  • Campos de águas profundas (SE e AL)
  • Campos de águas rasas (CE, SE e RN)
Já vendidos
  • Campos de áuas rasas Polo Pampo e Enchova
  • Campo de Baúna
  • Campos de Tartaruga Verde e Mestiça e Módulo 3 Espadarte (50%)
  • Campos em terra em Polo Riacho da Forquilha
  • Campo de Maromba (no Rio)
  • Operações na África (Petrobras OIL & GAS B.V.)
  • Campos de águas rasas em Polo Pargo (no Rio)
  • Venda de 10% do Campo de Lapa
Operações já realizadas
  • BR Distribuidora
  • TAG
  • Refinaria de Pasadena
  • Ativos no Paraguai
N.daR.: Reiterando o que já dissemos.
A campanha a favor do desmanche do Sistema Petrobras alcançou níveis jamais vistos no país.
Por outro lado, não se consegue obter informações confiáveis da empresa, como, por exemplo, qual a razão de a sua dívida aumentar, apesar de se desfazer de negócios.
Será importante acompanhar o futuro próximo para conhecer o reflexo das vendas de subsidiárias lucrativas (gasodutos, distribuidora) e saber se não irá refletir negativamente na lucratividade da empresa.
Para a empresa a situação de sujeição a ataques, se antes era pela corrupção, agora é de entrega do seu patrimônio para grupos privados nacionias e, principalmente, estrangeiros.
Antes os crimes que subjugavam a Petrobras eram os de corrupção, neste momento é o de Lesa-Pátria e/ou corrupção também.

Textos Impresso e On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
BR DISTRIBUIDORA SERÁ UMA NOVA EMPRESA A PARTIR DE 2021 - Com a conclusão, na semana passada, da privatização da distribuidora, que deixou de ser controlada pela Petrobras, algumas mudanças já começaram a acontecer
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 02 de agosto de 2019 | 05h00
por Fernanda Nunes e Cristian Favaro

Petrobras Distribuidora RIO/SÃO PAULO - A Petrobras Distribuidora, a BR, será uma nova empresa a partir de 2021. Nos próximos dois anos, a diretoria vai implementar um conjunto de dez iniciativas para alinhar a companhia às suas principais concorrentes – Ipiranga e Raízen. Hoje, a BR é a maior distribuidora do País, mas é também a que tem a menor rentabilidade do mercado. Essa condição apenas será abandonada com a implementação das medidas, disse o presidente da empresa, Rafael Grisolia.
“Os anos de 2019 e de 2020 são anos de execução, quando vamos trabalhar cada vez mais para a entrega dessas dez iniciativas de forma conjunta. A partir de 2021, conseguiremos ver o resultado desse esforço, que faremos tão intensamente e com tanto entusiasmo, agora, com a BR privatizada”, afirmou o executivo a analistas, em teleconferência para detalhar o lucro de R$ 302 milhões no segundo trimestre, divulgado na última quarta-feira.
Com a conclusão, na semana passada, da privatização da distribuidora, que deixou de ser controlada pela Petrobras, algumas mudanças já começaram a acontecer. O antigo regime de licitação para a compra de equipamentos, de acordo com as regras previstas na Lei das Estatais, foi substituído por um sistema de “contratação efetiva e negocial, tentando seguir as melhores práticas de mercado”, disse Grisolia.
Além disso, em até duas semanas, serão divulgadas as indicações para o novo conselho de administração, que ainda devem passar pelo crivo dos acionistas, em assembleia. A votação tem que acontecer no prazo de 40 dias após a privatização, mas, antes disso, os investidores devem ser informados dos nomes propostos pelo atual conselho de administração. A ideia é que a cúpula da nova BR seja forma por especialistas de perfil diversificando, das áreas de distribuição de combustíveis, finanças, varejo, tecnologia e meios de pagamento.
A nova Petrobras Distribuidora também vai se valer da marca forte da estatal para avançar no mercado, principalmente, com a atração de postos revendedores de bandeira branca. Ao mesmo tempo, vai adotar estratégia de redução de custos, com revisões de contratos com fornecedores. E vai buscar um equilíbrio entre a melhor margem de lucro e a maior participação de mercado.
Ao contrário do que aconteceu nos primeiros meses deste ano, a empresa não quer mais conquistar espaço e volume de venda com a retração de preços. “Não é só melhorar via preço, mas também via custo logístico. Esperamos ver os primeiros reflexos nos próximos trimestres”, disse o presidente da empresa.
Na condição de maior compradora de derivados no Brasil, a BR espera também tirar vantagens da privatização de refinarias pela Petrobras. “A gente espera que, com a abertura do refino, outras oportunidades apareçam. Que oportunidades a gente vai ter em futuras negociações com eventuais novos donos de alguma refinaria?”, destacou Grisolia. Ele afastou interesse em ativos de refino e de produção de etanol.
Já o diretor Financeiro da distribuidora, André Natal, destacou durante a teleconferência que, na condição de empresa de capital pulverizado, a BR terá mais liberdade para vender ativos que não tenham relevância para o negócio principal, de transporte e comercialização de combustíveis.

N.daR.: Enquanto petroleiras ampliam seus negócios no exterior, inclusive com a criação de distribuidoras de combustíveis em vários países, no Brasil é tudo ao contrário.
Oportunistas de plantão agradecem a Paulo Guedes, ministro da Economia, a seu acólito na Petrobras, Castello Branco. E, claro, ao nosso presidente Bolsonaro, de quem esperávamos algo completamente diferente, inclusive que fosse patriota.
Crime de Lesa-Pátria? Ninguém comenta por motivos óbvios. Manda quem tem dinheiro e pronto.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
MITSUI AVALIA INFRAESTRUTURA A HOSPITAIS NO BRASIL
Sócio da Petrobrás na área de distribuição de gás, conglomerado japonês vai expandir aportes

Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 02 de agosto de 2019 | 04h00
por Mônica Scaramuzzo

MITSUI - Foto: REUTERS/Toru Hanai Um dos maiores conglomerados do Japão, o grupo Mitsui está avaliando negócios para expandir sua presença no Brasil. Sócia da Gaspetro com a Petrobrás em distribuidoras de gás em 19 Estados, a gigante, que tem US$ 10 bilhões investidos no País, está olhando várias empresas – de infraestrutura e energia a hospitais, segundo fontes a par do assunto.


No início deste ano, a gigante japonesa comprou, por cerca de R$ 800 milhões, a SuperVia, empresa que opera trens urbanos em 12 municípios do Rio de Janeiro e pertencia à Odebrecht Transport. A mobilidade urbana é uma das apostas da companhia, mas no Brasil o transporte de commodities, sobretudo agrícolas e de minério, que impulsiona parte do e seus investimentos em ferrovias.
A Mitsui é uma das principais fornecedoras de vagões para cargas de produtos agrícolas, por meio de contratos de leasing (aluguel), e é sócia da VLI, ferrovia que também tem como acionistas a Vale, FI-FGTS e gestora canadense Brookfield.

Velha economia
Com faturamento global de US$ 62,7 bilhões, o conglomerado tem seus negócios majoritários ligados à chamada “velha economia”. Setores de tecnologia e informação e os chamados prédios inteligentes – com conceito multifuncional (torres comerciais e residenciais interligados por metrô) – têm espaço nos países asiáticos.
A área de saúde, em consolidação no Brasil, está sendo avaliada pelo grupo, segundo fontes. Grupos chineses e fundos de investimentos também estão de olho na compra de hospitais no País.

Privatização
Negócios colocados à venda por estatais também estão no radar do grupo. Eles ainda avaliam o valor dos ativos, que ainda consideram altos, segundo fontes. Vendas em blocos nas áreas de exploração e produção de petróleo da Petrobrás não interessam aos japoneses: preferem olhar um por um. A estatal também está vendendo sua participação na Gaspetro, da qual o grupo é sócio. Há diversos investidores interessados na fatia da Petrobrás na Gaspetro – o Mitsui também não descarta elevar sua fatia.
Nesta semana, executivos da empresa estiveram no Brasil e participaram de reunião organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Os japoneses estavam distantes do Brasil por conta da insegurança jurídica. Agora, estão mais interessados após ações de combate a corrupção”, disse José Ricardo Roriz Coelho, diretor da Fiesp.
No início de julho, o conglomerado foi uma das 11 empresas condenadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por formação de cartel em obras do metrô de São Paulo e outros três Estados. O grupo negou, à época, qualquer movimento ilícito.
Procurada, a Mitsui não quis dar entrevista.

N.daR.: Todos estão a espreita do desmanche da Petrobras.
Todos alertas para serem os mais ligeiros para se aproveitar do butim.
Crime de Lesa-Pátria? Ninguém comenta por motivos óbvios. Manda quem tem dinheiro e pronto.
Diante da força do dinheiro todos se calam: políticos, magistrados de qualquer categoria. E ex-militares ou não, também?

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Economia
PETROBRÁS VENDE NEGÓCIOS E VÊ LUCRO SALTAR 87% NO TRIMESTRE PARA R$ 18,9 BI - Sem entrada de recursos extraordinários, pela venda de empresas como a rede de gasodutos TAG, lucro teria caído 53%, para R$ 5,2 bi; resultado é recorde para o período e foi impulsionado por câmbio e aumento do petróleo
Publicado: O Estado de S.Paulo - Impresso 02.08.2019 B6 | On Line 01 de agosto de 2019 | 21h04 Atualizado 01 de agosto de 2019 | 23h54
por Fernanda Nunes, Denise Luna e Cristian Favaro

Petrobras - Foto: Paulo Whitaker - 24.fev.2015 / Reuters RIO E SÃO PAULO -  Com a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) , rede de gasodutos que interliga as Regiões Sudeste e Nordeste do País, a Petrobrás registrou lucro de R$ 18,9 bilhões no segundo trimestre, o maior da história da empresa para o período. O resultado foi marcado por fatores que podem não se repetir nos próximos meses, como a alta do petróleo e a taxa de câmbio favorável à empresa. No documento de divulgação do balanço, a petroleira anunciou também que poderá sair completamente da BR Distribuidora, com nova oferta de ações.


Se não fossem os ganhos que não devem acontecer de novo, o lucro teria sido de R$ 5,2 bilhões, abaixo da expectativa do mercado, que contava com um resultado positivo de R$ 7,7 bilhões, segundo projeções do Estadão/Broadcast levantadas com analistas de mercado. O desempenho da estatal sem esses eventos veio abaixo também do lucro registrado em igual período do ano passado, de R$ 10 bilhões. Ainda assim, a leitura de especialistas é que o resultado foi positivo.
“A empresa já começou o ano com lucro, o que é bom”, afirmou Helder Queiroz, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e professor da UFRJ. “Falta muita coisa no processo de recuperação, mas a empresa já está numa trajetória de lucros líquidos contábeis, revertendo períodos de prejuízos trimestrais e anuais.”
Já Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Wealth Management, disse que “o lucro ficou um pouco abaixo da nossa expectativa de R$ 20 bilhões para o trimestre, mas os investidores vão gostar dos números e deverão refletir positivamente sobre o preço da ação por essa informação”.

'Bom desempenho financeiro'
Na carta de apresentação do balanço no segundo trimestre, a estatal classificou o resultado como “bom desempenho financeiro”. “Estamos muito confiantes de que a implementação criteriosa de nossa agenda possui capacidade para eliminar no futuro a diferença do desempenho que nos separa das melhores companhias globais de petróleo e criar substancial valor para nossos acionistas”, escreveu a companhia. O documento, pela primeira vez, trouxe uma fotografia do caixa e da operação no trimestre atrelado a metas para o futuro.

Petrobras: Desempenho - Etadão

Por conta do alto endividamento, de US$ 83,7 bilhões, a empresa continuará vendendo ativos. A perspectiva é de redução da dívida no terceiro trimestre. A Petrobrás sinalizou também que vai investir menos. O orçamento de US$ 16 bilhões foi revisto para um intervalo de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões. Esses valores, no entanto, não incluem os gastos que a petroleira deve ter com a compra de áreas nos leilões deste ano.
No trimestre, os investimentos somaram US$ 2,6 bilhões, queda de 17,6% na comparação com igual período do ano anterior. Segundo a empresa, os recursos foram concentrados sobretudo no desenvolvimento de novos campos de petróleo no polo pré-sal da Bacia de Santos e na manutenção da produção nos campos maduros. Na comparação anual, entretanto, os investimentos recuaram 21,6% no setor.
Enquanto isso, a área de refino teve crescimento bastante significativo nos investimentos. O aporte subiu 22,5% no ano e 33,9% na comparação trimestral, para US$ 316 milhões.
As vendas somaram US$ 15 bilhões até o fim de julho, com destaque para TAG, BR Distribuidora e campos maduros de petróleo. A empresa anunciou a perspectiva de se desfazer da totalidade das ações da distribuidora de combustíveis.
“Ficamos ainda com 37,5% do capital da BR, que no futuro temos a intenção de vender parcial ou totalmente. Enquanto isso, vamos nos beneficiar como acionistas do enorme potencial de criação de valor da BR com a flexibilidade que possui uma empresa privada”, informou.

N.daR.: A campanha a favor do desmanche do Sistema Petrobras alcançou níveis jamais vistos no país.
Por outro lado, não se consegue obter informações confiáveis da empresa, como, por exemplo, qual a razão de a sua dívida aumentar, apesar de se desfazer de negócios.
Será importante acompanhar o futuro próximo para conhecer o reflexo das vendas de subsidiárias lucrativas (gasodutos, distribuidora) e saber se não irá refletir negativamente na lucratividade da empresa.
Para a empresa a situação de sujeição a ataques, se antes era pela corrupção, agora é de entrega do seu patrimônio para grupos privados nacionias e, principalmente, estrangeiros.
Antes os crimes que subjugavam a Petrobras eram os de corrupção, neste momento é o de Lesa-Pátria e/ou corrupção também.

* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
PETROBRAS LUCRA R$ 18,8 BILLHÕES, MAIOR RESULTADO TRIMESTRAL DA HISTÓRIA DA ESTATAL
Desempenho foi impulsionado pela venda de ativos, como a rede de gasodutos TAG

Publicado: O Globo - Impresso - 02/08/2019 - Pág. 17 | On Line 01/08/2019 - 20:56 / Atualizado em 02/08/2019 - 07:27
por Bruno Rosa

Petrobras RIO - A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 18,866  bilhões no segundo trimestre deste ano. Trata-se do melhor resultado trimestral já registrado pela companhia. O principal fator para o resultado de abril a junho foi a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), uma rede de gasodutos, para a Engie
Em comunicado, o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco disse que as vendas de ativos somaram  US$ 15 bilhões até o fim de julho.


As projeções de bancos e analistas do mercado apontavam ganhos entre  R$ 9 bilhões e mais de R$ 20 bilhões entre abril e junho. No primeiro trimestre deste ano, a estatal lucrou R$ 4,031 bilhões .  No primeiro semestre, o lucro líquido somou R$ 22,897 bilhões, alta de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado.


Possibilidade de sair da BR Distribuidora
Em comunicado ao mercado, Castello Branco ressaltou que a companhia pode vender todas as suas ações na BR Distribuidora, que passou por um processo de privatização mês passado . "Ficamos ainda com 37,5% do capital da BR, que no futuro temos a intenção de vender parcial ou totalmente. Enquanto isso, vamos nos beneficiar como acionistas do enorme potencial de criação de valor da BR com a flexibilidade que possui uma empresa privada". 
Para o terceiro trimestre, a Petrobras já informou que espera resultados positivos em razão da venda de suas ações na BR. "Estimamos um ganho de capital antes dos impostos de R$ 14,2 bilhões", informou.
Além da venda de oito refinarias, a Petrobras também reforçou que vai sair do setor de transporte de gás. "Estamos firmemente comprometidos em sair completamente dos negócios de transporte e distribuição de gás natural e em reduzir nossa participação nas compras para menos de 50%, concentrando-nos consequentemente na exploração e produção", disse o presidente no relatório.


Com o aumento na produção do pré-sal, a geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, ficou em R$ 32,651 bilhões, alta de 8,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado. No semestre, a alta chega a 7,7%, para R$ 60,138 bilhões.
A receita de vendas ficou em R$ 72,567 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 3% em relação ao mesmo período de 2018. Porém, no semestre, a receita, de R$ 143,423 bilhões, subiu 3,6% ante o mesmo período de 2018.
Na semana passada, a estatal informou, em seu primeiro relatório de produção trimestral, que o total produzido de petróleo no Brasil no segundo trimestre chegou a 2,052 milhões de barris por dia, uma queda de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado.


No primeiro semestre, o recuo chegou a 3%. Ao incluir o gás, a produção no Brasil soma 2,553 milhões de barris de óleo equivalente, queda de 0,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado e redução de 2,6% em relação aos primeiros seis meses de 2018. A redução foi puxada pelo menor volume de óleo extraído de petróleo em terra, águas rasas, em campos do pós-sal (aguas profundas e ultraprofundas).

Dívida ainda preocupa
Com isso, a Petrobras foi obrigada a rever sua meta de produção para o ano. Passou de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) para 2,7 boe/d, com variação de 2,5% para mais ou para menos”, informou a estatal.


O volume geral de vendas da Petrobras, que inclui diesel, gasolina, QAV, nafta, óleo combustível, entre outros, caiu 7% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo o período de 2018. No semestre, a queda ficou em 4%.
Mas, apesar do lucro e do reforço de caixa com a venda de ativos, a Petrobras mostrou preocupação com sua dívida. A dívida líquida chegou a US$ 83,674 bilhões no segundo trimestre, alta de 13,6% em relação ao fim do segundo trimestre do ano passado.
"A Petrobras se defronta ainda com alavancagem financeira excessiva para uma companhia produtora de commodities e, portanto, exposta à volatilidade de preços e consequentemente de fluxo de caixa. Os encargos financeiros ainda consomem cerca de 40% do caixa operacional, o que evidencia a necessidade de desinvestimentos para a redução do endividamento", destacou a companhia.


No primeiro semestre, os investimentos, de R$ 4,942 bilhões, caíram 20,4% em relação ao ano passado. Além disso, a companhia avisou que pretende investir menos em 2019. A meta, que era de US$ 16 bilhões, foi revisada para o intervalo de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões.

Dividendos
Com a expectativa da melhora do lucro líquido para o exercício de 2019, o Conselho de Administração aprovou a antecipação de distribuição dedividendos no valor de R$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 0,20 por ação ordinária e preferencial por circulação, superando os R$ 0,10 por ação do trimestre anterior.
A estatal informou ainda que está na chamada "fase vinculante" a venda da Liquigás , campos em águas profundas em Sergipe-Alagoas, além de áreas terrestres e águas rasas no Nordeste. Na lista estão ainda duas unidades de fertilizantes.
O lucro líquido na área de refino caiu 63,6% no primeiro semestre, para R$3,027 bilhões. Segundo a Petrobras, o motivo principal é a baixa contábil relativa ao Comperj (para encerrar uma ação que contestava o licenciamento ambiental) e a despesas tributárias e ambientais.

N.daR.: A campanha a favor do desmanche do Sistema Petrobras alcançou níveis jamais vistos no país.
Por outro lado, não se consegue obter informações confiáveis da empresa, como, por exemplo, qual a razão de a sua dívida aumentar, apesar de se desfazer de negócios.
Será importante acompanhar o futuro próximo para conhecer o reflexo das vendas de subsidiárias lucrativas (gasodutos, distribuidora) e saber se não irá refletir negativamente na lucratividade da empresa.
Para a empresa a situação de sujeição a ataques, se antes era pela corrupção, agora é de entrga do seu patrimônio para grupos privados nacionias e, principalmente, estrangeiros.
Antes os crimes que subjugavam a Petrobras eram os de corrupção, neste momento é o de Lesa-Pátria e/ou corrupção também.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
CAMPEÃO DE TIRO NO PÉ
Publicado: O Globo - Impresso - 02/08/2019 - Pág. 2 | On Line 02/08/2019 04:30
por Merval Pereira

Em vez de desacreditar o Inpe, o governo deveria traz^-lo como parceiro de uma campanha pela redução do desmatamento

Merval Pereira O presidente Bolsonaro, que está ganhando medalha de ouro no campeonato mundial de tiro no pé, deu ontem mais dois, em temas de grande sensibilidade internacional. Voltou a acusar o Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe) de estar divulgando dados falsos sobre o desmatamento da Amazonia, talvez com má-fé, e vai ter que voltar para a Funai a demarcação das terras indígenas, por uma decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF).
É impressionante que o presidente não se importe com a repercussão para a imagem do país em questões envolvendo índios e desmatamento. Bolsonaro reconheceu que sua fama no exterior “é péssima”, mas a atribui a “rótulos” que colocam nele.
Não entende, infelizmente, que ajuda a fortalecer esses “rótulos” com atitudes como a de cancelar em cima da hora a audiência com chanceler francês JeanYves Le Drian.
O que já era uma desfeita diplomática grave piorou ontem quando, num dos seus rompantes, revelou a verdadeira razão do cancelamento. “O que ele foi fazer se encontrando com ONGs?”, perguntou Bolsonaro, confirmando nota publicada na coluna do Ancelmo de terça-feira, que dava conta de um encontro no domingo do ministro francês com ambientalistas.
Com relação ao Inpe, ele ontem cometeu o mesmo erro anterior, quando disse para correspondentes estrangeiros que os números eram falsos. O Inpe é um órgão do governo brasileiro reconhecido internacionalmente, que deveria ser aproveitado para ajudar a imagem do país no exterior.
Em vez de desacreditá-lo, o governo deveria trazê-lo como parceiro de uma campanha pela redução do desmatamento. Se, porém, como se desconfia aqui e no exterior, a política de seu governo é afrouxar os controles ambientais para favorecer o agronegócio, deveria se munir de dados científicos para rebater os do Inpe, e não ficar no achômetro.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estimou, sem revelar em que se baseava, que o número do desmatamento, se utilizada a técnica correta, será cerca de 30% menor. Ora, uma redução nesse nível é realmente um dado importante nessa discussão, mas não pode ser “chutado”.
Seria preciso que o ministro estivesse acompanhado de um técnico respeitado, que explicasse a nova metodologia científica, e a contrapusesse aos números do Inpe.
Tendo essa base científica, deveria ter chamado os correspondentes estrangeiros para comprovarem que seu comentário no café da manhã não era mera especulação irresponsável.
Essa insistência de Bolsonaro de impor seus pontos de vista, sem aceitar decisões contrárias, foi ressaltada na reunião de ontem no Supremo Tribunal Federal pelo decano Celso de Melo, na sessão em que o plenário confirmou decisão, tomada liminarmente pelo ministro Luis Roberto Barroso, de retornar a demarcação de terras para a Funai.
O Congresso já havia vetado a medida provisória de Bolsonaro que transferia essa demarcação para o ministério da Agricultura. O presidente insistiu com nova medida provisória sobre o mesmo tema, o que é proibido pela Constituição. Por isso foi dada liminar no Supremo, ontem confirmada por unanimidade pelo plenário.
O ministro Celso de Melo, em seu voto, chamou a atenção para o fato de que não aceitar os limites impostos ao Executivo revela “uma inadmissível e perigosa transgressão ao princípio fundamental da separação dos poderes”.
Também alertou para o perigo de um "processo de quase imperceptível erosão" das liberdades da sociedade civil. No mesmo dia em que foi derrotado no STF, Bolsonaro lamentou na sua live diária nas redes sociais, a Justiça “se metendo em tudo”.
Citou decisões recentes da Justiça revogando propostas como a retirada de radares das rodovias federais e a demissão de servidores comissionados. “Está uma briga, porque a Justiça, em cima da gente (…), quer que a gente mantenha radares multando você. É a Justiça, lamentavelmente, se metendo em tudo”.
Quem considera que Bolsonaro é um Jânio no mundo digital liga o alerta, pois acusar “forças ocultas” que o impedem de governar é repetir em farsa uma tragédia anunciada.

N.daR.: Sob o manto da imparcialidade, não há como discordar de Merval Pereira.
- É tão simples assim.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
NO PRIMEIRO BALANÇO DIVULGADOS APÓS A PRIVATIZAÇÃO.LUCRO DA BR SOBE 15% - Receita líquida aumentou 1,9% ante o mesmo período do ano passado
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 31.jul.2019 às 22h56
por Reuters

BR Distribuidora  - Foto: Reuters São Paulo e Rio de Janeiro | Reuters - A BR Distribuidora registrou lucro líquido de R$ 302 milhões no segundo trimestre, alta de 14,8% na comparação com igual período do ano anterior, informou a companhia nesta quarta-feira (31).
É o primeiro balanço publicado pela BR após a sua privatização, efetivada na semana passada.
A Petrobras, sua antiga controladora, reduziu sua participação na BR para 37,5%, levantando R$ 9,6 bilhões na Bolsa.
A receita líquida aumentou 1,9% ante o mesmo período do ano passado, para pouco mais de R$ 24 bilhões, disse a empresa, citando também aumento de 4,7% nos preços médios ante o primeiro trimestre.
O volume de vendas, de quase 10 bilhões de litros, registrou queda de 0,6% na comparação com o segundo trimestre de 2018.
As vendas dos combustíveis do ciclo Otto (gasolina e etanol) aumentaram 1,9%, e as de diesel para não térmicas, 2,3%.

N.daR.: A notícia transmite a ideia de que o lucro da BR Distribuidora aumentou em razão de sua privatização, o que é uma total falácia.
A privatização ocorreu há menos de 2 semanas, então o resultado é fruto da sua administração, sem nenhuma correlação com privatização ou não.

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
PRESIDENTE DE FURNAS DEFENDE PRIVATIZAÇÃO DA EMPRESA - Luiz Carlos Ciocchi sugere que modelo seja o da BR Distribuidora, que vendeu ações em Bolsa
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 30.jul.2019 às 14h41 Atualizado: 30.jul.2019 às 16h50
por Diego Garcia

Luiz Carlos Ciocchi, presidente de Furnas - Foto: Teresa Travassos O novo presidente de Furnas, o engenheiro Luiz Carlos Ciocchi, disse ser a favor da privatização da empresa e que isso pode ser feito com a venda de ações da companhia em Bolsa.
Furnas é uma subsidiária da Eletrobras, maior empresa de energia da América Latina.
“Vejo com bons olhos a capitalização, pela oportunidade e musculatura que pode trazer à empresa. É uma saída inteligente e fácil do ponto de vista operacional. A venda da BR [Distribuidora, subsidiária da Petrobras] foi fácil, uma simples venda de ações na Bolsa”, disse Ciocchi em encontro com jornalistas nesta terça-feira (30).
A privatização da BR Distribuidora ocorreu em 24 julho, após a Petrobras vender o equivalente a R$ 8,6 bilhões em ações da subsidiária de postos de combustíveis. A BR Distribuidora, porém, já tinha ações negociadas em Bolsa desde 2017, o que tornou a privatização relativamente mais simples.
O presidente de Furnas elogiou o modelo de venda da BR, mas não afirmou que iria seguir. Segundo ele, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, comentou que, antes, deverá passar pelo Congresso, o que não aconteceu com a distribuidora da Petrobras.
Luiz Carlos Ciocchi completou três meses à frente de Furnas nesta segunda (29). Foi o primeiro encontro dele com a imprensa desde que ingressou na presidência.
Tampouco o executivo é o primeiro presidente de estatal da gestão Jair Bolsonaro a defender a venda da companhia que administra: Roberto Castello Branco (Petrobras) e Rubem Novaes (Banco do Brasil) já fizeram afirmações nesse sentido.
“O futuro nosso de curto prazo pode ser como estatal, como é hoje, ou privado, fazendo parte de uma corporação. O objetivo estratégico da empresa é o mesmo, seja ele qual for o cenário", disse o presidente de Furnas. Segundo ele, o objetivo continua sendo transformar Furnas na melhor e maior empresa de energia do país.
Elétricas privadas, principalmente de capital estrangeiro, têm ampliado os investimentos no país, aproveitando o recuo de grandes estatais.
“Vejo um cenário no qual governos, do Brasil e do mundo, não têm mais a capacidade de investimentos em energia”, afirmou Ciocchi.
O plano de privatização de Furnas, que segundo o executivo “poderia ocorrer nos próximos meses”, esbarra na oposição política.
Frentes parlamentares contra a privatização de empresas de energia elétrica têm atraído políticos de diversos partidos, entre eles parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, cujo governo tem preparado planos que podem levar à desestatização da Eletrobras.
Nos anos 90, Furnas foi a empresa onde travaram os planos do então presidente Fernando Henrique Cardoso para privatizar partes da Eletrobras. Na ocasião, FHC buscava um programa de desestatização no setor elétrico, mas sofreu resistência política e corporativa.

Também participaram da conversa desta terça os diretores de Furnas José Alves de Mello Franco (comercialização), Pedro Eduardo Fernandes Brito (administração), Caio Pompeu de Souza Brasil Neto (finanças), Djair Roberto Fernandes (operação) e Claudio Guilherme Branco da Motta (engenharia).
Os diretores mencionaram investimento de R$ 1,4 bilhão no ano que vem, com R$ 1,3 bilhão em ativos próprios e R$ 100 milhões em Sociedade de Propósito Específico (SPE). A decisão já passou pelos Conselhos de Administração de Furnas e da Eletrobras, mas precisa ainda da homologação da SEST (Secretaria de Empresas Estatais).
Hoje, Furnas conta com 21 usinas hidrelétricas (quatro próprias, seis sob administração especial, duas em parceria com a iniciativa privada e nove sob a forma de SPEs), três parques eólicos em SPEs e duas térmicas convencionais. Em transmissão, a empresa conta com 29 mil km de linhas de transmissão.
O presidente também explicou sobre a mudança de sede de Furnas, que sai da rua Real Grandeza, em Botafogo, onde está desde o início da década de 70, para a avenida Graça Aranha, no Centro do Rio de Janeiro. O prédio sediava a mineradora Vale. Segundo o executivo, a economia será de 60% em despesas de aluguel, IPTU e outras taxas.

N.daR.: Eletrobras empresa sob o controle do Governo foi criada em 1962 para coordenar todas as empresas do setor elétrico.
Não importam as razões, o preço da energia elétrica no Brasil é um dos maiores do mundo. Apesar de sua geração ser principalmente hídrica.
Não há justificativa para tanto, o que coloca em dúvidas a função das agências de cotrole que neste caso é a ANAEEL.
A ANAEEL, a exemplo das outras agências, tem seu desempenho questionado por atuar muita mais na defesa dos interesses de grupos do que nos da população.

* Fonte primária: Folha de S.Paulo
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Fontes: O Estado de S.Paulo - Política
WALTER FARIA FORAGIDO - Empresário dono do Grupo Petrópolis, alvo maior da Operação 'Rock City', fase 62 da Lava Jato, teve a prisão preventiva decretada pela juíza Gabriela Hardt sob acusação de de atuar como 'grande operador de propina', mas escapou da Polícia Federal
Publicado: O Estado de S.Paulo - On Line 31 de julho de 2019 | 20h45
por Luiz Vassallo, Pepita Ortega e Fausto Macedo

Walter Faria, controlador do grupo Petrópolis - Foto: Governo da Bahia O empresário Walter Faria está foragido. Com a prisão preventiva decretada pela juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, o empresário dono do Grupo Petrópolis, apontado como ‘grande operador de propina’ do esquema Odebrecht instalado na Petrobrás, conseguiu escapar ao cerco da Polícia Federal.
Os agentes foram à sua residência, na cidade de Boituva, interior de São Paulo, logo cedo nesta quarta, 31, mas ele não estava mais. Oficialmente, ele é dado como foragido da Lava Jato.
A prisão de Walter Faria foi decretada no âmbito da Operação ‘Rock City’, fase 62 da Lava Jato, que investiga rede de propinas da Odebrecht por meio de doações eleitorais do Grupo Petrópolis.
A investigação revela que R$ 329 milhões, entre 2006 e 2014, foram lavados pela Petrópolis no interesse da Odebrecht
Walter Faria, controlador do grupo, usou ainda conta na Suíça para intermediar o repasse de mais de US$ 3 milhões de propina relacionadas aos contratos dos navios-sonda Petrobrás 10.000 e Vitória 10.000
Segundo a investigação, por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias, o Grupo Petrópolis foi utilizado pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, ‘pagamentos de propina travestida de doações eleitorais, no montante de R$ 121.581.164,36’.
A força-tarefa da Lava Jato revela que Walter Faria, em conjunto com outros cinco executivos do Grupo Petrópolis, ‘atuou em larga escala na lavagem de centenas de milhões de reais em contas fora do Brasil e desempenhou substancial papel como grande operador de propina’.
“Conforme apontam as provas colhidas na investigação, Walter Faria, em troca de dólares recebidos no exterior e de investimentos realizados em suas empresas, atuou para gerar recursos em espécie para a entrega a agentes corrompidos no Brasil e entregar propina travestida de doação eleitoral no interesse da Odebrecht e transferir, no exterior, valores ilícitos recebidos em suas contas para agentes públicos beneficiados pelo esquema de corrupção na Petrobrás”, afirmam os investigadores.
Cooperação ilícita com a Odebrecht – O Setor de Operações Estruturadas, criado pela Odebrecht para o repasse de propinas para agentes públicos e políticos, principalmente no ‘esquema criminoso que vitimou a Petrobrás’, costumava utilizar três camadas de contas no exterior em nome de diferentes offshores.
Em conta mantida no Antigua Overseas Bank, em Antigua e Barbuda, no nome da offshore Legacy International Inc., Faria recebeu US$ 88.420.065,00 da Odebrecht de março de 2007 a outubro de 2009 . Já entre agosto de 2011 e outubro de 2014, duas contas mantidas pelo executivo no EFG Bank na Suíça, em nome das offshores Sur trade Corporation S/A, e Somert S/A Montevideo, receberam da Odebrecht, respectivamente, US$ 433.527,00, e US$ 18.094.153,00.
Além de transferir, sem causa econômica aparente, valores no exterior para contas controladas pelo grupo Petropolis, a Odebrecht, para creditar montantes que seriam depois disponibilizados para pagamentos ilícitos, realizou operações subfaturadas com o grupo cervejeiro, como a ampliação de fábricas, a compra e venda de ações da empresa Electra Power Geração de Energia S/A, aportes de recursos para investimento em pedreira e contratos de compra, venda e aluguel de equipamentos.
Paralelamente, constatou-se que o Grupo Petrópolis disponibilizou pelo menos R$ 208 milhões em espécie à Odebrecht no Brasil, de junho de 2007 a fevereiro de 2011.
Além disso, o grupo comandado por Faria, por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias, foi utilizado pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, pagamentos de propina travestida de doações eleitorais, no montante de R$ 121.581.164,36.
O caso dos navios-sonda da Petrobras – Ao lado desses ilícitos envolvendo a Odebrecht, contas bancárias no exterior controladas por Faria foram utilizadas para o pagamento de propina no caso dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. Entre setembro de 2006 a novembro de 2007, Júlio Gerin de Almeida Camargo e Jorge Antônio da Silva Luz, operadores encarregados de intermediar valores de propina a mando de funcionários públicos e agentes políticos, creditaram US$ 3.433.103,00 em favor das contas bancárias titularizadas pelas offshores Headliner LTD. e Galpert Company S/A, cujo responsável era o controlador do grupo Petrópolis.

COM A PALAVRA, O GRUPO PETRÓPOLIS
“O Grupo Petrópolis informa que seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”

N.daR.: Há muito mais a ser apurado... Os ativos, aposentados e pensionistas da PETROS continuam aguardando há anos...
* Fonte primária: ESTADÃO
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Fontes: O Globo - Economia
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DA PETROBRAS JÁ PRODUZ RESULTADOS PRÁTICOS - Jornada para expandir o ambiente de inovação envolve todos os setores da companhia
Publicado: O Globo - On Line 01/08/2019 - 08:00
por Petrobras (Conteúdo de responsabilidade do anunciante)

PETROBRAS A bem-sucedida jornada de inovação que levou a Petrobras a desenvolver sua capacidade de produção e exploração de petróleo, especialmente em águas profundas, dá mais um passo e começa a se expandir para toda a companhia. As mais diversas áreas da empresa estão comprometidas com a estratégia de transformação digital, que ganhou estrutura própria. Ao longo de 2019, essa estrutura promoverá uma cultura que busca, por meio da inovação, avançar na produtividade, segurança e agilidade na tomada de decisão. O objetivo é que a tecnologia extremamente avançada já praticada nas áreas de exploração e produção alcance toda a corporação. Internet das coisas, Big Data, computação na nuvem e inteligência artificial se transformarão em ferramentas de desenvolvimento dentro da companhia. O princípio é transferir atividades mecânicas para a máquina e preparar as equipes para que se dediquem a atividades associadas à criatividade e à resolução de problemas. — Precisamos trocar o medo da mudança por inspiração — diz o gerente geral de Transformação Digital da Petrobras, Augusto Borella, Na área de óleo e gás essa jornada está em andamento. — Uma característica que não é só da Petrobras, mas do setor, é que a inovação está muito associada a projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Estamos acostumados a criar soluções para sustentar e aumentar nossa atuação em campos mais profundos, com maior lâmina d’água e consequentemente maior pressão. Agora temos que expandir esse entendimento, é preciso inovar a qualquer momento, por qualquer pessoa, em qualquer processo. Precisamos exercitar esse olhar mais abrangente da inovação — afirma o gerente. Enquanto a Petrobras promove a articulação entre todas as áreas e estimula a digitalização de forma intensiva, o plano de transformação digital já entra em prática em diferentes atividades, inclusive aquelas avançadas em tecnologia. Um exemplo é a interpretação automatizada de dados captados por sensores instalados nas plataformas e nos equipamentos de perfuração, no fundo do mar. O sistema permite antecipar problemas operacionais, reconhecer situações indesejadas e emitir alertas. Em algumas áreas operacionais são desenvolvidos projetos pilotos para simulações virtuais das condições dos equipamentos, indicando se estão operando na faixa prevista. As áreas corporativas também estão comprometidas com a transformação digital. Na gerência de Gestão de Pessoas, dashboards (painéis de monitoramento) facilitam diagnóstico e gestão da performance das equipes, enquanto em Contabilidade e Tributário o conceito de trabalho conhecido como framework (conjunto de padrões que auxiliam no desenvolvimento de um software) aumentou a velocidade e reduziu risco de erros nos processos de análise e pagamento de tributos. No Jurídico, já se organiza a base de dados para tomadas de decisões, o que permitirá incorporar inteligência artificial nos processos. Na jornada para alcançar a maturidade digital, outro movimento importante que será desenvolvido ao longo de 2019 é o engajamento dos colaboradores para identificar os desafios e propor soluções digitais para resolvê-los, com realização de workshops de design thinking (conjunto de ideias e insights para abordar problemas), hackathons (eventos que reúnem inovadores digitais em maratonas de programação) e criação de grupos locais comprometidos com levantamento e execução de ideias. — Adquirir a habilidade de enxergar para onde a mudança está indo, aderir a essa mudança plenamente e incorporar o conhecimento é o desafio que nós temos. Os líderes inovadores têm papel fundamental em apoiar suas equipes na descoberta do novo. Precisamos estimular outro estilo de gestão, mais colaborativa e voltada para a confiança, para que a inovação floresça — diz Augusto Borella.

N.daR.: Qual a razão de a Petrobras pagar matéria para publicar algo que não tem relevância para a maioria dos leitores?
Por que não divulgar aquilo que realmente importa?
Onde estão dados concretos que expliquem a pouca redução do endividamento? Onde está o detalhameto da fórmula de cálculo para estabelecimento dos preços de seus produtos? Por que se diminuiu o refino no Brasil e se aumentou a importação de derivados? Por que vendeu gasodutos que contruiu e operou para passar a pagar aluguel exorbidante pelo uso dos mesmos? Etc., etc.
A algo de muitíssimo grave acontecendo na Petrobras, e a mídia, políticos, e Govenro omissos e coniventes.

Textos Impressoe On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
ENXUGAMENTO DAS ESTATAIS LEVA À REDUÇÃO DE INVESTIMENTOS - Patamar cai de 19,7% em 2016 para 6,7% no primeiro trimestre deste ano, aponta estudo
Publicado: O Globo - Impresso - 01/08/2019 - Pág. 19 | On Line 01/08/2019 - 04:30 / Atualizado em 01/08/2019 - 08:05
por Martha Beck e Manoel Ventura

Dinheiro e corrupção BRASÍLIA - As empresas estatais passaram por um processo de enxugamento nos últimos quatro anos, com redução do total de funcionários e reversão de um quadro de prejuízos. Por outro lado, também estão investindo menos.
Balanço elaborado pelo Ministério da Economia e obtido pelo GLOBO com exclusividade revela que os investimentos executados pelas empresas públicas caiu de 19,7% do orçamento das companhias nos primeiro trimestre de 2016 para apenas 6,7% no mesmo período de 2019.
Estimativas: juro menor exigirá que fundos de pensão busquem investimento de mais risco
No grupo Petrobras, por exemplo, a queda do investimento foi de 21,6% para 6,7% em quatro anos, sendo que no primeiro trimestre deste ano, o montante chegou a R$ 6,9 bilhões. No grupo Eletrobras, a taxa caiu de 15,6% para 8% entre 2016 e 2019, ficando em R$ 400 milhões entre janeiro e março.
Essas são as duas principais empresas públicas do Brasil. A Petrobras está passando por um amplo processo de desinvestimento e venda de ativos. A Eletrobras também quer vender suas participações em empreendimentos e está na lista de privatizações que o governo pretende fazer.
Estatais: Endividamento - O Globo / 01.08.2019 O percentual investido nos primeiros meses de 2016 foi o maior desde 2000, últimos dados disponibilizados pelo governo. Depois disso, o total vem caindo seguidamente. Isso reflete uma tendência das principais companhias públicas enxugamento, pagamento de dívidas e reorganização financeira.
- As empresas estavam muito alavancadas. Agora, estamos refluindo. Para passar por um novo ciclo de privatização, é importante que as empresas estatais estejam mais eficientes _ afirma o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Economia, Fernando Soares, reconhecendo que isso acaba tendo como consequência uma redução do orçamento de investimentos.
Segundo a economista Elena Landau, especialista em privatizações, um encolhimento dos investimentos das estatais não é necessariamente um resultado negativo. Ela destaca que as empresas ainda têm um endividamento muito elevado.
Em 2015, por exemplo, essa taxa chegou a R$ 544 bilhões. No primeiro trimestre de 2019, esse valor estava em R$ 367 bilhões. A Petrobras, sozinha, deve R$ 307 bilhões. O dólar mais barato também ajudou nessa redução, já que parte da dívida foi contraída no exterior.
O número total de empresas estatais chega hoje a 130. Em 2016, esse número era de 154. De lá para cá, houve, por exemplo, a venda de distribuidoras de energia da Eletrobras. Este ano, três empresas deixaram de fazer parte da lista. A TAG, Transportadora Associada de Gás, a BR Distribuidora, a Stratura (que faz parte do grupo BR) e a BBTur, que foi fechada.
O resultado líquido das empresas públicas teve um salto de R$ 100 bilhões em quatro anos. Saiu de um rombo total de R$ 32 bilhões em 2015 para um lucro de R$ 71 bilhões no ano passado. Até mesmo as estatais dependentes do Tesouro Nacional tiveram resultado positivo no ano passado, segundo o balanço do governo.
Essas empresas somaram R$ 1,4 bilhão de lucro, contra um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano anterior.
O quadro de pessoal também encolheu em função de programas de desligamento voluntário. O montante passou de 554.834 para 492.460 servidores entre 2014 e 2019. A maior queda foi nos Correios, seguido por Banco do Brasil.

N.daR.: Como justificar a manutenção do endividamento da Petrobras?
A empresa alega que é decorrente de mudanças de normas contábeis internacionais às quais a companhia tem de se submeter.
Entretanto não é suficiente para explicar a não e drástica redução da dívida tendo por base a política de preços que pratica e tomando por base empresas congêneres.
O que parece indicar a realidade, é que algo de muito estranho está acontecendo na Petrobras. Se antes era a corrupção, hoje seria o quê?

Textos Impressoe On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - País
NOVA FASE DA LAVA-JATO MIRA PROPINA E TENTA PRENDER PRESIDENTE DO GRUPO PETRÓPOLIS - Ação tem como base delações premiadas de executivos da Odebrecht
Publicado: O Globo - Impresso - 01/08/2019 - Pág. 8 | On Line 31/07/2019 - 08:01 / Atualizado em 31/07/2019 - 16:56
por Gustavo Schmitt

Cervejaria Petrópolis, em Boituva, SP RIO — A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a 62ª fase da Operação Lava-Jato , que investiga pagamentos de propinas disfarçadas de doações eleitorais pelo Grupo Petrópolis . Agentes da PF saíram às ruas em 15 cidades do país para cumprir 39 mandados expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Entre as seis ordens de prisão, está a do presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria.
A PF cumpriu mandados de buscas e apreensões na residência de Faria, localizada no Condomínio Chácara Boa Vista, no município de Porto Feliz, interior de São Paulo. O empresário não estava em casa.
A Justiça decretou ainda prisão temporária, por cinco dias, de Vanuê Faria e Cleber Faria, sobrinhos do empresário, e três funcionários da cervejaria Silvio Antunes Pelegrini, Naede de Almeida e Maria Elena de Sousa. Segundo a PF, pelo menos três deles foram presos e, durante as buscas, os agentes apreenderam R$ 243, 3 mil em espécie. Foram apreendidos ainda celulares, discos rígidos de computadores, documentos e contratos.
De acordo com as investigações, Vanuê e Cleber são titulares de contas no exterior e teria havendo indícios de ocultação de valores às autoridades brasileiras.
Segundo despacho da juíza Gabriela Hardt, que assina os pedidos de prisão, há provas de que Walter Faria possuia complexa estrutura financeira de contas no exterior, que seriam tanto para movimentar propina como para gerar dinheiro em espécie para repasse ao Grupo Odebrecht.
De acordo com a juíza, há provas de que essas contas movimentaram dinheiro de propina referente a dois navios-sonda da Petrobras - Vitória 10.000 e Petrobras 10.000. - cada uma destas contratações teria gerado USD 35 milhões em pagamento de vantagens indevidas a executivos da Petrobras e políticos.
Entre os beneficiados estariam políticos do MDB, que controlavam a área internacional da Petrobras. O lobista Jorge Luz, que assinou acordo de delação premiada, teria intermediado cerca de US$ 6 milhões em propina vinculada às sondas. Ele citou entre possíveis beneficiários o deputado federal Aníbal Gomes, o então Ministro Silas Rondeau e os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho. Luz e seu filho, Bruno Luz, disseram que o dinheiro aos políticos foi direcionado a conta em nome da off-shore Headliner Limited.
Uma das contas ligadas ao grupo cervejeiro foi usada, por exemplo, para pagamentos de vantagens indevidas a ex-auditores fiscais da Receita Federal, investigados na Operação Vulcano. R$ 120 milhões em doações eleitorais
A nova fase da Lava-Jato — denominada "Rock City" — tem como base as delações premiadas dos executivos da Odebrecht . De acordo com os colaboradores, a cervejaria Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior, em uma operação conhecida como "operações dólar-cabo".
Ainda de acordo com os delatores, a Odebrecht lançou mão do Grupo Petrópolis para fazer doações de campanha eleitoral para políticos entre 2008 e junho de 2014. O valor dos repasses seria de pelo menos R$ 120 milhões.
Em troca das doações, Faria teria recebido investimentos em suas empresas e participação em projetos da Odebrecht.
Para gerar reais em espécie, o Grupo Petrópolis teria burlado medidores industriais de fábricas, permitindo produção de cerveja sem pagar impostos. A produção não contabilizada oficialmente era vendida a bares, sem nota fiscal, viabilizando recursos em espécie.
Parte das operações ilegais entre a Odebrecht e a cervejaria está contida, segundo a Justiça, numa planilha denominada "Amizade" e entregue pela empreiteira.

Cabral confessou mesada
Em dezembro do ano passado, O GLOBO mostrou que Walter Faria era alvo de várias linhas de investigação da PF. O empresário era suspeito de receber propina em suas contas no exterior destinada a políticos do MDB e também investigado por fazer doações eleitorais para políticos a pedido da Odebrecht, em uma espécie de falsidade ideológica eleitoral. Em março, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez ter recebido propina da Cervejaria Petrópolis, depois de um delator citar R$ 500 mil de mesada pagos todo mês por Walter Faria ao grupo político de Cabral.
De acordo com a PF, foram expedidos um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária (contra executivos do Grupo Petrópolis) e 33 mandados de busca e apreensão em 15 cidades (Boituva, Fernandópolis, Itu, Vinhedo, Piracicaba, Jacareí, Porto Feliz, Santa Fé do Sul, Santana do Parnaíba e São Paulo/SP; Cuiabá/MT; Cassilândia/MS; Petrópolis e Duque de Caxias/RJ; e Belo Horizonte/MG).
Procurado, o Grupo Petrópolis afirmou que seus executivos já prestaram esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes e que "sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos".
Em maio, a Lava-Jato do Rio desbaratou um esquema que, por meio de "chequinhos" e boletos bancários , lavou dinheiro para o ex-governador Sérgio Cabral. Na última fase do processo de lavagem, valores em espécie eram entregues a clientes que desejassem "comprar" os reais em dinheiro vivo. Em contrapartida, esses clientes pagavam no exterior valor correspondente em contas indicadas pelos operadores do esquema. Desta maneira, reais eram trocados por dólares sem levantar suspeitas de órgãos de fiscalização. O Ministério Público Federal (MPF) já havia informado no passado que a Odebrecht foi cliente dessa operação durante anos como forma de pegar dinheiro vivo para subornar agentes públicos.

Dólar-cabo
Para driblar a fiscalização dos órgãos de controle financeiro, as organizações criminosas passaram a desenvolver sofisticados esquemas de movimentação de recursos, no Brasil e no exterior. O sistema de compensação permite aos grupos praticar crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira, por exemplo, por meio de uma rede de doleiros.
Por meio dessas operações, detalhadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a organização criminosa consegue "gerar" reais em espécie no Brasil sem sacar o valor de bancos e também consegue alimentar contas no exterior sem um contrato de câmbio registrado no Banco Central. O dinheiro vivo é um dos meios mais usados nas transações, por encobrir rastros e vinculações entre corruptor e corrupto. (  SAIBA MAIS  )
Em nota, o Grupo Petrópolis informa que seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”

Ações planejadas em Curitiba
Após um ano considerado morno, em maio, a Lava-Jato de Curitiba  já tinha planejadas  14 novas operações para serem realizadas até dezembro, segundo fontes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) com acesso às investigações. Até agora, pelos menos cinco fases foram deflagradas.
São fases, como mostrou O GLOBO na ocasião, que se desdobram de apurações anteriores, colaborações premiadas da Odebrecht e da OAS e também novas linhas de investigação sobre crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, com envolvimento de agentes públicos de diferentes partidos.

N.daR.: Os participantes da PETROS não deixam de manter as esperanças em que o seu Fundo de Pensão receba uma atenção similar dos órgãos responsáveis para apurar os diversso casos de desmandos e corrupção, várias denunciados e jamais apurados.
Será que se está a esperar a prescrição?
E enquanto isso, pensionistas e aposentados pagarão por todos esses escândalos, por um rombo gerado pelo descaso e crimes que alcança dezenas de bilhões de reais?

Textos Impressoe On Line diferem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Opinião
DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA
Publicado: O Globo - Impresso - 01/08/2019 - Pág. 2 | On Line 01/08/2019 04:30
por Merval Pereira

É o modus operandi da Lava-Jato, dar o troco para deixar a impressão de que não são passíveis de cntrole

Merval Pereira A Operação Lava-Jato deu ontem uma dupla demonstração de força, depois de acuada nos últimos dias pela publicação de diálogos atribuídos ao então juiz Sérgio Moro e o coordenador dos procuradores de Curitiba Deltan Dallagnol.
Em São Paulo, numa investigação do ramo carioca da operação, foi preso o “doleiro dos doleiros” Dario Messer, foragido há um ano. No Rio, mas devido a uma ação do Ministério Público em Curitiba, foram presos vários executivos da Cervejaria Petrópolis, acusada de servir de canal de suborno para o grupo Odebrecht. O proprietário da empresa, Walter Faria, está foragido.
O procurador Eduardo El Hage, chefe da operação no Rio, disse que a prisão de Messer é um marco no combate ao crime organizado no país. Para os procuradores da Lava-Jato no Rio, o poder econômico de Messer, que controlava uma grande rede de doleiros, e a influência no submundo do crime, permitiram que nunca fosse preso.
De fato, o “doleiro dos doleiros” nunca havia sido preso antes, apesar de estar enrolado com a polícia desde o caso do Banestado, quase 20 anos atrás.
Caso, aliás, em que o procurador Deltan Dallagnol trabalhou pela primeira vez com o então juiz Moro. Há outra coincidência nas operações de ontem: tanto a Cervejaria Petropólis quanto o doleiro Messer estão envolvidos em casos de corrupção e lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral, que recebia uma “mesada” de R$ 500 mil da cervejaria e usava o doleiro para enviar dinheiro para o exterior. Por essas e outras, Cabral está condenado a mais de 200 anos de cadeia. A prisão do doleiro, embora fosse o alvo das investigações, aconteceu ontem por acaso. Os policiais foram ao apartamento para fazer busca e apreensão de documentos, e encontraram Messer.
Sempre que sofrem uma derrota, os procuradores da Lava-Jato buscam dar demonstração de que a operação está forte e em atividade. Encontram um jeito de mostrar a resiliência da operação de combate à corrupção. A operação contra a cervejaria Petrópolis já devia estar madura, como várias outras estão, como disse o procurador Roberto Pozzobon, o que pressupõe que várias outras ações estão sendo preparadas.
Repete-se assim um método de atuação para mostrar que a Lava-Jato não se intimida diante de retrocessos provocados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Congresso. Foi assim na prisão do ex-presidente Michel Temer, acontecida dias após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar para a Justiça Eleitoral os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e assemelhados conexos ao de caixa 2.
Para fugir das restrições impostas pelo STF, a acusação contra Temer passou longe do caixa 2 e de financiamentos eleitorais. É o modus operandi da Operação Lava-Jato dar o troco para deixar a impressão de que não são passíveis de controle. Cada vez que sofrem uma derrota, dão o troco alto. A partir daí, os procuradores passaram a fazer as denúncias retirando a acusação de caixa 2, focando nos crimes comuns como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, e outros, que são julgados pela Justiça Federal.
Foi assim com a prisão do então governador Luiz Fernando Pezão, logo depois da decisão do Supremo de permitir que o presidente Temer utilizasse a prerrogativa do indulto de fim de ano para anistiar presos de maneira quase irrestrita, o que ameaçava a atuação da Lava-Jato. Atitude similar ao que fizeram quando o STF proibiu a condução coercitiva de suspeitos. Os procuradores passaram então a usar a prisão temporária, de duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.
Como agora, no caso dos hackers presos acusados de terem invadido mais de mil números de celulares de autoridades, principalmente os ligados ao caso de Lula, confessadamente entregues ao site The Intercept Brasil, que controla o conteúdo a ser divulgado e o compartilha com outros jornais e revistas.

N.daR.: Não se trata de ser a operação Lava-Jato passível ou não de ser controlada, como deixa tranparecer Merval Pereira.
Essa não é a questão.
O ponto central é que não se pode aceitar que a Lava-Jato seja impedida de atingir seus objetivos de combater a corrupção, por atos de políticos e membros da justiça. Estes apenas querem tutelar os seus amigos envolvidos e a si mesmos.
- É tão simples assim.

* Fonte primária: O Globo
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