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NOTÍCIAS 2020 1º Trimestre - Março
Obs.: Notas críticas de rodapé por Rodolfo Huhn e não representam necessariamente a posição do GDPAPE.
Fontes: O Globo - Economia 'Choque às avessas' Grandes empresas se comprometem a não demitir ninguém até pico da Covid-19 Publicado: O Globo | On Line 31/03/2020 • 17:52 por Lauro Jardim Algumas das principais empresas do país iniciaram um movimento em que se comprometem a não demitir ninguém até o dia 31 de maio, segundo projeções, data em que a Covid-19 atingirá o ápice de estragos no Brasil. São empresas como Microsoft, Bradesco, Itaú, BR Distribuidora, Alpargatas, Pactual, Grupo Pão de Açúcar, entre outras. O "Não demita" pôs no ar um site com uma mensagem para convencer o maior número possível de empresários a fazer o mesmo. O texto compara a crise provocada pelo coronavírus a um trem fantasma: — Ela é mais parecida com uma montanha-russa: é assustadora, mas sabemos que vai fazer uma curva para a direita, outra para esquerda, vai subir, descer e finalmente parar. Sabemos que esta crise é dura, mas ela vai acabar em breve. No parágrafo seguinte, a convocação: — Mais que isso: dá para segurar a onda até o fim de maio. Você sabe disso. Não demita – e assim evitamos um colapso econômico e social. A inciativa partiu de Daniel Castanho, da Ânima Educação. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - poder Lava Jato Investigação sobre filho de Lula vai para vara de juiz anti-Lava Jato e favorável à defesa do petista - Sílvio Luís Ferreira da Rocha diz não haver 'prova irrefutável' contra ex-presidente no caso tríplex Publicado: Folha de São Paulo - On Line 31.mar.2020 à 1h01 Por Felipe Bächtold e José Marques São Paulo | Reuters - A investigação da Lava Jato sobre os negócios de um dos filhos do ex-presidente Lula com a Oi será encaminhada para uma Vara Federal em São Paulo cujo juiz titular tem se manifestado de maneira crítica à operação e já disse não haver "prova irrefutável" contra o ex-presidente no processo do tríplex. A 69ª fase da Lava Jato, batizada de "Mapa da Mina", foi remetida do Paraná para São Paulo por ordem do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que considerou em julgamento no último dia 11 que não havia vínculos suficientes da apuração com a Petrobras, critério que fixa os casos em Curitiba. O principal alvo dessa etapa da Lava Jato era Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente e sócio da Gamecorp, empresa que recebeu R$ 83 milhões da Oi de 2004 a 2016. Com a mudança, decisões sobre as apurações e seus eventuais desdobramentos ficarão no âmbito da 10ª Vara Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros. Dois magistrados atuam nessa Vara Federal: Sílvio Luís Ferreira da Rocha, o titular, e Fabiana Alves Rodrigues, a substituta. Rocha, que também é professor de direito administrativo, participou de debates ao longo dos últimos anos em que comenta a situação jurídica do ex-presidente, condenado duas vezes por corrupção e lavagem de dinheiro em ações penais da Lava Jato ainda pendentes de recursos nas instâncias superiores. O magistrado também escreveu artigos, por exemplo, criticando a condução coercitiva do petista, em 2016, e a sentença do caso tríplex de Guarujá (SP), decisão que provocou a permanência do ex-presidente na prisão por 580 dias de abril de 2018 a novembro de 2019. "O que eu posso dizer é que não há uma prova ou um conjunto de provas irrefutáveis indicativos de que o presidente da República tenha efetivamente praticado o crime de corrupção", disse ele, em entrevista ao canal de YouTube do site Brasil 247. "Existem provas que não possam ser questionadas em relação à condenação? Não existem", acrescentou. O magistrado também defendeu que a Justiça Eleitoral levasse em conta posicionamento do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em 2018, para que Lula pudesse se candidatar à Presidência naquele ano. Desde antes da prisão de Lula, o juiz tem questionado em eventos e entrevistas os métodos da operação e as suas bandeiras. Em 2016, foi a uma sessão temática do Senado ao lado do então juiz Sergio Moro debater a proposta de Lei de Abuso de Autoridade. Rocha se posicionou a favor da medida, que chamou de "conquista, inclusive para os agentes públicos". O titular da 10ª Vara de São Paulo virou, desde essa época, presença recorrente em veículos como a TVT, ligada ao PT, o site GGN e a revista Carta Capital. Suas falas são replicadas nos sites do partido e também nas redes sociais do ex-presidente Lula. Comentários como o do juiz Rocha não são irregulares, mas podem levar as partes a questionar legalmente a imparcialidade, caso ele seja o responsável pela investigação sobre Lulinha. Entrevistas, comentários a respeito da Lava Jato e aparições em eventos públicos têm sido usados, desde o início da operação, por exemplo, pela defesa de Lula para apontar os juízes que julgaram seus processos —como Moro, Gabriela Hardt e a oitava turma do TRF-4— como suspeitos. Até agora, os advogados dele não foram bem-sucedidos nesse pleito. Segundo as normas jurídicas, magistrados devem se declarar suspeitos ou podem ser julgados dessa forma, quando for, entre outros motivos, "amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes", tiver interesse em alguma causa ou ainda por motivo de foro íntimo. "A suspeição tem relação com o subjetivismo do juiz. A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos processuais subjetivos do processo", diz publicação do STF (Supremo Tribunal Federal). O próprio Rocha já falou, em debate sobre a ação do tríplex veiculado pelo Brasil 247, sobre as situações em que juízes devem se declarar suspeitos e não julgar ações. "Se ele [o juiz] vai à mídia e trata de processos específicos que estão com ele e emite opiniões no sentido de prejulgar seja para condenar, seja para absolver, o que nós temos é a perda da imparcialidade", disse, em junho de 2018. Ele acrescentou que o juiz "tem que escolher". "Ou ele quer continuar como juiz daquele processo e portanto deve se resguardar, é o recato, ficar na intimidade do seu gabinete e não se pronunciar, ou se ele quer ter uma atuação mais ativa." "E ele até pode ter essa atuação mais ativa, mas no meu entender ele deve se declarar suspeito para continuar à frente daquele processo, porque não é possível que você emita uma opinião antecipadamente ao julgamento que você vai fazer, isso é uma quebra da imparcialidade do juiz." Procurada pela Folha, a Vara Federal informou que ainda não recebeu os autos do Paraná. Portanto, não há definição sobre qual magistrado ficará com o caso. Por causa da crise do coronavírus, o expediente forense e os prazos processuais estão suspensos. Servidores estão em regime de teletrabalho. Sílvio Luís Ferreira da Rocha informou, por meio da assessoria, que não cabe "nenhum tipo de conclusão precipitada sobre o assunto, pois o juízo não tem conhecimento do teor do suposto processo declinado, de quem são os envolvidos, qual a conduta que lhes é imputada ou até mesmo se de fato o feito em questão será processado perante a 10ª Vara". O inquérito ainda não foi concluído e não houve denúncia (acusação formal) no caso. A remessa para a 10ª Vara está expressa nos autos da operação ainda em Curitiba. Essa medida decorre do fato de essa unidade da Justiça Federal de São Paulo já ter sido a responsável por outra investigação criminal, sobre suposto tráfico de influência, acerca da relação entre o filho de Lula e a companhia de telefonia. O caso foi arquivado em 2012, a pedido do Ministério Público Federal de São Paulo. Esse antigo arquivamento, aliás, se tornou argumento das defesas no fim do ano passado para contestar a iniciativa dos procuradores de Curitiba de deflagrar uma etapa da Lava Jato para apurar novamente detalhes da relação entre as empresas. Embora não tenha sido alvo das buscas em dezembro, o ex-presidente está no centro das investigações da fase 69ª da Lava Jato. A suspeita dos investigadores é a de que o petista tenha beneficiado a Oi em seu mandato em contrapartida a vantagens indevidas recebidas. Eles afirmam que houve decisões governamentais de peso na área de telecomunicações nos mandatos do PT, como medida do governo Lula que permitiu a compra da Brasil Telecom pela Oi, em 2008. A hipótese da investigação é que o dinheiro da Oi foi usado por dois sócios de Fábio Luís, Fernando Bittar e Jonas Suassuna, para comprar o sítio de Atibaia que era frequentado por Lula. Agora, caberá ao novo juiz responsável pelo inquérito, por exemplo, autorizar a prorrogação da investigação, decidir sobre arquivamento e apreciar pedidos das defesas e dos investigadores. Em dezembro, Lula afirmou que a investigação da Lava Jato sobre seu filho era uma "canalhice" e mencionou o inquérito arquivado no início da década. A defesa de Fábio Luís tem negado irregularidades. Diz que as empresas e a vida do filho do ex-presidente já foram "devassadas por anos a fio" sem que nenhum crime tenha sido revelado. Afirma ainda que a força-tarefa de Curitiba tentou "requentar um caso encerrado", em referência ao arquivamento de 2012. N.daR.: Tudo sempre caminha para descriminar todos os que se envolveram em corrupção no Brasil. Sai governo, entra governo e o sitema de proteção para que a impunidade se mantenha continua mais ativo do que nunca. * Fonte primária: Terra Fontes: Folha de São Paulo - mercado Raízen declara força maior para compra de etanol; BR fala em flexibilizar volumes - As empresas alegam que a venda de combustíveis teve queda devido à quarentena para o combate ao coronavírus Publicado: Folha de São Paulo - On Line 30.mar.2020 às 17h56 Por Reuters Nova York e São Paulo | Reuters - A Raízen, uma das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, declarou força maior em contratos de compra de etanol de usinas locais, em um mercado impactado pelos efeitos do coronavírus, enquanto a BR Distribuidora, a maior do setor, disse que identificou a necessidade de flexibilizar volumes. A Raízen confirmou informações de fontes do mercado, que relataram mais cedo o movimento. A empresa, joint-venture 50-50 entre Cosan e Shell, enviou uma carta a todos seus fornecedores de etanol na última sexta-feira afirmando que não vai cumprir contratos para compra de etanol devido à queda no consumo de combustíveis no Brasil, causada pelo isolamento relacionado à pandemia de coronavírus, afirmaram as fontes. "Em razão da queda na demanda por combustíveis verificada por conta das medidas de 'lockdown' para combate à pandemia de coronavírus, a Raízen começou a sinalizar aos seus fornecedores de etanol a necessidade de revisão dos volumes originalmente programados", disse a companhia, em nota à Reuters. A Raízen, além de distribuidora de combustíveis, também tem uma divisão que atua na produção de etanol, açúcar e bioenergia. "Embora ainda não estejam claros, neste momento, todos os impactos que esta crise trará para as suas operações, a Raízen está focada em fortalecer suas parcerias estratégicas com fornecedores de etanol", acrescentou. "Neste sentido, optamos, como outras empresas do setor, por dar a notícia sobre o evento de força maior em curso o quanto antes possível, de maneira a permitir que os fornecedores possam planejar suas operações com base nisso." "Nós recebemos a carta", disse um corretor de São Paulo que pediu para não ser identificado, uma vez que as negociações são privadas. Ele afirmou que o mercado de etanol no Brasil está desordenado em meio ao isolamento, com apenas alguns negócios ocorrendo, uma grande diferença entre as ofertas das usinas e das distribuidoras, e muita incerteza para os próximos dias. "A pandemia levou a uma queda imediata e expressiva da demanda pelos produtos comercializados pela Raízen em todo país, caracterizando-se, portanto, como um evento de força maior... A Raízen se vê impedida de cumprir com as obrigações decorrentes dos contratos", aponta uma carta enviada pela empresa, a qual a Reuters teve acesso. "Não iremos retirar a integralidade dos volumes apontados para o mês de março, bem como faremos a revisão dos volumes aplicáveis aos meses subsequentes que forem necessários para a compatibilização das compras da Raízen com a efetiva demanda do mercado pelos seus produtos", completou a companhia. A notícia foi divulgada inicialmente pela Bloomberg. Já a BR Distribuidora afirmou, após ser procurada, que o cenário atípico fez com que a companhia identificasse a "necessidade de flexibilizar o percentual de variação de volume assegurado em contrato até que todo o mercado se normalize". Mas, ressaltou a empresa, isso não representa cancelamento de contratos de etanol. O movimento da BR visa "somente reduzir o volume mensal de aquisição em percentual superior ao previsto em contrato, sem que isso implique em descumprimento do mesmo". "Ressalta-se ainda que contratualmente há uma cláusula que exclui a responsabilidade das partes contratantes em caso fortuito ou de força maior." Paralelamente, a BR disse que também tomou algumas medidas junto a sua revenda, prorrogando, por exemplo, o prazo para cumprimento do volume contratado, "entendendo que o momento é de espírito colaborativo, unindo forças para minimizar o impacto da crise em todos os atores envolvidos". N.daR.: Faz de conta que BR Distribuidora e Shell/Ráizn são independentes. Porém, com a compra da Raízen de boa parte das ações da BR, passam todas a ter o mesmo interesse. Paulo Guedes, o ministro da Economia, se desmente ao permitir a concentração do mercado e com a promessa de aumentar a concorrência. E ninguém critica a "negociata" que só interessa a grupos financeiros nacionais e, especilamente, estrageiros. Patriotisma palavra sem aplicação no Brasil, partindo de políticos, e de ex-militares ou não. * Fonte primária: Terra Fontes: Estadão - Política Greenfield quer ressarcimento de R$ 5,3 bi em ação de improbidade em fundos de pensão - Em ação de improbidade, força-tarefa do Ministério Público Federal no DF pede indenização bilionária de 16 executivos e três empresas citadas em esquema contra Petros e Funcef Publicado: Estadão | On Line 30 de março de 2020 | 16h49 Por Redação A força-tarefa Greenfield, do Ministério Público Federal em Brasília, entrou com ação de improbidade administrativa contra 16 pessoas e as empresas Millar Importação e Exportação Ltda, Ribeiro Tristão Comissaria de Café Ltda e JR-M Participações Ltda, por fraudes bilionárias contra participantes dos fundos de pensão Funcef e Petros. A Procuradoria pede a condenação por improbidade administrativa e o ressarcimento integral dos danos causados aos fundos de pensão, além do pagamento do triplo do valor dos danos causados. Caso condenados, os acusados terão que arcar com quase R$ 5,3 bilhões em multas e reparação de danos. Joesley Batista, ex-executivo da JBS, e Demilton Antônio de Castro não foram acionados em razão do acordo de colaboração premiada firmado com o MPF. Atualmente um pedido de rescisão do acordo aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal. Caso os ministros julguem pela rescisão, Joesley poderá ser objeto de ações futuras em separado.
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Documento: IMPROBIDADE PDF
A ação de improbidade conta com algumas informações de delações premiadas, entre elas, a de Joesley. Fraudes As investigações apontaram que o esquema teria sido articulado entre 2009 e 2015, em meio a aportes de capital dos fundos de pensão no FIP Florestal – cujos principais participantes eram Joesley Batista e Mário Celso Lopes, além das entidades previdenciárias. Posteriormente, teria havido uma negociação para que a Florestal S/A fosse incorporada pela Eldorado S/A, também pertencente aos dois empresários citados. As manobras foram autorizadas pelos gestores dos fundos, em flagrante benefício a Joesley e Mário Celso. Os ex-executivos da Petros e da Funcef concordaram que fossem aportadas cifras milionárias no FIP Florestal sem observarem deveres de diligência e análise de riscos, diz a força-tarefa. As medidas adotadas teriam como contrapartida o pagamento de propinas por Joesley. O MPF diz. “Foi verificada ainda a utilização de laudos elaborados de forma fraudulenta, por empresa diretamente vinculada ao capital da Florestal, superestimando o valor da produtora de celulose. Tal manobra facilitou a autorização dos investimentos que, à época, ultrapassaram a marca de meio bilhão de reais.” Os procuradores consideram o processo que culminou com a incorporação da Florestal pela Eldorado – apenas pouco mais de um ano depois dos aportes – ainda mais grave. “Os empresários beneficiados arquitetaram a supervalorização da Eldorado (que pertencia só a eles) por meio de nova e fraudulenta avaliação econômica. O processo, que também contou com pagamento de vantagens indevidas, tinha o objetivo de diluir a participação das entidades de previdência após a incorporação.” Dessa forma, os fundos de pensão terminaram, após o processo de reestruturação, com menos ações da companhia do que fariam jus se fosse respeitado o valor justo de mercado. O esquema proporcionou a Joesley Batista e a Mário Celso “o controle de uma nova grande empresa sem precisar ter realizado o investimento condizente com o valor de tal empreendimento. Com a fusão, foi possível obter, junto ao FGTS e Caixa (entre outros bancos), financiamentos e empréstimos que permitiram alavancar ainda mais o valor da Eldorado, hoje uma das líderes do mercado de celulose no Brasil”. A força-tarefa ainda detalhou os pagamentos de propinas aos gestores dos fundos de pensão, que, ao todo, resultaram em quase R$ 30 milhões. Para dissimular a natureza ilícita dos repasses, Joesley utilizou a emissão de notas fiscais frias, transferências bancárias, deu um apartamento em Nova York, usou offshores e também chegou a entregar dinheiro em espécie. As empresas Millar Importação e Exportação Ltda, Ribeiro Tristão Comissaria de Café LTDA e JR-M Participações Ltda teriam servido de intermediárias para a lavagem dos recursos utilizados como propina. COM A PALAVRA, A DEFESA A reportagem busca contato com a defesa dos investigados. O espaço está aberto para manifestação. (pedro.prata@estadao.com) (luiz.vassallo@estadao.com) N.daR.: Há muito mais a ser apurado. Enquanto isso o tempo passa e as prescrições começam a prevalecer. Como justificar a inérica da PREVIC, PGRs e outras entidades? Afinal, quem ganhou o quê? Os valores serão ressarcidos poupando os participantes da PETROS de descontos exorbitantes para cobrir o rombo causado por inépcia e corrupção? * Fonte primária: Estadão Fontes: O Globo - Rio As estatais Eletrobras e Petrobras cogitam usar testes rápidos para coronavírus em todos os seus funcionários Publicado: O Globo - Impresso 31.03.2020 Pág. 14 | On Line 31/03/2020 • 05:00 por Ancelmo Gois Esses 10 milhões de testes rápidos chineses para a covid-19, que começaram a chegar ontem, serão distribuídos ao pessoal de saúde dos estados. Não há kits suficientes para fazer testagem massiva, como fez em grande parte a Coreia do Sul, o que permitiu com sucesso o isolamento de pessoas contaminadas que nem sabiam que tinham o vírus. Mas empresas que não podem parar, como a Eletrobras e Petrobras, estão pensando, numa segunda etapa, testar todo o seu pessoal. Só que... Na sexta, a Coreia do Sul voltou a adotar medidas de distanciamento social. Todo cuidado é pouco. N.daR.: Ancelmo Gois insufla informações que estão mais chegadas a fofocas. * Fonte primária: O Globo Fontes: Estadão - Saúde Petrobras apoia UFRJ no desenvolvimento de ventiladores pulmonares - 'A intenção é desenvolver um modelo que seja mais barato e simples de montar, utilizando peças disponíveis no mercado', explicou a companhia em nota Publicado: Estadão | On Line 30 de março de 2020 | 21h53 Por Denise Luna RIO – A Petrobras informou nesta segunda-feira que está junto da Coppe-UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) na produção de protótipos de ventiladores pulmonares mecânicos para atender à demanda crescente desse tipo de equipamento para tratamento de pessoas com o novo coronavírus. A estatal cedeu sua impressora 3D, instalada em seu centro de pesquisas (Cenpes), para produzir componentes dos protótipos, e também um sensor de oxigênio, que estava localizado em Caraguatatuba (SP), para ser usado nos testes para garantir o nível correto de oxigenação dos aparelhos. "A intenção é desenvolver um modelo que seja mais barato e simples de montar, utilizando peças disponíveis no mercado", explicou a companhia em nota. O objetivo é de que o aparelho seja usado somente quando não houver um equipamento padrão disponível. A cooperação técnica da Petrobras vai abranger também a propriedade intelectual e expertise em transição da fase de prototipagem para produção do produto. O apoio prestado inclui ainda suporte para a documentação do projeto a ser enviado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e colaboração na busca de fornecedores para a produção dos ventiladores mecânicos em larga escala. “A ideia é agir o mais rápido possível para colaborar com o trabalho não só de prototipagem, mas com a etapa seguinte de produção em massa dos ventiladores, identificando e eliminando os gargalos da cadeia de suprimento. Em apenas uma semana, o primeiro protótipo já está sendo concluído e os testes de eficácia ficarão prontos em poucos dias.”, disse o gerente executivo do Cenpes, Juliano Dantas. Segundo o diretor da Coppe/UFRJ, professor Romildo Toledo, a Petrobras é uma parceria da Coppe de longa data e esse apoio é fundamental para viabilizar a produção do ventilador pulmonar. “Esperamos que, com essa ação, possamos contribuir para salvar vidas nesse combate ao coronavírus”, ressaltou. N.daR.: E os contatos de Paulo Guedes, ministro da Economia, não podem também ajudar? Enquanto isso o desmanche da Petrobras continua... * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Política STJ destina R$ 3 mi de delator da Calvário para combate ao coronavírus - Dinheiro da delação do lobista Daniel Gomes, que já embasou denúncia contra o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), buscas contra o governador João Azevedo, e prisão de delator da Lava Jato do Rio, será utilizado para aquisição de materiais médico-hospitalares Publicado: Estadão | On Line 30 de março de 2020 | 18h42 Por Luiz Vassallo O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, acolheu pedido da subprocuradora-geral, Lindôra Araújo, e destinou R$ 3 milhões pagos pelo lobista Daniel Gomes, delator-chave da Operação Calvário, que mira supostos esquemas de corrupção na Saúde da Paraíba. O magistrado é o relator das investigações na Corte. O acordo foi homologado pelo STJ, já que Daniel cita detentores de foro privilegiado, como a campanha do governador Wilson Witzel (PSC), e o atual governador da Paraíba, João Azevedo, que já foi alvo de buscas em dezembro. A delação de Daniel também levou à cadeia um delator da Lava Jato no Rio, o ex-subsecretário de Saúde do Rio, Cesar Romero, por supostas omissões no acordo com a Procuradoria. Embasa, ainda, denúncia contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), acusado de chefiar um esquema de desvios de R$ 134,2 milhões da Saúde. No pedido, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo requereu que a transferência seja feita por Guia de Recolhimento à União (GRU), e que os recursos sejam utilizados especificamente na aquisição de materiais médico-hospitalares, prioritariamente aparelhos respiratórios, máscaras de proteção, escudos faciais e insumos para fabricação em impressoras 3D de materiais de manutenção e proteção para os profissionais da saúde. Na decisão, o ministro destacou que a destinação de recursos provenientes de acordo de colaboração premiada para emprego na área da saúde “guarda estreita sintonia com o previsto na Resolução 313/2020, do Conselho Nacional de Justiça, de 19 de março de 2020, editada em razão da situação emergencial decorrente da célere proliferação da epidemia de covid-19”. A recomendação expedida pelo procurador-geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Augusto Aras, retrata o esforço do MP brasileiro para contribuir com a destinação de recursos para o enfrentamento da pandemia. O ministro mencionou, ainda, a decisão tomada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal para que recursos pagos pela Petrobras, no âmbito da Operação Laja Jato fossem destinados ao Ministério da Saúde. Neste caso, o valor chega a R$ 1,6 bilhão. Conforme enfatizou o ministro, a gravidade da situação motivou a declaração de estado de calamidade pública, em âmbito nacional, pelo Decreto Legislativo 6, de 20 de março de 2020. Pela decisão, a 42ª Vara Criminal do Rio de Janeiro deve tomar com urgência as medidas cabíveis para viabilizar a transferência dos recursos para a conta gerida pelo Ministério da Saúde, para o combate à doença. N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Investimentos Como a queda no preço do petróleo afeta os seus investimentos - Analistas explicam as causas; saiba como se proteger Publicado: Estadão | On Line 30/03/2020, 14:41 ( atualizada: 30/03/2020, 19:31 ) Por Jenne Andrade O investidor que tem empresas ligadas ao petróleo em sua carteira de ações tomou um susto na manhã desta segunda-feira (30). Com o preço da commodity em forte queda, o barril de Brent chegou a ser negociado a US$ 22,89, menor cotação em 18 anos. Nos EUA, o petróleo caiu abaixo de US$ 20. O recuo é resultado do choque de demanda provocado pelo isolamento das pessoas em função do coronavírus e da disputa entre Rússia e Arábia Saudita, os dois maiores produtores de petróleo no mundo. A baixa deve ser sentida nos investimentos: os papéis da Petrobras abriram o dia em R$ 13,36, mas o preço das ações caiu para R$ 12,86, às 11h. De acordo com Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o investidor que aceita menos risco deve ter calma e não agir por impulso. “O mundo está totalmente desorganizado, o preço das ações está deturpado. É hora de esperar o terremoto passar”, disse. Essa também é a opinião de Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos. “Ter paciência e cautela é essencial porque uma hora o mercado vai se recuperar”, diz. O especialista ainda ressalta a importância de não concentrar a carteira em um único tipo de ativo. “Nós orientamos os investidores a pensar em um limite de 15% para cada tipo de ação.” No entanto, há quem acredite que o momento é de reduzir as posições. “O investidor deve procurar empresas mais estáveis”, explicou Marco Saravalle, analista independente de investimentos, com passagens pela XP e Banco Safra. Para Saravalle, o mercado de petróleo está mais sujeito a ter grandes oscilações que a média, já que está sendo pressionado tanto pelo coronavírus, quanto pela guerra de preços entre os principais países produtores. E qual é o impacto para o consumidor final? A derrapada na cotação dos barris deve chegar às bombas. Para os especialistas ouvidos pelo E-Investidor, a Petrobras poderá realizar novos cortes nos preços da gasolina e do diesel. No entanto, a questão é a intensidade com que a queda será sentida pelo consumidor final. “O impacto é bem menor para o consumidor por conta da incidência dos impostos sobre a gasolina e também pela falta de fiscalização”, disse Panonko. “As distribuidoras e postos podem não repassar a baixa.” Os especialistas alertam ainda que a queda no preço pago pelo consumidor nos combustíveis é uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que traz benefícios para o bolso dos clientes finais, a baixa pode prejudicar várias empresas que fazem parte da cadeia do petróleo e provocar desemprego. “Quem gerencia o mercado de petróleo está deixando o preço cair, pensando que dessa forma pode aniquilar os grandes competidores, como os produtores de etanol e biodiesel dos EUA e do Brasil”, explicou Pires. N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Economia & Negócios Petróleo volta a ter queda forte e chega a ser cotado abaixo de US$ 20 - Avanço do coronavírus, guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia e paralisação maior nos Estados Unidos derrubam preços Publicado: Estadão - Impresso 29.03.2020 Pág. B2 | On Line 30 de março de 2020 | 13h10 Por Sergio Caldas e Felipe Siqueira As turbulências na economia global fazem estragos no preço do petróleo. Nesta segunda-feira, 30, o preço do barril do tipo WTI chegou a ser cotado abaixo de US$ 20. No início do ano, estava cotado próximo a US$ 60. A desvalorização chega a 65%. Com o óleo tipo Brent não é diferente. A faixa de cotação para esse índice nesta segunda-feira é de, aproximadamente, US$ 25. No começo do ano, era US$ 64, uma perda de 60% somente neste ano. Há, basicamente, três motivos principais para o que está acontecendo com os preços. O primeiro deles, que afeta toda a economia mundial e que provoca um efeito gigantesco de 'sobe e desce' em todos os mercados financeiros, é o novo coronavírus, causador da covid-19. Somente a pandemia já causaria redução nos preços do petróleo. Mas, somado a isso, há um segundo motivo: a 'guerra de preços' entre Arábia Saudita e Rússia. Quando o coronavírus começou a impactar os preços da commodity, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) propôs um acordo: reduzir a produção para segurar os preços - se há uma proudução menor, quando a demanda cai, o preço não cai (ou cai menos), porque não há estoque elevado. Mas a Rússia, grande produtora, não quis entrar nesse acordo. Em retaliação, a Arábia Saudita fez duas coisas: reduziu os preços de exportação, na época, em 10%, e ainda aumentou a produção - o que acarretaria em maior queda nos preços. Tudo isso gerou a maior queda na cotação dos barris desde 1991, época da Guerra do Golfo. Além disso, para esta segunda-feira, quando perdeu o patamar de US$ 20, houve o terceiro motivo: a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de manter o isolamento social até o fim do mês. Quando a maior economia do mundo fica parada, o mundo inteiro sente, e não é diferente para o petróleo. Durante as negociações do dia ainda surgiu mais uma variável em toda a equação, e fizeram com que a commodity renovassem mínimas em 18 anos. Surgiram relatos de que o Iraque está vendendo a commodity a US$ 20 por barril e negocia pagamentos com petrolíferas internacionais. Operadores também dizem que os estoques de petróleo dos EUA em Cushing subiram mais de 4 milhões de barris na última semana. Às 11h20 (de Brasília), o petróleo WTI para maio caía 6,32% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 20,15 o barril, depois de voltar a ser negociado abaixo de US$ 20,00, enquanto o petróleo Brent para junho recuava 7,26% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 25,92 o barril. Efeito prático no Brasil Com tudo isso, há um efeito prático no Brasil. Em decorrência da matéria-prima mais barata, a Petrobrás, por diversas vezes neste mês, já reduziu os preços da gasolina e do diesel nas refinarias. Isso não chega na mesma proporção aos postos de gasolina para abastecimento dos veículos, mas a queda nos preços existe. Além disso, quando os recuos nos preços dos barris são muito fortes, há uma desvalorização das ações da Petrobrás. A estatal tem um peso muito grande no Ibovespa, cesta de ações que representa o mercado financeiro do Brasil. Logo, se ela cai de uma forma muito expressiva, isso tem impacto direto na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: O Globo - Economia Com baixa do petróleo, Petrobras reduz preço do gás residencial em 10% - Demanda pelo produto cresce até 25%, mas empresas do setor afastam risco de desabastecimento Publicado: O Globo | On Line 30/03/2020 - 17:20 / Atualizado em 30/03/2020 - 19:52 por Ramona Ordoñez RIO - Depois de baixar os preços da gasolina e do óleo diesel em suas refinarias na semana passada, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira que vai reduzir em 10% seus preços para todas as categorias de produtos de gás GLP a partir de amanhã. A redução vale para gás GLP residencia, o gás de botijão e para a indústria e comércio. A forte queda nos preços do petróleo no mercado internacional em decorrência da crise mundial provocada pela pandemia de coronavírus, que reduziu a demanda por combustíveis, vem forçando a Petrobras a repassar essa também em seus preços nas refinarias. O preço do barril do tipo Brent chegou a ser negociado abaixo dos US$ 20 nesta segunda-feira. Com mais famílias em casa por conta das medidas para conter o vírus na maioria das cidades, houve aumento entre 20% e 25% na procura por gás GLP em botijão de 13 quilos, usado nas residências para cozinhar. Com maior demanda, houve registro de falta do produto em algumas regiões, principalmente no Estado de São Paulo, segundo o Sindigás, que reúne as empresas distribuidoras de GLP no país. Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, diz que não há risco de desabastecimento. Segundo ele, não falta gás, mas está ocorrendo uma diferença de dois dias na logística para que toda a cadeia do setor - desde a Petrobras até a distribuição e revenda - consigam atender plenamente toda a demanda em algumas regiões, que aumentou muito nos últimos dias. Por isso, ele pede que as pessoas não façam estoques de gás, evitando deixar outros sem um item essencial como este. Bandeira de Mello disse que é esperado o aumento do consumo de gás GLP com as famílias em quarentena, cozinhando mais em casa. Ao mesmo tempo, ele ressalta que há forte queda no consumo industrial e comercial. Por isso sustenta que não faltará botijões de gás para as famílias. Segundo ele, a maioria das famílias só precisa ter no máximo dois botijões cheios em casa. - A antecipação de compra por alguns consumidores está gerando um atraso nas entregas em dois dias, pela Petrobras para as distribuidoras e destas para os revendedores. Mas acredito que a situação vai se normalizar nos próximos dias com a chegada da importação extra de 80 mil toneladas de GLP feitas pela Petrobras - ressalta Sérgio bandeira de Mello. De acordo com o executivo, o consumo médio no país é da ordem de 620 mil toneladas de GLP, das quais a Petrobras importa cerca de 150 mil toneladas. Além desses volumes importados, a estatal está comprando no exterior um volume adicional de 80 mil toneladas. Desse total, 20 mil toneladas estão chegando nesta segunda-feira ao país de navio, volume suficiente para abastecer 1,6 milhão de botijões de 13 quilos. Em nota, a Petrobras confirmou o aumento do suprimento com importações. “Não há qualquer necessidade de estocar GLP neste momento, pois não haverá falta de produto para abastecer a população” afirmou a companhia.Segundo a estatal, essas importações adicionais vão se somar às produções atuais das refinarias da região Sudeste, com a chegada de três navios no porto de Santos previstas para esta segunda, e os dias seis e 10 de abril. Cada navio tem capacidade adicional de 20 milhões de quilos de GLP ou 20 mil toneladas, (equivalente a 1,6 milhão de botijões P13). Com a redução de 10% a partir de amanhã, o preço médio nas refinarias da Petrobras será equivalente a R$21,85 por botijão de 13kg. No acumulado do ano, a redução é de cerca de -21%. Mas essa redução ainda não chegou aos consumidores, que estavam pagando em média cerca de R$ 70,07 o botijão de 13 quilos, na última semana. “A Petrobras conta com as distribuidoras e revendedores para que essas reduções do preço do botijão de gás cheguem até o consumidor final.”, ressalta a estatal. O presidente do Sindigás destacou que, mesmo com esse aumento do consumo pelos botijões de GLP de 13 quilos, o setor ainda está com o consumo abaixo do que é usual no inverno. Ou seja, ainda há capacidade instalada suficiente para atender o mercado sem problemas. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: Estadão - Opinião Quem tem juízo e quem não tem - Para Bolsonaro, não importa preservar a economia ou as vidas dos cidadãos; a única coisa que interessa é salvar seu governo e, principalmente, sua imagem Publicado: Estadão - Impresso 30.03.2020 Pág. A3 | On Line 30 de março de 2020 | 03h00 Por Notas & Informações Os líderes do G-20, grupo das principais economias do mundo, anunciaram uma injeção da ordem de US$ 5 trilhões na economia global para enfrentar os impactos da pandemia de covid-19. “O G-20 se compromete a fazer o que for necessário para superar a pandemia”, informou o grupo em nota oficial. No comunicado, o G-20 se diz “determinado a não poupar esforços, individual e coletivamente, para proteger vidas; salvaguardar empregos e a renda das pessoas; restaurar a confiança, preservar a estabilidade financeira, estimular a recuperação e o crescimento econômico; impedir a interrupção do comércio e da cadeia global de suprimentos; ajudar todos os países carentes de assistência; coordenar ações nas áreas financeira e de saúde pública; e combater a pandemia”. Na reunião, feita por teleconferência, todos os líderes do G-20 tiveram alguns minutos para comentários. O presidente Jair Bolsonaro usou seu tempo para defender medidas para estimular a economia e destacar os supostos progressos no desenvolvimento de uma droga à base de hidroxicloroquina para conter o novo coronavírus – cujas pesquisas, a despeito do otimismo de Bolsonaro, estão ainda longe de ser conclusivas. Deve ter ficado claro para os demais chefes de governo do G-20 que não podem contar com o colega brasileiro, perdido em seus devaneios sobre uma cura milagrosa que viria a tempo de salvar milhares de vidas e, o que lhe parece mais importante, evitar o colapso econômico do Brasil – pois, segundo suas próprias palavras, “se afundar a economia, acaba com meu governo”. Assim, para Bolsonaro, não importa nem preservar a economia nem as vidas dos cidadãos; a única coisa que interessa é salvar seu governo e, principalmente, sua imagem, com vista à próxima eleição. Por isso, insurge-se contra todos aqueles que – governadores à frente, mas também seu ministro da Saúde – propõem ou ministram remédios amargos, mas imprescindíveis, para conter a epidemia. Como mostrou o G-20 ao se propor a gastar US$ 5 trilhões (mais que o dobro do PIB brasileiro) contra a pandemia, o que o mundo está enfrentando não se cura com licor de cacau Xavier. Graças à liderança caótica e hesitante de Bolsonaro, a equipe econômica até agora apresentou medidas tímidas que representam menos de 4% do PIB, segundo cálculo da Fundação Getúlio Vargas, enquanto os Estados Unidos poderão despender até 11% do PIB e o Reino Unido, 17%, para ficar apenas em países governados por políticos que Bolsonaro admira. O Reino Unido vai bancar até 80% da renda dos trabalhadores cujos salários forem suspensos, dentro de um limite de 2.500 libras mensais, bem acima do salário mínimo de 1.300 libras. Já Bolsonaro dará um “voucher” de R$ 600 (60% do salário mínimo) para trabalhadores informais – lembrando que, inicialmente, o presidente havia proposto R$ 200, e só bancou um valor maior depois que o Congresso propôs R$ 500. Para Bolsonaro, contudo, tudo vai se resolver se as medidas de isolamento social forem imediatamente suspensas. Tornou a atacar os governadores, dizendo que estes terão de arcar com encargos trabalhistas de quem for obrigado a fechar seu estabelecimento comercial. Para ampliar a pressão, seu governo, contrariando diretrizes do próprio Ministério da Saúde e o apelo de todas as principais entidades médicas do País, lançou nas redes sociais uma demagógica campanha intitulada “O Brasil não pode parar”, que minimiza a epidemia e defende “voltar à normalidade”. Com isso, irresponsavelmente, estimula os brasileiros a desobedecerem à determinação de governos estaduais para manter o isolamento social, única forma de impedir que a epidemia cause o colapso do sistema de saúde – que, se ocorrer, ampliará de modo exponencial o número de mortos e, consequentemente, o desastre econômico, pois mortos não trabalham. Mas Bolsonaro não está nem um pouco preocupado. “Eu acho que não vai chegar a esse ponto”, disse o presidente. “Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali. Ele sai, mergulha e não acontece nada com ele.” Caramba! N.daR.: Reiteramos o que já foi dito e acrescentamos. De novo, mais do que redundantemente, mais uma vez, infelizmente, não há como deixar de qualificar o gaiato Bolsonaro como inconsequente e irresponsável. Em, 24.03.2020, Bolsonaro reafirmou que não vê razão para que se faça a proibição de transporte, o fechamento de comércio, o fechamento de escolas, e o que chamou de confinamento em massa. O presidente, em sua gaiatice, afirmou que se preocupou em conter o "pânico e a histeria" e voltou a chamar o o Covid-19 de "gripezinha" ou "resfriadinho". Em 26.3.2020, decretou que as igrejas são uma atividade essencial. Incentivou, assim, a que as pessoas participem de aglomerações desnecessárias, já que todos podemos rezar em casa e reduzir a possibilidade de contágio. Mas, as igrejas, com seus "dízimos voluntários", que voltam a ocorre, trazem alegrias aos seus guias religiosos. Em, 27.03.2020, afirma que devem ser flexibilizadas as regras de quarenta que julga abusivas. Disse: "Vai ter que ter alguém que vai morrer disso aí. Alguns vão morrer". Sobre a atuação com maior autonomia do ministro Mandetta, da Saúde: "Datena, isso aqui não é uma ilha isolada, cada ministro faz o que dá na cabeça não." Enquanto Mandetta e seus assessores técnicos, com base em procedimentos internacionais da OMS e articulados pelo G-20, procuram executar uma estratégia escalonada de restrições de liberdades individuais e controle da pandemia, Bolsonaro desarticula tudo e age com o propósito de desacreditar o que está sendo feito. Ontem, 29.03.2020, em confronto com seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defendeu a permanência das pessoas em casa, Bolsonaro passeou pelo comércio de Taguatinga e Ceilândia em Brasília. Soltou essa estultice: "Tem que enfrenta o vírus como homem, porra, não como moleque". Dessa forma, ao se expor ao público, numa atitude meramente demagógica - ou insana - coloca boa parte da população em estado de confusão e contraria orientação dos principais países que atravessam a crise da pandemia do corona vírus. Ao invés de se envolver na liderança do planejamento e combate à pandemia, comporta-se como oligofrênco, desdenhando prudência e bom-senso. Parece qua suas oscilantes opiniões, ora defendendo o que manifesta seu ministro da saúde, ora contradizendo frontalmente as orientações de Mandetta, agora estão se direcionando para um único propósito: o de mostrar-se como um "führer" caboclo desdenhando as piores consequências que suas atitudes podem trazer para a população. A Ele não importa se mais morrerão ou não. Procura, talvez, construir um pedestal de desculpas para um provável fracasso econômico. Sob o comando de Paulo Guedes (um outro "Chicago Boy"), de viés privatista totalitário, ex-servidor de Pinochet, a política econômica de Seu ministro não poderá trazer os resultados mais desejados pela nação, vez que Guedes não consegue se enquadrar numa situação real e atual em que o Estado necessita atuar de forma mais positiva e integrada no combate à pandemia do Covid-19. Bolsonaro deveria ser afastado e processado pelos desatinos que comete quase que diariamente. Quando não os comete, seus filhos fazem esse papel. Não à toa teve que - ou foi forçado a - se afastar da carreira militar. Inobstante do citado, cumpre destacar e relembrar os seguintes mandamentos do Código Penal: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:e observar, também: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:além do que, estatuiu-se: Art. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:também, fixou-se: Art. Art. 268. Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:Hamilton Mourão deve começar a exercitar seu pensamento com a hipótese real de vir a assumir o cargo de presidente à luz do novo cenário político nacional. Além disso Mourão deverá agir com mais patriotismo e voltado para recolocar os interesses do País acima de tudo e de fato do que isso que está aí. * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Economia & Negócios Empresas priorizam caixa e começam a adiar pagamento de dividendos Publicado: Estadão - Impresso 29.03.2020 Pág. B2 | On Line 29 de março de 2020 | 05h23 Por Fernanda Guimarães As companhias brasileiras de capital aberto já começaram a anunciar cortes ou postergação de pagamento de dividendos, no intuito de preservar o caixa para atravessar a crise trazida com a pandemia do coronavírus. A Petrobrás, por exemplo, anunciou que deixará o pagamento, que seria realizado em maio, para o fim do ano. Já a EDP cortou seus dividendos quase pela metade e o ressegurador IRB Brasil Re declarou que seu Conselho recomendou à diretoria uma reavaliação da proposta elaborada antes da crise. Um número grande de empresas está consultando seus advogados sobre essa questão e a previsão é de que venha uma onda de anúncios do tipo por outras empresas. “Os balanços estão acabando de ser auditados agora e devem começar a ser aprovados no mês que vem, isso se o isolamento passar. Caixa é o nome do jogo e ninguém quer gastar recursos com o que não seja exatamente o necessário”, afirma o advogado Miguel Neto, do escritório Miguel Neto Advogados. Ele diz que há, neste momento, duas tendências. Uma é aprovar os dividendos e deixar o pagamento para ser efetuado mais à frente, o que ficaria sujeito à disponibilidade do caixa. Outra alternativa seria pagar o mínimo previsto em lei ou no estatuto da companhia. “O restante fica para reforçar o caixa e posterior deliberação”, diz. O artigo 202 da Lei das S/As, que regula o tema, determina que o estatuto social indicará a porção dos lucros a ser destinada ao dividendo obrigatório. Se o estatuto é omisso em relação a essa tema, a empresa deverá pagar 50% do lucro líquido após ajustes. Segundo o sócio do Bocater Advogados, Bernardo Costa e Silva, há dois caminhos em relação à destinação do lucro do exercício encerrado em 2019. Um seria a constituição de uma reserva para contingências e outro o diferimento do pagamento dos dividendos declarados, caso essa distribuição se mostre incompatível com a situação financeira da companhia. “A reserva para contingências tem por finalidade principal permitir a compensação, no futuro, de uma diminuição do lucro da companhia decorrente de uma perda provável, cujo valor possa ser estimado. É uma reserva que precisa ser constituída por deliberação da Assembleia Geral”, diz. Outra saída seria o diferimento do pagamento dos dividendos obrigatórios que venham a ser declarados nas AGOs de 2020. Essa possibilidade, segundo ele, tem fundamento na ideia de que o pagamento de um dividendo mínimo pode levar a empresa a sérias dificuldades ou a uma situação adversa, “de tal modo que a sua sobrevivência ficaria afetada”. “Nessa hipótese o dividendo obrigatório relativo ao exercício de 2019 seria retido na companhia em reserva uma contábil especial”, afirma. A sócia em Societário e Governança Corporativa do escritório Cescon Barrieu, Fernanda Montorfano, diz que diversas companhias poderão precisar rever a destinação do lucro líquido. Diante do atual cenário, mesmo dividendos já declarados podem ter o pagamento suspenso, já que ele pode se tornar incompatível com a situação financeira da companhia. “Neste caso, o crédito para o acionista continua existindo, mas a exigibilidade fica suspensa. Seria necessário, para tal, aprovação da Assembleia Geral. Há alguns casos práticos pretéritos em que houve este tipo de suspensão”, diz. Em alta Em evento online promovido nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a sócia no Lobo de Rizzo Advogados, Paula Magalhães, disse que a demanda das empresas em relação a esse tema tem crescido. Segundo ela, a maior dúvida é sobre a possibilidade de adiar o pagamento de dividendos já deliberados mas ainda não pagos, no sentido que as companhias querem preservar o caixa. “Existe precedentes de decisões na CVM sobre esse assunto”, diz. Magalhães destacou que a lei assegura o recebimento de dividendos prioritários por parte de acionistas preferencialistas. No entanto, segundo ela, sua não aplicação pode ocorrer caso a empresa coloque que tal preservação de caixa é necessária para a preservação da companhia. A sócia do CSA Chamon Santana Advogados e especialista em direito empresarial, Letícia Simonetti Garcia, afirma que caso seja autorizado o adiamento das assembleias gerais ordinárias, “automaticamente a deliberação quanto a distribuição – ou não – de dividendos será postergada”. A Lei das S/As estabelece que dentre os assuntos a serem deliberados em Assembleia Geral ordinária está a análise dos demonstrativos financeiros, deliberação sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos. A discussão em torno do pagamento de dividendos é um dos temas na mesa da administração das companhias no momento de fechamento dos demonstrativos financeiros, os quais são posteriormente apreciados pelos acionistas, em assembleia de acionistas, que até o momento não tiveram os prazos flexibilizados, visto que para isso é preciso uma Medida Provisória (MP), já que a regra está prevista em lei. Enquanto a MP não vem, a CVM alterou prazos que estão em sua alçada, tal como a entrega de formulários de referência. N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Economia & Negócios Inteligência artificial vira arma na luta contra o coronavírus - Algoritmos podem ajudar a entender avanço do vírus, servir para detectar casos e prioridades em hospitais; conseguir dados confiáveis, porém, é o grande empecilho Publicado: Estadão - Impresso 29.03.2020 Pág. B12 | On Line 29/03/2020 | 05h00 Por Bruno Romani e Bruno Capelas Enquanto autoridades, médicos e trabalhadores de saúde de todo o mundo estão na linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus, pesquisadores, cientistas e empresas de tecnologia tentam acelerar e popularizar a aplicação de inteligência artificial (IA) para lutar contra a covid-19. Em anos recentes, a tecnologia foi propagandeada como uma das ferramentas essenciais da medicina do futuro. Agora, com um enorme desafio pela frente, a área tem a chance de provar de pode ser uma arma fundamental no presente. Foram algoritmos que detectaram, em dezembro de 2019, o surgimento de uma nova forma de doença respiratória na região de um mercado em Wuhan, na China. A empresa canadense BlueDot fez um alerta em 31 de dezembro, nove dias antes do primeiro comunicado oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS). A BlueDot desenvolve um algoritmo que varre milhares de fontes de dados, de documentos de autoridades a publicações médicas a relatórios de condições climáticas, em busca de informações sobre doenças e sua capacidade proliferação. A técnica, chamada de processamento de linguagem natural (NLP), faz com que a máquina identifique e compreenda texto, o que é poderoso para análise de muitas fontes de informação. Mais importante: essa mesma técnica está sendo aplicada agora para encontrar os melhores métodos de tratamento e possíveis fontes de cura para o coronavírus. Na semana passada, a Casa Branca, em parceria com a Microsoft e o Google, lançou um desafio para a análise de 29 mil artigos médicos. “A IA é fundamental para a educação médica, ao compilar e selecionar a literatura mais importante. É impossível para um médico humano acompanhar tudo o que é publicado”, explica o radiologista Gustavo Meirelles, membro do Advanced Institute for Artificial Intelligence (AI²), e gestor médico de Inovação do Grupo Fleury. Ao garimpar tantos estudos, a IA pode indicar os melhores caminhos para combater e tratar a doença. Nos EUA, por exemplo, o Summit da IBM, mais potente supercomputador do mundo, fez milhares de simulações e afirma ter encontrado 77 compostos com potencial para combater o vírus da doença. Outras iniciativas do tipo envolvem universidades americanas e até a Petrobrás, que anunciou nesta semana ter direcionado parte da capacidade de processamento de dois dos seus supercomputadores para pesquisas científicas em parceria com a Universidade Stanford (EUA). Diagnóstico Com o crescimento dos casos de doenças e gente se acumulando nos hospitais, porém, a análise de informações e predição de resultados se tornam cruciais para decisões ainda mais urgentes. Hoje, a inteligência artificial consegue ajudar na triagem, no diagnóstico e na gestão de recursos, como leitos de UTI. Um consórcio entre hospitais, grupos de saúde e empresas de tecnologia, que inclui o Hospital das Clínicas (HC), de São Paulo, está testando um algoritmo de análise de imagens de tomografia realizadas em pulmões para tentar diagnosticar a doença. Lá fora, esse tipo de expediente já é utilizado para diagnosticar até mesmo câncer de pulmão a partir da análise de imagens. “A covid-19 deixa o pulmão com aspecto de vidro fosco”, explica Gustavo Araújo, cofundador da empresa de inovação Distrito, que é parceira do HC em um hub dedicado a startups de saúde. “Pela falta de testes no Brasil, a análise de tomografia pode ser uma opção para um diagnóstico correto, se estiver ligada a sintomas do coronavírus, como tosse seca e febre.” Segundo Araújo, o algoritmo deve estar pronto em no máximo 30 dias e poderá ser utilizado por qualquer estabelecimento de saúde. “Desenvolver um algoritmo custa caro, mas aplicá-lo é algo acessível. Basta ter uma conexão de internet”, explica o médico Guilherme Salgado, presidente executivo da 3778, startup de IA especializada em saúde. A iniciativa do HC está longe de ser a única da área: no último dia 16, foi formado também um grupo de 450 radiologistas brasileiros de instituições públicas e privadas para trocas de informações que possam avançar o uso de IA no contexto de coronavírus. Na China, a gigante Alibaba diz ter desenvolvido um algoritmo do tipo que consegue identificar em 20 segundos a presença do novo coronavírus em exames de imagem do pulmão, com índice de acerto de 96%. Recursos Não são apenas diagnósticos: a IA consegue predizer a gravidade de casos, o que permite administrar melhor os recursos do sistema de saúde. Pacientes com potencial de escalarem para casos graves poderão receber tratamento intensivo imediato, mesmo que isso não seja aparente num primeiro momento. O Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps) da Universidade de São Paulo (USP) já tem algoritmos que conseguem predizer a mortalidade de idosos em condições específicas, conforme estudo publicado no ano passado. Agora os 20 pesquisadores do Labdaps estão de plantão trabalhando para receber dados e conseguir adaptar o sistema ao contexto do novo coronavírus. Não é mágica: a IA pode analisar diferentes fatores para dar estimativas de gravidades de casos e propor tratamentos personalizados. As correlações podem passar longe do óbvio – afinal, o sistema calcula as probabilidades a partir do que aprende e enxerga como ‘casos similares’. Ter outras doenças ou histórico de atleta são fatores simplistas demais aos olhos da máquina. “O algoritmo consegue tomar decisões complexas, que envolvem muitos fatores e interações de variáveis complexas. A máquina entende todas as nuances”, explica Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Labdaps. (leia entrevista abaixo). O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, está usando o IA para prever quantos pacientes com covid-19 precisarão de leitos. “Estamos pesquisando uma maneira de usar IA para detectar os casos que possam vir a piorar”, diz Sidney Klajner, presidente do Hospital. “Uma série de parâmetros, como idade, histórico clínico, condição de saúde atual e local de residência, pode ser utilizada para estimar a probabilidade de determinado paciente necessitar de um leito para cumprir o tratamento contra o vírus e determinar também se há chances de uma piora em seu quadro clínico”, explica. Com base em dados de outros países, o hospital usou algoritmos para projetar até a quantidade necessária de luvas e álcool-gel, além de respiradores. Desafio Se o combate ao coronavírus por si só já é uma corrida contra o tempo, outro fator entra como obstáculo no uso da inteligência artificial como ‘remédio’ para a doença: a quantidade de dados. Para um algoritmo funcionar bem, ele precisa do maior número de informações possíveis – e, se possível, que elas tenham algum grau de padronização. “Precisamos de dados de qualidade. Os algoritmos aprendem com exemplos a tomar as melhores decisões”, diz Chiavegatto. “Os dados são fundamentais, porque é a partir deles que é possível entender o perfil dos casos atendidos e então projetar a demanda futura”, diz Klajner. “Para ter dados com a qualidade, a granularidade e a frequência necessárias é preciso investir em duas frentes: na implantação de um prontuário eletrônico adequado para o registro de todas as informações relacionadas ao paciente e seu tratamento, e na cultura de registro adequado destes dados pelas equipes médica e assistencial”. Mesmo com o Brasil entrando numa onda posterior de infecções pelo Covid-19, dados e algoritmos desenvolvidos em outros países não podem ajudar o nosso sistema de saúde. Essas informações são referentes a populações e condições locais, que refletem características que nem sempre serão encontradas no Brasil – seja por conta da distribuição etária, das condições de vida e até mesmo a reação do vírus a diferentes tipos de clima. “Estamos aguardando os dados do Brasil. Aqui, temos um bom histórico de dados médicos, mas eles estão fragmentados. Mesmo assim, acredito que vai dar tempo de gerarmos essas informações e colocarmos algoritmos em prática”, diz Chiavegatto, em uma demonstração de otimismo que contrasta com os relatos de que há casos de subnotificação relacionados à doença no País. Ele ressalta: “estamos abertos aos contatos de quaisquer instituições que queiram compartilhar informações.” N.daR.: Desmanchada a Petrobras, quem ajudará nesse tipo de problema? A Petrobras sempre se destacou em contribuir para obtenção de soluções que envolvam interesses sociais e em que o governo tem dificuldades de contornar. * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Economia & Negócios Quem vive e quem morre - O orçamento “paralelo”, para apartar os gastos da crise, é uma boa ideia Publicado: Estadão - On Line 28 de março de 2020 | 05h00 Por Adriana Fernandes O enfrentamento da grave crise econômica provocada pela pandemia da covid-19 não pode se transformar numa disputa política de quem dá mais dinheiro. Dos “R$ 3 bilhões, R$ 4 bilhões ou R$ 5 bilhões” anunciados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no último dia 13 de março, para “aniquilar” o coronavírus, o governo passou nesta sexta-feira para uma promessa de injeção de R$ 700 bilhões na economia brasileira nos próximos meses. Entre a primeira resposta da equipe econômica à crise até a nova cifra, passaram-se 14 dias. Mudança louvável e tomara que ainda tenha chegado a tempo de mitigar o cenário devastador já em curso no Brasil e no mundo. Que se gaste todo dinheiro necessário para salvar vidas, o emprego dos trabalhadores e impedir uma quebradeira geral. Mas a hora agora é também de foco e muita transparência. Mas muita transparência! Ainda estamos longe dela. Medidas foram anunciadas pelo governo sem o texto legal pronto, no afã de dar respostas à cobrança crescente por ação. É preocupante demais a tentativa do presidente de restringir os instrumentos da Lei de Acesso à Informação (LAI), justamente agora. Péssimo sinal. Não pode haver drible na contabilidade e muito menos espaço para escolhas do tipo “quem vive e quem morre”. Vale para as pessoas e também para as empresas. Em crise passadas e ainda muito presentes na memória, muitas escolhas foram feitas para beneficiar os amigos do rei. O presidente Jair Bolsonaro tem também seus empresários de estimação – apoiadores de sempre. Muitos deles dos setores mais afetados pelo isolamento forçado e a paralisação do comércio. Nos primeiros dias de enfrentamento das crises econômicas de grande magnitude, como a que vivemos agora, é comum a confusão inicial na busca pelo caminho das medidas. Faz parte do processo. Agora, com o risco de contaminação, a tarefa é ainda mais complicada. É por isso que o momento exige ação forte da política fiscal, com expansão dos gastos, mas também muita visibilidade de como essa montanha de dinheiro será gasta e o seu tamanho real. Se o Tesouro capitalizar os bancos públicos, tudo tem que estar bem visível. A sociedade precisa saber com clareza o que está empenhando dos seus recursos para combater a crise do novo coronavírus. E precisa estar informada para combater o oportunismo que pode surgir durante esse processo. Com lupa, essas horas cruciais serão mapeadas no futuro. A ajuda tem que ser feita com máximo cuidado para que não haja direcionamento, discriminações e muito menos transferência de dinheiro para quem menos precisa agora. Por isso, o orçamento “paralelo”, para apartar os gastos da crise, é uma boa ideia. Para isso, a PEC do “orçamento de guerra” articulada pela Câmara é a ideal, mais abrangente e com melhor controle para a sociedade. Empurrado pela pressão do Congresso e da sociedade, o governo acordou e começou a dar sinais nessa sexta-feira de que deixa para trás a morosidade, com o anúncio de medidas mais potentes. O time de Guedes e os presidentes dos bancos públicos negociaram um plano de salvamento. A cartilha liberal dos “Chigago Oldies” foi colocada na gaveta. Há um ano, o discurso da equipe econômica era deixar Caixa, Banco do Brasil e Petrobrás “bem magrinhas”. Quem não lembra? A estratégia da equipe econômica era essa, para depois privatizar essas estatais, num eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro. Esses planos devem passar uma revisão mais tarde? Bancos públicos, principalmente a Caixa, que é a ponte principal do governo com a população de baixa renda e vulnerável, assumem um papel essencial na crise. Os bancos privados, como se viu na última semana, se fecham até que o governo vá lá e abra as portas para eles. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, terá que conduzir esse momento com zelo e cuidado para defender a sustentabilidade do banco, que está muito líquido. O momento é de guerra. N.daR.: Nossos grifos. É de se reconhecer o desenvolvimento e a prática do crime de Lesa-Pátria. * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Saúde UFRJ desenvolve ventilador pulmonar que pode ser fabricado em massa contra a covid-19 - Protótipo com adequações para produção em escala industrial deverá ser testado em pacientes até a próxima semana Publicado: Estadão - On Line 27 de março de 2020 | 21h08 Por Fábio Grellet RIO - Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão desenvolvendo um protótipo de ventilador pulmonar mecânico para ser reproduzido em massa, de forma simples, rápida e barata, com recursos disponíveis no mercado nacional. Desenvolvido pelo Programa de Engenharia Biomédica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) no Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular da Coppe, o equipamento poderá contribuir para suprir, emergencialmente, a crescente busca dos hospitais por esses aparelhos, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. A estimativa é de que, nas próximas semanas, o Brasil vai precisar de mais de 20 mil ventiladores pulmonares mecânicos para atender as vítimas do coronavírus, principalmente os casos mais graves de falta de ar e dificuldades respiratórias. A produção atual de ventiladores pelas empresas brasileiras é de 2.000 por mês, e mesmo com produção acelerada essas empresas não vão conseguir atender à demanda esperada. Para reduzir essa lacuna, os pesquisadores da Coppe iniciaram uma campanha para obter financiamento e parcerias com empresas, instituições privadas e públicas. O objetivo é viabilizar a produção do protótipo, com rapidez e em larga escala. A iniciativa conta agora com a colaboração de pesquisadores de cinco programas de pós-graduação da Coppe, além de outras unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e outras instituições de pesquisa do país. Várias empresas de grande porte têm se prontificado a ajudar no desenvolvimento, na distribuição e no financiamento dessa iniciativa. Segundo o professor Jurandir Nadal, chefe do Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular da Coppe, uma versão preliminar do ventilador construída com recursos disponíveis no laboratório apresentou bom resultado em um modelo físico de pulmão, configurado em condições semelhantes aos pacientes acometidos de insuficiência respiratória. No momento, os pesquisadores estão fazendo adaptações para a construção de um protótipo mais adequado à produção em escala industrial, o qual até a próxima semana deverá ser testado em pacientes, de acordo com a aprovação prévia de um comitê de ética em pesquisa com seres humanos. “O ventilador pulmonar em desenvolvimento não pretende ser mais completo e versátil que os ventiladores de última geração disponíveis nas UTIs. Pelo contrário, é um recurso simples e seguro, porém emergencial, que deve ser utilizado somente quando não houver um equipamento padrão disponível, como pode acontecer em alguns locais durante a pandemia global”, diz Nadal. Uma rede de empresas está sendo montada para iniciar a produção imediata, após a aprovação dos testes com pacientes e adequação às normas de segurança. Segundo os idealizadores do projeto, uma empresa de grande porte, ou mais de uma, cuidará da produção do ventilador, mas algumas partes serão produzidas por vários fornecedores de forma distribuída. “Recebemos muitas ofertas e já estamos em negociação com várias empresas e instituições. A Petrobrás vem ajudando no desenvolvimento do modelo experimental, com a participação presencial de engenheiros de seu Centro de Pesquisas, o Cenpes. A Whirlpool tem acompanhado dia a dia o desenvolvimento e teste de peças e prestado preciosa ajuda no contato e seleção de potenciais fornecedores. Vale e Firjan se dispuseram a apoiar financeiramente o projeto, assim como o BNDES, o Ministério da Saúde, o Ministério de Ciência e Tecnologia e o CNPq. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro já aprovou e liberou recursos para o projeto”, relata o professor. Uma apresentação detalhada do projeto está disponível em um site desenvolvido para o projeto (http://sites.google.com/peb. N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: O Globo - Opinião Cresce a irresponsabilidade Sem controle Publicado: O Globo - Impresso - 28.03.2020 - Pág. 2 | On Line 28/03/2020 • 04:30 por Por Merval Pereira É preciso definir qual o limite que o presidente brasileiro pode ir até que seja bloqueado pels armas da democracia Como expressar o desalento de ter na presidência da República, especialmente num momento de grave crise como esse, uma pessoa capaz de dizer essa frase em público:“Alguns vão morrer? Vão morrer, ué, lamento. Essa é a vida, é a realidade. Nós não podemos parar a fábrica de automóveis porque tem 60 mil mortes no trânsito por ano, está certo?”. Há certas coisas que se pode pensar, mas nosso superego impede que digamos em voz alta devido a um processo civilizatório a que somos submetidos no convívio social, como já ensinou Freud. Mas Bolsonaro, como já ficou provado em outras ocasiões, não tem superego. A comparação com os automóveis parece ser uma fixação desse governo, e a falta de empatia, permanente. No início do mandato, quando se discutia a liberação da posse de armas pelos cidadãos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno, também usou a comparação de automóveis com as armas. Mais limitado, o também ministro Ônix Lorenzoni comparou os revólveres com os liquidificadores. O objetivo era o mesmo de hoje do presidente Bolsonaro, relativizar as eventuais mortes ocasionadas pelas decisões governamentais. Embora estudos mostrem que a liberação das armas para os cidadãos provoca mais mortes do que proteção, desta vez é mais grave, pois há um conjunto de evidências científicas, como o estudo divulgado pelo Imperial College of London, que demonstra que a diferença entre o isolamento social rigoroso e uma estratégia mais branda de proteção seletiva sobre os idosos e os doentes pode significar até 1 milhão de vidas perdidas a mais em pouquíssimo tempo no caso do Brasil. Há uma ressalva fundamental no nosso caso: o estudo foi feito com base no que está ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos, e não leva em conta a existência de favelas, a falta de abastecimento de água ou saneamento, e outras mazelas com que as populações mais carentes convivem. Os estudos do Imperial College of London foram responsáveis pela mudança de atitude do governo de Boris Johnson, que tentou uma abordagem menos drástica da crise do Covid-19 imaginando que a população ganharia anticorpos para combater o novo vírus, e teve que desistir devido ao aumento exponencial de casos de contaminação e mortes. Temos também o caso que já se tornou clássico da Itália, - e dentro dela de Milão, - que tentou minimizar os efeitos da pandemia e acabou se tornando o epicentro de uma tragédia humanitária. Como já temos esses exemplos, a posição do presidente brasileiro torna-se ainda mais inaceitável. De nada nos servirá que ele venha dentro de um mês se desculpar (se é que é capaz disso) como fez o prefeito de Milão, que ontem, diante da catástrofe que se abateu sobre seus cidadãos, admitiu publicamente que desprezou os perigos da Covid-19. Mais grave é que o grau de irresponsabilidade é tamanho que o governo brasileiro é capaz de encomendar e distribuir pelos canais das redes sociais vídeos defendendo que o país não pode parar, mesmo slogan publicitário de Milão, e, diante da repulsa que geraram nos cidadãos de bem, alegar que não foram aprovados pela Secretaria de Comunicação, e, portanto, não são oficiais. Para quem tem dentro do Palácio do Planalto um chamado “gabinete do ódio”, que opera nas sombras para disseminar boatos e fake News, esta não é uma postura surpreendente. O que é preciso definir, de acordo com as instituições que zelam pela democracia brasileira, como o sistema Judiciário, e o Congresso, é qual o limite que o hoje presidente brasileiro pode ir até que seja bloqueado pelas armas da democracia. Bolsonaro já nem mesmo se dá ao trabalho de tentar disfarçar seus objetivos. Perguntado pelo apresentador José Luis Datena se estaria disposto a dar um golpe, em vez de negar peremptoriamente, Bolsonaro respondeu: “Quem quer dar um golpe não vai falar que vai dar”. Como sempre, sem superego. N.daR.: Reiteramos o que já foi dito e acrescentamos. De novo, redundantemente, mais uma vez, infelizmente, não há como deixar de dar razão ao Merval. Em, 24.03.2020, Bolsonaro reafirmou que não vê razão para que se faça a proibição de transporte, o fechamento de comércio, o fechamento de escolas, e o que chamou de confinamento em massa. O presidente, em sua gaiatice, afirmou que se preocupou em conter o "pânico e a histeria" e voltou a chamar o o Covid-19 de "gripezinha" ou "resfriadinho". Em 26.3.2020, decretou que as igrejas são uma atividade essencial. Incentivou, assim, a que as pessoas participem de aglomerações desnecessárias, já que todos podemos rezar em casa e reduzir a possibilidade de contágio. Mas, as igrejas, com seus "dízimos voluntários", que voltam a ocorre, trazem alegrias aos seus guias religiosos. Ontem, 27.03.2020, afirma que devem ser flexibilizadas as regras de quarenta que julga abusivas. Disse: "Vai ter que ter alguém que vai morrer disso aí. Alguns vão morrer". Sobre a atuação com maior autonomia do ministro Mandetta, da Saúde: "Datena, isso aqui não é uma ilha isolada, cada ministro faz o que dá na cabeça não." Denota-se que há um certo grau de insanidade em suas oscilantes opiniões. Ora defende o que manifesta seu ministro da saúde, ora contradiz frontalmente as orientações de Mandetta. Ao invés de exercitar uma presidência tosca e irresponsável, deveria se concentrar e agir como estadista sério e coerente - que está longe de ser - liderando o processo de prevenção e combate ao Coronavírus 19. Deveria se afastado e processado pelos desatinos que comete quase que diariamente. Quando não os comete, seus filhos fazem esse papel. Não à toa teve que - ou foi forçado a - se afastar da carreira militar. Além do que, é oportuno relembrar os seguintes mandamentos do Código Penal: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:e observar, também: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:além do que, estatuiu-se: Art. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:Seria mais do que oportuno, se já não o fez, que o vice, Hamilton Mourão, se imaginasse como uma voz mais importante num novo cenário político nacional. Se Mourão supusesse agir com mais patriotismo e voltado para recolocar os interesses do País acima de tudo e de fato. * Fonte primária: O Globo Fontes: Estadão - Economia & Negócios Petrobrás vai reduzir investimentos e adiar pagamento de 30% da remuneração de diretores e gerentes - Por conta da crise com o novo coronavírus, empresa também vai adiar o pagamento de R$ 1,7 bilhão em dividendos referentes ao resultado do ano passado Publicado: Estadão - On Line 26 de março de 2020 | 11h58 Por Fabiana Holtz A Petrobrás anunciou nesta quinta-feira, 26, uma nova série de medidas em razão da crise do novo coronavírus (covid-19) e da redução abrupta dos preços e demanda de petróleo e combustíveis. Entre os pontos mais importantes, a empresa está reduzindo os investimentos programados para 2020 de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões, em função de postergações de atividades exploratórias, interligação de poços e construção de instalações de produção e refino, e da desvalorização do Real frente ao dólar. A empresa ainda está promovendo uma redução de R$ 2,4 bilhões em gastos com recursos humanos. Nesse contexto, ficam postergados o pagamento do Programa de Prêmio por Performance 2019; de horas extras; do recolhimento de FGTS e do pagamento de gratificação de férias, conforme Medida Provisória n° 927. Também estão adiados o pagamento de 30% da remuneração mensal total do presidente, diretores, gerentes executivos e gerentes gerais. A petrolífera também decidiu pelo adiamento do pagamento de R$ 1,7 bilhão em dividendos referente ao resultado anual de 2019 para 15 de dezembro. A proposta sobre os dividendos será submetida à aprovação da Assembleia Geral Ordinária, que foi reagendada de 22 para 27 de abril. Estão cancelados ainda os processos de avanço de nível e promoção para os empregados e avanço de nível de funções gratificadas de 2020. A empresa optou também pela redução de 50% no número de empregados em sobreaviso parcial nos próximos três meses e suspensão temporária de todos os treinamentos. No sentido de acelerar a redução dos gastos operacionais, a empresa anuncia uma diminuição adicional de US$ 2 bilhões em suas despesas, com a hibernação das plataformas em operação em campos de águas rasas, com custo de extração por barril mais elevado, que em virtude da queda do preços do petróleo passaram a ter fluxo de caixa negativo. Segundo a empresa, a produção atual de óleo desses campos é de 23 mil bpd e os desinvestimentos nesses ativos continuam em andamento. A Petrobrás também está diminuindo gastos com intervenções em poços e otimização da logística de produção e postergando novas contratações relevantes pelo prazo de 90 dias. Com a implementação dessas medidas descritas, a companhia estima "que equilibrará seu fluxo de caixa no ano de 2020". N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: O Globo - Economia Em prisão domiciliar Petrobras adia dividendos e corta US$ 3,5 bilhões em investimentos por conta do coronavírus - Estatal informa ainda que vai reduzir 50% o número de empregados em sobreaviso parcial nos próximos três meses Publicado: O Globo - Impresso - 27.03.2020 - Pág. 20 | On Line 26/03/2020 - 09:27 / Atualizado em 26/03/2020 - 16:42 por Bruno Rosa e Ramona Ordoñez RIO - Para conter a crise gerada pela pandemia do coronavírus, a Petrobras anunciou uma série de medidas para reduzir o impacto financeiro em seu balanço. A estatal disse que vai adiar o pagamento de dividendos de R$ 1,7 bilhão para dezembro deste ano e reduzir em US$ 3,5 bilhões os investimentos deste ano. A estatal anunciou ainda “redução de 50% no número de empregados em sobreaviso parcial nos próximos três meses e suspensão temporária de todos os treinamentos”. As medidas anunciadas pela Petrobras são necessárias, segundo a empresas, devido à forte redução dos preços do petróleo e derivados Desde 2 de janeiro até o dia 24 de março, o preço do petróleo acumula queda de 58,2%: passou de US$ 66,36 para US$ 27,59 o barril. Em nota, a estatal disse que está reduzindo seus investimentos programados para 2020 de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões. Para a companhia, isso ocorre “em função principalmente de postergações de atividades exploratórias, interligação de poços e construção de instalações de produção e refino, e da desvalorização do real frente ao dólar americano”. Sobre o adiamento do pagamento de dividendos, a estatal disse que a proposta será submetida à aprovação da Assembleia Geral Ordinária, que foi reagendada para o dia 27 de abril. Atraso no recolhimento do FGTS A estatal informou ainda que vai postergar o pagamento de horas-extras e o adiamento do recolhimento de FGTS e do pagamento de gratificação de férias, conforme a Medida Provisória 927. Entre as medidas está a postergação do pagamento de 30% da remuneração mensal total do presidente, diretores, gerentes executivos e gerentes gerais. A estatal decidiu ainda reduzir a produção em 100 mil barris por dia até o final de março, “em função da sobreoferta deste produto no mercado externo e pela redução da demanda mundial de petróleo causada pelo efeito do Covid-19”. Para reforçar seu caixa, a Petrobras está pedindo também aos bancos o desembolso de duas novas linhas que somam R$ 3,5 bilhões. Na semana passada, a companhia já tinha solicitado aos bancos um total de US$ 8 bilhões em linhas de crédito. Esses recursos são parte de suas linhas de crédito compromissadas , como se fosse uma espécie de crédito pré-aprovado que a companhia tem com instituições bancárias. A estatal anunciou ainda que vai reduzir em US$ 2 bilhões os gastos operacionais. Entre as iniciativas, está a parada de produção de várias plataformas que operam em águas rasas que tem custos mais elevados de extração de petróleo. Segundo a Petrobras, a produção dessas plataformas é de 23 mil barris diários, e acrescentou que a venda desses campos continua andamento. A Petrobras ressalta que está avaliando todos os dias as condições do mercado e e se for necessário adotará novos ajustes na sua produção de petróleo mas sempre garantindo as condições de segurança para os trabalhadores das operações e processos. A Petrobras decidiu também suspender novas contratações relevantes pelo prazo de 90 dias. Com a adoção de todas essas medidas anunciadas nesta quinta-feira a Petrobras afirma que pretende equilibrar seu caixa neste ano. A companhia informou ainda que continua avaliando adotar novos cortes de custos administrativos e operacionais. A Petrobras conclui afirmando que dado o quadro de incertezas na economia global ainda é prematuro fazer previsões do cenário base e projeções de preços do petróleo. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Especial Coronavírus Em prisão domiciliar EM PRISÃO DOMICILIAR CUNHA E MESSER VÃO SAIR DA CADEIA POR PREVENÇÃO AO CONTÁGIO Publicado: O Globo - Impresso - 27.03.2020 - Pág. 12 | On Line 27/03/2020 • 04:30 por Bela Megale e Gstavi Schmitt Ajuíza substituta da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, substituiu ontem a prisão preventiva do ex-deputado federal Eduardo Cunha por prisão domiciliar devido à pandemia do novo coronavírus. Cunha tem 61 anos e se enquadra no grupo de riscos da doença, que causa mais mortes entre os idosos. O expresidente da Câmara está preso desde 2016. Atualmente, ele está internado em um hospital de Copacabana, recuperando-se de uma cirurgia feita na semana passada. Seu alvará de soltura seráexpedidoassimqueeletiver alta hospitalar. “Considerando a excepcional situação de pandemia do vírus COVID- 19, por se tratar o requerente de pessoa mais vulnerável ao risco de contaminação, considerando sua idadeeseufrágilestadodesaúde, substituo, por ora, a prisão preventiva de Eduardo Consentino da Cunha por prisão domiciliar, sob monitoração eletrônica”, escreveu Gabriela. A juíza destacou que a revogação da prisão preventiva “é absolutamente excepcional” e será mantida somente enquanto durar a pandemia ou se o estado de saúde de Cunha justificar essa necessidade. É a primeira vez que Cunha recebe uma decisão que efetivamente vai tirá-lo da prisão. Semana passada, o desembargador do Tribunal Federal da 1ª Região Ney Belo concedeu uma liminar que o colocou em regime domiciliar. No entanto,aprisãopreventivaimpedia o ex-deputado de ir para casa. Os advogados de Cunha, Pedro Ivo e Ticiano Figueiredo, afirmaram por meio de meio de nota que “foi preciso uma pandemia e uma quase morte para se corrigir uma injustiça que perdurou anos. Eduardo Cunhajátem,hátempos,odevido prazo para progredir de regime,eháanosseuestadode saúdejávinhasedeteriorando. Hoje, fez-se justiça”. Tambémontem,ojuizMarcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, substituiu a prisão preventiva de Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, pela prisão domiciliar por “questão humanitária e de saúde pública”. Apesar da decisão, Messer, por enquanto, vai continuar preso em Bangu 8, na Zona Oeste do Rio: há contra ele outro mandado de prisão preventiva no processo da Operação Marakata, que tramita na 2ª Vara Federal Criminal do Rio. Bretas atendeu a um pedido da defesa, que alegou que Messer é idoso, tem 61 anos, e hipertenso, o que o coloca no grupo de risco para infecção pelo novo coronavírus. Condenado no escândalo do mensalão do PT, o empresário Marcos Valério foi outro condenado a obter o direito à prisão domiciliar. De acordo com o advogado Jean Kobayashi, a Justiça considerou a idade e o estado de saúde dele, além da pandemia do novo coronavírus, para conceder o benefício. LAVA-JATO E A PANDEMIA O debate sobre a necessidade soltar presos que não cometeram crimes violentos para evitar a chegada do coronavírus aos presídios divide opiniões entre procuradores das forçastarefas da Lava-Jato no Rio e de Curitiba. A recomendação é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que defende o relaxamento de prisões provisórias e preventivas (superiores a 90 dias) para presos que respondem a crimes praticados sem uso de violência e que estão em grupo de risco de contágio pelo vírus, como principalmente os idosos. Integrante da força-tarefa de Curitiba, Januário Paludo considera que a medida é possível desde que a recomendação do CNJ seja aplicada para os presos que atendem os critérios estabelecidos pelo conselho e não somente para os casos que envolvem a Lava-Jato: —Desde que o coronavírus não seja utilizado como desculpa para libertar uns e não outros, me parece uma hipótese razoável. O que não se pode é beneficiar uns em detrimento dos outros. Afinal, o direito à saúde é de todos e não somente de alguns. No Rio, no entanto, a forçatarefa é contrária à soltura dos presos, já que a medida poderia beneficiar acusados de desvios na administração do estado, como o ex-governador Sérgio Cabral, e não há superlotação em Bangu 8. Os procuradores do Rio consideram ainda que os crimes dos presos da Lava-Jato“ceifaram”muitasvidas e, por isso, não devem ser beneficiados. No Paraná,ocontextoédiferente. Hoje, há apenas dois presos da Lava-Jato no Complexo Médico-Penal. A penitenciária chegou a abrigar Cunha e o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Entre os detentos estão Roberto Gonçalves e José Antonio de Jesus, ex-gerentes da Petrobras e da Transpetro. Ao contrário de Bangu 8, a cadeia dos presos da Lava-Jato em Curitiba é motivo de preocupação. Com capacidade para 600 detentos, hoje são mil. Além disso, o presídio tem muitos presos idosos. N.daR.: Seja por uma razão ou outra - sempre arrumam uma -, os corruptos vão sendo stos. Brasil um "case" para servir de exemplo de impunidade de corruptos e corruptores. * Fonte primária: O Globo Fontes: Estadão - JornaldoCarro Postos de combustível passam a funcionar em novo horário - A partir de uma resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP), postos terão que ficar abertos, no mínimo, das 07 às 19 horas Publicado: Estadão - On Line 25.03.2020 - 10:57 Por JornaldoCarro Os horários de funcionamento dos postos de combustíveis foram alterados. Agora, eles devem funcionar, no mínimo, entre às 07 e às 19 horas. A determinação veio de uma resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O artigo quinto da resolução, o qual descreve esta mudança, determina que “os revendedores varejistas de combustíveis automotivos” funcionem no novo horário mínimo. Eles também devem abrir de segunda-feira a sábado. Para funcionarem em outro horário, os postos deverão pedir autorização. Segundo a resolução, a nova regra vale “enquanto durarem as medidas temporárias de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (Covid-19)”. A intenção da medida também é expor menos os funcionários dos postos, que têm contato direto com os clientes devido aos processos de pagamentos. Motoristas precisam ter cuidado com combustível do carro parado Com o isolamento social por causa da covid-19, muitos carros estão parados na garagem. E gasolina parada estraga. Tudo bem que isto demora de três a quatro meses para acontecer. Mais ainda se ele for do tipo premium, que chega a 9 meses. . O isolamento não deve durar isso tudo, mas algumas dicas são importantes, como deixar o tanque relativamente cheio. Com isso, o acúmulo de partículas no fundo do tanque será menor. Isso significa que quando o motorista ligar o carro, gasolina de verdade passará pelos bicos injetores em direção ao motor e não uma mistura de sujeira depositada com um pouco de gasolina. Em uma explicação mais técnica, a Petrobras Distribuidora informa que o grande problema é a oxidação da gasolina. Se passar muito tempo parada no tanque pode haver formação de borra, o que vai levar ao mal funcionamento do motor. Ele não vai queimar da maneira que deveria por causa da borra e pode até dar pane. N.daR.: * Fonte primária: Estadão Fontes: Estadão - Saúde Reduções de preços da gasolina não chegam ao bolso do consumidor - Segundo dados da ANP, apesar de ter registrado oito quedas consecutivas, o valor do combustível no varejo até a semana passada está apenas 3,87% menor do que há um ano atrás Publicado: Estadão - On Line 25 de março de 2020 | 06h00 Por Denise Luna RIO - A Petrobrás vai reduzir a partir desta quarta-feira, 25, o preço do litro da gasolina em 15% nas refinarias, a terceira queda em 10 dias e a décima no ano, acumulando redução de 40,5%, percentual que ainda está longe de chegar ao bolso do consumidor. Apesar de ter registrado oito quedas consecutivas nos postos, até a semana passada, o preço da gasolina no varejo está apenas 3,87% menor do que há um ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em relação há um mês, a redução joga os preços para os níveis praticados em setembro de 2019. A queda de 15% segue outras concedidas no dia 13 de março, de 9,5%, e no dia 19 de março, de 12%. O repasse não representa nem mesmo o registrado pelas distribuidoras, que compram a gasolina da Petrobrás e revendem aos postos. Na semana passada, a distribuição praticava preço 2% menor do que há quatro semana. Já o preço do diesel não foi alterado na última terça-feira, 24, registrando no ano queda de 29,1%. Na semana passada, no último dado disponível na ANP, a média do preço da gasolina nos postos era de R$ 4,486 o litro, sendo o maior valor registrado na região Sudeste (R$ 5,889/litro) e o menor na região Norte (R$ 3,620/litro). Segundo o analista da Mirae Asset Pedro Galdi, o que segura o preço na bomba é a equivocada incidência de impostos, que no caso da gasolina representa 45% do total, quase a metade do preço, composto por 30% de ICMS e 15% pela cobrança de PIS/Pasep/Cofins e a Contribuição de Intervenções sobre o Domínio Econômico (Cide). A queda do combustível anunciada pela estatal ocorre um dia depois que o petróleo ensaiou uma leve alta na terça, em relação ao fechamento de segunda-feira, 23, puxada pela expectativa da aprovação, pelo Senado norte-americano, de um pacote trilionário para ajudar a maior economia do mundo. O petróleo tipo Brent, referência mundial usada pela Petrobrás, subiu 0,44%, para US$ 27,15 o barril, uma alta ainda tímida diante dos sucessivos tombos da commodity desde o início do ano por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), que deixaram o valor bem distante dos US$ 70/barril no início de 2020. “Por mais que o preço do petróleo caia no mercado internacional, pouco reduz na bomba, são as falhas de uma tributação errada. Enquanto não for feita a reforma fiscal estas distorções irão continuar ocorrendo. A Petrobrás está fazendo o papel dela, acompanhando as flutuações do preço internacional”, avaliou. Apesar de preços mais baixos, que voltaram aos níveis praticados pelos postos no final do ano passado, as vendas estão em franca queda, abatidas pela redução da demanda provocada pelo coronavírus. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, em mensagem para a indústria, as vendas devem cair 50% “no cenário mais otimista”, por causa da crise causada pela pandemia. A expectativa é que a redução da demanda ajude a puxar os preços para baixo, o que afetaria ainda mais a receita dos postos de abastecimento. A entidade está solicitando ao governo várias medidas para enfrentar a crise, como o fechamento de postos de abastecimento aos domingos e suspensão temporária da contratos de trabalho dos frentistas, para que possam acionar o seguro-desemprego pelo período de cinco meses e evitar demissões em massa enquanto durar a crise da pandemia. A flexibilização do horário de funcionamento dos postos já foi conseguida, com a redução em uma hora na abertura e fechamento, que agora vai das 7h às 19h (antes 8h às 20h). Segundo o analista Thadeu Aguiar da consultoria INTL FCStone, a gasolina no mercado internacional está no menor valor da história e a Petrobrás ainda não repassou para o mercado interno toda a oscilação do preço do combustível. "Talvez a Petrobrás esteja esperando um pouco para ver o que acontece com o preço lá fora e também queira evitar uma quebra nas distribuidoras, que ainda possuem estoques aos preços mais altos", explicou. N.daR.: Será que o consultor da INTL afirmou o que está dito, que a Petrobras não repassou os preços para o mercado interno para evitar uma quebra nas distribuidoras. Se afirmou, falou bobagem, pois os preços não são tabelados pelo governo muito menos pela Petrobras. É notável o incrível aumento do descuido ou falta de preparo dos jornalistas. * Fonte primária: Estadão Fontes: O Globo - Economia Petrobras mobiliza supercomputadores para pesquisas sobre o coronavírus - Parceria com a Universidade Stanford, dos EUA, visa desenvolver medicamentos e vacina para a doença Publicado: O Globo | On Line 25/03/2020 - 16:27 / Atualizado em 25/03/2020 - 16:39 por O Globo RIO — A Petrobras irá destinar parte da capacidade de processamento de seus supercomputadores para pesquisas sobre o novo coronavírus. Em parceria com o departamento de Química da Universidade Stanford, nos EUA, a petroleira está contribuindo com o projeto Folding@home, dedicado a estudar como o Sars-Cov-2 se comporta no organismo humano e como a doença evolui a partir da interação de proteínas. O objetivo é o desenvolvimento de medicamentos e vacinas. A estatal brasileira destinou dois supercomputadores para o projeto: o Santos Dumont, o mais poderoso supercomputador da América Latina, sediado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis; e o OGBON, criado em parceria com o Senai-Cimatec, em Salvador. De acordo com a companhia, 60% da capacidade do Santos Dumont — cerca de 2 petaflops, o equivalente a 2 milhões de laptops comerciais — e 50% do OGBON — cerca de 1 petaflop, ou 1 milhão de laptops — serão dedicados ao projeto da Universidade Stanford. — Criamos uma ampla frente científica na Petrobras para levantarmos soluções e ideias dedicadas ao combate ao coronavírus. Estamos desenvolvendo soluções que sejam ágeis e simples, como é o caso do uso dos nossos supercomputadores para o projeto Folding@home, por meio do qual conseguimos direcionar a capacidade de processamento desses supercomputadores para as universidades — explicou o diretor de Transformação Digital e Inovação da Petrobras, Nicolas Simone. Além da parceria com Stanford, a Petrobras irá mobilizar seus supercomputadores para projetos de pequisa de universidades brasileiras. Uma das propostas em análise foi apresentada pela PUC-Rio, com o Senai-Cimatec, para o uso de técnicas de inteligência artificial para diferenciar um raio-X de uma pessoa com gripe normal de outro, de infecção por cononavírus. A ideia é oferecer uma alternativa mais rápida e barata que a tomografia e o exame de sangue. N.daR.: Que outras empresas, que atuam no mercado de petróleo, estão fazendo o mesmo? Guedes,ministro da Economia, castello Branco, seu acólito e presidente da Petrobras, com apoio do vacilante Bolsonaro, continuam a desmanchar a Petrobras. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Rio Algo de errado Crise gerada pelo coronavírus faz MP do Rio adiar cobrança de R$ 814,5 milhões da Petrobras Publicado: O Globo - Impresso 26.03.2020 Pág. 22 | On Line 26/03/2020 • 06:00 por Ancelmo Gois No mês passado, a água turva da Cedae levou ao debate de que era preciso investir na “melhoria da segurança hídrica do Estado do Rio”. Só se falava nisso. Agora, por causa do novo coronavírus, o MP Estadual, por meio do promotor Tiago Gonçalves Veras Gomes, decidiu dar uma colher de chá à Petrobras e postergar, mais uma vez, o pagamento ao Rio de, acredite, R$ 814,5 milhões, cujo vencimento seria no fim de mês. Essa grana a ser aplicada em segurança hídrica faz parte do Termo de Ajustamento de Conduta firmado por causa dos estragos ambientais na construção do natimorto Comperj. N.daR.: Ancelmo Gois insufla informações que estão mais chegadas a fofocas. * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - mercado Petrobras corta preço da gasolina em 15%; diesel não terá ajuste - É a oitava redução no ano, mas repasses ao consumidor ainda são pequenos Publicado: Terra - On Line 24.mar.2020 às 13h29 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou nesta terça (24) novo corte no preço da gasolina, em resposta à redução das cotações internacionais do petróleo em meio à pandemia do novo coronavírus. Desta vez, a queda será de 15%. O preço do diesel não será alterado. É o oitavo corte no preço da gasolina em 2020 — o terceiro em um período de doze dias. No ano, o preço de venda do combustível nas refinarias da estatal acumula queda de 40%. O diesel, que teve sete cortes, já caiu 29%. Com a decisão anunciada nesta terça, o preço médio de venda nas refinarias da estatal passará a R$ 1,1458 por litro, o menor valor desde outubro de 2011, de acordo com levantamento feito pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). Desde a semana passada, diante das perspectivas de redução da demanda com as medidas de isolamento social para enfrentar a pandemia, o petróleo Brent, referência global negociada em Londres, vem sendo negociado em níveis do início dos anos 2000. O repasse às bombas depende de estratégias comerciais de postos e distribuidoras e de políticas tributárias dos estados. Segundo a Petrobras, o preço de refinaria representa 27% do valor de venda da gasolina nos postos. O resto são margens de lucro e impostos federais e estaduais. O ICMS, cobrado pelos estados, representa 30% do preço final e é revisto uma vez a cada 15 dias, retardando o repasse ao consumidor dos reajustes nas refinarias. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina nos postos brasileiros caiu apenas 1,5% desde o início do ano - de R$ 4,555 na última semana de dezembro para R$ 4,486 por litro na semana passada. Com cara tributária menor, o diesel vem caindo mais nas bombas. Entre o fim de 2019 e a semana passada o preço médio do combustível nos postos passou de R$ 3,751 para R$ 3,586 por litro, redução acumulada de 4,4%. Na segunda (23), a Fecombustíveis (Federação do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes) disse à Folha que os postos já vêm sentido queda no consumo após o início das medidas de isolamento social em alguns estados brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, as vendas na quinta (19), foram 39% menores do que a média histórica para a cidade. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estadão - Saúde Petrobras doa 20 mil equipamentos do Cenpes para hospital da UFRJ atender pacientes com coronavírus - Empresa ainda informou que 'estuda outras iniciativas em parceria com universidades, empresas e organizações sociais' Publicado: Estadão - On Line 24 de março de 2020 | 16h31 Por Denise Luna A Petrobras informou nesta terça-feira que disponibilizou cerca de 20 mil equipamentos de segurança e produtos de higiene para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) atender pacientes com coronavírus. Ao todo serão doados luvas de laboratório, óculos de segurança, máscaras purificadoras de ar, frascos, álcool e detergente. Os materiais, que pertencem ao estoque do Centro de Pesquisas da companhia (Cenpes), serão utilizados no atendimento de pacientes com coronavírus e na proteção das equipes de saúde, informou a estatal. O Hospital Universitário da UFRJ foi escolhido para a doação pela proximidade geográfica com o Cenpes, e por conta das restrições de mobilidade na cidade. Ambos estão localizados na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, o que facilita o transporte e entrega dos equipamentos. "Esta é mais uma iniciativa promovida pelo grupo multidisciplinar formado pela Petrobras para avaliar e propor soluções que possam ajudar no combate ao coronavírus. A companhia ainda estuda outras iniciativas em parceria com universidades, empresas e organizações sociais", disse em nota. A Petrobras já havia anunciado que vai doar ao Sistema Único de Saúde (SUS) 600 mil testes para diagnóstico de Covid-19. Desse total, 400 mil serão entregues ao Ministério da Saúde e 200 mil à Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. N.daR.: Outras empresas que atuam na área de petróleo e derivados estão fazendo o mesmo? * Fonte primária: Estadão Fontes: O Globo - Opinião Exame tem que ser mostrado Transparência, presidente Publicado: O Globo - Impresso - 25.03.2020 - Pág. 2 | On Line 25/03/2020 • 04:30 por Por Merval Pereira Esconder doenças geralmente é fatal para as pretensões de qualquer candidato presidencial nas democracias Parece absurda a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não apresentar o atestado de que não se contaminou com o Covid-19, apesar de 25 pessoas de sua comitiva aos Estados Unidos terem testado positivo. Alegar que é uma decisão de cunho pessoal não é desculpa para um funcionário público, especialmente tratando-se do presidente da República. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também errou ao dizer que as informações pertencem aos pacientes. Pode até ser, mas não quando esse paciente é o presidente da República. Temos no Brasil dois exemplos na nossa historia recente recente: o então ministro da Justiça do governo Geisel, Petronio Portela, tido como um potencial candidato à presidência da República na ocasião, escondeu um ataque cardíaco e acabou morrendo. Tancredo Neves, já eleito presidente, mas temeroso de que os militares tentassem não largar o poder, escondeu uma dor que o levou ao hospital na véspera da posse. O que parecia uma diverticulite, acabou se mostrando um tumor, que o matou. O governador de São Paulo, João Doria, mostrou o atestado de que seu exame deu negativo, assim como o prefeito paulistano Bruno Covas. Em qualquer país do mundo a saúde do chefe do governo é fato relevante, e esconder doenças geralmente é fatal para as pretensões de qualquer candidato presidencial nas democracias ocidentais, quanto mais quando no exercício do cargo. É atitude costumeira em regimes autoritários ou ditaduras, que dependem da idolatria da imagem de seus líderes para se sustentarem. O caso mais recente é o de Hugo Chávez na Venezuela, que escondeu um câncer durante meses, que acabou matando-o. O presidente Bolsonaro não se negou a revelar detalhes sobre a facada que o vitimou na campanha eleitoral, e já mostrou até mesmo o corpo com cicatrizes na televisão, numa atitude inusitada. O próprio Bolsonaro revelou, em entrevistas diversas, que não dorme direito desde que levou a facada, que tem pesadelos, às vezes chora à noite. Foram revelações íntimas de um chefe do governo que passaram a ideia de um homem angustiado com sua saúde, mas revelavam também um presidente transparente, o humanizaram diante da população. Todas as operações a que foi submetido foram anunciadas com detalhes, e uma possível nova cirurgia já foi admitida por ele mesmo. Seria inconcebível que essa atitude desabrida só tenha acontecido porque a facada lhe angariou simpatias, e sua vitimização pode lhe trazer ganhos eleitorais. O Hospital das Forças Armadas em Brasília entregou às autoridades do Distrito Federal, por decisão da Justiça, a relação de todos os pacientes que testaram positivo pelo novo coronavírus, mas estranhamente deixou dois nomes de fora da lista, o que só faz aumentar a suspeita de que alguma coisa está sendo escondida do povo brasileiro. Evidentemente que se o presidente Bolsonaro sabia que estava infectado ao sair abraçando seguidores e tirando selfies naquele domingo das manifestações bolsonaristas a seu favor, a irresponsabilidade terá sido muito maior do que se imagina. Para agravar as desconfianças, que só existem pela falta de transparência, seu filho Eduardo Bolsonaro foi acusado por jornalistas da rede Fox de televisão dos Estados Unidos de ter dado uma primeira informação de que seu pai testara positivo para o Covid-19. Ele desmentiu posteriormente e tudo parece ter sido um mal entendido, possivelmente por causa do idioma, que ele não domina tão bem quanto apregoa. Seria gravíssimo se o desmentido tiver sido sido feito para acobertar a verdade sobre a doença de seu pai. O presidente também colabora com a desinformação ao comentar que talvez tenha sido contaminado pelo novo coronavírus e nem mesmo notou, o que é possível mas pouco provável num grupo em que 25 pessoas foram contaminadas, a maioria por ter viajado com Bolsonaro no mesmo avião presidencial em que o secretário de comunicação Fabio Wajngarten, esse sim, irresponsavelmente, voltou ao Brasil já com os sintomas de ter sido contaminado pelo Covid-19. Esperemos que a boa notícia de que o presidente não se contaminou com o novo vírus não seja desmentida pelos fatos. Nesse caso, Bolsonaro terá cometido o maior erro político de sua vida, que pode custar caro. A confiança do brasileiro em suas ações, que está em baixa segundo várias pesquisas de opinião, será inevitavelmente trincada. N.daR.: De novo, redundantemente , mais uma vez, infelizmente, não há como deixar de dar razão ao Merval. Ontem, 24.03.2020, Bolsonaro reafirmou que não vê razão para que se faça a proibição de transporte, o fechamento de comércio, o fechamento de escolas, e o que chamou de confinamento em massa. O presidente, em sua gaiatice, afirmou que se preocupou em conter o "pânico e a histeria" e voltou a chamar o o Covid-19 de "gripezinha" ou "resfriadinho". Há um certo grau de insanidade em suas oscilantes opiniões. Ora defende o que manifesta seu ministro da saúde, ora contradiz frontalemente as orientações de Mandetta. Ao invés de exercitar uma presidência tosca e irresponsável, deveria se concentrar e agir como estadista sério e coerente - que está longe de ser - liderando o processo de prevenção e combate ao Coronavírus 19. Deveria se afastado e processado pelos desatinos que comete quase que diariamente. Quando não os comete, seus filhos fazem esse papel. Não à toa teve que - ou foi forçado a - se afastar da carreira militar. Além do que, é oportuno relembrar os seguintes mandamentos do Código Penal: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:e observar, também: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:além do que, estatuiu-se: Art. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:* Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Poder Ala de presos da Lava Jato vai virar hospital para detentos com coronavírus no Paraná - Condenados do petrolão serão transferidos para outro espaço dentro do Complexo Médico de Pinhais (PR) Publicado: Terra - On Line 23.mar.2020 às 19h18 Por Katna Baran e Wálter Nunes Curitiba e São Paulo - Os presos da Lava Jato e de outras operações anticorrupção da Polícia Federal no Paraná serão transferidos de ala no Complexo Médico Penal de Pinhais (PR) devido à crise do coronavírus. O local onde eles estão deverá receber detentos que forem diagnosticados com a doença. O CMP (Complexo Médico Penal de Pinhais), na região metropolitana de Curitiba, tem hospital e enfermaria e é a referência no estado para tratamento de saúde da população carcerária. Desde 2015, ele abriga os presos da Lava Jato —atualmente três permanecem no local. Em 2019, os presos por corrupção foram colocados em um espaço onde antes funcionava um hospital do complexo. O local foi adaptado, recebeu colchões e rebatizado como sétima galeria –antes os presos da Lava Jato estavam na sexta galeria, que foi destinada a presos comuns por conta da superlotação. Segundo portaria do Depen (Departamento Penitenciário) do estado, os presos da Lava Jato agora irão para um espaço no prédio principal do presídio, isolado de outras galerias. O Depen não especificou onde os presos serão alocados. "A sétima galeria do Complexo Médico Penal fica transferida para ambiente distinto das demais galerias e anexo ao prédio principal com finalidade de custodiar pessoas do sexo masculino cuja segurança em virtude da característica pessoal do preso demande separação da massa carcerária, em especial proveniente de operações relacionadas a lavagem de dinheiro, corrupção e colarinho branco", diz a portaria. O Depen justifica a medida diante da “necessidade de reativação do hospital penitenciário para atendimento dos presos que sejam diagnosticados com Covid-19, bem como a necessidade de separação de um espaço exclusivo para evitar a contaminação dos demais detentos”. No ato, o governo diz também que o local não é adequado para o tratamento desses doentes. “O hospital penitenciário não é ambiente adequado para tratamentos médicos que demandem aparelhos e equipamentos essenciais para a manutenção da vida em momentos de crise como a deficiência em atividades cardiorrespiratórias”, diz o documento. Em casos mais graves, segundo o Depen, os presos serão encaminhados à unidade de referência do Sistema Único de Saúde (SUS), para Curitiba, que é o Hospital do Trabalhador. Há hoje no Complexo Médico Penal de Pinhais três presos da Operação Lava Jato: José Antônio de Jesus, ex-gerente da Transpetro, Roberto Gonçalves e Carlos Roberto Martins Barbosa, ambos ex-gerentes da Petrobras. Na semana passada, alguns condenados da operação conseguiram progredir para regime de prisão domiciliar com tornozeleira, como Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (estatal rodoviária do governo paulista) e acusado de ser operador de propinas do PSDB. Permanecem no CMP o ex-prefeito de Araucária, Rui Sérgio Alves de Souza, preso na Operação Fim de Feira, o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, alvo da Operação Diários Secretos, além do vereador da cidade de Jussara (PR), Claudemir Ramos, seis advogados, um médico e um hacker. O Hospital Penitenciário do Complexo Médico Penal ficou fechado durante dois anos para uma reforma, que começou em 2017. Apesar da conclusão das obras, que custaram R$ 630 mil, ele não reabriu porque não foram comprados novos equipamentos. Ele então foi adaptado para servir de cela para os presos do colarinho branco. Hoje, o Complexo Médico Penal abriga, além dos presos por corrupção, também detentos em tratamento psiquiátrico, doentes em geral e policiais e agentes de segurança flagrados em crimes e que correm risco se tiverem contato com a população carcerária. Por causa da pandemia de coronavírus, o Depen adotou medidas como a suspensão por 15 dias das visitas aos presos, da entrada de sacolas ou de pessoas que não são servidores do Departamento Penitenciário e dos atendimentos de advogados. Para não paralisar totalmente a assistência jurídica do preso, foi implementada a videoconferência, mesma situação adotada para audiências de custódia e instrução. Também foi aberto o parlatório virtual, onde os advogados podem agendar consultas on-line. Transferências e escoltas de presos custodiados nas penitenciárias e cadeias públicas do estado também estão em suspensão por 15 dias. N.daR.: Diz a reportagem que "Há hoje no Complexo Médico Penal de Pinhais três presos da Operação Lava Jato: José Antônio de Jesus, ex-gerente da Transpetro, Roberto Gonçalves e Carlos Roberto Martins Barbosa, ambos ex-gerentes da Petrobras." Considerando que todos os demais que estão soltos, significa que o crime mais do que compensa no Brasil. É o fim, é inaceitável. Mas o sistema implantado com a Constituição de 1988 os protege com a conivênia da judiciário, do legislativoe e do executivo. Caso assim não fosse, essas vantagens que os corruptos possuem - Há mai de 22 anos - já teriam sido retiradas. * Fonte primária: Terra Fontes: Folha de São Paulo - mercado Petrobras triplica teto para bônus a diretores mesmo com coronavírus e petróleo barato - Após sacar empréstimo em bancos, estatal propõe separar R$ 11,8 milhões para premiar executivos em 2020 Publicado: Terra - On Line 23.mar.2020 às 17h52 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - Enquanto busca soluções para lidar com a pandemia de coronavírus e a queda do preço do petróleo, a Petrobras está propondo a seus acionistas triplicar o teto para pagamento de bônus a sua diretoria. A medida provocará um aumento de 26,6% na projeção de gastos com salários e benefícios dos executivos. A proposta, que será debatida em assembleia de acionistas agendada para o dia 22 de abril, já contempla mudança feita na política de remuneração variável da companhia adotada em 2019 e criticada por sindicatos, por ampliar a diferença entre a premiação dos executivos e a dos demais trabalhadores. O documento foi protocolado na sexta-feira (20), no mesmo dia em que a estatal informou que vai recorrer a US$ 8 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) de linhas de crédito para enfrentar a crise, que levou o petróleo a bater na semana passado os níveis mais baixos em 17 anos. A Petrobras afirmou que a crise do coronavírus poderá causar restrições à saúde de sua força de trabalho, com reflexo na operação de algumas de suas instalações, causando impacto negativo em seus resultados e condição financeira. Segundo o documento enviado aos acionistas sobre o bônus, a Petrobras propõe desembolsar R$ 43,3 milhões para pagar salários, benefícios, bônus por desempenho e encargos a seus administradores no período entre abril de 2020 e março de 2021. No mesmo período do ano anterior, foram R$ 34,2 milhões. No texto, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco explica os salários não serão reajustados - para eles, a Petrobras reservou R$ 14,1 milhões, uma média de R$ 120 mil (incluindo décimo terceiro) por diretor. Segundo ele, 91% do aumento do bônus corresponde à provisão para remuneração variável, item que compreende desempenho. A proposta mais que triplica o teto de gastos para o pagamento dos bônus, que passa de R$ 3,3 milhões em 2019 para R$ 12,5 milhões. Desse total, segundo a empresa, R$ 700 mil referem-se a uma parcela da remuneração variável de 2018, que foi dividida em quatro prestações. Assim, a projeção de prêmios pelo desempenho de 2019 é de R$ 11,8 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 5,5 bilhões (considerando as parcelas que ainda restam) de 2018. Daria uma média de R$ 1,3 milhão por diretor, incluindo os encargos. A Petrobras diz, porém, que o valor que final ainda está sendo apurado. Em nota, informou apenas que as projeções consideram o centro das metas previstas no programa de remuneração —que garante dez salários de bônus ao presidente e aos diretores. Outro lado Em nota enviada à Folha, a Petrobras defende que o pagamento dos bônus "refere-se ao cumprimento de metas desafiadoras estabelecidas para o ano de 2019". No ano, a estatal teve lucro recorde de R$ 40 bilhões, impulsionado pela receita obtida com venda de ativos como gasodutos e ações da BR Distribuidora. O aumento na premiação dos executivos é fruto do Programa de Prêmio por Performance, instituído em 2019 em substituição à antiga PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Segundo a estatal, o novo modelo "visa valorizar a meritocracia e trazer flexibilidade para um cenário em que a empresa busca mais eficiência e alinhamento às melhores práticas de gestão". O sistema foi criticado por sindicatos de petroleiros por ampliar a distância entre os valores pagos ao alto comando da companhia e os empregados de menor remuneração. No modelo anterior, a empresa distribuía aos empregados entre 4,25% e 7,25% do lucro líquido, dependendo do cumprimento das metas. A distribuição respeitava um piso de R$ 21,9 mil e um teto equivalente a quatro salários. Em 2013, foi aprovado um programa adicional de bônus para os executivos, com teto de oito salários. No modelo atual, o presidente pode receber até 13 salários, caso as metas seja ultrapassadas. Já empregados sem cargo de liderança estão sujeitos a um teto de 2,6 vezes o rendimento mensal. No centro da meta, enquanto o presidente recebe dez salários, os demais receberiam dois. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Folha de São Paulo - mercado Petrobras desembarca oito funcionários de plataforma por sintomas de coronavírus - Medida foi tomada por recomendação médica e seguiu protocolo para reduzir riscos de contágio Publicado: Terra - On Line 23.mar.2020 às 15h26 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - A Petrobras desembarcou oito trabalhadores que apresentaram sintomas semelhantes aos da Covid-19 de uma plataforma de produção de petróleo neste fim de semana. A medida foi tomada por recomendação médica, seguindo protocolos para reduzir os riscos de contágio em suas operações. A empresa diz que está monitorando as pessoas que tiveram contato com eles e continuam embarcadas. A estatal não informou, porém, quantos tripulantes estavam na unidade, chamada P-67. Na quinta (19), a companhia afirmou que estava reduzindo o efetivo desse tipo de unidade. A P-67 é uma das nove plataformas instalada no campo de Lula, o maior produtor de petróleo do país, a cerca de 250 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro. O transporte dos trabalhadores entre a unidade e o continente é feito de helicóptero. O protocolo adotado pela Petrobras determina que os trabalhadores que apresentarem qualquer sintoma relacionado ao coronavírus são imediatamente desembarcados e passam a ter o quadro de saúde acompanhado em terra. "Mesmo em caso de sintomas que não configurem quadro clínico para coronavírus, a Petrobras pode optar pelo desembarque preventivamente", disse, em nota, a estatal. Em documento protocolado na SEC, o órgão regulador do mercado de ações norte-americano, a companhia cita a saúde de seus trabalhadores como um dos riscos que a pandemia de coronavírus pode trazer às suas operações. "As epidemias de saúde pública como o surto de coronavírus (Covid-19) podem causar restrições à saúde de nossa força de trabalho e, portanto, impactar a operação de algumas de nossas instalações", escreveu a estatal. Entre as medidas adotadas pela empresa, está a redução ao mínimo necessário do efetivo em suas plataformas de produção de petróleo no mar e o estabelecimento de um período de pré-isolamento de sete dias antes dos embarques. Esses primeiros dias serão cumpridos em um hotel, para avaliação de saúde. Nos aeroportos que têm voos para as plataformas, a temperatura dos trabalhadores está sendo medida antes do embarque nos helicópteros. Com o pré-isolamento, a escala de embarque mudou, passando de 21 para 28 dias embarcado, com 14 de folga. A mudança foi criticada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros). "Em tempos de uma inédita pandemia letal, a Petrobras quer que os petroleiros abandonem pais idosos e filhos pequenos por 28 dias", diz a entidade. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Folha de São Paulo - mercado Petrobras diz que coronavírus pode impactar sua condição financeira - Empresa diz que pandemia poderá causar restrições à saúde de sua força de trabalho Publicado: Terra - On Line 23.mar.2020 às 14h55 Por Reuters Rio de Janeiro | Reuters - A Petrobras afirmou em relatório 20-F que a pandemia de coronavírus poderá causar restrições à saúde de sua força de trabalho, com reflexo na operação de algumas de suas instalações, causando impacto negativo em seus resultados e condição financeira. O 20-F é um relatório com informações detalhadas e que deve ser entregue anualmente por todas as empresas com papéis negociados em bolsas de valores dos EUA. Ele contém diversos cenários sobre qualquer questão que pode impactar a empresa de alguma forma. "Epidemias de saúde pública como o surto de coronavírus podem causar restrições à saúde de nossa força de trabalho e, portanto, impactar a operação de algumas de nossas instalações, incluindo plataformas, refinarias, terminais, entre outras. Essa condição pode ter um impacto negativo em nossos resultados e condição financeira", disse a empresa no 20F de 2019, publicado na noite de sexta-feira (20). Em meio à pandemia do novo vírus, a Petrobras informou na semana passada que solicitou aos bancos o desembolso de suas linhas de crédito compromissadas ("revolving credit lines") no montante de cerca de US$ 8 bilhões. O movimento faria parte de uma estratégia para reforçar a liquidez da companhia, a fim de se resguardar dentro do contexto atual de crise, em função da pandemia e do choque de preços do petróleo, segundo explicou na ocasião. A empresa também postergou o recebimento de ofertas vinculantes para a venda de refinarias e seus respectivos ativos logísticos, em função das medidas de prevenção ao coronavírus. O desinvestimento em refino é um dos principais da companhia, que busca reduzir a dívida e focar seus negócios em exploração e produção de petróleo em águas profundas. As medidas de combate ao vírus estão trazendo perspectivas de redução da demanda por combustíveis fósseis em todo o mundo, ao mesmo tempo em que as gigantes Rússia e Arábia Saudita travam uma guerra por participação de mercado, ajudando a derrubar os preços do petróleo. A Petrobras já vinha executando um amplo plano de redução de custos nos últimos anos e não anunciou medidas adicionais de cortes de despesas devido ao coronavírus. Outras petroleiras globais, como Exxon, Chevron, BP e Total anunciaram planos de reduções acentuadas de gastos devido à atual crise. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Política J&F se recusa a adiantar pagamento de leniência de R$ 11,4 bi para combate ao coronavírus Publicado: Estado de São Paulo | On Line 23 de março de 2020 | 18h30 Por Luiz Vassallo O Grupo J&F, que controla a JBS, se manifestou contra a proposta de adiantar o restante das parcelas de seu acordo de leniência de R$ 11,4 bilhões para que a cifra seja repassada ao Ministério da Saúde, com o fim de combater o coronavírus. A proposta havia sido feita pela força-tarefa da Operação Greenfield, que pediu à Justiça o redirecionamento de R$ 7,5 bilhões do acordo em benefício da União, para investimentos relacionados à contenção da pandemia. O Estado apurou que representantes da hold deram a resposta por meio de videoconferência. Eles alegaram que o Grupo não pode adiantar o pagamento por dificuldades financeiras, mas analisaria a elaboração de uma contraproposta. Os procuradores pediram à 10ª Vara Federal de Brasília que notificasse a hold sobre a ‘possibilidade de antecipar, até o fim do primeiro semestre de 2020, o pagamento do saldo devedor do valor estipulado no acordo de leniência firmado com Força-Tarefa Greenfield (cerca de R$ 11,4 bilhões, em valores atualizados pelo IPCA até fevereiro deste ano)’. Pelo acordo, fechado inicialmente em 2017, a maior parte da verba seria destinada a cobrir prejuízos causados nos fundos de pensão, no FGTS, na Caixa Econômica Federal, no BNDES e à União. Em um pedido feito nesta sexta, 20, a Procuradoria propôs que uma parte (R$ 3,8 bilhões) ainda seja preservada para reparar o rombo no Petros e na Funcef. O restante, que iria para os bancos públicos, seria redirecionado para a Saúde. Segundo o MPF, ‘pela presente proposta da Força-Tarefa Greenfield, o BNDES e a Caixa Econômica Federal devem abdicar em favor da União (Ministério da Saúde) dos valores de reparação que lhes eram dirigidos, o que não encontra óbice legal ou econômico, considerando que a União é acionista exclusiva de ambos bancos públicos’. “Cumpre esclarecer que a possibilidade de destinação de valores ao Ministério da Saúde não deve envolver os valores de reparação já estipulados em favor dos fundos de pensão lesados, uma vez que os idosos (no caso, que foram vitimados pelos crimes apurados na Operação Greenfield) são as pessoas mais vulneráveis à pandemia do COVID- 19, devendo receber assim proteção prioritária por parte do Estado brasileiro”, diz a força-tarefa. COM A PALAVRA, J&F NOTA J&F INVESTIMENTOS Todos os esforços das empresas do grupo J&F, de Joesley e Wesley Batista, estão direcionados para o combate ao coronavírus e à manutenção dos empregos gerados pela holding. O Grupo atua em atividades essenciais, de produção de alimentos e de produtos de higiene e limpeza para as famílias brasileiras. No Brasil, o grupo emprega mais de 130 mil pessoas diretamente e 500 mil indiretamente. Na maior crise de saúde pública e, possivelmente, o maior desafio econômico e financeiro mundial dos últimos tempos todas as decisões precisam de racionalidade e principalmente responsabilidade tanto da empresa quanto da “Força-Tarefa Greenfield”. N.daR.: Além de dificultar o recebimento de uma compensação mínima a que foi obrigada em favor da Petros e Funcef, pouco faz a J&F para colaborar no combate ao coronavírus. Não era de se esperar outro comportamento mantendo-se sob consideração o histórico da empresa no que diz respeito a forma como cresceu e como se expandiu. No Brasil muiros se locupletam em prejuízo de aposentados e pensionistas e têm suas penas amenizadas ou até mesmo esquecidas. * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Economia & Negócios Brasil já conta com 11 testes para detectar coronavírus aprovados pela Anvisa - Agência aprovou mais três novos testes nesta segunda-feira, 23 Publicado: Estado de São Paulo | On Line 23 de março de 2020 | 18h54 Por Patrik Camporez e Denise Luna BRASÍLIA E RIO – Para enfrentar a pandemia do coronavírus, o Brasil passou a contar, nesta segunda-feira, com um total de 11 testes capazes de detectar a covid-19 aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Somente nesta segunda, a Anvisa aprovou três novos testes. Entre os novos produtos aprovados, dois são ensaios moleculares, do tipo PCR, que tem um alto grau de precisão. O terceiro é um novo teste rápido que faz a detecção de anticorpos, ou seja, que utiliza uma pequena amostra de sangue para a detecção. Na avaliação da Agência, a disponibilização de novos produtos no mercado brasileiro deve aumentar as opções para diagnóstico da presença do vírus na população, conforme tem recomendado a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dos 11 testes aprovados até o momento no Brasil, nove são do tipo rápido, com resultados em cerca de 15 minutos, e dois são do tipo molecular. Neste final de semana, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse que 5 milhões de novos testes rápidos para coronavírus chegarão ao País nos próximos dias. Com isso, o Brasil começará a testar também os casos menos graves de covid-19. Nas próximas três semanas, o número de testes rápidos pode chegar a 10 milhões. “Vamos começar com 5 milhões de testes e chegaremos a 10 milhões”, afirmou Wanderson Oliveira, que é secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. “A hipótese de que há muito mais gente com coronavírus circulando é correta, já que 80% dos casos são assintomáticos. Por isso a necessidade de isolamento, por isso a recomendação de isolamento social. Temos várias parcerias com laboratórios privados e estamos ampliando a capacidade de testagem dos públicos”, completou. Petrobras A Petrobrás informou que vai doar ao Sistema Único de Saúde (SUS) 600 mil kits de testes para diagnóstico de covid-19. Desse total, 400 mil kits serão doados ao Ministério da Saúde e 200 mil à Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a companhia, o material está sendo importado dos Estados Unidos esta semana e deve chegar ao Brasil em abril. As testagens são do tipo "padrão ouro", que recebem essa classificação pois fornecem um diagnóstico preciso na identificação da presença do vírus. "A Petrobras está concentrando todos os esforços para ajudar a sociedade a atravessar esse momento tão difícil. Das medidas mais urgentes, a companhia avaliou que a doação de testes para diagnóstico de covid-19 está na lista das prioridades", disse a estatal em nota. Além da doação, a Petrobras informou que criou um grupo multidisciplinar de profissionais de seu centro de pesquisa (Cenpes) para avaliar e propor soluções em parcerias com universidades, empresas e instituições que possam ajudar no combate ao coronavírus. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Economia & Negócios Bolsa recua 42%: Por que algumas ações caem mais? - CVC e IRB lideram a lista de maiores desvalorizações do Ibovespa no ano; apenas uma ação se salva Publicado: Estado de São Paulo - Impresso 23.03.2020 Pág. B4 | On Line 23 de março de 2020 | 05h00 Por José Ayan Júnior O cenário otimista projetado para os investimentos em renda variável em 2020 foi rapidamente substituído pelo pânico causado pelo coronavírus. Com a escalada da doença, as Bolsas de Valores mundiais passaram a derreter. As notícias ligadas à pandemia têm um efeito direto no mercado financeiro e as ações reagem a elas. No Brasil, apenas um papel do Ibovespa, o principal índice da B3, consegue resistir neste ano: o da Telefônica Brasil, com alta de 0,64%. O índice acumula desvalorização de 42%. Ponto fora da curva neste momento de crise, os dados corporativos têm sido a força da Telefônica. Os analistas consideram que a redução do nível de alavancagem, com o pagamento de empréstimos e financiamentos, e o aumento da remuneração dos acionistas por meio de dividendos e juros sobre o capital próprio são fatores importantes para que os investidores prefiram manter a ação na carteira a vendê-las. Em contrapartida, empresas ligadas ao turismo e ao entretenimento estão em baixa. A disparada do dólar, estabelecendo o recorde nominal para acima de R$ 5, e o agravamento da pandemia que cancelou viagens e voos em massa têm feito as ações despencarem. As perspectivas nada animadoras estão ligadas a um cenário de total incerteza, com um sentimento do mercado de que o “pior ainda está por vir”. A possibilidade de pedidos de falência também já está no radar dos investidores. As ações da Gol já foram penalizadas no ano com uma queda 80,22%, seguida pela Azul, com baixa de 76,32%. A Smiles também teve seus papéis afetados, com recuo de 74,21%. “Como as pessoas estão em isolamento e há uma queda brusca de demanda, as empresas estão cortando 90% dos voos internacionais e os voos domésticos estão caindo 50%”, diz Jorge Leal Medeiros, especialista em aviação e professor da Poli-USP. “Gol, Azul e Latam estão em uma situação muito difícil e precisam de suporte do governo.” Na última semana, o governo anunciou medidas de emergência para reduzir o custo das empresas, como o adiamento do pagamento das tarifas de navegação aérea, a flexibilização do pagamento dos bilhetes emitidos, além de colocar uma linha de crédito em estudo. Mas nada se compara ao caso da operadora CVC, que acumula desvalorização de 81,26% no ano e é a pior entre as empresas que fazem parte do Ibovespa. Além dos fatores que afetam todas as demais do setor de turismo e entretenimento, há um histórico de pontos negativos que contribuiu para a forte desvalorização da ação. “A crise da Argentina, as manchas de óleo no Nordeste, a falência da Avianca e um critério contábil errado no balanço formaram uma tempestade perfeita para a CVC”, diz Pedro Galdi, analista de investimentos da Mirae Asset. Efeito Buffett Outra empresa que está sendo afetada tanto pelos fatores externos como por internos é o IRB. Com perda de 81,26% no ano (sim, o mesmo que a CVC), a ação da resseguradora chegou a recuar mais de 30% em um único pregão, perdendo mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado. Em meados de fevereiro, investidores alegaram que a administração da empresa os teria induzido a acreditar que a Berkshire Hathaway, empresa do megainvestidor Warren Buffett, teria triplicado sua participação no IRB, aproveitando a baixa das ações da resseguradora no mercado. Uma semana depois, o bilionário divulgou um comunicado afirmando que não é, nunca foi e nunca será acionista da companhia. A imagem da empresa no mercado já havia sido arranhada quando a gestora Squadra levantou questionamentos a respeito do balanço, acusando a companhia de inflar valores contábeis. “Desde que o IRB realizou sua abertura de capital em Bolsa de Valores, em 2017, temos dedicado esforços na análise de seus negócios e resultados. Nesse processo, encontramos indícios que apontam lucros normalizados (recorrentes) significativamente inferiores aos lucros contábeis reportados nas demonstrações financeiras da companhia”, escreveu a Squadra, em carta. A crise de credibilidade culminou na demissão de José Carlos Cardoso e Fernando Passos, então presidente e diretor financeiro da resseguradora, respectivamente, além de levar Ivan Monteiro à renúncia do cargo de presidente do conselho de administração. Uma outra guerra A Petrobrás, umas das companhias de maior relevância no Ibovespa, registra quedas de 60,24% na ação preferencial e de 61,81% na ordinária. Apesar de um início de ano promissor, com boas perspectivas de melhorias operacionais, desalavancagem e recorde de produção, a tensão entre Arábia Saudita e Rússia caiu como uma bomba e resultou em uma forte queda no preço do petróleo. O resultado não poderia ter sido outro: o investidor quis evitar riscos e houve uma fuga do papel na Bolsa. “Há uma grande correlação entre preços da Petrobrás e o comportamento do petróleo no ano. Sendo assim, podemos atribuir grande parte desse movimento de queda ao preço da commodity”, diz Ricardo França, analista da corretora Ágora Investimentos. Com a mudança macroeconômica, a agenda da petroleira de venda de ativos e melhora de fundamentos deve ser adiada. A Ágora estima que os resultados de desalavancagem da companhia para 2020 só serão entregues nos próximos dois anos. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Mercado Procuradoria quer destinar R$ 7,5 bi de acordo com JBS para combate ao coronavírus - O pedido foi enviado com caráter de urgência para a Justiça Publicado: Estado de São Paulo - On Line 21.mar.2020 às 11h42 Por Fábio Fabrini Brasília - O MPF (Ministério Público Federal) em Brasília propôs numa petição enviada à Justiça que R$ 11,4 bilhões de um acordo de leniência firmado com a J&F —holding que controla a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista— sejam pagos antecipadamente à União, ainda neste semestre. O objetivo é que a maior parte dos recursos seja destinada ao combate ao novo coronavírus. Nos termos do pedido, enviado em caráter de urgência à 10ª Vara da Justiça Federal, cerca de R$ 7,5 bilhões seriam carreados ao Ministério da Saúde para o custeio de atividades de enfrentamento à pandemia. Já os cerca de R$ 3,8 bilhões restantes —que foram previstos para reparar os danos causados aos fundos de pensão Petros (dos funcionários da Petrobras) e Funcef (do pessoal Caixa)— passariam a ser usados para amortizar as contribuições extraordinárias que hoje são impostas aos aposentados das duas entidades. A força-tarefa Greenfield, grupo de procuradores da República responsável pela leniência, ressalta, com relação à medida, que os idosos são exatamente as pessoas mais afetadas pela crise, o que torna ainda mais insuportável os atuais descontos em seus contracheques. Por se tratar de um acordo, a J&F, os fundos, a Caixa e o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) têm de concordar com a antecipação. Por isso, o MPF requer que sejam intimados a se manifestar sobre a proposta em 72 horas. O acordo da Greenfield foi firmado com a J&F em 2017 por conta dos danos à administração pública e aos fundos de pensão decorrentes de crimes praticados pelos executivos do grupo —originalmente, o valor acertado era de R$ 10,3 bilhões, mas ele vem sendo corrigido. No âmbito criminal, eles firmaram acordo de delação premiada e confessaram ilícitos. Nos termos originalmente pactuados, o pagamento tem de ser feito em parcelas, até 2041. Por ora, foram pagas cinco prestações de R$ 50 milhões cada. Os R$ 11,4 bilhões são o saldo remanescente, descontado o que já foi desembolsado. Para a Greenfield, o adiantamento das prestações mostra-se “adequado diante da completa alteração do cenário antes existente quando o acordo de leniência foi assinado”. Os procuradores sustentam que a J&F tem condições de levantar quantia até maior que os R$ 11,4 bilhões para antecipação. “Esse valor se encontra hoje depositado em conta de garantia vinculada ao processo de arbitragem em curso entre a J&F e CA Investiment (Brazil) S.A., que trata da alienação de participação e controle acionário da Eldorado S.A”, afirmam. Os investigadores ressaltam ainda que “o grupo de empresas da holding J&F apresenta alta capacidade financeira, podendo obter rapidamente recursos no mercado financeiro e nos caixas de suas empresas para o cumprimento de seus deveres contratuais e cívicos”. Segundo os procuradores da República Anselmo Henrique Lopes, Cláudio Drewes, Leandro Musa e Sara Moreira, autores da petição, deve-se levar em conta a questão humanitária. “Se aderir à proposta, a J&F estará agindo em solidariedade para com o Brasil, que passa pela maior crise de saúde pública de toda sua história”, dizem. Procurada neste sábado (21), a J&F ainda não se pronunciou. Como noticiou a Folha nesta sexta (20), movimento semelhante está sendo preparado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele pretende destinar recursos de multas pagas por meio de acordos de delação premiada para o ministério. O objetivo também é que o dinheiro seja prioritariamente gasto com o enfrentamento ao novo coronavírus. Segundo pessoas que participam de tratativas da PGR (Procuradoria-Geral da República) com colaboradores, a previsão de carimbar esses valores deve valer para a repactuação do acordo de executivos da JBS, em fase final de discussão, e para outras negociações em curso, cujo desfecho está próximo. Uma das colaborarações em estágio avançado é a do empresário Eike Batista. No caso da JBS, Aras propôs o pagamento de R$ 2 bilhões por conta dos crimes cometidos pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, além do ex-diretor de Relações Institucionais do grupo empresarial, Ricardo Saud. Esse montante não se confunde com o pactuado na leniência. A ideia é que, do total, R$ 500 milhões sejam pagos à vista e componham um fundo da Saúde para ser prioritariamente gastos em ações contra a pandemia. O restante, segundo os termos propostos, terá de ser dividido em dez parcelas mensais de R$ 150 milhões. Essa fatia dos recursos também seria prioritariamente carreada à saúde —podendo, no entanto, ser investida em outras áreas, caso não haja mais necessidade no futuro. A assinatura da reepactuação estava prevista para esta sexta (20), mas emperrou porque a defesa dos irmãos Batista questionou a cifra de R$ 2 bilhões, apresentando uma contraproposta de R$ 200 milhões. Segundo pessoas com acesso às discussões, a expectativa, no entanto, é de que os dois lados cheguem a um denominador comum até junho, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decide se homologa a rescisão do acordo original dos executivos da JBS.? N.daR.: Este valor não deveria retornar para a Petrobras? * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Mercado Procuradoria quer destinar R$ 7,5 bi de acordo com JBS para combate ao coronavírus - O pedido foi enviado com caráter de urgência para a Justiça Publicado: Estado de São Paulo - On Line 21.mar.2020 às 11h42 Por Fábio Fabrini Brasília - O MPF (Ministério Público Federal) em Brasília propôs numa petição enviada à Justiça que R$ 11,4 bilhões de um acordo de leniência firmado com a J&F —holding que controla a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista— sejam pagos antecipadamente à União, ainda neste semestre. O objetivo é que a maior parte dos recursos seja destinada ao combate ao novo coronavírus. Nos termos do pedido, enviado em caráter de urgência à 10ª Vara da Justiça Federal, cerca de R$ 7,5 bilhões seriam carreados ao Ministério da Saúde para o custeio de atividades de enfrentamento à pandemia. Já os cerca de R$ 3,8 bilhões restantes —que foram previstos para reparar os danos causados aos fundos de pensão Petros (dos funcionários da Petrobras) e Funcef (do pessoal Caixa)— passariam a ser usados para amortizar as contribuições extraordinárias que hoje são impostas aos aposentados das duas entidades. A força-tarefa Greenfield, grupo de procuradores da República responsável pela leniência, ressalta, com relação à medida, que os idosos são exatamente as pessoas mais afetadas pela crise, o que torna ainda mais insuportável os atuais descontos em seus contracheques. Por se tratar de um acordo, a J&F, os fundos, a Caixa e o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) têm de concordar com a antecipação. Por isso, o MPF requer que sejam intimados a se manifestar sobre a proposta em 72 horas. O acordo da Greenfield foi firmado com a J&F em 2017 por conta dos danos à administração pública e aos fundos de pensão decorrentes de crimes praticados pelos executivos do grupo —originalmente, o valor acertado era de R$ 10,3 bilhões, mas ele vem sendo corrigido. No âmbito criminal, eles firmaram acordo de delação premiada e confessaram ilícitos. Nos termos originalmente pactuados, o pagamento tem de ser feito em parcelas, até 2041. Por ora, foram pagas cinco prestações de R$ 50 milhões cada. Os R$ 11,4 bilhões são o saldo remanescente, descontado o que já foi desembolsado. Para a Greenfield, o adiantamento das prestações mostra-se “adequado diante da completa alteração do cenário antes existente quando o acordo de leniência foi assinado”. Os procuradores sustentam que a J&F tem condições de levantar quantia até maior que os R$ 11,4 bilhões para antecipação. “Esse valor se encontra hoje depositado em conta de garantia vinculada ao processo de arbitragem em curso entre a J&F e CA Investiment (Brazil) S.A., que trata da alienação de participação e controle acionário da Eldorado S.A”, afirmam. Os investigadores ressaltam ainda que “o grupo de empresas da holding J&F apresenta alta capacidade financeira, podendo obter rapidamente recursos no mercado financeiro e nos caixas de suas empresas para o cumprimento de seus deveres contratuais e cívicos”. Segundo os procuradores da República Anselmo Henrique Lopes, Cláudio Drewes, Leandro Musa e Sara Moreira, autores da petição, deve-se levar em conta a questão humanitária. “Se aderir à proposta, a J&F estará agindo em solidariedade para com o Brasil, que passa pela maior crise de saúde pública de toda sua história”, dizem. Procurada neste sábado (21), a J&F ainda não se pronunciou. Como noticiou a Folha nesta sexta (20), movimento semelhante está sendo preparado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele pretende destinar recursos de multas pagas por meio de acordos de delação premiada para o ministério. O objetivo também é que o dinheiro seja prioritariamente gasto com o enfrentamento ao novo coronavírus. Segundo pessoas que participam de tratativas da PGR (Procuradoria-Geral da República) com colaboradores, a previsão de carimbar esses valores deve valer para a repactuação do acordo de executivos da JBS, em fase final de discussão, e para outras negociações em curso, cujo desfecho está próximo. Uma das colaborarações em estágio avançado é a do empresário Eike Batista. No caso da JBS, Aras propôs o pagamento de R$ 2 bilhões por conta dos crimes cometidos pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, além do ex-diretor de Relações Institucionais do grupo empresarial, Ricardo Saud. Esse montante não se confunde com o pactuado na leniência. A ideia é que, do total, R$ 500 milhões sejam pagos à vista e componham um fundo da Saúde para ser prioritariamente gastos em ações contra a pandemia. O restante, segundo os termos propostos, terá de ser dividido em dez parcelas mensais de R$ 150 milhões. Essa fatia dos recursos também seria prioritariamente carreada à saúde —podendo, no entanto, ser investida em outras áreas, caso não haja mais necessidade no futuro. A assinatura da reepactuação estava prevista para esta sexta (20), mas emperrou porque a defesa dos irmãos Batista questionou a cifra de R$ 2 bilhões, apresentando uma contraproposta de R$ 200 milhões. Segundo pessoas com acesso às discussões, a expectativa, no entanto, é de que os dois lados cheguem a um denominador comum até junho, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decide se homologa a rescisão do acordo original dos executivos da JBS.? N.daR.: É muito pouco que está sendo retornado aosa cofres da Petros. Há muito mais a ser apurado e resgatado. MPs quase que inertes no cos casos Peros. Resposáveis pelos desmandos e corrupçãpestão todos soltos. Aposentados são descontados em até 40% para cobrir os prejuízos. * Fonte primária: Terra Fontes: O Globo - Brasil Governo diz ao Supremo apoiar repasse de R$ 1,6 bi do fundo da Petrobras para coronavírus - O aval foi dado pela Advocacia-Geral da União (AGU) neste sábado Publicado: O Globo | On Line 21/03/2020 - 13:58 / Atualizado em 21/03/2020 - 16:08 por Thais Arbex BRASÍLIA - O governo informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) concordar com a proposta de destinar recursos recuperados da Petrobras, a partir da Operação Lava Jato, para ações de combate ao novo coronavírus. O aval foi dado pela Advocacia-Geral da União (AGU) neste sábado. “Ante o exposto, tendo em vista a grave situação de saúde pública e a essencialidade da destinação de recursos para o custeio de medidas de enfrentamento da pandemia na proteção da coletividade, a Advocacia-Geral da União manifesta sua concordância com a proposta formulada”, diz o despacho assinado pelo ministro chefe da AGU, André Mendonça, pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello do Amaral Júnior, e também pela secretária-geral de Contencioso da AGU, Izabel Vinchon Nogueira de Andrade. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na quinta-feira, e sugere que R$ 1,6 bilhão seja investido exclusivamente em ações para conter a doença no país. A proposta do Ministério Público Federal é que a verba, que seria destinada a ações do Ministério da Educação, passe a ser administrada pelo Ministério da Saúde. Nesta sexta-feira, a Câmara e o Senado já haviam informado ao Supremo concordar com o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Em ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da proposta na corte, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que “o enfrentamento da situação inédita de calamidade pública que assola o país e o mundo certamente exige medidas de urgência e união de esforços, daí exsurgindo a relevância da realocação de recursos com a qual ora se anui". À frente dos trabalhos no Senado, por conta do isolamento do presidente Davi-Alcolumbre (DEM-AP), o vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia (PSD-MG), também deu aval ao pedido de Aras. Relator da proposta no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes decidiu que a PGR teria de ter o aval das instituições que participaram do acordo --Câmara, Senado e Advocacia-Geral da União -- para pedir o repasse dos valores. De acordo com ele, a negociação se fez necessária porque o acordo já foi validado e transitou em julgado, sem mais chance de recursos. “O trânsito em julgado da decisão homologatória impede a adoção de medidas, por parte dessa relatoria, em desacordo com o teor do acordo sobre destinação de valores”, afirmou. “A análise dos pedidos realizados, entretanto, depende de prévio requerimento conjunto de todos os signatários do acordo”, completou. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - mercado Petrobras saca R$ 40 bi com bancos para enfrentar crise do coronavírus - Empresa anunciou também adiamento do processo de venda de suas refinarias Publicado: Terra - On Line 20.mar.2020 às 11h52 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - Diante da crise provocada pela pandemia de coronavírus, a Petrobras decidiu sacar US$ 8 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) de linhas de crédito contratadas nos últimos anos. A companhia anunciou também o adiamento do processo de venda das refinaria A estatal sofre com a queda abrupta das cotações do petróleo provocada pelas medidas de isolamento social adotadas em diversos países. Na quarta (18), a cotação do Brent, negociada em Londres, atingiu o menor nível desde 2003. Para enfrentar a crise, a companhia anunciou nesta sexta (20) que recorrerá a recursos de linhas de crédito compromissadas, tipo de contrato que lhe garante saques de empréstimo quando for necessário. Nos últimos anos, a estatal fechou uma série desses contratos em uma estratégia para reduzir o volume de dinheiro que mantinha em caixa. As linhas de crédito compromissado funcionariam como uma espécie de colchão pata necessidades. "O desembolso é consistente com a estratégia de reforçar a liquidez da companhia, a fim de se resguardar dentro do contexto atual da crise, em função da pandemia de coronavírus e do choque de preços do petróleo", disse, em nota, a empresa. Na nota, a companhia diz que está avaliando outras medidas para reforçar o fluxo de caixa, como a redução adicional de custos e otimizações do capital de giro. Em 2019, compromissos com o pagamento de bônus de assinatura de áreas do pré-sal contribuíram para reduzir em 44,7% o caixa da estatal. Ao fim do ano, a Petrobras tinha R$ 29,7 bilhões em seu caixa. No balanço, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, afirmou que as linhas de crédito compromissadas, no valor total de US$ 9 bilhões levaram a empresa a diminuir a meta de caixa mínimo para US$ 5,5 bilhões. A Petrobras vem dizendo que consegue sobreviver por um ano com os preços no patamar atual, mas analistas já preveem impactos da crise no processo de venda de ativos e esperam alterações na projeção de investimentos da empresa. Nesta sexta, a estatal informou também que vai adiar o prazo para entrega de propostas para suas refinarias, a principal frente do programa de desinvestimentos da companhia no momento. A decisão, diz empresa, ocorre em "em função das medidas de prevenção ao coronavírus", que dificulta visitas de potenciais compradores às unidades. São oito unidades à venda, em processos anunciados em junho de 2019. A meta da estatal era manter apenas as unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, transferindo ao setor privado três refinarias no Sul, três no Nordeste, uma no Amazonas e uma em Minas Gerais. O mercado já esperava algum atraso no processo de venda de ativos após o recrudescimento da crise global, que derrubou os preços do petróleo e traz incertezas sobre o valor futuro de ativos do setor. Na nota distribuída nesta sexta (20), a companhia diz que reforça seu engajamento com o projeto de venda das refinarias e de suas respectivas estruturas logísticas, conforme previso em seu plano de negócios. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - BR Político Petroleiros ameaçam fazer ‘greve sanitária’ Publicado: BR Político - On Line 20.03.2020 | 11h43 Por Equipe BR Político A Federação Única dos Petroleiros pede em carta ao comando da Petrobrás que a estatal empregue medidas profiláticas contra a pandemia do coronavírus para proteção dos funcionários no prazo de 72 horas. Caso a Petrobrás não implemente as demandas, a FUP avisa que vai entrar em “greve sanitária”. A lista inclui uso de máscaras e luvas, trabalho à distância para o setor administrativo, privilegiando aqueles com mais de 60 anos, parada de produção até 5 de abril, obedecendo exceções, fim de aglomerações, higienização obrigatória de empregados próprios e terceirizados, e participação de funcionários da estatal no comitê de crise. “Após esse prazo (72 horas) será deflagrada uma GREVE SANITÁRIA NACIONAL, com parada de produção, a referendo de assembleias”, afirma a entidade em nota. N.daR.: A FUP sempre fazendo demagogia. Enquanto a corrupção imperava na PETROS nada fez. Muito pelo contrário, apoiava seus dirigentes. O mesmo aconteceu na Petrobras. * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Economia & Negócios Em função do coronavírus, empresas pedem MP para flexibilizar prazo de assembleias - Associações relacionadas ao Mercado de Capitais encaminharam pedido à CVM com medidas de flexibilização para prazos de demonstrações financeiras e realização de assembleias Publicado: Estado de São Paulo - On Line 20 de março de 2020 | 10h56 Por Mariana Durão e Luísa Laval RIO E SÃO PAULO - A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) vai pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Ministério da Economia que facilitem o adiamento das assembleias-gerais ordinárias (AGOs) da temporada 2020, diante da expansão da covid-19 pelo Brasil. Como o prazo está definido em lei, o entendimento é que a mudança terá que ser feita por meio de Medida Provisória (MP). A Lei das S.A. prevê que as reuniões presenciais de acionistas ocorram nos quatro primeiros meses após o fim do exercício social, em geral até 30 de abril. A recomendação de isolamento, entretanto, criou um impasse para as empresas. "Nossa visão é que deve haver a facilitação do adiamento da realização das assembleias", disse ao Broadcast o presidente executivo da Abrasca, Eduardo Lucano. "Entendemos que a solução sólida para a safra de assembleias de 2020 é a edição de uma MP que permita a prorrogação de prazos", completa. O Broadcast apurou que o tema já está sendo estudado pelo governo. A CVM também está analisando o assunto internamente, mas não tem competência para alterar a lei. Nas últimas duas semanas a autarquia já publicou alguns ofícios com orientações aos participantes do mercado em relação a impactos da pandemia, como por exemplo no que tange à realização e prorrogação de prazos para ofertas públicas de valores mobiliários. Em relação às assembleias, entretanto, informou que ainda não pode dar informações adicionais. Representando companhias que detém 85% do valor de mercado da B3, com nomes como Vale, Petrobras, Ambev e BRF, a Abrasca discutiu a questão nesta quinta-feira em uma reunião com suas comissões técnicas de mercado de capitais e jurídica. Em tempos de coronavírus, o debate realizado por videoconferência teve mais de 200 inscritos, entre advogados e executivos das áreas de Relações com Investidores, um recorde de participação. De acordo com Lucano, a MP poderia estabelecer que esse tipo de adiamento ou extensão de prazo valha apenas em circunstâncias extraordinárias, como quando houver estado de emergência decretado. A sugestão é que isso seja feito junto com a facilitação da participação remota de acionistas, seja via pedido público de procuração, carta ou boletim de voto à distância. Os procuradores poderiam participar das reuniões em salas distintas e via aplicativos como o Skype. "O que não dá é para administrar uma assembleia aberta, que vai aglomerar pessoas. A companhia não pode impedir o acionista de entrar na reunião", pondera Lucano. Ao mesmo tempo, a Abrasca não vê com bons olhos a adoção abrupta do modelo de participação virtual, por considerar que isso pode dificultar o controle dos participantes e trazer insegurança jurídica. Para Lucano, a assembleia foi criada essencialmente para ser presencial, com a apresentação de propostas e seu debate. Algumas empresas como a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e a Lojas Renner já anunciaram mudanças em suas assembleias frente a orientação das autoridades de isolamento por conta da pandemia. Na quarta-feira, 18, a varejista informou em fato relevante uma série de medidas tomadas para minimizar o contágio por coronavírus e informou que, para uma melhor análise da situação, estaria cancelando a assembleia geral ordinária e extraordinária, convocada para o dia 16 de abril. Já a Cesp comunicou o mercado que em decorrência do avanço das contaminações pelo novo coronavírus e em linha com as orientações oficiais visando à contenção da pandemia, recomenda a utilização da alternativa de voto à distância referente às matérias da assembleia agendada para 30 de março de 2020. O advogado e ex-diretor da CVM, Pablo Renteria, diz que embora não possa alterar prazos a autarquia deveria orientar as companhias a comunicarem o mais cedo possível sua decisão sobre as assembleias e sinalizar que pode "perdoar" eventuais atrasos. "Acho que a CVM deveria dar um conforto no sentido de que entende que as companhias não estão em condições de realizar assembleias e que não necessariamente haverá uma responsabilização se não cumprirem o prazo legal", afirma o sócio do Renteria Advogados. No dia 13 de março a Securities and Exchange Comission (SEC), a CVM norte-americana, divulgou um comunicado orientando acionistas, companhias e o mercado em geral sobre a realização de assembleias em meio à pandemia. O órgão regulador afirma que a disseminação do Covid-19 afetou a capacidade das empresas de realizar as reuniões de acionistas pessoalmente devido a problemas de saúde, transporte e logísticos. À luz dessas dificuldades, a SEC dá flexibilidade regulatória para as companhias que desejem alterar a data e o local das reuniões e usar novas tecnologias, como reuniões virtuais, sem incorrer no custo de envio adicional de materiais de procuração. Também incentiva as empresas a fornecer aos acionistas meios alternativos para apresentar propostas nas reuniões anuais, inclusive por telefone. Pedido à CVM Paralelamente, associações relacionadas ao Mercado de Capitais já encaminharam um pedido à CVM com medidas que podem auxiliar empresas na gestão da crise do coronavírus. Elas pedem a extensão de prazo para entrega das demonstrações financeiras, autorização para uso de mecanismos alternativos para a realização das assembleias e flexibilização de prazos de realização das assembleias. O documento foi assinado pela Associação de Investidores no Mercado de Capitais (AMEC), pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC NACIONAL), pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI). O ofício foi entregue na tarde desta quinta-feira, 19. Para o presidente da AMEC, Fábio Coelho, o momento em que a pandemia atingiu o Brasil é de muita movimentação nas empresas e pede medidas excepcionais. “O mês de abril é um período sensível para a realização de assembleias e finalização das demonstrações financeiras. Fizemos esses pedidos para que as empresas possam concluir esses processos com relativa qualidade e não impactar na qualidade da informação que será apresentada ao mercado”, afirma. Como exemplo, o executivo alerta para possíveis dificuldades no trabalho das auditorias independentes: “Nem todos os processos de auditoria podem ser feitos remotamente. Essa crise pode impactar na qualidade do trabalho e, consequentemente, nos demonstrativos financeiros”. As associações esperam que a CVM flexibilize os prazos e formas de realização das assembleias para amenizar os impactos da pandemia do coronavírus. Dessa forma, acreditam que as empresas poderão se preparar melhor para as prestações de contas previstas pela CVM. Em nota, a CVM confirmou o recebimento do pedido das associações e que "está analisando os pontos ali indicados". N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Internacional 'Choque' do vírus faz prever perspectiva sombria para setor petrolífero - Produtores de petróleo nos Estados Unidos e em outras nações se preparam para obter receitas mais baixas, investimentos reduzidos e perda de empregos Publicado: Estado de São Paulo - On Line 21 de março de 2020 | 06h00 Por Clifford Krauss, The New York Times - Tradução: Anna Capovilla HOUSTON, TEXAS – O repentino tumulto gerado nos mercados de petróleo poderá deixar vítimas no mundo inteiro, desde as empresas de energia e seus trabalhadores, aos governos cujos orçamentos estão atrelados ao preço do petróleo bruto. E talvez sejam necessários meses para que seja possível avaliar as suas consequências. Entretanto, o impacto na economia deverá ser considerável, particularmente para os países em que o petróleo domina o mercado de trabalho. Com a epidemia do coronavírus reduzindo os intercâmbios, prejudicando os transportes e outras atividades econômicas, a demanda provavelmente se manterá fraca. Ainda que Rússia e Arábia Saudita resolvam as suas diferenças – o que levou os sauditas a reduzir de maneira drástica os preços depois que a Rússia se recusou a acompanhar os seus cortes da produção – o excesso global de energia manteve os preços baixos durante anos. Muita empresas petrolíferas menores nos EUA poderão falir se a pressão dos preços continuar por mais algumas semanas, enquanto as maiores terão dificuldades para manter os pagamentos dos dividendos. A queda dos preços se refletirá de maneira diferente em cada país. China e Índia, grandes importadoras de petróleo, deverão ganhar com isso. Mas não a Venezuela, aliada da Rússia que depende das suas instáveis exportações de petróleo. O Irã, já pressionado pelo recrudescimento das sanções americanas, também será afetado pela queda dos preços, aumentando o descontentamento crescente. A Arábia Saudita poderá ser igualmente atingida, embora tenha precipitado a crise. As finanças e os programas sociais do governo saudita baseiam-se nas vendas de petróleo, que também têm como finalidade diversificar a economia. “Trata-se do entrechoque de petróleo, geopolítica e o vírus que acarretou o colapso dos mercados”, afirmou Daniel Yergin, autor de The Prize: The Epic Quest for Oil, Money and Power. “ O declínio da demanda de petróleo se espalhará por todo o globo à medida que o vírus avançar”. Arábia Saudita e Rússia têm razões para aceitar o compromisso, mas ambas têm condições de absorver os prejuízos por alguns meses. A Arábia Saudita tem os menores custos de produção em comparação a qualquer outro país produtor, de maneira que pode operar lucrativamente a preços baixos. A Rússia dispõe de reservas financeiras suficientes e pode desvalorizar a sua moeda para manter o fluxo de dinheiro em toda a economia. O que deixa mais vulneráveis os produtores que operam com os custos mais elevados. As mais ameaçadas são as pequenas empresas privadas, com grande volume de dívidas, investidores impacientes e poços menos produtivos. Mas as empresas de porte médio também correm perigo, inclusive a Chesapeake Energy, segundo o Morgan Stanley. A Chesapeake, uma importante companhia de petróleo e gás de Oklahoma, tem dívidas por US$ 9 bilhões de dívidas e dispõe de pouco dinheiro vivo por causa dos baixos preços das commodities. Em uma nota recente aos investidores, o Goldman Sachs afirmou que as grandes companhias como Chevron e ConocoPhillips, estarão preparadas para suportar o choque, mas que Exxon Mobil poderá ser obrigada a cortar os gastos em prospecção e nova produção, que recentemente se concentraram no Texas, Novo México e ao largo da costa da Guiana. A Halliburton e outras empresas de serviços – as que estão encarregadas da perfuração de polos e do faturamento hidráulico que explode as rochas de xisto – estão expostas porque exploradoras e produtoras frequentemente cortam em primeiro lugar os seus serviços nos períodos de crise. As refinarias poderão beneficiar-se com o aumento da oferta de óleo barato, segundo o Goldman Sachs. Os executivos do setor petrolífero dos EUA observaram que muitas companhias reduziram os seus riscos nos últimos seis meses lançando mão de contratos de vendas a US$ 50 o barril, ou mais. Entretanto, acrescentaram, as demissões serão inevitáveis, como ocorreu quando os preços do petróleo despencaram, no final de 2014 e 2015, e mais de 170 mil trabalhadores perderam seus empregos. No entanto, os analistas observam que, mesmo um acentuado declínio da abertura de novos poços, não reduzirá a produção americana por mais de alguns milhões de barris diários, quando muito nos próximos dois anos. Scott D. Sheffield, diretor executivo da Pioneer Natal Resources, uma das maiores companhias petrolíferas do Texas, previu que Rússia e Arábia Saudita serão mais afetadas do que as produtoras de petróleo americanas. “Nós ajustaremos o nosso capital e a mão de obra para preservar os balanços”, ele disse. “Muitas companhias falirão, mas novos acionistas serão os donos das áreas onde ocorrerá a perfuração”. O setor enfrentou diversas vezes acentuados declínios dos preços nas últimas décadas. As grandes companhias investiram durante estes ciclos principalmente com projetos de longo prazo como perfurações em águas profundas. Mas alguns analistas afirmam que, desta vez, talvez o setor não esteja bem preparado. As crescentes preocupações com a mudança climática e a relutância cada vez maior dos investidores em despejar dinheiro em um setor que, nos últimos anos, teve dificuldade para obter lucros prejudicaram a indústria antes mesmo do ataque do vírus. “Em muitos aspectos, desta vez será diferente, mas não em termos positivos”, afirmou David L. Goldwyn, o mais alto diplomata da área de energia do Departamento de Estado no primeiro governo Obama. “Os baixos preços do petróleo não resultarão necessariamente em um aumento da demanda por causa do firme compromisso de muitos países a reduzir a emissões do gases do efeito estufa”. A tendência incerta do coronavírus sugere que a recuperação da demanda será lenta”. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: O Globo - Economia Petrobras suspende venda de oito refinarias por conta de pandemia de coronavírus - Estatal também solicitou aos bancos o desembolso de suas linhas de crédito compromissadas, em torno de US$ 8 bi Publicado: O Globo | On Line 20/03/2020 - 11:23 / Atualizado em 20/03/2020 - 11:28 por Ramona Ordoñez RIO — A Petrobras anunciou na manhã desta sexta-feira que vai suspender temporariamente o processo de venda de suas oito refinarias. Segundo nota divulgada pela estatal, a decisão de postergar o recebimento das chamadas ofertas vinculantes para as refinarias e os respectivos ativos logísticos é uma das medidas adotadas em meio à prevenção contra o coronavírus. Assim, estão suspensos os processos de venda das refinarias Abreu e Lima (RNEST) em Pernambuco, Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) no Paraná, Alberto Pasqualini (REFAP) no Rio Grande do Sul, Refinaria Gabriel Passos (REGAP) em Minas Gerais, Refinaria Isaac Sabbá (REMAN) no Amazonas, Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR) no Ceará. A entregas das propostas vinculantes para as refinarias estava prevista para abril e maio próximos. Para reforçar o caixa neste momento crítico, a estatal solicitou a bancos o desembolso de suas linhas de crédito compromissadas (Revolving Credit Lines), no valor de aproximadamente US$ 8 bilhões. ”O desembolso é consistente com a estratégia de reforçar a liquidez da companhia, a fim de se resguardar dentro do contexto atual de crise, em função da pandemia do Covid-19 (coronavírus) e do choque de preços do petróleo”, explicou a Petrobras. A Petrobras destacou, contudo, que reforça seu engajamento no projeto de venda dos ativos de refino e seus ativos logísticos, em que pese o adiamento atual. N.daR.: Apesar de toda a imensa crise, a administração da Petrobras tem fixação em concretizar a venda de ativos. Enquanto isso, Castello Branco, seu presidente, se isola no seu sítio em Nogueira, Petrópolis, RJ. * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Política Aras pede que R$ 1,6 bi de acordo da Lava Jato seja destinado ao combate ao coronavírus Publicado: Terra - On Line 19 de março de 2020 | 19h41 Por Rafael Moraes Moura / Brasília e Luiz Vassallo / São Paulo O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal que acordo bilionário da Petrobrás com a Operação Lava Jato em razão de indenizações nos Estados Unidos seja utilizado no combate ao coronavírus. Segundo ele, o valor R$ 1,6 bilhão de um fundo de R$ 2,6 bilhões ainda não foi aplicado na Educação- uma das áreas para a qual a Corte direcionou o dinheiro -, áreas para as quais o STF havia decidido remeter a verba. Portanto, o PGR requer a realocação da verba para a Saúde, com o fim de conter a pandemia. Os R$ 2,5 bilhões correspondem a 80% das penalidades definidas no acordo celebrado pela Petrobrás com autoridades dos Estados Unidos, divulgado em setembro de 2018. Pelo acordo com a força-tarefa, esse montante foi pago no Brasil, para ser revertido à própria estatal. A pedido da Procuradoria, a Justiça chegou a homologar o termo, que estipulou que metade da cifra fosse destinada a ‘um fundo patrimonial (endowment), cuja gestão será feita por uma fundação independente, ainda em fase de criação’. Após críticas e até mesmo uma ação da ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra a destinação da verba ao fundo, a própria Lava Jato desistiu do acordo. O ministro Alexandre de Moraes também chegou a suspender e, em seguida, redirecionar a verba para a Educação (R$ 1,6 bilhão) e para a preservação da Amazônia (R$ 1 bilhão). Aras afirmou ao ministro Alexandre de Moraes que ‘há algumas semanas, o mundo passou a enfrentar uma pandemia causada pelo vírus COVID-19, a qual também vem atingindo o Brasil e tem criado uma situação de alarme e preocupação quanto à saúde pública sem precedentes na história recente do país’. “Esse cenário, portanto, exige que ações emergenciais e extraordinárias sejam adotadas com o fim não apenas de conter a propagação e contágio do vírus, mas também de cuidar dos doentes e públicos prioritários”, anotou. “Diante disso, e considerando que os pagamentos da parte dos valores que, segundo o acordo supra mencionado, seria destinado às ações de incentivo à educação ainda não foram executados, e tendo em conta que se trata de recursos extraorçamentários – os quais, por natureza, permitem realocação -, a PGR requer que tal montante seja destinado à União, gerido pelo Ministério da Saúde e aplicado exclusivamente no custeio de ações voltadas ao combate ao vírus COVTD-1 9 (contenção e mitigação)”, requer. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Folha de São Paulo - Mercado Petrobrás reduz valor de gás de cozinha na refinaria em 5% - Preços do óleo diesel e da gasolina também foram reduzidos em 7,5% e 12% Publicado: Terra - On Line 19 de março de 2020 | 10h30 Por André Vieira e Denise Luna SÃO PAULO E RIO - A Petrobrás informou em comunicado que o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) cairá 5% na refinaria a partir desta quinta-feira, 19. A estatal também confirmou a redução nos preços do óleo diesel e da gasolina em 7,5% e 12%. No acumulado do ano, a queda dos derivados de petróleo - GLP, diesel e gasolina - é de 7,9%, 29,1% e 30,1%, respectivamente. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), segundo reportagem do Broadcast da última terça, 17, o GLP estava quase 50% acima da paridade internacional. A tonelada do GLP era vendida por cerca de R$ 2.250,00 e custa para importação R$ 1.542,31, um sobrepreço de 45,9%. A referência usada pela agência é a do Porto de Suape, em Pernambuco, na semana de 10 a 14 de fevereiro. No caso do botijão de 13 quilos (gás de cozinha), o preço praticado pelo produtor ou importador é de R$ 29,25, contra R$ 20,05 pela paridade internacional, também uma diferença de 45,9%. Desse total, 40% se refere à realização da Petrobrás, 19% impostos e 41% distribuição e revenda. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: O Globo - Economia Petrobras reforça medidas para proteger trabalhadores em plataformas do coronavírus - Nova escala inclui sete dias de quarentena em hotel antes de embarques Publicado: O Globo | On Line 19/03/2020 - 19:05 / Atualizado em 19/03/2020 - 19:13 por Ramona Ordoñez RIO — Com o objetivo de aumentar a segurança dos trabalhadores na prevenção contra o coronavírus, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira mudanças nas operações para funcionários embarcados. O efetivo de funcionários nas plataformas foi reduzido para o mínimo possível, e o período de descanso foi reduzido, para acrescentar sete dias de quarentena antes do embarque. Com as alterações, a escala será de 21 dias de trabalho, sendo sete dias em quarentena em hotel bancado pela companhia, por 14 de descanso. Antes, a escala era de 14 dias de trabalho por 21 de descanso. Em nota, a Petrobras informa que as mudanças nos turnos não implicarão em alterações nos salários. Segundo a empresa, todos receberão o salário normal, inclusive os que não forem convocados para embarque. E os que tiverem extensão na escala por causa do período de isolamento receberão horas extras. Com essas medidas, a Petrobras pretende reduzir a circulação de pessoas nas plataformas e as trocas de turno, reduzindo o risco de contaminação. A empresa informou que está em contato com os sindicatos e as autoridades governamentais, além de avaliar diariamente a adoção de novas medidas. Nos aeroportos para o embarque dos trabalhadores para as plataformas, as medidas de triagem foram intensificadas, com a medição da temperatura de todos os trabalhadores e reforço nas orientações de saúde. Caso algum trabalhador a bordo apresente algum sintoma suspeito, ele será imediatamente desembarcado e todos que tiveram contato terão acompanhamento médico. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Mercado Com coronavírus, petróleo cai ao menor patamar em 17 anos - Para analistas, cenário deve levar petroleiras a reduzir planos de investimentos Publicado: Terra - On Line 18.mar.2020 às 21h51 Atualizado: 18.mar.2020 às 22h18 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - O preço do petróleo fechou atingiu nesta quarta (18) o menor nível desde o início dos anos 2000, diante do aumento das medidas de isolamento da população para enfrentar a pandemia de coronavírus em todo o mundo, que tem impacto na demanda de combustíveis. Para especialistas ouvidos pela Folha, a manutenção do cenário por um longo período pode forçar petroleiras a rever planos de investimentos. Eles ressaltam, porém, que ainda é cedo para fazer projeções, já que é difícil estimar a duração dos efeitos da pandemia. Referência mundial de preços, o petróleo do tipo Brent fechou em queda de 13,4%, a US$ 24,88 (R$ 129) por barril. É o menor valor desde 2003. O petróleo WTI, negociado em Nova York, caiu 24,4%, para US$ 20,37 (R$ 106) por barril, a menor em 18 anos. Com queda acumulada de 56%, a cotação americana acumula a pior sequência de dez dias desde o início das negociações do contrato, em 1983. O cenário de preços, que já vinha sofrendo com uma disputa entre Arábia Saudita e Rússia sobre cortes de produção, se agravou nos últimos dias, com a imposição de restrições para reduzir a contaminação pela Covid-19, como a suspensão de voos, a interrupção de negócios e o fechamento de escolas e ?áreas públicas. Para o banco UBS, a demanda por petróleo no segundo trimestre de 2020 vai ser reduzida em 3,2 milhões de barris por dia - o equivalente ao recorde de produção atingido pelo Brasil em janeiro. "Ontem vimos o [presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump dizendo que poderia restringir o tráfego aéreo dentro dos EUA, já temos uma série de países com restrições de voos", diz o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman. "No cenário micro, o próprio fato de não ter aulas e de boa parte dos trabalhadores estarem em home office, tudo isso também mexe com a demanda de derivados de petróleo", completa ele, lembrando que a disputa entre os exportadores se mantém, colocando mais pressão no mercado. O recuo das cotações do petróleo tem efeitos no preço dos combustíveis —a Petrobras já cortou sete vezes o valor de venda da gasolina e do diesel em suas refinarias— mas também impacta negativamente as finanças de governos e as finanças das petroleiras. Na semana passada, o secretário de Fazenda do Rio, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho, classificou como hecatombe a disputa que, naquele momento, levou o petróleo para abaixo dos US$ 35 (R$ 182) por barril. Na sexta (13), o governo do estado bloqueou R$ 3 bilhões do orçamento para enfrentar a crise. A situação pega o estado dependente do regime de recuperação fiscal, o programa de socorro da União, e com perspectiva de fortes impactos tanto na arrecadação quanto nos gastos durante a pandemia da Covid-19. Especialistas evitam fazer projeções sobre a duração do choque de preços e seus impactos na economia. "A gente não sabe qual é a dimensão e como vamos bater o pico do coronavírus", diz Godofredo Mendes Vianna, sócio da Kincaid Mendes Vianna. "A Rússia diz que aguenta preços abaixo dos US$ 30 por dez anos. mas do jeito que está, não é benéfico para ninguém", completa Arbetman. "Não é natural que a gente veja um prolongamento tão forte dessa tendência de baixa." A Petrobras diz que suas operações são resistentes a cotações baixas, "mesmo que permaneçam, na média, no atual patamar durante um ano". A companhia ressaltou, porém, que considera prematuro avaliar o cenário atual, "uma vez que ainda não estão claras a intensidade e a persistência do choque de preços". Para analistas, porém, a empresa deve ter dificuldade para vender ativos e deve reduzir a projeção de investimentos. "Apesar de contínuas melhoras apresentadas nos custos de produção, o novo cenário de preços deve reduzir significativamente os retornos", dizem Gabriel Carvalho e Luiz Barra, do banco UBS. Diante do acirramento da crise, o banco reduziu sua projeção de preços do petróleo no segundo trimestre de US$ 50 para US$ 35 por barril. ? Para Albertman, a empresa tende a concentrar ainda mais seus esforços no pré-sal, como já vinha fazendo nos últimos anos. "Sem dúvida com essa nova dinâmica, com essa nova conjuntura, creio eu que esse movimento será intensificado", avalia. N.daR.: * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Economia Bolsonaro perde a âncora da economia - Num momento em que o País precisa de confiança e de liderança, o capitão do barco ignora a tempestade Publicado: Estadão | On Line 18 de março de 2020 | 19h33 Atualizado 18 de março de 2020 | 21h13 Por Celso Ming O presidente Bolsonaro está desesperado porque contava com a aprovação de seu governo a partir do sucesso da economia, que ele julgava favas contadas. Imaginava que poderia ostentar neste ano crescimento do PIB de pelo menos 2,0% e, assim, arrancar legitimação para si próprio e para os candidatos que apoiará nas eleições de outubro. Mas o presidente já não pode contar com a âncora econômica. Quem projeta crescimento zero para este ano pode estar sendo otimista demais. Mais provável é que o País mergulhe na recessão. De que amplitude será essa queda é coisa sujeita a todo tipo de aposta. Se os shoppings começam a fechar, se o comércio não essencial vai cerrar as portas e se as vendas no varejo de produtos essenciais serão racionadas, como já decidiram o Pão de Açúcar e o Carrefour, como ficará o comércio, o setor de serviços e o resto? Parece inevitável algum socorro às companhias aéreas e à rede de hotelaria. Nesta quarta-feira, o Banco Central derrubou os juros básicos (Selic) em mais meio ponto porcentual, para os 3,75% ao ano. Não será decisão que expandirá o consumo. Sua função real será proporcionar espaço financeiro para alívio dos endividados, especialmente para as empresas que poderão, assim, renegociar seus passivos em melhores bases. Fica a dúvida se um corte maior dos juros faria diferença. Também é decisão que tem lá certo impacto fiscal, na medida em que poderá derrubar as despesas com juros do passivo do Tesouro em alguma coisa próxima dos R$ 8,5 bilhões por ano, nos “cálculos conservadores” do economista Fabio Klein, da Tendências Consultoria. Como, no entanto, as despesas com os juros da dívida federal não sangram o caixa, porque são incorporadas à dívida, não haverá por isso alívio imediato nas finanças públicas. Mais importante do que esse tombo dos juros para patamares inéditos seria a decisão de irrigar a economia com liquidez, como estão fazendo todos os bancos centrais das maiores economias do mundo, providência ainda não tomada. Nessa calamidade pública, talvez seja a hora de colocar em prática a recomendação do economista Milton Friedman: “despejar dinheiro de helicóptero”, como fizeram os grandes bancos centrais durante a crise financeira do subprime, em 2008. Os compromissos financeiros atingem a todos num ambiente de queda abrupta de faturamento e de renda. Estamos numa economia de guerra, cuja prioridade é conter a pandemia. Os inevitáveis efeitos colaterais ficam para serem contra-atacados quando der. A principal questão política está em aberto. Se Bolsonaro não pode mais contar com a economia, como tentará garantir apoio para seguir adiante? Também não pode sair vitorioso contra o vírus, porque desdenhou da pandemia e nega compulsivamente os fatos. Num momento em que o País precisa de confiança e de liderança, o capitão do barco ignora a tempestade. Agora vai levando panelaços, fator decisivo na queda da presidente Dilma. O gráfico mostra a derrubada das cotações do petróleo apenas em março. Nesta quinta-feira, o tipo Brent, que serve de parâmetro para os preços do petróleo brasileiro, chegou à mínima de US$ 24,52 por barril, mas fechou a US$ 26,79. Não dá para saber qual o fundo desse poço. A economia mundial está parando e o consumo de energia, também. A Petrobrás já reduziu em 30,1% os preços da gasolina e em 29,1% os do diesel, cobrados na refinaria. Esses novos patamares não chegaram aos postos. N.daR.: * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Petrobras reduz gasolina em 12% e diesel em 7,5% a partir de quinta - Decisão da estatal vem na esteira da queda de mais de 50% no preço do barril de petróleo somente neste ano Publicado: O Globo | On Line 18/03/2020 - 13:05 / Atualizado em 18/03/2020 - 19:06 por Gabriel Martins RIO — Diante das fortes quedas no preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras comunicou que vai reduzir em 12% o preço da gasolina e em 7,5% o óleo diesel em suas refinarias a partir desta quinta-feira, dia 19. Somente neste ano, o preço do barril de petróleo tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres, acumula desvalorização de 56,4%. No início de 2020, o barril era vendido a US$ 66. No fechamento dos negócios da última terça-feira, estava em US$ 28,73. Na semana passada, a estatal já tinha anunciado um corte nos preços. Na última quinta, dia 12, o corte foi de 9,5% na gasolina e 6,5% no disel. A queda acentuada nos preços está ligada à pandemia do novo coronavírus. Uma vez que muitos países estão em quarentena generalizada (Espanha e França, por exemplo) e o surto começou na China, uma das economias que mais demanda commodities, a demanda por petróleo fica mais restritra. — A Petrobras repassou mais uma queda nos preços devido ao preço do Brent. A política é válida e justa para manter crível sua política de preços flexíveis. Se ela não abaixar nessas situações, o mercado perderia confiança na governança, o que hoje, é o principal pilar da empresa para sua recuperação — avaliou Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. A medida, entretanto, não reflete uma queda imediata para os consumidores. A redução para os consumidores depende da quantidade de combustível que os distribuidores têm armazenado, impostos, margem de lucro, entre outros. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Opinião Bolsonaro distorce a realidade Espetáculo patético Publicado: O Globo - Impresso - 18.03.2020 - Pág. 2 | On Line 19/03/2020 • 04:30 por Merval Pereira O panelaço ontem à noite mostra que o presidente já perdeu uma parte razoável de seu eleitorado na classe média Foi deprimente assistir ao presidente da República, fantasiado com uma máscara medicinal que lhe caía a todo o momento da face, tentar distorcer a realidade, transformando sua irresponsabilidade em ação para tranqüilizar a população. Diante deste quadro dantesco da pandemia do Covid-19, vem o presidente Bolsonaro dizer que sempre se preocupou com o povo, e por isso foi apertar as mãos de seus correligionários. Não é possível aceitar tamanha desfaçatez, sobretudo porque ele mente em várias dimensões. Disse que sabia que não estava infectado, quando o exame de contraprova só foi feito no dia seguinte à manifestação. Garantiu que não há vídeo mostrando que convocara a reunião, quando sua fala em Roraima foi mostrada em jornais televisivos e circula pela internet. Jair Bolsonaro aproveitou a coletiva de imprensa sobre coronavírus para fazer não uma autocrítica, mas um auto-elogio de seu governo, pedindo aplausos para si mesmo, o “técnico” de “um time que está ganhando de goleada”. E insistiu no erro, ao alertar: “Não se surpreenda se você me ver (sic), nos próximos dias, entrando no metrô lotado em São Paulo ou na barcaça Rio-Niterói”. Mesmo admitindo que a pandemia é grave, disse que o país já enfrentou problemas mais graves no passado sem tanta repercussão na mídia, mas não deu exemplos. Para todos os líderes mundiais, a pandemia do Covid-19 é a mais grave de uma geração. “Minha obrigação de chefe de Estado é antecipar os problemas e levar a verdade que não ultrapasse limite do pânico”, alegou desajeitadamente. O panelaço de ontem à noite nas principais cidades do Brasil, que fora precedido por outro, na terça-feira, mostra que o presidente Bolsonaro já perdeu uma parte razoável de seu eleitorado na classe média. O sinal que essa manifestação nos dá é de que o apoio ao presidente hoje é apenas de uma minoria radical. O panelaço foi parte fundamental para a criação do clima favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma, e é uma demonstração de protesto da classe média, que começa a considerar que o governo não está atendendo às necessidades do momento. Com as atitudes que tomou em relação ao coronavirus, Bolsonaro demonstrou claramente que não é preparado para a presidência da República. Na hora em que ele coloca o país em risco porque demora a tomar providências, fingindo que é tudo fantasia da grande mídia, chega-se à conclusão de que o presidente está fora da realidade. Tanto assim que minimizou panelaços, e convocou outro a seu favor, mais uma vez para tentar confundir. Ao distorcer a realidade para mitigar a frustração que vem provocando em vasta parte do eleitorado que já se arrepende de tê-lo como presidente, que já se reflete nas redes sociais e nas pesquisas de opinião, Bolsonaro mostra que tem apego apenas a seus interesses eleitorais. Esse cinismo facilmente desmascarado nos tempos atuais, em que tudo é registrado em qualquer lugar do mundo pelos novos meios, só faz aumentar o repúdio a um tipo de político que usa o povo em seu benefício. Ele é um péssimo exemplo, e se transforma num perigo à saúde pública além de ser agressivo, polêmico e ter dividido o país. É de dar engulhos ouvirem-se seguidas mentiras da boca daquele que deveria representar o respeito às leis e a responsabilidade social, especialmente neste momento em que, além dos problemas inerentes à pandemia, vemos escancarada nossa desigualdade social extrema, que nos traz mais graves dificuldades para cuidar da saúde pública. A rápida disseminação do vírus Covid-19 ameaça a todos, mas principalmente aos mais pobres, que moram amontoados em comunidades sem esgotamento sanitário ou limpeza pública. Esses precisam, além do dinheiro que o governo acertadamente vai distribuir, do exemplo do presidente da República para resistirem a esses tempos muito duros que temos pela frente. Não precisamos de um espetáculo patético de ministros mascarados sem necessidade, só para fazer fotos. N.daR.: Mais uma vez, infelizmente, não há como deixar de dar razão ao Merval. Além do que, é oportuno lembrar que o Código Penal estabelece: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:e observar, também: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:além do que, estatuiu-se: Art. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:Várias lideranças se movimentam na análise de um possível impeachment. Ontem, 18.03.2020, Bolsonaro conseguiu levar ao grotesco, também, vários de seus ministros e outras figuras de destaque, a saber: ministros Braga Netto (Casa Civil), Tarcisio Freitas (Infraestrutura), Sergio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), além do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Ao invés de praticar gaiatices irresponsáveis, Bolsonaro deveria exercer o mandato e, como auto-alegado patriota, sustar o desmanche da Petrobras e incentivar a continuação da operação Lava-Jato, e não o contrário. Do modo que se conduz poderá ser acusado, também, por crime de Lesa-Pátria. * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Mercado Bolsonaro nomeia militar para comandar agência do petróleo em meio a crise do coronavírus - Segundo currículo publicado em uma rede social, Rodolfo Henrique de Saboia não tem experiência no setor de petróleo e gás Publicado: Terra - On Line 17.mar.2020 às 14h49 Atualizado: 17.mar.2020 às 19h03 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta terça (17) a nomeação do contra-almirante Rodolfo Henrique de Saboia para comandar a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Ele vai substituir o engenheiro Décio Oddone, que pediu renúncia em janeiro. Na reserva desde 2012, Saboia é hoje superintendente de Meio Ambiente da Diretoria de Portos e Costas, da Marinha. Sua nomeação é vista como um sinal de influência do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, sobre o presidente da República. A ANP é responsável por regular os setores de petróleo e combustíveis do país, definindo regras e fiscalizando desde a exploração até os postos de combustíveis. Nos últimos anos, ajudou o governo a turbinar a arrecadação com a realização de leilões bilionários de áreas exploratórias. Segundo seu currículo publicado em uma rede social, Saboia não tem experiência no setor de petróleo e gás. Formado em engenharia naval, ele foi coordenador do Programa de Reaparelhamento da Marinha, comandante da Força de Superfície e sub-chefe de Organização do Comando de Operações Navais. Nem o Palácio do Planalto nem o MME (Ministério de Minas e Energia) divulgaram currículo oficial de Saboia. A nomeação foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União e o nome terá ainda de ser avaliado pelo Senado. Aprovada pelo governo Michel Temer, a lei que rege as agências reguladoras determina que os indicados para a direção devem ter "elevado conceito no campo de sua especialidade", mas não especifica que a experiência seja na área de atuação do órgão. Foi ainda integrante do Estado-Maior Internacional, órgão vinculado à OEA (Organização dos Estados Americanos) para assessoria técnica, consultiva e educativa em assuntos militares. Seu nome terá ainda de ser aprovado pelo Senado. A nomeação se dá em um momento de atrito entre o Executivo e o Legislativo, embate que levou apoiadores de Bolsonaro às ruas e é agravado pelas críticas à atuação de Bolsonaro em meio à crise do coronavírus. Pegou de surpresa executivos do setor, que não conheciam o indicado. Egresso da Petrobras, Oddone decidiu antecipar o fim do seu mandato em carta enviada ao governo no dia 26 de janeiro, alegando que já havia cumprido uma missão e que deixaria o governo livre para escolher o diretor-geral antes de outras duas vagas da diretoria cujos mandatos também se encerram em 2020. Oddone ficaria até o dia 27 de março, para participar de cerimônia de assinatura dos contratos do megaleilão do pré-sal na semana passada, mas o evento foi cancelado. Ele foi exonerado também nesta terça. "Agora é hora de desejar sucesso ao meu substituto", afirmou, em carta. Enquanto o nome de Saboia não é avaliado, o diretor Cesário Cecchi, servidor da agência desde sua fundação, ocupará interinamente a direção geral. Primeiro servidor de carreira a assumir uma diretoria, entre 2013 e 2017, José Gutman assume a vaga de Oddone temporariamente como substituto. N.daR.: Espera-se que o novo titular da ANP não tenha o mesmo comportamento de seu antecessor, Décio Oddone, que, apesar de egresso da Petrobras, sempre a combateu. Além do que, não se coseguiu identificar em sua gestão, digamos, um viés mais patriótico. Do contra-almirante Rodolfo Henrique de Saboia, que assume o órgão, espera-se que se norteie pelo bom-senso, se paute pela preservação de empreas estratégicas e demonstre mais patriotismo do que muitos dos seus pares, ex-militres ou não, no presente. E.T.: Ancelmo Goes talvez tenha perdido uma "fonte" com a saída de Oddone. * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Economia 'Não há elementos concretos para redução de investimentos', diz presidente do IBP - Ex-conselheira da Petrobrás diz que a abertura do setor de gás no Brasil não tem volta; apesar da crise trazida pelo coronavírus, ela diz que investimentos em energia renovável também já fazem parte da estratégia das empresas Publicado: Estadão | On Line 17 de março de 2020 | 21h00 Por Denise Luna Entrevista com Clarissa Lins, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) RIO - Em sua primeira entrevista à frente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), a ex-conselheira da Petrobrás e fundadora da consultoria Catavento, Clarissa Lins, avalia que as petroleiras já estavam preparadas para a queda do petróleo desde a redução de preços, em 2014, quando o barril caiu para US$ 30 e as jogou em um novo cenário de redução de custos e maior eficiência. Para ela, a situação atual é passageira e no médio prazo voltará a se ajustar, fazendo com que os investimentos na indústria tenham continuidade, apesar de admitir que eventualmente alguns podem ser postergados. Para ela, a abertura do setor de gás no Brasil não tem volta, e apesar da crise trazida pelo coronavírus, investimentos em energia renovável também já fazem parte da estratégia das empresas, indicando que também devem prosseguir. Já o shale gas norte-americano pode sofrer com a queda da commodity, que voltou recentemente ao patamar de US$ 30/barril, por não ter preços competitivos e ter sido pego em um momento em que as empresas do setor se encontram muito endividadas. A economista considera cedo para dizer se o Brasil deve realizar novos leilões de petróleo no País este ano, afirmando que outros fatores estão envolvidos nessa decisão, e que a abertura do mercado de refino será muito saudável para o País. Leia a entrevista na íntegra: A pandemia do coronavírus reduziu a demanda mundial e provocou uma guerra de preços entre Rússia e Opep, o que afetou severamente a indústria do petróleo. O que essa queda de preço da commodity pode provocar no mercado brasileiro de petróleo e gás natural? Poderá haver queda de investimentos este ano? Isso compromete as projeções futuras? RIO - Ainda é muito cedo para traçar um diagnóstico específico para o contexto do COVID-19 no segmento de óleo e gás brasileiro. Entretanto, as empresas já ajustaram suas estruturas desde 2014, quando o barril atingiu níveis abaixo de US$ 30. Houve um aprendizado no sentido de cortar custos e operar com mais eficiência, o que certamente é positivo na situação atual. Espera-se que a combinação de redução de demanda - em função do coronavírus - com excesso de oferta diante da falta de entendimento entre a Rússia e a Arábia Saudita seja passageira e que as cotações se recuperem à medida que passe o momento mais agudo da crise. Trata-se, assim, de uma situação conjuntural que tende a se ajustar no médio prazo. No tocante aos investimentos previstos, ainda não há elementos concretos que apontem para uma revisão dos mesmos, embora a sinalização seja de cautela e prudência. A indústria de O&G é de longo prazo, o que significa trabalhar com investimentos de longa maturação. A queda de preço do petróleo pegou o Brasil em plena abertura de fato, com a volta dos leilões, principalmente das cobiçadas áreas do pré-sal. Havia expectativa de mais vendas este ano? A senhora crê que as rodadas serão realizadas? Vale a pena? Entendemos ser prematuro discutir eventual cancelamento ou adiamento dos bids (leilões) previstos para o final de 2020 e para o próximo ano. No momento, o mais prudente a fazer é aguardar os desdobramentos da crise e seus reflexos sobre as condições de mercado. O apetite das empresas que operam no Brasil depende de uma série de fatores, sempre levando em conta, por um lado, a alocação de risco e retorno das áreas licitadas, bem como a disponibilidade de recursos para investir. Como as empresas de petróleo associadas do IBP estão enfrentando a queda de preços? É possível ver empresas deixando o Brasil? Quais os setores mais impactados nessa hora? O momento requer serenidade, para que se possa fazer uma avaliação adequada da crise atual e de seus impactos no ambiente de negócios. Por se tratar de uma indústria de longo prazo, o setor de O&G está acostumado a lidar com volatilidade de preço e as empresas aqui instaladas dificilmente tomam decisões precipitadas em função de alterações conjunturais. Dito isso, também cabe reconhecer que o cenário é desafiador e que os projetos de custo menor tendem a ser priorizados, tanto no Brasil como em outros países. Alguns investimentos podem eventualmente vir a ser postergados, a depender da disponibilidade de caixa ou de acesso a financiamento adequado. No contexto global da indústria, o setor de shale norte-americano parece ser o mais afetado, por não ser competitivo ao nível corrente de preços e por depender de empresas muito endividadas. A abertura do mercado de gás natural, que estava em plena atividade, poderá ser afetada? Venda de gasodutos e distribuidoras estavam na pauta da indústria. Será possível dar continuidade a esses processos? A abertura do mercado de gás natural é um projeto estruturante e de longo prazo, que conta com o engajamento do governo federal e de alguns Estados que já se mobilizam para abrir seus mercados e atraírem investimentos, emprego e renda. Desta forma, não há motivos para pensar que ela seja revista. Quanto à venda de ativos, o IBP entende que isso seja uma decisão de cada empresa ao fazer sua gestão de portfólio. Ativos na área de refino também podem ter impacto? Como a indústria vê a relação das vendas das refinarias da Petrobrás com o momento atual? É possível ou recomendável adiar as vendas? O preço dos ativos de refino pode cair também em função do novo patamar da commodity? O IBP, por representar diversas empresas da indústria, tem por hábito não comentar a decisão individual de uma associada. Apenas reafirma que a abertura do setor é saudável para o Brasil. O que o IBP pode fazer ou já está fazendo para enfrentar esse momento e evitar que o setor encolha junto com a crise? O IBP acompanha a situação e reforça, cada vez mais, sua atuação para contribuir com os avanços no campo fiscal e regulatório, que se tornam ainda mais urgentes neste momento de choque de preços e redução da demanda por petróleo. Adicionalmente, o Instituto atua no monitoramento da gestão de crise, estando em contato permanente com as células de crise das diferentes empresas associadas e colocando-se à disposição do governo com informações adequadas e capacidade de mobilização. Como a queda do preço do petróleo pode afetar a energia renovável, uma aposta da maioria das petroleiras? Projetos podem ser suspensos? Os investimentos em projetos renováveis estão na estratégia de longo prazo das companhias, especialmente as europeias. Já as norte-americanas investem mais em tecnologia para redução de emissões. O movimento de descarbonização é global e não há evidências de retrocesso nessas iniciativas que são de longo prazo. N.daR.: * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: Estado de São Paulo - Economia Percepção de menor fluxo no transporte faz petróleo fechar a menos de US$ 30/barril - A queda do preço do petróleo começou na virada do ano, em meio a tensões entre os Estados Unidos e Irã Publicado: Estadão | On Line 17 de março de 2020 | 19h45 Por Denise Luna RIO - As declarações do presidente norte-americano Donald Trump sobre a possibilidade de mais restrições de viagens aos Estados Unidos, desta vez das vindas do Canadá e México era o que faltava para o preço do petróleo despencar de vez da barreira de US$ 30 o barril, fechando a terça-feira cotado a US$ 26,95 o tipo WTI e US$ 28,75 o tipo Brent, o que não se via desde janeiro de 2016. Para analistas, somente a recuperação da economia, principalmente da China, trará a commodity novamente para um patamar mais sustentável, ou, quem sabe, a volta das negociações entre a Rússia e a Arábia Saudita para um novo corte de produção. Nos dois casos, a expectativa da elevação de preços não envolve o curto prazo. A queda do preço do petróleo começou na virada do ano, em meio a tensões entre os Estados Unidos e Irã, que fez o petróleo sair do patamar dos US$ 70 o barril. Em seguida, o surgimento do coronavírus na China e seu alastramento para o resto do mundo impactou fortemente a demanda. Um novo corte de produção para manter o preço diante da previsível queda da demanda foi proposto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderado pela Arábia Saudita, à Rússia, que já estava no seu limite de redução e acabou sendo descartado, o que pressionou a oferta. “A expectativa de reduzir ainda mais o fluxo aéreo dentro dos EUA, que já está com o fluxo bem reduzido, com algumas cidades como Nova York e São Francisco em estado de emergência fez a queda da demanda tomar uma escala ainda maior”, avalia o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman. Ele lembra que o mundo já está na terceira semana à espera de um entendimento entre a Opep e a Rússia, ainda indefinido, já que a melhora por meio de um aumento da demanda parece ainda mais distante, com o avanço do coronavírus em todos os mercados. Para ele, se o petróleo não retornar no médio prazo para o patamar dos US$ 40 o barril, o setor vai começar a sofrer como um todo e em breve as petroleiras vão ter que reduzir postos de trabalho e cortar investimentos. A queda abaixo de US$ 30 no entanto deve forçar a mais uma redução de preços pela Petrobras, prevê Arbetman. Na semana passada a estatal cortou o preço da gasolina em 9,5% e do diesel em 6,5%. De acordo com o analista da Tendências Walter de Vitto, o preço do petróleo está condizente com o quadro de demanda que vem pela frente. “As notícias estão cada vez mais negativas em relação ao fluxo de pessoas no mundo e afeta diretamente os combustíveis. Gasolina, diesel e QAV (aviação) são responsáveis por 60% da demanda mundial de petróleo”, informa. Ele vê espaço ainda maior para a queda de preço da commodity, que ainda será afetada pelo fim do inverno no hemisfério norte. “Geralmente nessa época o consumo já cai pelo fim do uso da calefação, mas normalmente entra o fluxo de viagens do verão, o que não vai acontecer este ano. Onde chega o coronavírus a queda de demanda é grotesca”, explica. Thadeu Silva, da INTL FCStone, também vê espaço para nova queda do preço do petróleo, e a única saída é aguardar o retrocesso do coronavírus ou a negociação sobre novas cotas de petróleo entre a Rússia e Opep. Ele não vê, porém, a cotação da commodity se sustentando abaixo de US$ 30 o barril no médio prazo. “Esse preço não remunera produção em nenhum lugar do mundo, petróleo é atividade de risco. A oferta (de petróleo) não aguenta esse nível de preço”, afirma. Para ele, no próximo mês ou nas próximas semanas ainda serão observadas mais quedas. “Mas acredito que no médio prazo vai ter forte retomada desse nível”. Uma das possibilidades, avalia, é a saída do mercado dos produtores de shale gas (xisto) norte-americanos, que não vão suportar a queda de preços e com isso reduzir a oferta, abrindo espaço para a recuperação. Mesma opinião do especialista da Mirae Asset Pedro Galdi. “Não acredito que seja um evento que dure muito tempo, pois não é bom para ninguém. Aos níveis atuais muito produtor está tendo prejuízo por ter custo alto de produção e inviabiliza a indústria do xisto nos EUA”, diz Pedro Galdi, da Mirae Assetman. Já para a coordenadora de pesquisas da FGV, Fernanda Delgado, a melhor saída é a retomada do crescimento econômico, já que as negociações entre Rússia e Arábia Saudita parecem cada vez mais distantes. “Acho que o momento eh de calma e observação. Não há muito o que fazer. A Arábia Saudita está forçando trazer os outros países pra mesa pra voltar a negociar. Não sabemos quanto tempo isso vai demorar. O que vai salvar é a retomada da atividade econômica. Só o incremento da atividade industrial salva. É rezar para a retomada da China”, afirma. N.daR.: * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Opinião Governo finalmente reage O dízimo de Bolsonaro Publicado: O Globo - Impresso - 18.03.2020 - Pág. 2 | On Line 18/03/2020 04:30 por Merval Pereira Mandetta encontra obstáculos desde o primeiro momento da crise devido a questõe spolíticas O presidente Bolsonaro teve que abandonar a retórica irresponsável sobre a gravidade da crise do novo coronavírus, devido às evidências em escala mundial. A preocupante lentidão do governo federal nas ações de combate ao coronavirus foi quebrada ontem com a decretação do estado de calamidade pública. Só segunda-feira foi montado o gabinete de crise, que se reunirá hoje já sob o novo espírito, o que deveria ter sido feito há pelo menos 15 dias. Diversas medidas emergenciais continuam em estudo, espera-se que hoje, depois da primeira reunião do grupo, sejam anunciadas. O ministro Paulo Guedes anunciou uma série de medidas, mas falta muita coisa, inclusive para guiar os executivos estaduais, que, na parte relativa à sociedade, estão muito mais avançados. Por isso Bolsonaro diz que as medidas tomadas pelos governadores prejudicarão a economia, como fosse possível reativar a economia sem a ação do governo federal de compensação aos pequenos e micro-empresários. Também as grandes empresas precisarão de estímulos para enfrentar a crise, que já está fazendo com que previsões de recessão este ano no país se generalizarem entre os agentes econômicos. O presidente da República deveria estar à frente dessa ação, não apenas fisicamente, mas como símbolo da cidadania que terá que suportar sacrifícios do distanciamento social. Bolsonaro, ao contrário, diz que tudo não passa um complô para acabar com a economia e com o governo. Daqui a pouco teremos um país trancado em casa e o cidadão precisará de um líder para animá-lo, para dar uma visão de futuro. Enquanto a crise se agrava, o presidente anuncia publicamente que dará duas “festinhas” particulares na próxima semana, para comemorar seu aniversário e de sua mulher. Exemplar da diferença entre seus pares, um vídeo que circula nas redes sociais mostra como diversos chefes de governo reagiram, começando por Donald Trump, ídolo de Bolsonaro que soube colocar o GPS para recalcular seu itinerário político quando viu que menosprezar o coronavírus colocava sua reeleição em xeque. Trump, cercado de autoridades civis e militares, declarou “emergência nacional” nos Estados Unidos para combater a epidemia. O primeiro-ministro Boris Johnson, do Reino Unido, disse que esta é a “a pior crise de saúde pública de uma geração”. A chanceler Angela Merkel ressaltou a possibilidade de que até “60% da população da Alemanha” serão contaminados pelo novo coronavírus. Na França, o presidente Emmanuel Macron classificou a situação como “a mais grave crise sanitária que atingiu a França em um século”. No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe avisou que o governo não hesitará em tomar “medidas duras” para proteger a saúde dos cidadãos. Já o presidente Bolsonaro continuava até ontem a classificar de “histeria” a reação à crise, e se dedica a picuinhas menores. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que vem tendo uma atuação competente na gestão das ações de saúde pública, encontra obstáculos desde o primeiro momento da crise devido a questões políticas. Mandetta teve que pedir permissão a Bolsonaro para encontrar-se com o governador de São Paulo João Dória numa atividade pública sobre o coronavírus. Mesmo assim, Bolsonaro não gostou. Agora mesmo, por ter ido ao Supremo Tribunal Federal (STF) a convite do ministro Dias Toffoli, para uma reunião com os presidentes da Câmara e Senado, Madetta teve que se explicar a Bolsonaro. Talvez por isso ele não tenha colocado o ministro da Saúde como coordenador do gabinete de crise, dando a tarefa para o chefe do gabinete civil General Braga Neto. Embora esteja deixando seu lado médico prevalecer, o ministro Luiz Henrique Mandetta é deputado federal e tem jogo de cintura para escapar de armadilhas. Saiu-se bem quando teve que enfrentar questionamentos sobre o comportamento do presidente Bolsonaro ao apertar as mãos de simpatizantes, e conseguiu convencê-lo a manter a proibição dos cruzeiros marítimos de entrarem no país, para conter o Codiv-19. Bolsonaro já tem um conselheiro na área, o diretor-presidente indicado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contra-almirante Antonio Barra Torres, que filmou toda a participação do presidente na manifestação de domingo. Ele tem posição divergente à do ministro Mandetta, e defende que não são necessárias medidas drásticas para enfrentar a crise. Pela decisão do fim da noite de decretar estado de calamidade pública, o contra-almirante Torres perdeu a disputa de poder, para o bem do país. N.daR.: Mais uma vez, infelizmente, não há como deixar de dar razão ao Merval. Além do que, é oportuno lembrar que o Código Penal estabelece: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:e observar, também: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:além do que, estatuiu-se: Art. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:Várias lideranças se movimentam na análise de um possível impeachment. Ao invés de praticar gaiatices irresponsáveis, Bolsonaro deveria exercer o mandato e, como auto-alegado patriota, sustar o desmanche da Petrobras e incentivar a continuação da operação Lava-Jato, e não o contrário. Do modo que se conduz poderá ser acusado, também, por crime de Lesa-Pátria. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Opinião Credibilidade do Congresso Bolsonaro mostra incapacidade O dízimo de Bolsonaro Publicado: O Globo - Impresso - 17.03.2020 - Pág. 2 | On Line 17/03/2020 • 04:30 por Merval Pereira Bolsonaro mostra com frequência assistadora não ser capaz de ocupar a Presidência, ainda mais neste momento Ninguém sabe como isso vai terminar, mas torna-se assunto inevitável a possibilidade de Jair Bolsonaro vir a ter interrompido de alguma maneira seu mandato presidencial por absoluta incapacidade, não apenas de gestão, mas psicológica. Pode ser por uma licença de saúde, uma renúncia, ou um impedimento político. O assunto já era freqüente em reuniões de parlamentares, autoridades e empresários em Brasília e nos centros de decisão do país. Com a mais recente demonstração de irresponsabilidade no domingo, o tema ganhou dimensões alarmantes, a ponto de o próprio Bolsonaro, sentindo o cheiro de queimado, ter declarado que seria “golpe” isolar o presidente. Por “isolar”, compreenda-se a prescrição médica determinada por seu próprio governo, até que fique garantido que não está contaminado pelo novo coronavírus. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que corre o risco de entrar na lista negra de Bolsonaro pelos elogios que vem recebendo por sua ação sensata e eficiente durante a crise, foi cuidadoso ao dizer que participar de manifestações não era “adequado”. Lembrou que o ministério por enquanto estava apenas fazendo recomendações, que devem ser seguidas, mas não são compulsórias. Referindo-se indiretamente ao comportamento irresponsável do presidente. Mas “isolar” o presidente pode significar também tocar o país sem depender dele, com os setores mais responsáveis do governo e os demais Poderes tomando as decisões necessárias. Ignorando quem deveria estar na liderança de um gabinete de emergência para enfrentar as crises de saúde pública e econômica, e, ao contrário, está à frente de intrigas palacianas e teorias conspiratórias que corroem sua mente e atrapalham a prevenção pelo mau exemplo. O fato é que Bolsonaro mostra com freqüência assustadora não ser capaz de ocupar a presidência da República, ainda mais num momento como o que vivemos, que exige discernimento, exemplo, liderança, capacidade de mobilização para atuação em comunidade. A realidade mostrada cotidianamente pelos meios de comunicação pelo mundo é tão dura que a censura mental que Jair Bolsonaro quer impor não resiste a ela, ao menos para a maioria dos brasileiros que já não o leva a sério diante da variedade das demonstrações de que não tem condições de estar onde uma maioria hoje inexistente o colocou. Um presidente eleito por voto popular desgasta sua legitimidade sempre que demonstra não ter condições morais ou psicológicas de cumprir o papel para o qual foi escolhido. Talvez se fosse exigido um teste psicológico dos candidatos, assim como se exige não condenação em segunda instância, vários não estariam aptos a participar da eleição, evitando-se assim problemas como o que levou uma deputada como Janaina Pascoal, do antigo partido de Bolsonaro e cotada para ser sua vice, a pedir o afastamento dele da presidência da República. A frase de Bolsonaro ao ser contestado por vários setores da sociedade por ter saído do isolamento a que está submetido para cumprimentar populares com calorosos apertos de mãos, e beijos e abraços, é exemplar de sua visão egocêntrica: “Se me contaminei, a responsabilidade é minha”. Não seria problema apenas dele, já que ocupa o lugar de quem deveria dar o exemplo, liderar o país diante de um ambiente de guerra. Mas a questão é mais ampla: antes de se contaminar, Bolsonaro colocou em risco centenas de populares que, incentivados por ele, se submeteram à exposição do Covid-19 nas manifestações contra o Congresso e o Supremo. Sobretudo, à contaminação por ele próprio, que ainda fará um teste definitivo para ver se não foi atingido pelo novo coronavírus na viagem aos Estados Unidos em que nada menos que 13 pessoas da comitiva testaram positivo. A atitude de Bolsonaro diante da grave ameaça à saúde pública no país é similar a um de seus maiores apoiadores, o autoproclamado Bispo Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, que divulgou que o Covid-19 era uma invenção de satanás. Assim como Macedo não quer perder o dízimo com os templos cheios de incautos fiéis, também Bolsonaro não quer perder o seu dízimo, que são os votos. N.daR.: Infelizmente, não há como deixar de dar razão ao Merval. Além do que, é oportuno lembrar que o Código Penal estabelece: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:e observar, também: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:além do que, estatuiu-se: Art. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:Várias lideranças se movimentam na análise de um possível impeachment. Ao invés de praticar gaiatices irresponsáveis, Bolsonaro deveria exercer o mandato e, como auto-alegado patriota, sustar o desmanche da Petrobras e incentivar a continuação da operação Lava-Jato, e não o contrário. Do modo que se conduz poderá ser acusado, também, por crime de Lesa-Pátria. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País Para Deltan Dallagnol, Brasil tem ambiente hostil ao combate à corrupção - Coordenador da Lava-Jato aponta fim da prisão em segunda instância como principal retrocesso e defende métodos da operação Publicado: O Globo - Impresso 16/03/2020 Pág. 10 | On Line 16/03/2020 - 05:18 por Gustavo Schmitt e Dimitrius Dantas SÃO PAULO — O coordenador da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol, considera que o ambiente no país é hostil para o combate à corrupção. Dallagnol se preocupa com mudanças recentes de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). Além da prisão após a segunda instância, o procurador se referiu a questões como a ordem de apresentação das alegações finais (para que réus delatores falem antes de delatados) e a mudança do foro criminal para o eleitoral, em casos que envolvem caixa 2. Ele ressalva que não está julgando a intenção dos ministros, mas o impacto das decisões. Afirma ainda que leis do Congresso foram essenciais para o surgimento da Lava-Jato, assim como as decisões do Supremo que homologaram acordos de colaboração premiada. Contudo, de um ano para cá, várias decisões e leis tiveram, segundo o procurador, um impacto negativo para o desenvolvimento de investigações e processos: — Essas decisões minam a nossa capacidade de produzir resultados. A Lava-Jato se sustenta numa série de premissas que estão mudando. E elas impactam a existência, a continuidade e levam ao seu enfraquecimento. O procurador avalia que o fim da prisão em segunda instância foi o maior retrocesso para a Lava-Jato ao longo desses seis anos de existência e atingiu um dos pilares da operação: a possibilidade de os acusados fazerem colaboração premiada. — Sem a perspectiva de punição, o réu não opta por delação. A gente deixa então de ter a revelação de fatos sobre corrupção — afirmou. Ao tratar das críticas aos métodos da operação, Dallagnol disse que a Lava-Jato nunca ultrapassou os limites legais: — A Lava-Jato jamais praticou crimes ou violou direitos dos réus. Ela é algo completamente inovador, sem precedentes, e, quando você faz algo novo, é possível que cometa erros, no sentido de melhor ou pior. Mas, do ponto de vista legal ou ilegal, nós nunca ultrapassamos o limite. Os processos estão embasados em fatos, nas provas e na lei e continuam sólidos. Seguimos a lei e a ética em tudo que fizemos. Agora, se alguém discordar de algum ato que entenda equivocado, dos milhares feitos e que são públicos, existem recursos. Cabe ao Judiciário resolver discordâncias sobre a interpretação da lei. N.daR.: Faz-se o possível para retardar ou até mesmo acabar com a Lava-Jato. Isso tudo sob as mais diversas desculpas. O que não se vê, entretando, é o executivo, legislativo ou o judiciário agirem pró-ativamente para implantar um sistema que reduza ao máximo a impunidade. A continuar como está, o Brasil continuará dando vantagens aos corruptos, mormente se forem mais aquinhoados financeiramente. Continuará a ser reconhecido como o pais da corrupção. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País Próxima do fim em Curitiba, Lava-Jato ainda tenta engrenar em SP - Mais longa operação de combate à corrupção no país completa seis anos em meio a desafios e mudanças na legislação Publicado: O Globo - Impresso 16/03/2020 Pág. 10 | On Line 16/03/2020 - 05:17 por Gustavo Schmitt e Dimitrius Dantas SÃO PAULO — Ao completar seis anos amanhã, a mais longa operação de combate à corrupção do país se vê em meio a uma série de desafios legais e mudanças na legislação. O avanço das investigações também não tem um ritmo uniforme em todo o país. Enquanto a Lava-Jato do Paraná dá sinais de que caminha para o seu final, em São Paulo ela ainda tenta engrenar e passa novamente por mudanças. No estado, até agora, foram nove denúncias apresentadas, em comparação às 113 do Paraná. Quatro pessoas foram condenadas, enquanto a Lava-Jato de Curitiba conseguiu 159 condenações. No Ministério Público Federal paulista, uma nova procuradora assumiu os casos da operação no último dia 13: Viviane de Oliveira Martinez. Em São Paulo correm investigações de desdobramentos da delação da Odebrecht, sobretudo os que atingem o PSDB. Alguns deles, no entanto, não ficarão sob a alçada do MPF, mas da Procuradoria Eleitoral do estado. A mudança ocorreu após a decisão do Supremo que atribuiu à Justiça Eleitoral a competência para julgar casos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a caixa dois. O promotor responsável pelos casos na Justiça Eleitoral é Fábio Ramazzini Bechara. No início deste ano, o Ministério Público nomeou quatro promotores para auxiliá-lo. Inovações Desde que começou, em março de 2014, a Lava-Jato do Paraná foi responsável por inovações que receberam apoio e críticas de especialistas do Direito, além de mudanças na legislação. A principal discussão gira em torno da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. O entendimento sobre o tema foi revisto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) duas vezes nesse período e hoje é discutido no Congresso Nacional. Por outro lado, a operação recebe críticas das defesas dos réus ao promover o endurecimento de penas para processados por corrupção e, na visão dos advogados, abusar das prisões preventivas. A reação levou à Lei de Abuso de Autoridade, que impõe penas duras para magistrados e integrantes do Ministério Público e da Polícia. A Lava-Jato também apresentou outra novidade: passou a atrelar os benefícios eventualmente concedidos aos réus de colarinho-branco à devolução do dinheiro roubado para o poder público. Também foi marcante o uso do instrumento da delação premiada. Ex-ministro do STF, Carlos Velloso considera que o alcance da operação foi inédito: — A delação já existia antes da Lava-Jato, mas timidamente. Agora, é preciso que ela seja aperfeiçoada, porque também havia a divulgação antes da hora. Isso não pode ocorrer. Entre outros impactos citados pelo ministro está também a criação de forças-tarefas integradas que incluíam não só membros do Ministério Público e da Polícia Federal, como também de órgãos de controle. Críticas a métodos Por outro lado, os métodos utilizados pela operação também geraram efeitos colaterais. O Supremo mudou seu entendimento sobre a ordem da apresentação de alegações finais de delatores e delatados. A medida provocou a anulação da sentença de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, e fez com que o processo que o ex-presidente Lula responde no caso do instituto que leva seu nome voltasse às alegações finais. Há ainda outros desafios para a operação, como a Lei de Abuso de Autoridade e o pacote anticrime, recentemente aprovados no Legislativo. O advogado Pierpaolo Bottini, que defendeu réus da Lava-Jato, avalia que a operação cometeu abusos, como o uso da condução coercitiva e o vazamento de informações: — Foram questões levadas aos tribunais superiores, mas demorou dois anos para que eles começassem a perceber e limitar essas arbitrariedades. O ministro aposentado do STF Eros Grau ressaltou que os procuradores e juízes não podem ir além da lei. — Os juízes são servos da lei. Só podem fazer o que a lei manda. Para que você tenha a possibilidade de alterar algum dispositivo, quem pode fazê-lo é somente o Legislativo, e não o Judiciário. Quanto ao Ministério Público, o que ele tem que fazer é estritamente atuar nos quadros da lei. Não pode fazer o chamado Direito alternativo — afirmou. Os números da Lava-Jato Ações Penais: 116N.daR.: Faz-se o possível para retardar ou até mesmo acabar com a Lava-Jato. Isso tudo sob as mais diversas desculpas. O que não se vê, entretando, é o executivo, legislativo ou o judiciário agirem pró-ativamente para implantar um sistema que reduza ao máximo a impunidade. A continuar como está, o Brasil continuará dando vantagens aos corruptos, mormente se forem mais aquinhoados financeiramente. Continuará a ser reconhecido como o pais da corrupção. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País Petrobras reduz preço da gasolina em 9,5% e do diesel em 6,5% - Ações da petroleira registram queda superior a 20% na Bolsa nesta quinta-feira Publicado: O Globo - Impresso 16/03/2020 Pág. 10 | On Line 12/03/2020 - 13:22 / Atualizado em 12/03/2020 - 16:24 por Glauce Cavalcanti RIO - A Petrobras anunciou a redução dos preços dos combustíveis nas refinarias. O corte será de 9,5% para a gasolina e de 6,5% para o diesel. Os reajustes começam a vigorar nesta sexta-feira. Os novos valores foram anunciados após um tombo no preço do barril de petróleo no mercado internacional esta semana, em consequência a disputas que ocorrem entre Arábia Saudita e Rússia, no âmbito de um acordo não renovado no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. As ações da Petrobras acumulam queda de mais de 20% na Bolsa nesta quinta-feira, dia de caos no mercado financeiro. Há forte efeito após a Organização Mundial de Saúde decretar pandemia de coronavírus. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: Estado de São Paulo - Economia Assembleia da Odebrecht deve ser suspensa – e o motivo não é o coronavírus Publicado: Estadão | On Line 15 de março de 2020 | 04h30 Por Cynthia Decloedt A assembleia de credores do grupo Odebrecht que aconteceria na quarta-feira, dia 18, deve ser adiada em uma semana, para o dia 25. Ao contrário de outros tantos eventos que estão sendo postergados, porém, o motivo não é a pandemia de coronavírus. O conglomerado deverá pedir mais uma semana aos credores para concluir as negociações com os detentores de US$ 3 bilhões em títulos de dívidas (bonds) da empresa, emitidos pelo braço financeiro do grupo e garantidos pela construtora OEC, que não está em recuperação judicial. Maioria. A OEC precisa da adesão de credores ao equivalente a 60% dessa dívida para arrastar os outros para o mesmo acordo. Essa negociação é relevante para o grupo, porque dividirá com esses credores futuros resultados de desempenho da OEC. Arestas. Existem questões sendo alinhadas também nas negociações com os bancos, que têm as ações da Braskem e da Atvos, o braço de etanol, em garantia de recursos emprestados no passado. No caso da Braskem, a Petrobras, que divide o controle da petroquímica com a Odebrecht, também tem sentado à mesa. As ações da Braskem garantem uma dívida de cerca de R$ 13 bilhões dos bancos. A assembleia de credores da Atvos está marcada para 27 de março. Procurada, a Odebrecht não comentou. Contato: colunabroadcast@estadao.com N.daR.: * Fonte primária: Estado de São Paulo
Obs.: Não foram encontradas notícias relevantes sobre a Petrobras, BR e Petros em 14/03/2020 nos jornais pesquisados.
Fontes: Estado de São Paulo - Política Quem a Lava Jato ainda consegue segurar atrás das suas grades? - Com a soltura do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, condenado a mais de 130 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, restam muito poucos investigados na prisão, entre eles o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha Publicado: Estadão | On Line 13 de março de 2020 | 05h00 Por Luiz Vassallo Na quarta-feira, 12, uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região engrossou a fila de saída de presos do Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba, a famosa prisão da Lava Jato. Para os desembargadores, após cinco anos, não se sustenta mais a prisão preventiva do ex-diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque. Por força de acordos de delação premiada, de progressões de regime, e de decisões do Supremo Tribunal Federal que atingiram duramente as investigações, outros já saíram. Ainda restam alguns nomes relevantes da política atrás das grades. Um notório preso da Lava Jato é o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB). Contra o ex-parlamentar, recaem mandados de prisão preventiva, tanto na Lava Jato em Curitiba, quanto em outras investigações, como a Greenfield, que mira desvios em fundos de pensão, no BNDES e na Caixa. Somadas, as penas do emedebista chegam a 39 anos e quatro meses de prisão. Ele foi detido em outubro de 2016, preventivamente, pela Lava Jato em Curitiba. Em maio de 2019, sua transferência foi autorizada para o presídio de Bangu 8, no Rio. Da última vez que se manifestou, Cunha atacou o ex-procurador-geral Rodrigo Janot, e atribuiu a ele ‘ódio pessoal’ e ‘falsas acusações’. “Como podemos observar, trata-se de um psicopata e homicida que não merece respeito”, afirmou, direto de Bangu, à época em que o ex-procurador-geral revelou um suposto plano para matar o ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal – que acabou publicado em seu livro, ‘Nada Menos que Tudo’. Na Lava Jato, o ex-presidente da Câmara foi condenado por propina de 1,3 milhão de francos suíços, fruto da compra de um campo de petróleo na África pela Petrobrás (14 anos e 6 meses). Já em Brasília, foi sentenciado por supostos desvios no Fundo de Investimento do FGTS. Ele ainda responde a outros processos (24 anos e 10 meses). Outro notório emedebista preso é o ex-governador Sérgio Cabral, cujas penas já somam 282 anos de prisão, e, mesmo sendo, desde fevereiro, um delator com seu acordo homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, o termo não serve para reduzir seu período de prisão. Desde 2019, o ex-governador do Rio vinha se candidatando a delator. Ele tem confessado crimes. Em fevereiro do ano passado, declarou ao juiz federal Marcelo Bretas que ‘seu apego a dinheiro e poder é um vício’. Faz acusações a antigos aliados, como seu sucessor, Luiz Fernando Pezão – a quem atribui o papel de ajudante na estruturação de seus esquemas de corrupção desde o ‘primeiro instante’. Segundo Cabral, desde os anos 1990, quando presidia a Assembleia Legislativa do Rio, já recebia propinas. O procurador-geral da República, Augusto Aras, não admite o acordo de colaboração do ex-governador, firmado com a Polícia Federal. Para ele, há ‘fundadas suspeitas’ de que o emedebista ainda oculta parte do dinheiro ilícito arrecadado em seus esquemas no Rio. A ala crítica à Lava Jato no Supremo Tribunal Federal quer aproveitar um eventual julgamento da delação de Cabral para rever, também, o entendimento de que a PF pode fechar acordos de delação. Um lobista apontado como operador de propinas do MDB também continua preso. Trata-se de João Augusto Henriques. Recentemente, a Procuradoria-Geral da República enviou um parecer ao Supremo contra habeas corpus do lobista. Henriques acumula penas de 22 anos e 11 meses. Em um processo é apontado como intermediário de propinas a Eduardo Cunha. Em depoimento ao ex-juiz Sérgio Moro, alegou não ser ‘apegado ao dinheiro’. Outro processo que resultou na condenação de Henriques é referente a propinas em um contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobras ao custo de U$ 1.816.000.000,00. O contato entre seus familiares e Eduardo Cunha não se encerrou, mesmo depois da prisão de ambos. Em 2017, a mulher de Henriques chegou a visitar o ex-presidente da Câmara na cadeia. O lobista é suspeito de ser o operador de propinas da Odebrecht a emedebistas após um encontro no escritório político do ex-presidente Michel Temer, em Alto de Pinheiros, em São Paulo. O contrato com a área internacional da Petrobrás tinha o valor de US$ 825 milhões, dos quais US$ 40 milhões teriam sido repassados a emedebistas, durante a campanha eleitoral de 2010. Primeiro a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado Nelson Meurer (PP) teve sua prisão decretada no dia 30 de outubro de 2019. Ele foi sentenciado pela Segunda Turma a 13 anos e 9 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O processo investigou o recebimento, pelo parlamentar, de vantagens indevidas como contrapartida ao apoio político para a permanência do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Foi fixado o pagamento mínimo de R$ 5 milhões a título de indenização por danos materiais à estatal. Um ex-diretor da Petrobrás também permanece preso na Lava Jato, e tem apelado ao Supremo, sem sucesso, para revogar decreto de prisão preventiva – Roberto Gonçalves, sucessor de Pedro Barusco na estatal, o delator que devolveu US$ 100 milhões à Lava Jato. Gonçalves está sentenciado a 17 anos, nove meses e 23 dias de prisão. Segundo a acusação, ele recebeu US$ 4.147.365,54 em propinas decorrentes de contratos formalizados entre a estatal petrolífera e empreiteiras meio de transferências internacionais em contas de offshores. O ex-diretor de Novos Negócios da Petroquisa Djalma Rodrigues de Souza, condenado a 14 anos e 6 meses pelo TRF-4, também permanece preso desde outubro de 2017. Ele é acusado de propinas da Odebrecht. Nas planilhas da empreiteira, conta seu apelido, ‘jabuti’, atrelado a pagamentos de R$ 28,4 milhões.
O esquema de Jabuti, segundo a Lava Jato
Ele também tem reiterado pedidos à Justiça para que sua prisão preventiva seja revogada. No dia 13 de fevereiro, a juíza Gabriela Hardt considerou ‘que grande parte da quantia ilicitamente destinada a Djalma Rodrigues de Souza permanece oculta’ e manteve sua preventiva. Outro preso da Lava Jato em Curitiba é José Antonio de Jesus, que foi condenado por propinas à época em que foi gerente de Suporte Técnico de Dutos e Terminais Norte-Nordeste da Transpetro. Ele pegou 18 anos de prisão no TRF-4. Nesta quinta, 12, foi denunciado novamente por pelo suposto recebimento de R$ 460 mil em propinas. Ele foi preso na Operação Sothis, em novembro de 2017. Assim como Duque, todos foram condenados em segunda instância, mas o único motivo que os mantinha presos eram os decretos de prisão preventiva, desde que o Supremo mudou seu entendimento e determinou que réus tenham o direito de apelar a todas as instâncias antes da execução da pena. A decisão contribuiu para a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso triplex – ele já tinha o direito de progredir ao semiaberto, mas se recusou por discordar da sentença a 8 anos e 10 meses imposta pelo Superior Tribunal de Justiça. O ex-presidente acumula outras ações penais e uma condenação de 17 anos, um mês e dez dias de reclusão envolvendo supostas propinas na forma de reformas no sítio de Atibaia. Na carona da decisão que devolveu a liberdade à Lula, foram soltos também o ex-ministro José Dirceu e seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (MDB), condenado a 15 anos e 7 meses no mensalão tucano, também deixou a prisão – o processo dele é de 1998. Um julgamento da Segunda Turma do STF foi o gatilho para outra onda de solturas. Acolhendo a tese do criminalista Alberto Zacharias Toron, os ministros, por maioria, anularam a condenação do ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine, a 7 anos e 9 meses de prisão. O motivo, que depois prosperou no plenário da Corte, foi a ordem das alegações finais. Para os ministros, o então juiz Sérgio Moro, que sentenciou Bendine a 11 anos de prisão – a pena foi reduzida pelo TRF-4 -, deveria ter aberto espaço, primeiro, para os memoriais dos delatores e, depois, para os dos réus delatados, na reta final do processo. Em plenário, o STF acolheu, em seguida, um habeas do ex-gerente da Petrobrás, Márcio Ferreira, e anulou sua condenação, sob os mesmos argumentos de Bendine. Ele já estava em semiaberto. Mas, outros réus acabaram beneficiados. Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB, viu sua condenação a 145 anos de prisão ser anulada. Ele está em domiciliar, com tornozeleira, por decisão da Segunda Turma. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que estava preso desde abril de 2015, foi indultado no âmbito de uma sentença de 24 anos de prisão na Lava Jato, com base no decreto do ex-presidente Michel Temer, de 2017. Ele ganhou, em setembro de 2019, o benefício do regime semiaberto ‘harmonizado’ com tornozeleira eletrônica. Em razão da delação premiada (leia os anexos aqui), o ex-ministro Antonio Palocci deixou a prisão no fim de 2018. Após divulgar carta de desfiliação do PT em que liga os ex-presidentes Lula e Dilma à corrupção, ele fechou inicialmente acordo com a PF, homologado pelo STF. Ele delata uma ‘organização criminosa’ do PT que envolveu propinas de R$ 333 milhões de empresas e implicou o alto escalão dos bancos brasileiros. O ex-ministro chegou inclusive a pedir para voltar a trabalhar, de volta ao ramo das consultorias, ofício que, segundo a Lava Jato e sua delação, era usado de fachada para lavagem de dinheiro de propinas. O mais recente solto na Lava Jato, Renato Duque, teve sua prisão preventiva trocada por medidas alternativas, como entrega de passaporte, proibição de manter contato com outros investigados, e tornozeleira eletrônica. Ele não conseguiu fechar delação premiada, mas confessou o recebimento de propinas e incriminou o ex-presidente Lula e o PT na Lava Jato. O voto vencedor foi o do desembargador Leandro Paulsen. Segundo o magistrado, “ao longo do segundo semestre do ano de 2014, a conta em nome da off-shore Milzart Overseas, no Banco Julius Baer, no Principado de Mônaco, que tinha como beneficiário e controlador Duque, recebeu, em diversas operações de crédito, cerca de U$ 2.220.517,00. Já a conta em nome da off-shore Pamore Assets, no Banco Julius Baer, no Principado de Mônaco recebeu, no segundo semestre de 2014, 208.643,65 euros. Estas operações revelaram que o paciente seguia operacionalizando movimentações espúrias mesmo no curso da “Operação Lava-Jato”, o que ensejou sua prisão preventiva, inclusive com a chancela deste julgador. Ocorre, todavia, que desde tal evento já transcorreram mais de 5 anos e este continua sendo o temor invocado para justificar a prisão do paciente. A leitura das decisões proferidas na origem demonstra que os parágrafos que amparam a prisão preventiva sempre acabam trazendo a referência a tal movimentação financeira como elemento para que ele permaneça preso. Tal circunstância, em meu entendimento, revela que a atualidade do fundamento reclamada pelo artigo 315, do CPP, não resta mais presente no caso concreto”. Paulsen explicou que: “no atual momento da investigação, afirmar que o réu poderia ter contas ocultas no exterior implica indevida inversão do ônus da prova. Lançar mão de tal argumento quando a coleta de dados ainda estava em etapa inicial era razoável, porquanto foi preciso acautelar o sucesso da apuração ainda incipiente. Entretanto, estamos diante de acusado cujas movimentações financeiras foram integralmente escrutinadas pelas autoridades estatais ao longo dos últimos 6 anos. O réu, há aproximadamente 1 ano, decidiu colaborar com as autoridades e passou a relatar tudo o que era de seu conhecimento acerca dos esquemas criminosos que se formaram no âmbito da Petrobras. O paciente já adotou as medidas que estavam ao seu alcance com o fito de entregar às autoridades o produto dos ilícitos por ele cometidos”. O desembargador ressaltou que “a prisão preventiva também não mais se justifica ao argumento de que o réu exercia papel central na trama delitiva. Tal afirmação é indubitavelmente verdadeira, ocorre que, por força das próprias prisões preventivas, o grupo criminoso restou totalmente desarticulado. Os líderes da empreitada criminosa que vitimou a Petrobras estão, sem exceção, afastados da companhia e, assim, não possuem qualquer condição de rearticular o esquema criminoso. Tal constatação se estende a Duque, o qual não possui qualquer poder de ingerência sobre a estatal”. N.daR.: Com um pouquinho de persistência e uma equipe de defensores influentes na área criminal qualquer um, que tenha recustos financeiros, pode se arriscar e, depois, confirmar que no Brasil o crime compensa. E que se dane o resto... * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Petrobras reduz preço da gasolina em 9,5% e do diesel em 6,5% - Ações da petroleira registram queda superior a 20% na Bolsa nesta quinta-feira Publicado: O Globo - Impresso 13/03/2020 Pág. 26 | On Line 12/03/2020 - 13:22 / Atualizado em 12/03/2020 - 16:24 por Glauce Cavalcanti RIO - A Petrobras anunciou a redução dos preços dos combustíveis nas refinarias. O corte será de 9,5% para a gasolina e de 6,5% para o diesel. Os reajustes começam a vigorar nesta sexta-feira. Os novos valores foram anunciados após um tombo no preço do barril de petróleo no mercado internacional esta semana, em consequência a disputas que ocorrem entre Arábia Saudita e Rússia, no âmbito de um acordo não renovado no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. As ações da Petrobras acumulam queda de mais de 20% na Bolsa nesta quinta-feira, dia de caos no mercado financeiro. Há forte efeito após a Organização Mundial de Saúde decretar pandemia de coronavírus. N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Mercado BR Distribuidora tem lucro líquido 94% menor no 4º trimestre - O volume de vendas também diminuiu no mesmo período Publicado: Terra - On Line 11.mar.2020 às 21h36 Por Reuters A BR Distribuidora registrou lucro líquido de R$ 96 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 94% ante igual período do ano anterior, informou a companhia nesta quarta-feira (11). O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado), por sua vez, foi de R$ 952 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, versus R$ 646 milhões no último trimestre de 2018. O volume de vendas somou R$ 9,93 milhões de metros cúbicos, queda de 4,6% ante o mesmo período do ano anterior. Já em relação ao terceiro trimestre, houve uma queda de 5,3%, principalmente em razão da redução das vendas de diesel (-13%), parcialmente compensada pela venda 2,8% superior de produtos ciclo otto, segundo a empresa. "Essa redução se justifica em função da maior seletividade no mix de vendas, sobretudo no segmento de grandes consumidores", explicou a companhia. A receita líquida no quarto trimestre somou R$ 24,148 bilhões de reais, queda de 4,2% ante o mesmo período de 2018. No balanço de todo o ano, o lucro líquido da empresa registrou R$ 2,211 bilhões, queda de 30% ante 2018, enquanto o Ebitda ajustado registrou 3,105 bilhões de reais, alta de 21%. Em seu relatório financeiro, a BR destacou que 2019 marcou a transformação da companhia em uma das maiores empresas privadas do Brasil, após a Petrobras reduzir sua participação na distribuidora de 71,25% para 37,5%, por meio de venda de ações no mercado. O aumento do Ebitda em 2019, segundo a BR, resulta principalmente do gradual reposicionamento de margens de comercialização, menores despesas operacionais, maiores receitas operacionais e menores provisões para perdas de crédito esperada. A receita líquida em 2019 caiu 2,8% contra 2018, para 94,985 bilhões em 2019, principalmente pela redução de 3,3% nos volumes de produtos vendidos, parcialmente compensada pelo aumento de 0,5% nos preços médios de realização. N.daR.: Quantas explicações esquisitas, como: "Essa redução se justifica em função da maior seletividade no mix de vendas, sobretudo no segmento de grandes consumidores". Conclusão, privatização não significa transparência... * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Política Fachin mantém decreto de prisão do ex-presidente da Petros que mora em Portugal - Ordem para deter Luís Carlos Fernandes Afonso, investigado na fase 56 da Lava Jato sobre propinas de R$ 68 milhões para o PT, é de 2018, mas não foi cumprida até hoje após executivo deixar o país Publicado: Estadão | On Line 11 de março de 2020 | 14h07 Por Paulo Roberto Netto O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, negou habeas corpus da defesa do ex-presidente da Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros), Luís Carlos Fernandes Afonso, contra ordem de prisão preventiva decretada contra o executivo. A medida cautelar foi dada em novembro de 2018, mas não foi cumprida até hoje.
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Luís Afonso deixou o país em 2015. Ele reside em Portugal. No Brasil, é acusado pela Operação Lava Jato de corrupção passiva, corrupção ativa, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e organização criminosa na execução da Torre Pituba, sede da Petrobrás em Salvador. O empreendimento foi alvo da ‘Sem Fundos’, fase 56 da Lava Jato, que mirou suposto esquema de propinas de R$ 68 milhões para o PT e ex-dirigentes do Fundo Petros e da Petrobrás. Ao todo, 42 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal, incluindo Luís Afonso. A defesa do executivo pedia anulação da ordem de prisão preventiva sob alegação de que os bens de Luís Afonso já estão bloqueados por decisão judicial e que todos os demais réus da denúncia estão respondendo o processo em liberdade. Fachin, no entanto, afirmou que as investigações identificaram repasse de R$ 4,5 milhões da construtora OAS para Afonso, parte em espécie e por meio de transferências para contas mantidas pelo executivo em Andorra, principado europeu conhecido pelo status de paraíso fiscal. Segundo o ministro, o caso remete a risco a ordem pública, a possibilidade de prática de novos crimes e à dificuldade em recuperar os valores desviados. “A questão central, inclusive no que toca à possibilidade de dissipação de recursos disponíveis no exterior, reside no risco à ordem pública”, apontou Fachin. COM A PALAVRA, O EX-PRESIDENTE DA PETROS LUÍS CARLOS FERNANDES AFONSO A reportagem busca contato com a defesa de Luís Carlos Fernandes Afonso. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com). N.daR.: Da PETROS ninguém está preso pelos desmandos cometidos. Por que será? Mas, aposentados e pensionistas estão sofrendo descontos de mais de 30% em seus proventos para cobrir os rombos causados. aquie se está tratando do "caso de Pituba", e quanto aos outros vários casos? * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: Estado de São Paulo - Economia Pessoa física que comprou Petrobras com trava só pode vender dia 23 Publicado: Estadão - Impresso 12/03/2020 | On Line 12 de março de 2020 | 04h15 Por Fernanda Guimarães O investidor do varejo que comprou ações da Petrobras com o chamado “lock-up” (restrição de venda) poderá vender a ação – que pagou a R$ 30 na oferta subsequente (follow on) da petroleira no início de fevereiro – apenas no dia 23 de março. Cerca de 53 mil pessoas físicas participaram do movimento. Cerca de 40 mil deles aceitaram a trava de venda, para terem seus pedidos priorizados. A ação fechou ontem a R$ 16,37 . Dois lados. A estrutura divide opiniões no mercado. Os críticos dizem que ela cria assimetria entre os investidores institucionais e as pessoas físicas, que ficam de mãos atadas por não poder vender os papéis e serem obrigadas a olhar a queda das ações “da janela”. Os que defendem dizem que o lock-up permite que as pessoas físicas ampliem a participação nos lançamentos de ações. Apesar da polêmica, era um risco grifado no prospecto da oferta. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi o vendedor das ações da petroleira no início de fevereiro, em uma oferta de cerca de R$ 22 bilhões. Com a venda, o lucro para o banco de fomento foi de R$ 4,6 bilhões. Defesa. A estrutura do “lock-up” foi criada em uma tentativa de separar o investidor pessoa física dos “flipper”, como são chamados aqueles que compram papéis nas ofertas, mas os vendem no dia seguinte gerando pressão no preço da ação. N.daR.: Só resta torcer e aguardar a recuperação do mercado. * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: Estado de São Paulo - Economia O crepúsculo do petróleo - Está no horizonte o declínio da importância do petróleo na economia mundial Publicado: Estadão | On Line 11 de março de 2020 | 19h44 Por Celso Ming O petróleo é um produto sujeito a choques. Os mais importantes foram de forte alta. O de agora é choque de baixa.
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Em 1973, os preços saltaram de US$ 3,50 por barril para cerca de US$ 12. Em 1979, chegaram a US$ 30 e, ao longo dos anos 2000, foram para a altura dos US$ 60. A partir daí, o forte aumento da procura proporcionado pelo crescimento da China e dos tigres asiáticos puxou as cotações para a altura dos US$ 120. A crise de 2008 voltou a derrubá-las. A estocada, que acontece em sentido inverso, acentuou o declínio, da faixa dos US$ 50 a US$ 60 para os US$ 35, em vigor desde domingo. Essa derrubada determinada pela Arábia Saudita vem sendo vista por certos analistas apenas como resultado do desacordo episódico com a Rússia sobre a proposta de reduzir a oferta, de modo a estabilizar a demanda enfraquecida pela pandemia. Mas deve ser entendida como mais do que consequência desses fatores. O que há é a primeira manifestação impactante do declínio da idade do petróleo, que já dura 150 anos. O quadro hoje é de superprodução e o mundo está encharcado de óleo. Os grandes produtores enfrentam grandes estoques e capacidade ociosa. Antes da decisão da Arábia Saudita, tomada no último fim de semana, de aumentar a oferta em 2 milhões de barris diários ou até em 3 milhões, se for o caso, o mercado já mostrava instabilidade e forte dependência de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduzisse a produção. Há 20 anos, preços atraentes em torno dos US$ 100 por barril colocaram em movimento investimentos em óleo e gás em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil. A mais importante dessas iniciativas aconteceu nos Estados Unidos na exploração de suas abundantes jazidas de xisto, onde petróleo e gás são liberados em terra por meio de bombardeio de água, areia e produtos químicos. Essa exploração tornou os Estados Unidos não apenas autossuficientes, mas também exportadores. A primeira derrubada das cotações, por meio de aumento da oferta da Opep, há cinco anos, teve por objetivo tirar do mercado esses produtores americanos que operavam a custos acima de US$ 70 por barril. O resultado, no entanto, foi forte redução de custos desse segmento que, sozinho, produz hoje petróleo e gás em volume equivalente ao que vinha produzindo e exportando a própria Arábia Saudita. Essa nova operação decidida agora parece ter o objetivo imediato de quebrar os produtores de óleo de xisto e também os que vinham operando com produção convencional de alto custo. Se conseguirá ou não, parece depender da disposição do governo dos Estados Unidos de apoiar o setor. Mas o encolhimento da demanda mundial não acontece e está sendo acentuada apenas pelo mais baixo crescimento econômico imediato e pelo alastramento do coronavírus. Em todo o planeta crescem as pressões pela redução do consumo de combustíveis fósseis, tanto na produção de energia quanto na movimentação dos motores a explosão. A Comissão Europeia (Poder Executivo da União Europeia) fixou metas drásticas para reduzir até 2050 o consumo e incentivar a produção de carros elétricos e de energia renovável, especialmente as de fontes solar e a eólica. O súbito barateamento dos preços pode até aumentar temporariamente o consumo e adiar projetos de produção de energia limpa, mas está no horizonte o declínio da importância do petróleo na economia mundial. Para o Brasil, este é um sinal amarelo de forte intensidade, porque o governo federal e os Estados se tornaram fiscalmente dependentes do petróleo caro. Obtiveram receitas imensas nos leilões de áreas, pagamentos de royalties e contribuições especiais e arrecadação de impostos, especialmente de ICMS pelos Estados, sobre os preços dos combustíveis. As novas cotações derrubarão as receitas do setor público, que já vinham mergulhadas com a baixa atividade econômica. Qual será a resposta política do governo? Certos setores pedem aumento imediato das despesas públicas com base em emissões de moeda e, portanto, de pressão inevitável sobre a inflação. A outra opção é redução das atribuições do Estado. Os debates sobre esse tema, que já vinham se acentuando com base na definição sobre a apropriação das verbas do Orçamento da União, deverão se ampliar agora. Especialmente depois que a Câmara derrubou o veto presidencial no caso da concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). N.daR.: Não é de se ter muita certeza de que a "era do petróleo" está chegando ao fim. Poderá haver uma redução no consumo de derivados automotivos, entre outros, mas quanto ao resto, poderá até haver um aumento de demanda. * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Turbulência coloca em risco 25 ofertas de ações no Brasil - Venda de fatia do BNDES na JBS é um dos negócios que pode ser postergado Publicado: O Globo | On Line 11/03/2020 - 10:03 / Atualizado em 11/03/2020 - 10:04 por Bloomberg SÃO PAULO - Cerca de 25 ofertas de ações de empresas brasileiras previstas para o primeiro semestre do ano correm o risco de serem adiadas, já que a crise do coronavírus aumenta a volatilidade dos mercados e impõe restrições às viagens. Dois dos maiores negócios na lista - a venda de participação da Petrobras na BR Distribuidora e o IPO da Caixa Seguridade - provavelmente serão adiados, disseram pessoas familiarizadas com as transações, pedindo para não serem identificadas porque as discussões não são públicas. A venda de fatia da JBS pelo BNDES também poderá ser postergada, disse uma fonte próxima das negociações. Essas ofertas fazem parte de um esforço do governo para vender ativos e reduzir o tamanho do Estado. Petrobras, BNDES e Caixa não responderam a pedidos de comentário. As empresas brasileiras se preparavam para o que poderia ser o melhor ano da história em ofertas de ações, já que os juros baixos estimulam a migração de investidores para o mercado de ações. Nas últimas semanas, cerca de 21 empresas entraram com pedidos de IPOs (abertura de capital), o maior número em pelo menos uma década, segundo dados compilados pela Bloomberg. Agora, são exatamente esses negócios que correm maior risco de serem postergados: as empresas menos conhecidas precisam encontrar mais investidores, o que está se tornando cada vez mais difícil em um mundo atormentado por restrições de viagens devido ao vírus. "Os mercados de capitais devem permanecer quietos até que os preços se estabilizem", disse Malcolm Dorson, que ajuda a administrar cerca de US$ 700 milhões em fundos de mercados emergentes na Mirae Asset Global Investments, em Nova York. “Não apenas o surto de coronavírus levou a algumas restrições de viagem, mas muitas empresas começaram a obrigar seus funcionários a trabalhar remotamente. Isso cria desafios para uma equipe gestora que tenta se conectar com os investidores”, acrescentou Dorson. Os mercados foram impactados por preocupações com o impacto econômico da epidemia de coronavírus e a queda quase sem precedentes nos mercados de petróleo. Mas, mesmo em meio ao clima já amargo no exterior, a queda dos ativos brasileiros se destaca. O Ibovespa apagou 14 meses de ganhos desde o fim de janeiro, movimento ampliado por uma queda de 12% na segunda-feira no pior dia desde 1998. A moeda é uma das que apresenta pior desempenho no mundo este ano, já que os investidores apostam que o Banco Central cortará os juros para impulsionar a recuperação ainda lenta, diminuindo o apelo de carry trade. A relação de IPOs inclui construtoras, varejistas de moda e empresas do mercado de animais de estimação, um banco médio e até um processador de carne bovina de propriedade de uma parte diferente da família que controla a JBS. As empresas têm cerca de duas semanas para apresentar documentos adicionais se estiverem dispostas a realizar as transações até o meio do ano, disse uma das pessoas. A maioria tenta realizar as ofertas antes das eleições nos EUA na segunda metade do ano. N.daR.: "Há mal que vem para o bem". Talvez o Covid9 ajude a preservar parte da Petrobras, já que ninguém se interessa em defender empresa estratégica, lucrativa e que serve de caixa para o gpoverno. Quem ganha e o quê com o desmanche da Petrobras? Será que alguém será punido pelo cometimento de crime de Lesa-Pátria? Eo Brasil? Que se dane... * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Economia Coronavírus e queda do petróleo podem levar Petrobras a adiar venda de refinarias, diz fonte - Redução do valor dos ativos e dificuldade de deslocamentos de executivos vão ser avaliadas Publicado: O Globo | On Line 11/03/2020 - 12:33 / Atualizado em 11/03/2020 - 14:11 por Gustavo Schmitt RIO- Os preços baixos do petróleo no mercado internacional, aliado ao agravamento da epidemia do coronavírus, podem levar a Petrobras a adiar a venda das oito refinarias previstas para este ano. A avaliação é de uma fonte próxima às negociações, que avalia que estendendo-se por mais alguns meses a queda de braço entre Moscou e Riad, além da natural redução do valor dos ativos da companhia, o andamento das negociações sofreria com a restrição de deslocamento de executivos de empresas estrangeiras. Por enquanto, diz a fonte, está mantido o prazo de entrega das propostas vinculantes para as quatro primeiras refinarias para o próximo mês de abril, e das outras quatro para maio. - Se os preços do petróleo se mantiverem em patamares baixos, as propostas vão vir obviamente mais baixas e a Petrobras vai ter que avaliar se vende neste momento ou se atrasa a negociação. A outra dúvida é em relação a propagação do coronavírus, se o cenário se mantiver nos próximos meses, como vão conseguir fazer as negociações, com as limitação de deslocamento de executivos do exterior? – ressalta a fonte. A entrega das propostas vinculantes para as quatro primeiras refinarias estava inicialmente prevista para o início deste mês, mas já havia sido postergado para abril, antes mesmo da atual crise internacional de preços e do agravamento da epidemia, a pedido dos interessados. A Petrobras só deve bater o martelo sobre uma nova mudança de data após receber as propostas e avaliar o valor das ofertas, diz uma pessoa próxima ao tema. A oferta das oito refinarias é um dos principais projetos de venda de ativos da companhia para a redução de sua dívida. As propostas vinculantes a serem entregues em abril são para Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco, Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul — incluindo seus ativos logísticos locais. Essas quatro refinarias têm uma capacidade, somadas, de 950 mil barris por dia, cerca de 45% da capacidade total de refino do país. Circula no mercado que entre os principais grupos interessados estariam a chinesa Sinopec, o fundo de investimentos Mubadala Investment, de Abu Dhabi, e os grupos brasileiros Cosan e Raízen. Na segunda fase, estão em ofertas a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e Unidade de Industrialização do Xisto (Six) no Paraná. N.daR.: Com a conivência da presidência da República, orquestrado por Paulo Guedes, ministro da Economia, e cumprido por seu acólito Castello Branco, presidente da Petrobras, o desmanche da Petrobras avança sem freios ou restrições. A mídia, políticos, ex-militres ou não, assitem omissos à tudo. Patriotismo inexiste no Brasil. Mas, a corrupção é elástica e resistente à tudo. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País TRF4 tira caso de Lulinha da Lava-Jato de Curitiba e manda para Justiça de SP - Para manter inquérito no PR, procuradores juntaram delação de Cabral, que afirmou que Lula pediu contrato para empresa de filho; Lulinha é alvo de investigação sobre repasses da Oi/Telemar ao grupo Gamecorp/Gol Publicado: O Globo - Impresso 12:03:2020 pÁG. 9 | On Line 11/03/2020 - 16:15 / Atualizado em 11/03/2020 - 20:02 por Gustavo Schmitt SÃO PAULO — Em sessão na tarde desta quarta-feira, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu enviar a investigação sobre o filho do ex-presidente Lula, o empresário Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, para a Justiça Federal de São Paulo, conforme informou o blog do colunista Ancelmo Gois. Com isso, a corte tirou o inquérito da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da Lava-Jato de Curitiba. Em outra decisão considerada uma derrota da força-tarefa da Lava-Jato, o TRF-4 decidiu soltar o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Após cinco anos preso em Curitiba, Duque vai passar a usar tornozeleira eletrônica. Lulinha é investigado na fase 69 da Lava Jato, chamada de ‘Mapa da Mina’, deflagrada no final do ano passado. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal apuram pagamentos suspeitos de R$ 132 milhões da Oi/Telemar para Gamecorpo/Gol — essas empresas são ligadas ao filho do ex-presidente. Segundo as apurações, parte desses recursos pode ter sido usada para a compra do sítio de Atibaia, também em benefício do ex-presidente. O sítio é pivô de uma das duas condenações já impostas a Lula na Lava-Jato, que tratou apenas do custeio de reformas na propriedade. Fabio Luis é sócio de Fernando Bittar, Kalil Bittar e do empresário Jonas Suassuna em pelo menos nove empresas. Bittar e Suassuna aparecem como proprietários dos dois terrenos que, juntos, formam o sítio de Atibaia. Segundo os investigadores, há a suspeita de que Bittar e Suassuna tenham utilizado parte dos valores recebidos do Grupo Oi/Telemar para a aquisição da propriedade. Além disso, os procuradores acreditam que os repasses recebidos pela Gamecorp/Gol eram contrapartida a medidas feitas pelo governo do então presidente Lula para favorecer o setor de telefonia. Os desembargadores do tribunal decidiram por unanimidade declinar a competência do caso atendendo a um pedido da defesa de Lulinha. Ao proferir a decisão, os magistrados concordaram com a tese dos advogados do filho do ex-presidente de que a investigação não tem relação com o escândalo de corrupção investigado na Petrobras, nem foram praticados na região da Justiça Federal do Paraná. Em seu voto, o relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, esclareceu que a declinação da competência não anula os atos praticados até agora no processo. O MPF pode recorrer contra a decisão com embargos de declaração e recursos especial e extraordinário. MPF citou Cabral sobre repasses a Lulinha Na tentativa de manter o caso em Curitiba, o procurador regional da república da 4ª Região, Douglas Fisher, juntou um trecho da recente delação do ex-governador do Rio Sergio Cabral. No Rio, no entanto, a força-tarefa questiona os depoimentos de Cabral e recorre contra a colaboração. No documento, Cabral afirma que recebeu pedido do ex-presidente Lula para favorecer a empresa do seu filho junto à secretaria estadual de educação e à prefeitura do Rio. Numa autodeclaração que Cabral fez à Polícia Federal de Curitiba há mais detalhes sobre o caso. Segundo o documento, Lula teria deixado claro a Cabral que o favor seria uma contrapartida as parceria do governo federal com a gestão Cabral. Após essa conversa, segundo Cabral, Lulinha e seus sócios - Kalil Bittar e Jonas Suassuna - foram recebidos em 2008 no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Nesta reunião, Lulinha, Bittar e Suassuna ofereceram, segundo Cabral, uma série de produtos de informática na área de educação, já que sabiam que o estado investia para equipar as escolas com tecnologia. Cabral afirmou que Lulinha e seu sócio queriam "fugir" da licitação por meio da Oi, que já era contratada do governo estadual na área de telefonia e processamento de dados. Assim, Cabral disse que mais de R$ 30 milhões foram repassados à empresa de Lulinha por meio dos programas "conexão educação" e "conexão professor". O ex-governador disse, porém, que o pagamento de valor tão expressivo teve que ser combinado com os donos da Oi por meio de Sergio Andrade — também acionista da construtora Andrade Gutierrez. Sergio Andrade afirmou a Cabral que abateria os valores da conta de propina que tinha com Lula no âmbito da Petrobras, do setor elétrico e na na compra da Brasil Telecom pela Oi - companhia que Sergio Andrade era acionista, e este iria fazer alguma compensação. Cabral também disse que Lula pediu interferência no primeiro governo do ex-prefeito Eduardo Paes (2009 - 2012) para que a empresa de Lulinha também prestassse serviço à prefeitura do Rio, utilizando o mesmo artificio da contratação via Oi. Cabral contou que chamou Paes no Palácio das Laranjeiras, onde expôs o pedido de Lula. O ex-governador disse que Paes se comprometeu a atender o pedido e a prefeitura contratou a empresa de Lulinha, sem licitação. Defesa de Lulinha rebate Cabral Em nota, a defesa de Lulinha rebateu a “autodeclaração” do ex-governador Sérgio Cabral. De acordo com os advogados, Cabral não apresentou provas nem fatos que possam ser verificados. A defesa lembrou ainda a decisão do desembargador João Pedro Gebran Neto, da segunda instância da Lava Jato, que não reconheceu a legalidade da “autodeclaração” . Segundo Gebran, além da falta de provas, não é possível identificar em que contexto, onde ou como o depoimento foi obtido. Para os advogados de Lulinha, por respeito às suas próprias convicções e à sociedade, o MPF tinha a obrigação de desconfiar de cada palavra de Cabral, mas como de costume "preferiu alardear". Eles lembram ainda que a própria Procuradoria Geral da República tenta impedir a homologação de uma delação premiada de Cabral, por desconfiar da veracidade das várias acusações que vem fazendo. N.daR.:N.daR.: Com um pouquinho de persistência e uma equipe de defensores influentes na área criminal qualquer um, que tenha recustos financeiros, pode se arriscar e, depois, confirmar que no Brasil o crime compensa. E que se dane o resto... * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Poder Em balanço da Lava Jato, Deltan culpa Congresso e STF por atrasos no combate à corrupção - Chefe da força-tarefa no Paraná diz que há ambiente mais difícil do que no início da operação Publicado: Terra - On Line 10.mar.2020 às 19h44 Atualizado: 10.mar.2020 às 20h09 Por Katna Baran Curitiba - Em balanço de seis anos da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol atacou decisões recentes do Supremo Tribunal Federal e iniciativas do Congresso Nacional, afirmando haver hoje um ambiente “mais difícil” de combate à corrupção se comparado ao do início da operação. "No último ano, identificamos uma série de decisões e posições do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal que acabam resultando em dificuldades do exercício do nosso trabalho, das investigações e processos”, disse o chefe da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal paranaense. Embora ele não tenha feito referência a isso, a fala de Deltan, em entrevista coletiva nesta terça-feira (10), ocorre às vésperas de atos contra o Congresso e o Judiciário, incentivados pelo presidente Jair Bolsonaro e marcados para domingo (15). Entre as críticas que destinou ao Legislativo, o procurador citou a aprovação, em setembro do ano passado, da Lei de Abuso de Autoridade. Segundo ele, há na legislação “regras boas”, mas outras que “impedem e dificultam a atuação de autoridades públicas contra corruptos poderosos”. O procurador avaliou de forma negativa a configuração final do pacote anticrime, elaborado pelo ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro. “Vimos uma grande tentativa de aprovação de reformas por meio do pacote anticrime, mas infelizmente, ao longo de sua tramitação no Parlamento, boa parte das regras anticorrupção foram retiradas”, afirmou. Após obter a prisão de políticos, empresários e operadores financeiros em seus primeiros anos, a Lava Jato sofreu uma sequência de reveses a partir de 2019, que incluiu a ordem do Supremo que barrou a prisão de condenados em segunda instância, definida em novembro passado. Além disso, a operação teve sua credibilidade abalada com a divulgação pelo site The Intercept Brasil e outros veículos, como a Folha, de conversas pelo aplicativo Telegram de Deltan com outras autoridades, como Moro. Os diálogos mostraram a combinação de medidas e sugestões do então magistrado à investigação, o que indica quebra da imparcialidade do juiz. Na entrevista desta terça, o procurador se limitou a afirmar que o caso foi diversionista. "Foi um evento diversionista que desviou o foco da discussão daquilo que é real e grave para especulação, sensacionalismo e em grande medida, distorções”, disse. Aos jornalistas Deltan elencou ainda várias decisões de 2019 do STF que, para ele, criaram um ambiente desfavorável no combate à corrupção, como a determinação, em março, de que investigações de propinas destinadas a campanhas políticas fossem encaminhadas à Justiça Eleitoral. Citando como exemplo o caso Pasadena, anulado após o entendimento do Supremo, ele disse que outros casos da Lava Jato podem ser afetados. “Essa decisão do STF, para dizer o mínimo, gera uma grande insegurança jurídica com relação a casos já propostos que tramitam em Curitiba, inclusive casos já julgados”, afirmou. O procurador também criticou a decisão do presidente do Supremo, Dias Toffoli, de suspender em julho do ano passado investigações criminais pelo país que usassem dados detalhados de órgãos de controle —como Coaf, Receita Federal e Banco Central— sem autorização judicial. A determinação acabou derrubada pelos demais ministros, em novembro. Ele elencou ainda como retrocesso a determinação pela corte, em outubro, de que réus delatados só apresentem alegações finais após a manifestação de réus delatores, o que gerou, até então, a anulação de três julgamentos (dois criminais e um cível) de casos da Lava Jato. Para o procurador, a decisão que barrou a prisão de condenados em segunda instância aumenta as chances de prescrição, "e, consequentemente, de impunidade”. O chefe da Lava Jato em Curitiba pediu também que o STF priorize o julgamento dos casos ligados à operação, já que, até então, a corte emitiu apenas uma sentença sobre o caso. “Entendemos que a dificuldade a levar efeito casos criminais é decorrente do sistema de foro privilegiado, contudo temos expectativa de que STF possa priorizar esses casos”, disse. Ao falar, porém, sobre a produtividade do juiz de primeira instância Luiz Antonio Bonat, substituto de Moro na Justiça Federal de Curitiba, o procurador apontou que ele ainda está se inteirando dos casos. “Sempre que existe uma troca de quadros da Lava Jato, há vários meses de adaptação para tomar conhecimento da imensidão do esquema criminoso, dos casos, das evidências, da massa de provas. Isso acontece não só na Justiça, mas também no Ministério Público Federal”, justificou. Reportagem da Folha apontou que, desde que assumiu o caso, um ano atrás, o número de processos à espera de sentença na 13ª Vara Federal da capital paranaense duplicou. Nesse período, o magistrado deu apenas uma sentença da operação. Questionado sobre possíveis retrocessos gerados pela atuação do Executivo no combate à corrupção, como a ausência de vetos por Bolsonaro sobre itens criticados por Moro na Lei de Abuso de Autoridade, Deltan disse que, apesar de haver pontos negativos, a maior preocupação está no desempenho dos Poderes Legislativo e Judiciário. “É quem mais pode impactar o combate à corrupção no país no médio e longo prazo. A mudança nas punições que favorecem ou desfavorecem a integridade dependem essencialmente de mudança de leis [...] e também da aplicação dessas leis”, afirmou. Durante a coletiva, integrantes da força-tarefa da Lava Jato focaram nos números da operação. Neste período, foram 70 fases deflagradas, resultando em 500 pessoas acusadas. Já há 52 sentenças com 253 condenações, que somam 2.286 anos e sete meses de pena. As autoridades destacaram os valores recuperados: cerca de R$ 4 bilhões foram devolvidos do total de R$ 14,3 bilhões ajustados em 185 acordos de colaboração premiada e 14 acordos de leniência firmados entre a operação e acusados. Segundo o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores, o trabalho está “longe de acabar”. “Seis anos depois [do início da Lava Jato], o Brasil é exemplo de combate à corrupção, de tecnologia contra a corrupção. E aquelas empresas que antes disseminavam meios de burlar a lei e de corromper agentes públicos, hoje estão colaborando com a Justiça e reparando seus erros por meio de acordos de delação e de leniência”, afirmou. N.daR.: Tem todas razões Dalagnol ao apontar as travas que o Judiciário e o Legislativo colocaram na Lava-Jato. Também não é de se descartar a influência do Executivo em não facilitar a ação da Lava-Jato. * Fonte primária: Terra Fontes: Estado de São Paulo - Economia Aneel cobra R$ 126 milhões da Petrobrás após corrigir 'erros' de cálculo de entrega de energia - Petrobrás entregou um 'pedido de reconsideração' à agência, que ainda não foi deliberado Publicado: Estadão | On Line 10 de março de 2020 | 20h44 Por André Borges BRASÍLIA - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou à Petrobrás uma fatura de R$ 126 milhões, após mudar as regras de liquidação de energia entregue pela companhia, por meio de suas usinas térmicas. O débito foi apurado após a correção de um “erro no cálculo da obrigação de entrega” de energia, que teria ocorrido no período de 2014 a abril de 2016. As novas regras passaram no mês passado, a partir de uma resolução publicada pela agência. No dia 28 de fevereiro, a Petrobrás entregou um “pedido de reconsideração” à agência, questionando a aplicação das novas regras e alegando que não foi chamada para prestar esclarecimentos sobre o assunto. “Dado que a Petrobrás sempre agiu de boa-fé e não deu causa ao erro, não há qualquer recurso provisionado para o pagamento dos supostos débitos apontados pela Aneel no montante de R$126 milhões”, declarou a petroleira à agência, alertando sobre o impacto na compra de insumos. “Caso haja glosa no processo de liquidação, a Petrobrás poderá ter dificuldades em honrar seus compromissos de aquisição de combustível (em muitos casos, combustível importado), comprometendo sua capacidade de geração e atendimento aos futuros despachos do Operador Nacional do Sistema Elétrico Nacional (ONS), afirmou. Em sua defesa, a Petrobrás afirma ainda que não pode responder por um erro matemático cometido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que faz a liquidação contábil do setor elétrico. “Não parece razoável atribuir a um único agente um débito na casa das centenas de milhões de reais, em consequência de erro na formulação algébrica das regras, de competência da CCEE”, declarou. Segundo a estatal, o ato administrativo da Aneel “representa um fator de instabilidade regulatória e de incerteza” na relação entre a agência reguladora e os agentes do mercado, “frustrando, de maneira indevida, legítimas aspirações” da companhia. A Petrobrás defende que seja realizada consulta pública com os agentes para discutir a nova regra para apuração da disponibilidade máxima de energia exigida dos geradores naquele período. Segundo a estatal, “a Petrobrás foi o único agente impactado negativamente pela decisão, já que a recontabilização só trará débitos no Mercado de Curto Prazo para esta companhia”. A Aneel ainda não deliberou sobre o pedido de reconsideração feito pela Petrobrás. Sua decisão, no entanto, foi decidida por unanimidade, em reunião de sua diretoria colegiada, no dia 11 de fevereiro, publicada no Diário Oficial no dia 18 do mês passado. Uma das piores criações do Brasil foram as ditas "Agências Nacionais" que servem apenas aos interesses de grupos financeiros e de empresas do setor... * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: Estado de São Paulo - Economia Lava Jato, 6, denunciou 500, recuperou R$ 4 bi da corrupção e condenou 165 a mais de 2 mil anos - Ao completar seis anos de atuação, força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba anuncia recordes de acusações contra empreiteiros, doleiros, políticos e ex-executivos da Petrobrás aos quais é atribuído o maior esquema de corrupção e cartel do País Publicado: Estadão | On Line 10 de março de 2020 | 18h06 Por Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Luiz Vassallo Próxima de completar seis anos, a Operação Lava Jato ofereceu denúncias contra 500 investigados e devolveu aos cofres públicos R$ 4 bilhões, no âmbito de 185 acordos de delação e 14 de leniência, nos quais foi ajustada a devolução de R$ 14,3 bilhões. Segundo a força-tarefa, e um balanço, houve um recorde no número de ações civis públicas em 2019, e também em pedidos de cooperação internacional nas investigações contra doleiros, empresários, e políticos no maior esquema de corrupção e cartel do País. Segundo a força-tarefa, no ‘período foram 70 fases, 1.343 buscas e apreensões, 130 prisões preventivas, 163 prisões temporárias, 118 denúncias, 500 pessoas acusadas, 52 sentenças e 253 condenações (165 nomes únicos) a 2.286 anos e 7 meses de pena’. “Além disso, foram propostas um total de 38 ações civis públicas, sendo o recorde delas em 2019 (12), incluindo ações de improbidade administrativa contra 3 partidos (PSB, MDB e PP)”. “Do valor recuperado, R$ 3.023.990.764,92 foram destinados à Petrobras, R$ 416.523.412,77 aos cofres da União e R$ 59 milhões para a 11ª Vara da Seção Judiciária de Goiás – decorrente da operação que envolveu a Valec. Também já reverteram em favor da sociedade R$ 570 milhões utilizados para subsidiar a redução dos pedágios no Paraná”, afirma a Procuradoria da República no Paraná. O trabalho da força-tarefa se desdobrou também em ações fiscais. “No que diz respeito à participação da Receita Federal na operação, podem-se destacar análises fiscais e relatórios que subsidiaram as investigações. Além disso, o setor de fiscalização, até o momento, efetuou lançamentos tributários da ordem de R$ 22,465 bilhões, tendo fiscalizado cerca de 3.400 contribuintes entre pessoas físicas e jurídicas”, declara chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação da 9ª Região Fiscal da Receita Federal Edson Shinya Suzuki. De acordo com o Ministério Público Federal, ‘os atos praticados dentro de processos perante a Justiça Federal, como petição e parecer, quase dobraram de 2018 para 2019: de 4.461 para 8.252’. “Só em 2019, foram registrados 68.730 atos na força-tarefa em Curitiba, incluindo manifestações, movimentações, autuações de documentos extrajudiciais e judiciais, pedidos de cooperação internacional e instauração de procedimentos extrajudiciais, autos judiciais e inquéritos, um crescimento de mais de 1.200% do volume anual de trabalho desde 2014, ano do início do caso”, afirma o MPF. Segundo a Procuradoria, o ‘ano de 2019 também foi aquele em que houve a instauração de 864 novos autos judiciais, o maior número desde o início da operação’. “O dado se refere, por exemplo, a novos inquéritos, pedidos de quebras de sigilo ou busca e apreensão, ações penais, pedidos de bloqueio e exceções de incompetência”. “A quantidade anual de autos extrajudiciais instaurados em 2019 foi a segunda maior na Lava Jato. Foram 377 novos autos, que incluem, ilustrativamente, procedimentos de investigação criminal, inquéritos civis e procedimentos de acompanhamento da celebração de acordos”, diz a Procuradoria. De acordo com a Lava Jato, ‘o trabalho da força-tarefa de procuradores regionais que atuam perante o Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) também aumentou’. “O número de feitos que passaram pela procuradoria regional saltou de 155 em 2018 para 252 em 2019, ano recorde também no tocante a esse tipo de movimentação”. “Os dados demonstram que a operação está em pleno andamento, sendo que a atuação da força-tarefa junto ao TRF4 teve aumento expressivo no último ano de 2019, com desdobramentos das fases iniciais e novos focos de corrupção descobertos nesses anos”, afirma a coordenadora da força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4) Maria Emília Corrêa da Costa Dick. A Procuradoria ainda diz que foi ‘ano de 2019 foi aquele em que ocorreu a coleta de um maior número de depoimentos pelos procuradores, num total de 206, o que é uma técnica tradicional de apuração de crimes – o número não inclui aqueles colhidos pela Polícia Federal’. Dentre os acordos, segundo a Lava Jato, ‘destacou-se a celebração em 2019 de 4 acordos de leniência, número que empatou com aquele dos pactos de 2016, superando os demais anos da operação’. Entre 2014 e 2019, a Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (5CCR/MPF) homologou 31 acordos de leniência, sendo 14 celebrados pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Segundo a coordenadora da 5CCR Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini: “Os acordos de leniência firmados pelo MPF já permitiram a recuperação, entre multa e ressarcimento de dano, de mais de R$ 22 bilhões, sendo que os valores decorrentes dos acordos celebrados pela operação no Paraná superam os R$ 14 bilhões”. Outra ferramenta de investigação central da Lava Jato foram os pedidos de cooperação internacional, tema em que o ano de 2019 também bateu recorde. Foram 189 os pedidos remetidos ou recebidos pelos procuradores da força-tarefa. A força-tarefa afirma que dezenas de ‘“terabyte” de informações foram obtidas para fins de investigação’. “Dentre os dados, destacam-se os bancários, os telefônicos, os telemáticos e aqueles encaminhados pelo Coaf”. “No ano de 2019 apenas, foram apresentadas 247 pedidos medidas cautelares, boa parte com o propósito de obter autorização judicial para acesso a dados sigiloso de investigados, número inferior apenas ao do ano de 2015. Houve 21 casos de quebra de sigilo telefônico de diversos terminais”, afirma a Procuradoria. A Lava Jato afirma que foi responsável, ‘ao longo dos seis anos, por inserir mais de R$ 3,8 trilhões no Sistema de Movimentação Bancária (Simba) – sistema criado pelo MPF em 2007 que padroniza as informações fornecidas por instituições financeiras e agiliza a análise desses dados, muitos oriundos de quebras de sigilo bancário e disponíveis para serem compartilhados com outros órgãos – quase 20% do total da história de todo o MPF’. “Tais dados se somaram àqueles recebidos do Coaf, que enviou para a Lava Jato 693 Relatórios de Informação Financeira. Todas essas informações foram usadas por analistas do MPF para produzir 1.356 relatórios de análise e investigação apenas na força-tarefa em Curitiba”, diz a força-tarefa. “Após cinco anos de existência, a força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná continua a apresentar números recordes em termos de medidas de investigação e resultados. Em 2019 houve o maior número de cooperações internacionais, de depoimentos colhidos por procuradores, de manifestações judiciais, de ações civis públicas, de recursos para cortes superiores e de acordos de leniência. Isso já resultou ainda em 2019 no maior número de denúncias e na maior recuperação de valores nos seis anos da operação, e o trabalho continua”, afirmou o procurador Júlio Noronha, um dos coordenadores dos trabalhos da força-tarefa em Curitiba. Ramificação das investigações dentro do país De acordo com a força-tarefa, ‘acordos de leniência, os dados coletados e a evolução das investigações permitiram que outros crimes fossem descobertos, desdobrando-se em mais duas operações em Curitiba: Piloto e Integração’. “A operação Piloto foi deflagrada em setembro de 2018 a partir do conteúdo de depoimentos de colaboradores ligados ao grupo Odebrecht, que revelaram esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina visando o favorecimento do consórcio liderado pela Odebrecht na licitação de concessão da PR-323. Esses pagamentos teriam sido operacionalizados pelo Setor de Operações Estruturadas da empresa em favor do codinome “Piloto”, identificado como sendo o ex-governador Carlos Alberto Richa, vinculado ao PSDB. Esse caso já tem uma sentença condenatória proferida pela 13ª Vara Federal de Curitiba”, dizem os procuradores. A força-tarefa afirma que a ‘operação Integração foi resultado de duas fases deflagradas em 2018 para investigar o pagamento sistemático de propinas por parte de concessionárias de pedágio do Paraná desde 1999’. “Ela já recuperou efetivamente R$ 570 milhões que vêm sendo usados para subsidiar a redução dos pedágios no Paraná administrados por duas concessionárias, sendo R$ 220 milhões da Ecorodovias e R$ 350 milhões da Rodonorte”. “Os acordos com tais concessionárias, que ultrapassaram o montante de R$ 1 bilhão, previram também o pagamento de multas e a construção de obras rodoviárias”, diz. “A evolução das investigações e o compartilhamento de dados também permitiu a criação de forças-tarefas no Rio de Janeiro (2016) e em São Paulo (2017). Todas apuram crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em órgãos públicos. Houve ainda uma série de operações em todo o país que foram frutos de desdobramentos do caso Lava Jato”, afirma a Procuradoria. Segundo os procuradores, além disso, ‘desde 2015, foi criado um grupo de trabalho da operação na Procuradoria-geral da República (PGR), em Brasília, para atuar no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em casos que envolvem políticos com foro privilegiado’. “O avanço das investigações resultou em um grande número de desmembramentos por todo o país. Os dados processados pela Superintendente Regional da Polícia Federal do Paraná (SR/PF/PR), alimentam não só as investigações em Curitiba, mas também as que estão correndo em outras unidades policiais, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, exigindo uma capacidade investigativa elaborada e dinâmica”, declara Luciano Flores de Lima, Superintendente Regional da Polícia Federal do Paraná. De acordo com Lima, o trabalho e metodologias desenvolvidas pela equipe da Lava Jato acabaram inspirando um projeto da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado para a implantação da Delegacia Modelo de Investigação de Crimes Financeiros junto à SR/PF/PR em 2019, que prevê treinamento de policiais no Brasil em matérias relacionadas a crimes financeiros, grande corrupção e desvio de recursos públicos. Ramificação das investigações fora do país A Procuradoria afirma que a ‘troca de informações por meio de cooperação internacional é considerada um dos pilares que ajuda a alavancar a operação’. “Já foram realizados e recebidos mais de 630 atos de cooperação internacional, sendo que o recorde deles, 189, foi alcançado ano passado”. Em virtude desses atos, a força-tarefa já interagiu com um terço dos países do mundo. São eles: Alemanha, Andorra, Antígua e Barbuda, Argentina, Áustria, Bahamas, Canadá, Chile, China, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Equador, Estados Unidos, França, Guatemala, Gibraltar, Hong Kong, Ilhas Cayman, Ilhas de Guernsey, Ilha de Jersey, Ilhas de Man, Israel, Itália, Liechtenstein, Luxemburgo, Macau, México, Mônaco, Noruega, Países Baixos, Panamá, Peru, Portugal, Reino Unido, República Dominicana, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça, Uruguai e Venezuela. “Tomando em conta os pedidos de cooperação da Lava Jato e seus desdobramentos em diferentes estados e em Brasília, os seis anos consolidaram um total de 447 pedidos feitos a 61 países e 606 pedidos recebidos de 40 países, num total de 1.053 pedidos e 61 países”, diz a Lava Jato. “De 2015 para 2019 aconteceu um aumento de mais de 1000% nos pedidos passivos (quando os países solicitam informações ao Brasil), o que indica um amadurecimento das investigações nos países envolvidos e demonstra a eficiência dos acordos de colaboração da Lava Jato. Os inquéritos no Peru, por exemplo, foram iniciados a partir de delações e a cooperação propulsionou a apuração”, lembra o procurador regional da República e membro da força-tarefa, Orlando Martello Júnior. Segundo os Procuradores, as ‘trocas de informações entre países, há contatos frequentes entre as autoridades envolvidas, o que segue as melhores recomendações e práticas internacionais’. “Contudo, todas as ações de cooperação internacional para tramitação de provas são formalizadas nos fluxos legais e passam pela Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-geral da República (SCI/PGR) e pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça (DRCI/MJ)”. Há muito mais a ser apurado... Na PETROS parece que ninguém quer apurar nada. Por que será? * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: Estado de São Paulo - Economia Fachin mantém na cadeia ex-gerente da Petrobrás que Lava Jato condenou a 17 anos de reclusão - Ministro do Supremo afirma que 'não se trata de execução provisória da pena (de Roberto Gonçalves) , mas de prisão preventiva decretada antes da condenação' Publicado: Estadão | On Line 10 de março de 2020 | 12h40 Por Paulo Roberto Netto O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, negou liberdade ao ex-executivo da Petrobrás, Roberto Gonçalves, condenado a 17 anos, nove meses e 23 dias de prisão. A defesa pedia a anulação de ordem de prisão preventiva expedida pela 13ª Vara Federal de Curitiba, em novembro do ano passado. O ex-gerente da diretoria de Serviços e Engenharia da estatal foi solto por despacho da 1ª Vara de Execuções Penais de Curitiba após novo entendimento da Corte sobre prisão após condenação em segunda instância. O Ministério Público Federal recorreu, alegando que o caso era um ‘equívoco’, visto que Gonçalves estava detido por força de medida cautelar. A 13ª Vara de Curitiba expediu, então, um mandado de prisão para mantê-lo na cadeia.
Documento A DECISÃO DE FACHIN PDF
Documento O MANDADO DE PRISÃO DE ROBERTO GONÇALVES PDF
A Procuradoria apresentou aos autos a ordem de prisão preventiva expedida em 24 de março de 2017, mantida após a condenação do executivo em setembro do mesmo ano pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato. “A decisão que decretou a prisão preventiva de Roberto Gonçalves permanece hígida e seus fundamentos ainda são idôneos para amparar a sua prisão”, afirma o Ministério Público Federal. A defesa de Roberto Gonçalves pediu a Fachin a anulação das ordens de prisão preventiva, alegando que elas descumprem o entendimento de que um preso só deve executar a pena após trânsito em julgado, ou seja, quando não há mais recursos. O ministro, no entanto, afirmou que a prisão do ex-executivo da Petrobrás ‘tem fundamento nos requisitos e pressupostos da preventiva, que ainda se fazem presentes no estágio do processo’. A prisão preventiva é decretada para garantir a ordem pública, impedir atuação do investigado em ações que podem prejudicar o caso ou assegurar a aplicação da lei, impedindo a fuga do réu. Roberto Gonçalves foi sucessor de Pedro José Barusco Filho – o delator que devolveu US$ 100 milhões à Lava Jato no âmbito de delação premiada – e teria recebido US$ 4.147.365,54 em propinas decorrentes de contratos formalizados entre a estatal petrolífera e o Consórcio TUC Construções, integrado pela Odebrecht, UTC Engenharia e PPI – Projeto de Plantas Industriais, e a Petrobrás e o Consórcio Pipe Rack, integrado pela Odebrecht, UTC Engenharia e Mendes Júnior, por meio de transferências internacionais em contas de offshores. COM A PALAVRA, O EX-GERENTE DA PETROBRÁS ROBERTO GONÇALVES A reportagem busca contato com a defesa do ex-gerente da Petrobrás Roberto Gonçalves. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com) Há muito mais a ser apurado... Na PETROS parece que ninguém quer apurar nada. Por que será? * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Petrobras aprova programa que reduz contribuições extraordinárias por empregados a Petros - Medida vai beneficiar 56 mil empregados da ativa, aposentados e pensionistas do fundo de pensão da estatal Publicado: O Globo | On Line 10/03/2020 - 20:50 / Atualizado em 10/03/2020 - 21:18 por Ramona Ordoñez RIO - A Petrobras anunciou nesta terça-feira que seu Conselho de Administração aprovou o Novo Plano de Equacionamento de Déficit (Novo PED) para reequilibrar planos da Petros, o fundo de pensão dos empregados da companhia. O objetivo é reduzir as contribuições extraordinárias dos empregados que seguem na ativa e dos aposentados. Desde 2018, eles têm um desconto adicional para cobrir um rombo atuarial de R$ 27 bilhões. O Novo PED, válido para os planos Petros do Sistema Petrobras Repactuados e Não Repactuados (PPSP-R e PPSP-NR), abrange os déficits registrados de 2015 e 2018. O Novo PED deverá entrar em vigor em abril ou maio, após a sua aprovação pelos órgãos responsáveis, beneficiando cerca de 56 mil empregados da ativa e aposentados. Foi elaborado, segundo fontes técnicas, a partir de uma ampla e longa discussão entre todas as partes envolvidas. Ele estabelece um percentual fixo de desconto, no lugar de uma fatia proporcional ao salário, o que permitirá uma significativa redução da contribuição adicional. Para os aposentados e pensionistas que integram o plano repactuado, o desconto será de 12,05%, para os pensionistas, e de 10,5%, para os empregados na ativa. Para os que não repactuaram o plano, o desconto para aposentados e pensionistas será de 13,59% e de 12% quem está na ativa. Os elevados valores das contribuições atuais levaram milhares de empregados a entrarem na Justiça contra esse pagamento. Em nota, a Petrobras explicou que o Novo PED tem como objetivos a revisão do Plano de Equacionamento de Déficit de 2015 (PED 2015), o tratamento do déficit registrado em 2018, o aproveitamento do resultado atuarial dos planos obtido no ano de 2019 e o tratamento dos impactos atuariais referentes às alterações dos regulamentos dos planos PPSP-R e PPSP-NR. Esses direcionamento tem o aval do Conselho de Administração. “Desta maneira, foi possível a redução das contribuições extraordinárias para a maior parte dos participantes e assistidos assim como o aprimoramento dos regulamentos dos planos, o que permitirá a revisão das contribuições normais e mitigará a necessidade de planos de equacionamento no futuro”, explica a Petrobras em nota. A estatal explicou ainda que o Novo PED leva em conta a insuficiência de recursos dos referidos planos, que foi avaliada em R$ 33,7 bilhões em 31/12/2019, sendo R$ 32,1 bilhões já reconhecidos no PED 2015 e R$ 1,6 bilhão referente ao equacionamento do déficit acumulado no último par de anos e demais alterações citadas. Do valor total, R$ 15,62 bilhões serão de responsabilidade da Petrobras “estando em estrito cumprimento ao princípio da paridade contributiva prevista na Emenda Constitucional n° 20/1998.” O restante do déficit será bancado pelas demais patrocinadoras (BR Distribuidora e Petros) e por participantes e assistidos. A Petros já colocou em sua página na internet um link para que os beneficiários do fundo possam calcular de quanto será a redução em suas contribuições. A efetiva implementação do Novo PED e as alterações nos regulamentos ainda estão sujeitas à aprovação pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). A Petros destacou em nota que, além das mudanças aprovadas pela Petrobras, realiza também mudanças nos regulamentos do PPSP-R e do PPSP-NR, descritas como necessárias para garantir o equilíbrio econômico-financeiro-atuarial dos planos. O foco está ainda na "adequação à Resolução 25 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) de 2018", diz a nota. N.daR.:N.daR.: E os aposentados irão bancar os desmandos - para dizer o mínimo - ocorridos durante as duas últimas decadas na Fundação Petros. O que fez a mídia quando lhe foram levadas ao conhecimento denúncias? E a PREVIC? E os MPs? Quem foi condenado e preso? Quanto dos crimes já não estão prescritos? * Fonte primária: O Globo Fontes: Terra - Economia Petrobras aprova novo equacionamento de déficit do Petros e arcará com bilhões Publicado: Terra - On Line 10 mar 2020 18h52 atualizado às 19h42 Por REUTERS/Paulo Whitaker A Petrobras informou nesta terça-feira que seu conselho de administração deliberou sobre o novo plano de equacionamento de déficit bilionário dos planos Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal, que deverá arcar com bilhões de reais neste processo. O plano de equacionamento levará em conta a insuficiência de recursos dos referidos planos Petros, avaliada em 33,7 bilhões de reais em 31 de dezembro de 2019, disse a estatal em comunicado. A Petrobras informou ainda que, do valor total, 15,6 bilhões de reais serão de responsabilidade da empresa, enquanto o restante do déficit será "suportado" pelas demais patrocinadoras do fundo (BR Distribuidora e Petros) e por participantes e assistidos. Segundo a petroleira, o valor de responsabilidade da Petrobras será arcado por meio de contribuições extraordinárias ao longo da existência dos planos, que totalizam o montante de 13,6 bilhões de reais, e por meio de uma contribuição à vista, no valor de 2,02 bilhões de reais. O desembolso das contribuições extraordinárias da Petrobras é estimado, no primeiro ano, em 941 milhões de reais, com fluxo decrescente de amortização, sendo que 91% será amortizado em 25 anos, acrescentou a empresa. Com o novo plano de equacionamento de déficit, disse também a Petrobras, "foi possível a redução das contribuições extraordinárias para a maior parte dos participantes e assistidos assim como o aprimoramento dos regulamentos dos planos, o que permitirá a revisão das contribuições normais e mitigará a necessidade de planos de equacionamento no futuro". N.daR.: E os aposentados irão bancar os desmandos - para dizer o mínimo - ocorridos durante as duas últimas decadas na Fundação Petros. O que fez a mídia quando lhe foram levadas ao conhecimento denúncias? E a PREVIC? E os MPs? Quem foi condenado e preso? Quanto dos crimes já não estão prescritos? * Fonte primária: Terra Fontes: Folha de São Paulo - Painel S.A. Importador de combustível vê oportunidade em queda do petróleo - Para presidente da Abicom, caso Petrobras não diminua preços do diesel e gasolina, importação pode crescer no Brasil Publicado: Folha de São Paulo - On Line 9.mar.2020 às 19h14 Por Joana Cunha - Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini Sérgio Araújo, presidente da Abicom (associação de importadores de combustíveis), diz que, caso a Petrobras não diminua os preços da gasolina e do disel após a forte queda do barril de petróleo deste domingo (8), haverá uma janela de oportunidade para importação. O executivo afirma que o momento é de incerteza para todos e a estatal não deve fazer movimento imediato. Como nos últimos choques envolvendo o petróleo, tende a esperar alguns dias até os preços se estabelecerem em um novo patamar. Araújo diz acreditar que pode haver recomposição de parte dos preços nos próximos dias, mas pondera que a opinião não é consensual entre especialistas. Segundo o presidente da Abicom, hoje cerca de 25% do diesel e 15% da gasolina são importados no Brasil. Parte do volume é trazido pela própria Petrobras. N.daR.: É claro que se a Petrobra não baixar os preços a margem dos concorretes aumenta e facilita os ganhos. O pior é que isto é divulgado e ninguém critica o objetivo que se oculta atrá do desmanche da Petrobras. Grupos estão ansiosos em poder entrar num merado de alat rentabilidade e que se dane o país. Políticos, ex-militares ou não, a tudo assitem omissos e/ou coniventes. * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: estado de São Paulo - Economia Petrobrás perde R$ 91,1 bi em valor de mercado, na maior queda desde 1986 - Ações da petroleira caíram quase 30% nesta segunda, nas maiores perdas diárias desde 1990; setor bancário teve recuo generalizado Publicado: Estadão - Impresso 10/03/2020 Pág. B1 | On Line 09 de março de 2020 | 11h54 Atualizado 09 de março de 2020 | 22h24 Por Matheus Piovesana Em um único dia, a Petrobrás perdeu R$ 91,120 bilhões em valor de mercado, maior queda desde 1986. Os papéis ON caíram 29,68%, a R$ 16,92, e as ações PN tiveram baixa de 29,70%, a R$ 16,05, nesta segunda-feira, 9. oram as maiores quedas diárias de ambos os papéis desde 1990, de acordo com dados da Economatica obtidos pelo Estadão/Broadcast. O derretimento do petróleo no mercado internacional e os temores com a economia mundial levaram à queda acentuada das ações. O efeito desses fatores sobre a Bolsa afetou também o setor de bancos. De acordo com levantamento da Economatica, a baixa de Petrobras ON foi a maior desde 2 de abril de 1990, dia em que a ação despencou 41,49%. No caso dos papéis preferenciais, foi o maior recuo desde 21 de março daquele mesmo ano, quando as ações caíram 33,33%. A queda de valor de mercado registrada nesta segunda, porém, supera de longe a maior registrada na mesma série, que vem desde 1986. Até então, o recorde de desvalorização nominal era de R$ 47,268 bilhões, registrado em 24 de maio de 2018. Analistas apontaram que, com esse recuo, as ações da petrolífera perderam os pontos de suporte, ou seja, os preços mínimos que poderiam atingir dado o histórico recente de cotações. "O ponto de suporte da Petrobrás estava em R$ 17, que ela já perdeu. O próximo é em R$ 14", afirmou Marcio Gomes, analista CNPI da Necton. Uma recuperação de parte dessa queda vai depender do noticiário sobre o petróleo nos próximos dias. "Se não houver mais nenhuma novidade negativa que possa gerar impacto nos preços do petróleo, eu acredito que há uma possibilidade de recuperação dos preços", disse Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos. A petrolífera fechou com o menor valor de mercado desde 27 de junho de 2014. Naquele dia, a empresa tinha capitalização de mercado de R$ 215,806 bilhões. Nesta segunda, o valor ficou em R$ 215,839 bilhões. Os contratos futuros de petróleo tiveram a maior queda desde 1991, com a Guerra do Golfo. O WTI para abril despencou 24,85%, a US$ 31,13, enquanto que o Brent para maio derreteu 24,10%, a US$ 34,36. Por aqui, além da Petrobrás, a PetroRio teve forte queda, de 36,54%, a segunda maior de todo o mercado. Bancos O setor bancário, que vinha tendo desempenho em geral menos negativo que o do Ibovespa, recuou em bloco: Banco do Brasil ON caiu 11,04%, as Units de Santander Brasil recuaram 9,92%, Bradesco ON caiu 9,80% e Bradesco PN teve baixa de 7,20%. Itaú Unibanco PN caiu 6,93%. Fábio Galdino, chefe da área de renda variável da Vero Investimentos, disse que o setor acompanhou a venda generalizada vista no mercado. "Os bancos tiveram desempenho pior que o Ibovespa no final de 2019, e por isso seguraram mais nos últimos dias, mas hoje estão incorrendo no movimento global. E fica a observar a possível deterioração do setor de crédito lá foram", afirmou. Villegas, da Genial, explicou ainda que a maior variação negativa do Banco do Brasil embutiu o fato de ele ser estatal. "O mercado hoje está mais conservador, e pelo simples fato de o BB ser estatal, há uma aversão maior ao papel", disse. Movimento semelhante foi visto em Eletrobrás, de acordo com o profissional: o papel ON caiu 14,84%, e o PNB, 13,28%. Vale e siderúrgicas Expostas ao cenário internacional, embora mais afetadas pela disseminação do coronavírus do que pelas cotações do petróleo, Vale e siderúrgicas também tiveram baixas expressivas. CSN ON, com queda de 25,29%, só recuou menos que as ações da Petrobrás. Usiminas PNA caiu 16,14% e Gerdau PN, 17,96%. Vale ON caiu 15,20%. Henrique Esteter, analista da Guide, explicou que embora o petróleo tenha caído mais que o minério de ferro nas negociações desta segunda, o movimento geral do mercado contaminou papéis de commodities em geral. "Na madrugada, a ação da BHP, que é concorrente da Vale, caiu forte na Austrália. O movimento é muito mais global do que local e específico." Para entender: árabes e russos disputam preço O pânico no mercado de petróleo começou ainda no domingo, 8, quando as duas principais cotações (Brent e WTI) abriram com queda de quase 30%. Na noite de sábado, a petrolífera estatal saudita, Saudi Aramco, anunciou aumento da produção e redução de preços, após a Rússia vetar um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A medida foi interpretada como a deflagração de uma “guerra de preços”. Segundo analistas, o objetivo da manobra saudita seria forçar os russos a retomarem as negociações sobre cortes na produção, para fazer frente ao recuo da demanda global em meio ao surto de coronavírus. “No momento em que o mundo precisa de menos petróleo, Arábia Saudita e Rússia estão prestes a abrir suas torneiras”, define o banco Julius Baer. Em relatório divulgado ontem, a Agência Internacional de Petróleo (AIE) estimou que o consumo de petróleo pode cair até 730 mil barris por dia este ano, o maior recuo desde 2009, quando os efeitos da crise financeira ainda eram sentidos. Os contratos futuros de petróleo fecharam ontem na maior queda diária desde a Guerra do Golfo, em 1991. Há que se aguardar... * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: estado de São Paulo - Economia Cosan cria companhia para atuar nos setores de gás natural e energia - Compass vai investir no Rota 4, gasoduto que deverá escoar o gás natural do pré-sal ao continente, em um investimento estimado em cerca de US$ 2 bilhões Publicado: Estadão - Impresso 10/03/2020 Pág. B8 | On Line 10 de março de 2020 | 04h00 Por Mônica Scaramuzzo, Luciana Collet e Augusto Decker O grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, anunciou ontem a criação da empresa Compass, que vai reunir os negócios de gás e energia do conglomerado de infraestrutura, dono da ferrovia Rumo, e também sócio da distribuidora de combustíveis Raízen com a Shell. A nova empresa tem sob seu controle a Comgás, a maior companhia de gás canalizado do País, e a comercializadora de energia elétrica Compass, adquirida pela Cosan no fim do ano passado. Com a criação da Compass Gás e Energia, a Cosan quer concentrar seus investimentos e expansão do setor nessa empresa. Ela nasce com um faturamento de quase R$ 12 bilhões. Além da Comgás e da comercializadora de energia elétrica, a Compass vai controlar todos os projetos de expansão em curso pelo grupo, como um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), na Baixada Santista (SP), e um gasoduto idealizado pela Cosan para o escoamento de gás no pré-sal, o Rota 4, em um investimento estimado em cerca de US$ 2 bilhões. “A Compass pode ser uma Cosan inteira embaixo dessa nova companhia”, disse o presidente da Cosan, Marcos Lutz. O anúncio da nova empresa foi feito ontem durante o Cosan Day, evento da companhia para apresentar os planos de investimentos do grupo para analistas de mercado e investidores. “A nova empresa surgiu para reorganizar os investimentos do setor de gás e energia da Cosan”, afirmou Rubens Ometto, dono e fundador do grupo. Presidida pelo executivo Nelson Gomes, que também comanda a Comgás, a nova empresa avalia entrar em projetos termoelétricos a gás, com parceiros estratégicos, por meio de futuros leilões de energia. “O primeiro passo é o entendimento do modelo de negócio de térmicas. Vamos nos juntar a parceiros com projetos já licenciados para entender como funciona a dinâmica”, disse. A companhia também avalia participar do processo de compra de parte da Gaspetro, distribuidora de gás natural colocada à venda pela Petrobrás. “Recebemos as informações sobre a venda dos 51% de participação da estatal na companhia há poucas semanas e vamos avaliar como participaremos desse processo”, disse Gomes. A companhia japonesa Mitsui é dona dos 49% restantes da Gaspetro. A empresa também está de olho em eventuais distribuidoras de gás canalizado que podem ser colocadas à venda pelos governos estaduais. Para Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a nova estrutura societária da Cosan dá mostras de que a companhia está se preparando para crescer nesse setor. “Vale lembrar que a comercializadora de energia elétrica comprada por eles no fim do ano tem licença para comercializar gás.” Refinarias O presidente da Cosan, Marcos Lutz, diz que a companhia não vê, atualmente, a necessidade de o grupo aportar capital em novos projetos que vêm sendo planejados, como a compra de refinarias da Petrobrás e a ampliação das atividades no segmento de energia elétrica e gás natural. “Temos sócios na maioria desses projetos”, disse. Segundo Lutz, o cenário de liquidez reduzida em meio à crise provocada pelo novo coronavírus não deve alterar as perspectivas de investimentos e crescimento da Cosan. O executivo disse que, até o momento, os negócios da companhia não sofreram impacto. No entanto, Lutz admitiu que algumas áreas da empresa poderiam ser afetadas pela desaceleração da economia brasileira, em especial os negócios de combustíveis e lubrificantes. “Nosso negócio é resiliente. Acho que vamos navegar com tranquilidade, apesar da volatilidade.” É a comprovação da entega de ativos da Petrpbras para a concorrência com aconcentração do mercado. Tudo ao contrário do que insiste em afirmar Paulo Guedes, o ministro da Economia de Bolsonaro. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade“, já disse Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista. Um crime de Lesa-Pátria consumado as escâncaras. Onde estão os que se dizem patritas? * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Rio pode perder R$ 2,3 bi em arrecadação de royalties, com crise do petróleo - Perda pode atrapalhar regime de recuperação fiscal e afetar serviços essenciais, como saúde e segurança Publicado: O Globo Impresso 10/03/2020 Pág. 20 | On Line 10/03/2020 - 08:37 / Atualizado em 10/03/2020 - 08:46 por Pedro Capetti RIO - A queda na cotação do petróleo no mercado internacional pode causar prejuízo de R$ 2,3 bilhões aos cofres do Estado do Rio por causa da perda de arrecadação de royalties e participações especiais neste ano. A projeção foi feita pela Gerência de Óleo e Gás da Firjan a pedido do GLOBO. Para especialistas, a mudança no cenário indica que o governo fluminense terá mais dificuldades para cumprir os compromissos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), programa de socorro da União, que vence em setembro. Serviços prestados à população, como saúde e segurança, também podem ser afetados. A estimativa da Firjan leva em consideração o preço médio do barril do tipo Brent em US$ 35 e o dólar a R$ 4,75, mantida a projeção de produção estimada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Trata-se de um cenário bem diferente do planejado no orçamento do estado para o ano, quando o preço médio do óleo foi calculado em US$ 60 e o dólar a R$ 3,72. O secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, ainda faz contas para medir o impacto da crise sobre as finanças do Rio. Apesar de não ter uma estimativa, ele admite que o prejuízo já está contratado.
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— A queda não é corriqueira, e isso dificulta qualquer estimativa — disse Carvalho. — O Estado do Rio é muito dependente de royalties. É uma dependência crônica. (Reduzi-la) vai demorar anos. Receitas extraordinárias Se confirmado o cenário traçado pela Firjan, haverá frustração de 18% na arrecadação. Antes, a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio estimava uma arrecadação de R$ 14,5 bilhões em royalties e participação especial dos mais de R$ 63,7 previstos no orçamento. Segundo Jonathan Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, cerca de 20% do orçamento do estado são fruto de royalties e participações. Ele explica que a receita hoje paga despesas fixas em um orçamento engessado, como folha de pagamento dos ativos e inativos. Em razão disso, o Rio enfrentará dificuldades para equalizar a situação, uma vez que até mesmo os investimentos estão zerados no estado. — O orçamento tem uma margem de manobra muito pequena. Mesmo a expectativa de crescimento do PIB de 1,9% não vai fazer a arrecadação de ICMS subir a ponto de equalizar (o prejuízo de receita) — explica Goulart. O plano do estado é recorrer a receitas extraordinárias. O governo já sabia que precisaria de dinheiro extra para pagar financiamento de R$ 4 bilhões que vence em dezembro, cuja garantia é a Cedae. Agora, a necessidade aumentou. A securitização da dívida ativa, que depende de aval do Congresso, é uma das apostas. O governo buscará aumentar o combate à sonegação. — Essa necessidade de receita extraordinária só aumentou. Agora precisamos para vencer nossos compromissos e para cobrir a redução de receita por causa da queda do barril — disse o secretário. Em Brasília, técnicos do Conselho de Supervisão Fiscal, que acompanha o desempenho do Rio no RRF, já estão em alerta. Em fevereiro, o grupo divulgou relatório em que apontava que, no ano passado, a arrecadação estadual teria caído, não fossem as receitas extras de petróleo. O cenário, porém, não deve atrapalhar as negociações sobre a repactuação do programa, em estudo no Ministério da Economia. Mas há expectativa que a crise contenha ímpetos de gastos extras e incentive cortes de benefícios. ‘Tempestade perfeita’ Para André Luiz Marques, coordenador de programas de gestão e políticas públicas do Insper, o estado caminha para o que chama de “tempestade perfeita”. — Se isso se mantiver por mais tempo, estaremos caminhando para uma tempestade perfeita, de uma receita que pelo lado do crescimento não está vindo, e pelo outro lado que estava vindo, dos royalties. Se essa frente ruir, vai expor um impacto muito grande nas contas do estado e na prestação de serviços — afirma. O prejuízo aos cofres públicos, no entanto, pode ser mitigado com o aumento da produção no pré-sal, que reduziu o custo de extração nos últimos anos. Segundo Karine Fragozo, gerente de Óleo e Gás da Firjan, dólar alto e aumento da produção podem mitigar os efeitos do barril em baixa. Para o município do Rio, a frustração de receitas estimada é de R$ 800 milhões. Já o país pode perder mais de R$ 12 bilhões de recursos vindos de royalties e N.daR.: * Fonte primária: O Globo Fontes: G1 - O Globo - Economia Bolsonaro descarta aumento da Cide e diz que 'tendência' é preço de combustível cair nas refinarias - Cide é tributo federal e pode ser usada pelo governo para estabilizar o preço da gasolina. Estatal manterá política de preços, disse presidente Publicado: G1 O Globo | On Line 09/03/2020 15h23 Atualizado há 11 horas por Guilherme Mazui e Laís Lis, G1 — Brasília Preço do barril de petróleo despenca e derruba bolsas pelo mundo O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (9) em uma rede social que “não existe a possibilidade” de o governo aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), um dos tributos que incide sobre combustíveis. A Cide é um tributo federal e pode ser usada pelo governo para estabilizar o preço da gasolina – se o preço do petróleo sobe, o governo pode reduzir a Cide a fim de evitar alta de preços para o consumidor; se cai, pode aumentar a Cide e arrecadar mais impostos sem que haja aumento do preço da gasolina para o consumidor. Segundo analistas, uma queda acentuada no preço da gasolina também poderia, por exemplo, inviabilizar o uso do etanol já que ficaria muito mais barato abastecer o carro com gasolina. Atualmente a Cide cobrada da gasolina é de R$ 0,10 por litro. Não há cobrança de Cide em cima do etanol e do diesel. Segundo o presidente, a Petrobras manterá sua política de preços, com variações que acompanham a cotação do petróleo no mercado internacional, o que, segundo ele, resultará na “tendência” de redução do preço dos combustíveis nas refinarias. “NÃO existe possibilidade do Governo aumentar a CIDE para manter os preços dos combustíveis. O barril do petróleo caiu, em média, 30% (US$ 35 o barril). A Petrobras continuará mantendo sua política de preços sem interferências. A tendência é que os preços caiam nas refinarias”, escreveu Bolsonaro. Bolsonaro, que está em viagem aos Estados Unidos, fez a publicação em um dia de agitação nas bolsas de valores pelo mundo. Os preços do petróleo recuavam ao redor de 20% nesta segunda, depois que a Arábia Saudita cortou o preço de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores. Devido à crise, as ações da Petrobras desabaram mais de 25% nos primeiros negócios desta segunda-feira. Em poucas horas, a estatal perdeu mais de R$ 67 bilhões em valor de mercado. Economistas falam sobre o cenário da queda de preços do petróleo O presidente cobra há meses que a redução do preço dos combustíveis nas refinarias chegue ao consumidor. Chegou inclusive a lançar um desafio aos governadores, segundo o qual levaria a zero os tributos federais que incidem sobre os combustíveis se os estados adotassem o mesmo procedimento em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS). Governadores classificaram o desafio como "irresponsável" e "populismo". Na abertura dos negócios no mercado asiático, ainda na noite de domingo (horário de Brasília), o preço do petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991). A decisão da Arábia Saudita ocorreu na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity. Nos Estados Unidos, onde integra a comitiva do presidente Jair Bolsonaro em visita ao país, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que, "por enquanto", não há essa possibilidade. "Não tem nada de aumentar ou diminuir a Cide. Isso tudo é exercício que pode ser refletido, mas não tem nada a ver com uma ação que será tomada agora pelo governo, afirmou. Também nesta segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão, que está no exercício da Presidência devido à viagem de Bolsonaro, disse ser contrários ao aumento de impostos para compensar eventuais perdas da Petrobras com a queda no preço do petróleo. N.daR.: O governo não se entende... * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Economia Guerra do petróleo: Arábia Saudita anuncia que vai aumentar em 25% sua produção - Aramco, a petroleira estatal saudita, se comprometeu a fornecer um recorde de 12,3 milhões de barris por dia no próximo mês Publicado: O Globo | On Line 10/03/2020 - 08:27 / Atualizado em 10/03/2020 - 08:50 por Bloomberg LONDRES - A Arábia Saudita intensificou a guerra de preços do petróleo com a Rússia na terça-feira. A petroleira estatal saudita, a Aramco, se comprometeu a fornecer um recorde de 12,3 milhões de barris por dia no próximo mês, um grande aumento da produção para inundar o mercado. O salto da produção, de mais de 25% em relação ao mês anterior, coloca a oferta da Aramco acima de sua capacidade máxima sustentável. Isso indica que o reino decidiu usar até seus estoques estratégicos para despejar o máximo de petróleo no mercado e o mais rápido possível. Em fevereiro, a Arábia Saudita produziu cerca de 9,7 milhões de barris por dia. É a mais nova manobra do que deve ser uma longa e amarga guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita, depois que os preços de referência do petróleo recuaram mais de 30%, a maior queda intradiária desde a Guerra do Golfo em 1991, o que criou um caos nos mercados globais de ações e títulos na segunda-feira. Reação da Rússia O governo da Rússia respondeu em minutos ao que parecia uma guerra de palavras. Alexander Novak, ministro de Energia do país, disse que a Rússia tinha capacidade de aumentar a produção em 500 mil barris por dia. Isso colocaria a produção russa potencialmente em 11,8 milhões de barris por dia, um recorde. Riad está usando seus estoques estratégicos de petróleo para aumentar os suprimentos em um prazo muito curto, de acordo com pessoas familiarizadas com sua estratégia. Além dos estoques domésticos, também armazena petróleo bruto perto de centros de consumo em Roterdã, Okinawa e no porto egípcio de Sidi Kerir. A Rússia não tem uma rede de estoques estratégicos de petróleo para igualar. - Bem-vindo ao livre mercado - disse Bob McNally, fundador da consultoria Rapidan Energy Group e ex-funcionário da Casa Branca. - O mundo está prestes a aprender muito rápido a importância de um ‘swing producer’ para a estabilidade, não apenas para o mercado global de petróleo, mas também para a economia e geopolítica em geral - disse McNally, em referência aos produtores com influência para equilibrar o mercado. EUA e outros países ocidentais começam a se preocupar com a guerra de preços do petróleo entre duas das nações mais poderosas do mundo. Na segunda-feira, o Departamento de Energia dos EUA denunciou, em um raro comunicado, “tentativas de atores estatais de manipular e abalar os mercados de petróleo”.
Preço do petróleo: Veterano do setor, analista prevê que cotação pode chegar a US$ 20
Mesmo com o aumento da produção e guerra de palavras dos dois lados, Novak disse que a porta não está fechada para futuras negociações. Ele disse que a Opep+ poderia se reunir em maio ou junho. Mercado regulamentado Durante décadas, o mercado de petróleo tem sido amplamente regulamentado. Primeiro pelos americanos, que estabeleceram cotas de produção para suas empresas de petróleo através da Comissão Ferroviária do Texas na primeira metade do século 20, e,mais tarde, pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o cartel de petróleo. Durante esse período, o Texas e mais tarde a OPEP atuaram como 'swing producers', aumentando a produção em momentos de escassez e reduzindo-a em momentos de menor demanda, para manter os preços estáveis. Com a demanda de petróleo caindo rapidamente devido ao impacto econômico da epidemia de coronavírus, o aumento da produção saudita, seguido potencialmente por outro da Rússia, provavelmente forçará as empresas a armazenar petróleo, em vez de processá-lo. Os comerciantes já estão procurando navios-tanque para armazenar o excesso do produto. A Agência Internacional de Energia disse nesta semana que a demanda global por petróleo se contrairá este ano pela primeira vez desde a crise financeira global em 2009. N.daR.: Cenário esperado. Deverá retornar aos patamares normais a curto prazo. * Fonte primária: O Globo Fontes: estado de São Paulo - Economia Arábia Saudita inicia 'guerra de preços' e cotação do petróleo cai mais de 20% - Decisão árabe de cortar preços e aumentar a produção é retaliação à Rússia, que se negou a reduzir produção da commodity Publicado: Estadão - Impresso 09/03/2020 Pág. B5 | On Line 08 de março de 2020 | 20h15 Por The New York Times e Agência Estado, O Estado de S.Paulo A Arábia Saudita decidiu reduzir em 10% seus preços de exportação de petróleo, no que pode ser o começo de uma guerra de preços contra a Rússia, mas com repercussões também na Venezuela, no Irã e até em empresas americanas do setor. Com a decisão, os preços de negociação internacional despencavam neste domingo, 8, com o barril do petróleo tipo Brent recuando 20,6%, a US$ 35,93, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Em Nova York (Nymex), o barril do óleo tipo WTI recuava 20,5%, cotado a US$ 32,82. É a maior queda desde 1991, ano da Guerra do Golfo. A decisão saudita de cortar os preços foi uma retaliação à Rússia, que se recusou a participar de um movimento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzir a produção de petróleo e segurar os preços do produto, que estão em queda por causa da desaceleração econômica decorrente da epidemia do coronavírus. A quebra de uma aliança de três anos entre o cartel liderado pela Arábia Saudita e a Rússia para segurar os preços pode ser temporária e fazer parte de um jogo de negociação. Mas, caso seja duradoura, executivos do petróleo dizem que não há nada para impedir que os preços alcancem os níveis mais baixos em pelo menos cinco anos. Uma grande queda nos preços prejudicaria produtores de todo o mundo, principalmente da Venezuela e do Irã, cujas economias baseadas na commodity já estão sob pressão das sanções americanas. O entrave poderia beneficiar o consumidor, mas um colapso prolongado dos preços aumentaria a pressão sobre as empresas petroleiras. Países em desenvolvimento que dependem de petróleo, como Nigéria, Angola e Brasil, também podem sofrer desacelerações econômicas significativas. O primeiro grande impacto foi sentido pela própria Arábia Saudita. As ações da Saudi Aramco, empresa nacional de petróleo, caíram mais de 9% ontem. A Bolsa de Riad recuou mais de 8%. Enquanto cortam os preços, as autoridades sauditas se preparam para aumentar a produção de petróleo para compensar a perda de receita. A China, maior importadora de petróleo, comprou o produto a preços baixos para estocá-lo. A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e produz cerca de 9,7 milhões de barris por dia, abaixo da sua capacidade de aproximadamente 12 milhões de barris. Se produzir mais petróleo a ajudará é outra questão. Não há solução fácil para a situação que a Arábia Saudita e o resto da indústria do petróleo enfrentam. O mundo está inundado de petróleo, dizem os analistas, e a demanda provavelmente continuará em queda. Estratégia. Tanto a Rússia quanto a Arábia Saudita parecem estar agindo pensando no curto prazo e com estratégias de risco. A Rússia ganhou influência política significativa no Oriente Médio, alinhando-se à Opep. Apoiar os preços do petróleo controlado por Arábia Saudita e outros países do Golfo Pérsico também ajudou o governo do presidente Nicolás Maduro a sobreviver na Venezuela. Agora, os russos optaram por seguir sozinhos, recusando-se a fazer os cortes de produção propostos, talvez na esperança de minar os produtores de petróleo americanos. Para a Arábia Saudita, a cooperação com a Rússia reforçou a influência da Opep em um momento em que está sendo ameaçada por um aumento na produção de petróleo americana, que transformou os Estados Unidos em um grande exportador pela primeira vez em décadas. Durante muito tempo ainda o petróleo será notícia... * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Ações da Petrobras e da Vale despencam no exterior com queda do petróleo - Papéis da petrolífera negociados na Alemanha desabam mais de 20%. Mineradora sofre recuo de 8,6% Publicado: O Globo | On Line 09/03/2020 - 08:01 / Atualizado em 09/03/2020 - 08:09 por Bloomberg LONDRES - Após a forte queda no preço do petróleo, ações da Petrobras negociadas no mercado europeu sofrem forte queda na manhã desta segunda-feira, com as bolsas mundiais registrando uma forte queda generalizada. Na Alemanha, o recibo de ação da Petrobras tem queda de mais de 20%. Também a Vale sofre fortes perdas, com recuo de mais de 8%.
Queda do petróleo: Do preço da gasolina às mudanças climáticas, o impacto no Brasil e no mundo
Um fundo de ações que tem como parâmetro os papéis mais negociados na Bolsa brasileira operava em queda de 7,4% nas bolsas europeias. Analistas esperam que a Bolsa brasileira sofra fortes perdas nesta segunda-feira. No mercado de câmbio, antes mesmo da nova crise do petróleo, o Banco Central já havia anunciado na sexta-feira que faria uma intervenção, dessa vez vendendo dólares no mercado à vista, e não mais via contratos de swap. Será vendido ao mercado até US$ 1 bilhão, logo na abertura dos negócios. A decisão de vender dólares no mercado à vista ocorre depois de seguidas altas na moeda americana, mesmo após o BC ter intensificado os leilões de swap. N.daR.: Cenário esperado. Deverá retornar aos patamares normais a curto prazo. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Economia Petróleo desaba 30%, maior queda desde a Guerra do Golfo, com guerra de preço entre Arábia Saudita e Rússia - Sem acordo entre Opep e russos, sauditas anunciam alta de produção e corte do valor do barril. Decisão afeta Brasil Publicado: O Globo - Impresso 09.03.2020 Pág. 16 | On Line 08/03/2020 - 21:28 / Atualizado em 09/03/2020 - 07:38 por Gabriel Martins, com agências internacionais RIO e NOVA YORK - O preço do petróleo desabou mais de 30% nos primeiros segundos da abertura do mercado asiático neste domingo (segunda-feira na Ásia), num tombo que só fica atrás daquele registrado durante a Guerra do Golfo, em 1991, e afeta em cheio o Brasil. A queda é consequência do aumento da tensão entre os países membros da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep), capitaneados pela Arábia Saudita, e a Rússia, que não chegaram a um acordo para diminuir a produção.
Queda do petróleo: Do preço da gasolina às mudanças climáticas, o impacto no Brasil e no mundo
Queda do petróleo:Do preço da gasolina às mudanças climáticas, o impacto no Brasil e no mundo Os contratos futuros do petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, chegaram a ser negociados com o barril cotado a US$ 31,02, segundo a Bloomberg. Pouco após a abertura, a perda já havia sido reduzida para queda de cerca de 20%. O Goldman Sachs alertou que o preço pode chegar perto de US$ 20 por barril. Na sexta-feira, a cotação estava na faixa dos US$ 45. Bolsas asiáticas, como a japonesa, recuavam mais de 3% por volta das 22h30, após a queda no preço da commodity. E o mercado futuro americano despencava, com o S&P recuando 5% e o Dow Jones, 4%, prenunciando um dia complicado para as Bolsas globais nesta segunda-feira. A Arábia Saudita, maior produtora mundial de petróleo, decidiu elevar sua produção e cortar os preços dos barris produzidos em seu território, dando início a uma “guerra de preço” com a Rússia, país que está entre os maiores produtores do combustível mas não é membro da Opep. Rússia e o cartel do petróleo mantêm uma cooperação desde 2016. Em resposta, o governo russo autorizou suas petroleiras a produzirem o quanto puderem. Para Masayuki Kichikawa, da Sumitomo Mitsui Asset Management, de Tóquio, a decisão da Arábia Saudita pode ser uma estratégia: — Não acho que o objetivo final dos sauditas seja o colapso do mercado de petróleo. Parece mais ser uma tática para forçar a Rússia a voltar para a mesa de negociação. Petrobras e arrecadação federal Diante das decisões tomadas pelas duas potências petrolíferas, o setor teme um excesso de oferta do produto, o que terá impacto em toda a indústria de energia, desde gigantes como a americana Exxon Mobil e a brasileira Petrobras a pequenos produtores de petróleo. A queda do petróleo também poderá ter efeito sobre a arrecadação do governo brasileiro, já que os royalties pagos pelas petrolíferas têm por base a valor do barril. Pode haver ainda um revés no combate às mudanças climáticas com os combustíveis fósseis se tornando mais competitivos que opções de fontes renováveis, como o etanol. De acordo com a Reuters, a Arábia Saudita planeja aumentar a produção de petróleo acima de 10 milhões de barris por dia a partir de abril, podendo chegar a 12 milhões, pois o atual acordo para restringir a produção entre Opep e Rússia (conhecido como OPEP +) expira em março. — O medo é que esses dois países comecem a extrair muito petróleo, fazendo o preço desmoronar — indica Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset. Ação da Aramco despenca Andy Lipow, presidente da consultoria americana Lipow Oil Associates, diz que a medida pegou todos “de surpresa": — A Opec+ surpreendeu ao iniciar uma guerra de preços para ganhar participação de mercado. A bolsa saudita, já afetada pelo coronavírus, caía 6,5% na abertura, e também despencavam as bolsas de Dubai (- 8,5%), assim como as de Kuwait e Abu Dabi, ambas com quedas de mais de 7%. As ações da petroleira nacional saudita Aramco caíram pela primeira vez abaixo de seu preço de partida na Bolsa, 32 rials (US$ 8,50) e ficaram em 31,15 rials. N.daR.: Cenário esperado. Deverá retornar aos patamares normais a curto prazo. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País União cobra R$ 1,5 bi de delatores por tributos sobre propina e patrimônio oculto - Dentre eles estão alguns dos principais delatores da Lava-Jato, como o doleiro Alberto Youssef, que responde a uma das maiores dívidas — somados, os tributos chegam a R$ 652,6 milhões Publicado: O Globo - Impresso 09.03.2020 Pág. 4 | On Line 09/03/2020 - 04:30 por Aguirre Talento BRASÍLIA - O governo federal, por meio da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), está cobrando tributos que totalizam R$ 1,506 bilhão de delatores de operações de combate à corrupção, como a Lava-Jato, calculados em cima da movimentação financeira ilegal e do patrimônio oculto que foram declarados por eles próprios em seus acordos de colaboração premiada assinados com o Ministério Público Federal (MPF). Dentre eles estão alguns dos principais delatores da operação, como o doleiro Alberto Youssef, que responde a uma das maiores dívidas — somados, os tributos chegam a R$ 652,6 milhões — e os operadores financeiros Adir Assad e Lúcio Funaro, cobrados em R$ 366,3 milhões e R$ 249,4 milhões, respectivamente. Os dados constam da lista de devedores da Dívida Ativa da União, contabilizada pela PGFN, órgão responsável por executar as cobranças perante a Justiça. Os valores ultrapassam a devolução de recursos feita pelos delatores em acordos com o MPF, promovidos na Lava-Jato ou em seus desdobramentos, como a Sépsis e a Cui Bono, que investigam corrupção na Caixa Econômica Federal. Um débito é enviado para a Dívida Ativa depois que o contribuinte é autuado pela Receita e após perder todos os recursos contra a autuação, que são discutidos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. Essas cobranças têm provocado impasses jurídicos. A União argumenta que as movimentações financeiras ilícitas não declaradas, como recebimentos de propinas, geraram a cobrança de tributos que agora os delatores precisam quitar. Já os colaboradores têm argumentado que já devolveram recursos à União como compensação pelos crimes cometidos e que não podem ser penalizados pelas provas que entregaram. O entendimento adotado até agora pelas autoridades fiscais, porém, é que as dívidas estão devidamente caracterizadas. Na lista dos delatores-devedores estão dez nomes: Alberto Youssef (R$ 652,6 milhões), Adir Assad (R$ 366,3 milhões), Lúcio Funaro (249,4 milhões), Léo Pinheiro (R$ 97 milhões), Pedro Barusco (R$ 70 milhões), Júlio Camargo (R$ 29,4 milhões), Henrique Constantino (R$ 27,6 milhões), Fábio Cleto (R$ 8 milhões), Pedro Corrêa (R$ 3,9 milhões) e Nestor Cerveró (R$ 2,1 milhões). Em um dos processos de dívida tributária do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava-Jato, a Receita cita seu termo de colaboração premiada como uma das provas para corroborar a sonegação de impostos. “O autuado confirmou, e terceiras pessoas a ele vinculadas corroboraram, que os recursos que amealhou, indevidamente, com a realização de condutas à margem da lei, não poderiam indicar seus dados pessoais, de forma a se esquivar da cobrança de tributos promovida pela Receita Federal do Brasil”, diz trecho da autuação fiscal. Ao concluir pela aplicação de multa e cobrança do doleiro, a Receita diz que Youssef deveria ter pago tributos em cima dos valores provenientes de propina. “Os fatos anteriormente apontados, demonstrados por elementos seguros de provas, levam à conclusão de que o sujeito passivo conscientemente omitiu do Fisco os rendimentos tributáveis, provenientes de vantagens indevidas auferidas junto a empresas estatais”, registrou a Receita em um auto de infração que cobra R$ 16 milhões de Youssef por movimentações financeiras dos anos de 2010 e 2011. Em seu acordo de colaboração, Youssef devolveu pelo menos 84 imóveis, incluindo unidades em condomínios e hotéis, avaliados em mais de R$ 8 milhões, além de ter renunciado a recursos encontrados em suas empresas e contas bancárias. O acordo não estabeleceu cláusulas sobre pagamentos de tributos. A maior parte dos débitos de Youssef já inscritos na Dívida Ativa se refere ainda a tributos cobrados do caso Banestado, esquema de evasão de divisas no qual o doleiro foi investigado antes da Lava-Jato e fez seu primeiro acordo de delação. Youssef também é alvo de cobranças referentes ao período da Lava-Jato e se defende na Receita Federal e no Carf. Um outro caso na mira da Receita é do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que em seu acordo de delação devolveu US$ 100 milhões de propina que mantinha em uma conta no exterior, abastecida com repasses de empreiteiras com contratos na estatal. Apesar de ter devolvido integralmente o valor da conta, a Receita está cobrando Imposto de Renda sobre seus rendimentos, em valores de aproximadamente R$ 70 milhões. Barusco ainda está se defendendo perante as autoridades fiscais. Procuradas, as defesas de Youssef e Barusco afirmaram que não se manifestariam sobre o assunto. Bens ocultados Em relação ao ex-diretor Nestor Cerveró, a Receita Federal apontou omissão de pagamentos de tributos referentes aos R$ 17 milhões que ele devolveu aos cofres públicos em sua delação. Sua defesa argumentou nos autos que não podem ser cobrados tributos sobre os bens que ele devolveu, mas apenas em relação aos valores desviados que Cerveró usufruiu e efetivamente utilizou. Seus advogados solicitaram na Justiça a anulação da cobrança, argumentando ainda que houve cerceamento de defesa porque o ex-diretor foi autuado pela Receita quando estava preso, desacompanhado de advogado (o defensor de Cerveró na ocasião tinha acabado de ser preso) e teria que protocolar sua defesa pessoalmente no órgão. O pedido ainda não foi julgado. O operador financeiro Lúcio Funaro tem entre os processos uma execução fiscal da PGFN cobrando um débito de R$ 94,3 milhões calculado em cima de uma das empresas que ele controlava. As informações prestadas na própria delação embasaram a cobrança. “A flagrante discrepância entre o patrimônio declarado pelo coexecutado Lúcio e aquele que de fato possui, segundo informações por ele próprio prestadas, permite concluir que a maior parte do patrimônio de Lúcio foi propositadamente ocultada, não apenas a fim de frustrar os seus credores, mas também para, muito provavelmente, desvinculá-lo de sua origem ilícita e ludibriar as autoridades”, diz a ação da PGFN. Em sua delação, Funaro aceitou devolver R$ 45 milhões pelos crimes cometidos. O valor é bem abaixo do que a PGFN calcula que ele deve em tributos, que atualmente totaliza R$ 249,4 milhões. A defesa tributária de Funaro diz que a Receita está cobrando tributos sobre a pessoa física dele referente às notas fiscais emitidas por empresas que ele supostamente usava para receber propina. Segundo a defesa, os tributos estão sendo cobrados em duplicidade, porque as empresas já tinham recolhido impostos gerados nas notas fiscais, e a pessoa física não poderia ser penalizada posteriormente por provas que ele mesmo entregou em sua colaboração. A defesa de Assad disse que houve uma cobrança em duplicidade, porque as notas fiscais geradas pelas pessoas jurídicas já geraram recolhimento de impostos. As defesas dos demais citados não responderam ou não foram localizadas. A Receita informou que não comenta casos concretos. Já a PGFN não se pronunciou. N.daR.: Há muito mais a se apurado... Os aposentados e pensionistas da PETROS que o digam. Inacreditável! * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País 'Choque às avessas' Petrobras quer enxugar o quadro de funcionários Publicado: O Globo | On Line 08/03/2020 • 10:40 por Lauro Jardim Os preços do petróleo estão desabando no mercado internacional após o racha na Opep que levou a Arábia Saudita a anunciar um aumento de produção neste fim de semana. Para se ter uma ideia do tamanho da queda nos preços, as cotações na abertura do mercado na Ásia voltaram a 1991, quando teve início a Guerra do Golfo. A Petrobras tem hoje cerca de 80 mil funcionários — deste total, 33 mil são terceirizados. Roberto Castello Branco, o presidente da estatal, acha um número excessivo. Pretende enxugar o quadro para uns 50 mil em dois anos. Em 2013, eram 86 mil funcionários diretos, fora os tercerizados que somavam mais 50 mil. N.daR.: Para ilustrar o comentário são citados "dados comparativos" com o ano de 2013? Qual o objetivo desse tipo de desinformação? * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - País 'Choque às avessas' Queda do petróleo afetará Petrobras, setor de etanol e arrecadação do governo Publicado: O Globo | On Line 08/03/2020 • 22:26 por Alvaro Gribel Os preços do petróleo estão desabando no mercado internacional após o racha na Opep que levou a Arábia Saudita a anunciar um aumento de produção neste fim de semana. Para se ter uma ideia do tamanho da queda nos preços, as cotações na abertura do mercado na Ásia voltaram a 1991, quando teve início a Guerra do Golfo. Olhando para o Brasil, a redução dos preços colocará o governo Bolsonaro em um dilema, segundo o consultor Adriano Pires, do CBIE. Se a Petrobras seguir a paridade internacional, terá que reduzir bruscamente o preço da gasolina e do diesel, e isso pode leva-la a ter enorme prejuízo, porque os seus custos de produção podem ser mais elevados. Isso também inviabilizará o setor de etanol, que não teria condições de competir, e a arrecadação do governo. - É uma situação completamente anormal e eu acho que o governo terá que elevar a Cide para regular a demanda no setor. Seria bom para a União, os estados e os municípios, em termos de receita. O consumidor pode até reclamar, mas e se a Petrobras ficar inviabilizada? E se o setor de etanol quebrar? É muito pior – defende. Segundo Pires, tudo vai depender da duração desse “choque às avessas” no mercado. Após se desentender com a Rússia, a Arábia Saudita anunciou que venderá petróleo com desconto em todo o mundo. De um lado, o setor passou a ter excesso de oferta de petróleo globalmente, e, de outro, queda da demanda, pelo coronavírus. Aqui no Brasil, outro problema são os leilões de petróleo agendados para este ano. São pelo menos três, segundo Adriano. Ele explica que o setor pensa no longo prazo, mas diz que a redução dos preços pode afetar o apetite do investidor. - O tamanho desse estrago vai depender do tempo de duração desse ciclo de baixa. Se é um mês, seis meses, um ano. Prejudica muita gente e muitos setores, é algo bem preocupante. As ações da Saudi Aramco, da própria Arábia Saudita e que fez IPO recentemente, estão desabando. Inviabiliza o shale gas americano e coloca em risco o pré-sal brasileiro – explicou. Às 22h deste domingo, o preço do petróleo do tipo brent caía 20% e voltava para a casa de US$ 36. A agência Bloomberg chamava o episódio de “guerra de preços de petróleo”. O índice S&P parou de ser negociado no after Market após cair mais de 5%. N.daR.: Muita especulação e pouca unformação útil. Só alarmismo. Por falar em produção de petróleo, qual o custo que a Petrobras tem? A atual política de exportação de cru e importação de derivados é vantajosa para a Petrobras, considerando que suas refinarias operam com ociosidade? Questões como essas, raramente ou jamais são consideradas pelos "espertos" de plantão. * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Poder Petrobras fecha acordo que permite importação privada de gás da Bolívia - Programa prevê que a Petrobras saia dos segmentos de transporte e distribuição de gás Publicado: Folha de São Paulo - On Line 6.mar.2020 às 18h45 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - A Petrobras e a estatal boliviana YPFB assinaram nesta sexta (6) um acordo que vai abrir espaço para importação de gás boliviano por empresas privadas, uma das medidas previstas no programa federal batizado de Novo Mercado de Gás. O acordo reduz de 30 milhões para 20 milhões de metros cúbicos por dia o volume máximo que a Petrobras pode trazer do país vizinho, liberando um terço da capacidade do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) a outros importadores. Para o governo, o aumento na competição pela oferta de gás é um ponto-chave para que o país passe pelo choque de energia barata prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O programa prevê também que a Petrobras saia dos segmentos de transporte e distribuição de gás. Brasil e Bolívia negociavam a extensão do contrato de compra e venda de gás natural, que entrou em vigor em 1999 e venceu em 2019 sem que a Petrobras utilizasse todo o volume de gás contratado. O acordo assinado nesta sexta prevê que esse volume seja entregue em até seis anos. De acordo com a diretora de Refino e Gás da estatal, Anelise Lara, o prazo vai depender do ritmo de retirada do gás. O novo contrato prevê um mínimo de 14 milhões de metros cúbicos por dia e um teto de 20 milhões de metros cúbicos por dia. Seus contratos de fornecimento do combustível para distribuidoras de gás canalizado serão complementados com a produção do pré-sal ou importações de outras regiões por navios. Agora, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) deve reabrir concurso público para interessados em trazer gás da Bolívia pelo Gasbol, que liga a fronteira da Bolívia, em Mato Grosso do Sul, à região metropolitana de Porto Alegre. O processo chegou a ser iniciado em 2019, mas interrompido por determinação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) depois que a Petrobras pediu para usar toda a capacidade do duto, descumprindo acordo de liberar espaço para terceiros. Na ocasião, o processo atraiu 18 empresas, incluindo produtores de gás —como a própria Petrobras, a Shell e a Repsol— distribuidoras e grandes consumidores de gás, como a siderúrgica Gerdau e a Yara Fertilizantes. Atualmente, praticamente todo o mercado é abastecido pela Petrobras. O processo deve reduzir o custo do transporte do gás boliviano, já que o investimento no gasoduto foi amortizado, disse a diretora da Petrobras. A tarifa de transporte, porém, ainda não foi definida. Segundo acordo com o Cade, a Petrobras terá que vender também sua fatia na TBG (Transportadora Brasileira do Gasoduto Bolívia-Brasil), empresa que opera a tubulação. A operação, que deveria ser concluída até o fim do ano, depende, porém, da definição das notas tarifas. "O valor da nossa participação está associado ao valor da receita futura da TBG, que por sua vez está associado ao novo preço da tarifa de gás", disse Lara. " A gente depende da ANP concluir a avaliação da nova tarifa de gás da TBG para colocar o teaser [prospecto] no mercado. Nas últimas semanas, a Petrobras abriu processo de venda de sua fatia remanescente de 10% na TAG (Transportadora Associada de Gás), que opera dutos das regiões Norte e Nordeste, e dos 51% que tem na Gaspetro, empresa com participação em distribuidoras de gás canalizado. Lara disse que ainda este mês deve ser divulgado o prospecto de venda dos 10% que a estatal ainda tem na NTS (Nova Transportadora do Sudeste), que opera dutos nessa região. Em conjunto com seus parceiros no pré-sal, a estatal está desenvolvendo um sistema integrado de escoamento do gás produzido na costa brasileira. A ideia é juntar as três principais rotas (duas existentes e uma em construção) em uma nova empresa, que depois pode ser negociada com um investidor ou ter ações lançadas em bolsa. O governo da Bolívia comemorou o acordo assinado nesta sexta como uma garantia de estabilidade de receitas com as exportações de gás natural. Segundo estimativas da YPFB, a venda dos volumes remanescentes à Petrobras vai render entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões (R$ 17 bilhões a R$ 27 bilhões, na cotação atual). "Esse acordo dá aos bolivianos estabilidade para os próximos anos porque garante a entrada de recursos com o gás", disse a presidente do país vizinho, Jeanine Áñex, segundo nota da agência estatal de notícias da Bolívia. N.daR.: A Petrobras diminui o volume de gás importado para que outras empresas possam ocupar este espaço? Então a Pertobras passa para terceiros 1/3 do seu mercado e de graça? Afinal quem está ganhado o quê? Mais um crime de Lesa-Pátria cometido. Inacreditável! * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: estado de São Paulo - Economia Em um dia, Vale e Petrobrás perdem R$ 46 bilhões em valor - Desde o início da crise do novo coronavírus, os exportadores de commodities estão entre as empresas que mais têm sofrido Publicado: Estadão - On Line 07 de março de 2020 | 05h00 Por Matheus Piovesana e Marcela Guimarães Em um dia de pânico nas Bolsas de todo o mundo pelos efeitos do coronavírus na economia global, duas das maiores exportadoras brasileiras tiveram um pregão difícil. Com a queda nas cotações dos produtos que vendem (o minério de ferro caiu 2,5% só na sexta, 6, enquanto o petróleo recuou cerca de 10%), as ações de Vale e Petrobrás recuaram, respectivamente, 4,78% e 9,73%. Em apenas um dia, as duas empresas perderam R$ 46 bilhões em valor de mercado, com o valor da Vale caindo de R$ 247 bilhões para R$ 235 bilhões e o da Petrobrás de R$ 341 bilhões para R$ 306 bilhões. No caso do petróleo, que derrubou as cotações da Petrobrás, o grande catalisador da queda de preços foi o fracasso da reunião da Opep, o cartel dos países exportadores do produto, e seus aliados. Nesse encontro, a Arábia Saudita defendia um corte de 1,5 milhão de barris diários na produção, como forma de reduzir a oferta e melhorar os preços. A Rússia, porém, não concordou com o corte. Com isso, a cotação do petróleo WTI fechou em queda de 10,06%, em US$ 41,28 o barril, em Nova York. Já o petróleo Brent recuou 9,44%, fechando cotado a US$ 45,27 o barril em Londres. Em relatório enviado a clientes, o banco alemão Commerzbank disse que o corte na produção proposto pela Opep seria “o mais pronunciado desde o fim de 2008, quando a demanda caiu como resultado da crise financeira e econômica” e que seria uma boa estratégia para os preços da commodity. De acordo com a instituição, sem o corte extra na produção, “o mercado teria de ser reequilibrado por um declínio na produção de óleo de xisto dos EUA, o que exigiria preços mais baixos por um período prolongado”. Commodities Desde o início da crise provocada pelo coronavírus nos mercados financeiros globais, as exportadoras de commodities estão entre as empresas que mais têm sofrido. No caso brasileiro, a agravante é que a China é o maior mercado dessas empresas, e o país asiático, onde a epidemia teve início, é até agora o mais afetado. A corretora Nomura, por exemplo, informou na sexta que sua projeção para o PIB chinês no primeiro trimestre é de queda de 4,4% em relação ao quarto trimestre de 2019. Para Vale e Petrobrás, principalmente, uma economia chinesa consumindo menos é um problema grave. Os chineses compram hoje 64% de todo o minério de ferro produzido no Brasil, segundo a consultoria BMJ. No caso do petróleo, a relação é parecida: 65% do que é produzido no País vai para a China. * Fonte primária: Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Economia Petrobras vai vender gasodutos marítimos do pré-sal - Estatal vai criar uma empresa até o fim deste ano para juntar a malha de dutos e buscar parceiro no mercado de capitais em 2021 Publicado: O Globo | On Line 06/03/2020 - 21:32 por Ramona Ordoñez RIO - A Petrobras vai vender os três grandes gasodutos marítimos que interligam os campos do pré-sal na Bacia de Santos à terra. De acordo com a diretora de Refino e Gás da Petrobras, Anelise Lara, até o fim deste ano deverá ser criada uma empresa para juntar esses três gasodutos. Segundo a executiva, a ideia é no próximo ano buscar um parceiro, o que poderá ser feito através de uma oferta pública de ações no mercado de capitais. - Até o fim deste ano teremos uma empresa e iremos ao mercado no ano que vem para encontrar um sócio investidor, podendo ser via mercado de capitais para essa empresa privada ser a responsável pela operação dos gasodutos offshore (marítimos) - ressaltou Anelise. Atualmente, a Petrobras tem em operação a Rota 1, que liga o campo de Lula, por meio do campo de Mexilhão, à Unidade de Processamento de Gás (UPGN) de Caraguatatuba, em São Paulo. E a Rota 2, que escoa a produção de Lula e outros campos até Cabiúnas, em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro. Já a Rota 3, está ainda em construção e vai transportar o gás do campo de Búzios e outros campos até a UPGN do Comperj , que também está em construção. De acordo com a diretora da Petrobras, com as três rotas em operação serão cerca de 48 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural que serão transportados por essa malha. A diretora explicou que já existe um acordo entre a Petrobras e as demais empresas que exploram e produzem petróleo nos campos do pré-sal, que são a Shell, Galp e Repsol, chamado de Sistema Integrado de Escoamento, que viabiliza o uso desses gasodutos pelas quatro petroleiras. N.daR.: A Petrobras vai incentivar a participação de empresas concorrentes na operação de gasodutos marítimos. O que ganhará com isso? Mais um crime de Lesa-Pátria em cometimento. Inacreditável! * Fonte primária: O Globo Fontes: O Globo - Economia Petrobras reduzirá importação de gás da Bolívia a partir do dia 11 - Para a diretora de Refino e Gás da estatal, Anelise Iara, acordo com a YPFB foi positivo para ambas as empresas Publicado: O Globo | On Line 06/03/2020 - 19:08 / Atualizado em 06/03/2020 - 21:33 por Ramona Ordoñez RIO - A partir do dia 11, a Petrobras vai reduzir as importações do gás natural da Bolívia para 20 milhões de metros cúbicos por dia, contra os atuais 30 milhões que vinham sendo importados nos últimos 20 anos. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pela Petrobras, que comunicou ao mercado ter assinado um novo aditivo ao contrato de fornecimento de gás, datado de 1999, com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales de Bolívia(YPFB).
Preço pode cair até 16%: Rio é o primeiro estado a abrir mercado de gás
De acordo com a diretora de Refino e Gás da Petrobras, Anelise lara, que está em Santa Cruz de La Sierra onde participou da assinatura do acordo, ele foi positivo para as duas empresas e abre espaço agora para a entrada da iniciativa privada no setor de gás. - É mais um importante passo na abertura do mercado de gás. Estamos satisfeitos com o resultado do acordo que foi bom para as duas partes, e a empresa está contribuindo mais um pouco para a abertura desse mercado. Aguardamos a chegada das empresas privadas para participar desse processo agora - destacou Anelise.
Há seis meses: 'Choque de energia barata' prometido por Guedes não avança por resistência dos estados
De acordo com a diretora, não foi feita qualquer mudança na fómula de calcular os preços do gás, que leva em conta uma cesta de produtos derivados do petróleo. Pelo aditivo assinado hoje, está prevista a redução dos volumes importados de 30 milhões de metros cúbicos para 20 milhões de metros cúbicos por dia. Isso vai permitir que o volume excedente agora, segundo a Petrobras, seja comercializado diretamente pela YPFB com outros agentes do mercado no Brasil. A Petrobras afirmou que com a redução das importações de gás natural, considera que concluiu mais uma das etapas do Termo de Cessação de Conduta (TCC) assinado com o Cade no ano passado e que prevê sua saída gradual de vários setores do mercado de gás natural como transporte e distribuição.
Venda da Gaspetro: Privatização pode levantar R$ 4 bi, segundo analista
Um dia antes de expirar o prazo do contrato com a Bolívia - 31 de dezembro de 2019 - e ainda em negociação, a Petrobras assinou um contrato de transição com a YFB, que vigoraria de 1º de janeiro a 10 de março, até o fechamento total de um acordo que evitaria a suspensão do suprimento do gás. N.daR.: A Petrobras diminui o volume de gás impordo para que outras empresas possam ocupar este espaço? Então a Pertobras passa para terceiros 1/3 do seu mercado e de graça? Afinal quem está ganhado o quê? Mais um crime de Lesa-Pátria cometido. Inacreditável! * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Poder Ações acumuladas dobram em vara da Lava Jato um ano após Bonat substituir Moro - Juiz titular em Curitiba deu uma única sentença à frente da operação, que já teve ritmo acelerado como uma de suas marcas Publicado: Folha de São Paulo - On Line 6.mar.2020 à 1h00 Por Felipe Bächtold e José Marques São Paulo - Um ano após Luiz Antonio Bonat substituir Sergio Moro como responsável pela Lava Jato de Curitiba, o número de processos à espera de sentença na 13ª Vara Federal da capital paranaense duplicou. Nesse período, o magistrado deu apenas uma sentença da operação. Bonat assumiu como titular da vara no dia 6 de março do ano passado e herdou 25 ações penais da Lava Jato, segundo dados da própria Justiça Federal. Em março de 2020, perto do primeiro aniversário de Bonat no antigo gabinete de Moro, já são 51 ações penais da operação aguardando suas decisões. Esse número leva em conta processos cujas denúncias do Ministério Público Federal já foram acolhidas. Não foram contabilizados inquéritos e ações sob sigilo, suspensas ou divididas em mais de uma. Bonat é visto por advogados que trabalham na operação como um magistrado com perfil diferente do seu antecessor em relação ao ritmo que impõe aos processos. Embora também tenha um histórico de decisões rígidas em relação a crimes de colarinho branco, costuma ser mais aberto aos pedidos das defesas, que normalmente demandam mais prazo processual. Em 19 de fevereiro, veio a primeira e única sentença da Lava Jato sob Bonat até agora. Ele condenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto a sete anos e meio de prisão, por corrupção, e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque a seis anos e meio, por corrupção e lavagem de dinheiro em processo envolvendo o estaleiro Jurong, de Singapura. Ambos já haviam sido condenados em outros processos por Moro. Esse processo tramitava na Vara desde 2017. Ao assumir, o juiz ficou responsável pelo maior processo da operação em Curitiba, a ação oriunda da 56ª fase, deflagrada em 2018, que apurou a construção de um edifício que seria a sede Petrobras na Bahia, batizado de Torre Pituba. Com 42 réus, incluindo delatores da OAS e Odebrecht, além de nomes ligados ao PT, o processo consumiu boa parte do tempo de Bonat, com audiências que tomaram dias inteiros. Os réus já foram ouvidos, mas deve haver novos interrogatórios de acusados, e não há previsão para um desfecho do caso. O ritmo acelerado de promulgação de sentenças foi uma das marcas da Lava Jato em seus primeiros anos, o que, ao mesmo tempo em que aumentava a popularidade de autoridades envolvidas na operação, despertava uma série de críticas das defesas, que falavam em açodamento. De março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da Lava Jato, até novembro de 2018, quando deixou a magistratura, Moro expediu 46 sentenças na operação, algumas delas em um prazo de cinco meses entre a abertura e o ato final. Contribuía para isso a dedicação quase exclusiva do hoje ministro da Justiça de Jair Bolsonaro aos casos da operação. Hoje, as atribuições que antigamente eram de Moro estão divididas entre dois juízes. Bonat cuida de ações penais abertas, e a juíza substituta da vara, Gabriela Hardt, é a responsável por despachar em inquéritos e procedimentos paralelos relacionados às investigações, como medidas cautelares tomadas contra suspeitos. Essa divisão de tarefas foi definida em portaria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que administra a Justiça Federal em primeira instância no Sul do país, e é válida pelo menos até maio. O acúmulo de novos casos na Lava Jato também tem a ver com a produtividade do Ministério Público, que em 2019 apresentou 29 denúncias (acusações formais), recorde desde 2014. A maioria dessas novas acusações, porém, é rescaldo de delações fechadas anos antes, como as da Odebrecht e do ex-diretor da estatal Transpetro Sérgio Machado. Entre as ações pendentes de sentença está a que trata da compra de um terreno para o Instituto Lula em São Paulo para a Odebrecht. O processo foi aberto em 2016 e chegou a ficar pronto para uma decisão final em 2018, ainda nos tempos de Moro. No ano passado, porém, houve uma reviravolta com o julgamento no qual o Supremo Tribunal Federal determinou que réus delatados devem se manifestar depois de réus delatores no processo. Essa medida fez com que uma das etapas finais do caso do terreno fosse refeita. A defesa do ex-presidente Lula entregou no último dia 26 suas alegações finais, e agora a ação está novamente na reta final na primeira instância. Na lista de réus de Bonat, também estão líderes políticos hoje sem mandato, como os ex-senadores emedebistas Romero Jucá (RR) e Edison Lobão (MA) e o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS), além de empresários, como Wálter Faria, da cervejaria Petrópolis. Processos derivados de uma das principais fases da operação em 2019, que mirava Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suspeito de ser operador do PSDB, foram remanejados para São Paulo. Juiz desde 1993, Bonat assumiu o posto que era de Moro após se inscrever em um concurso interno da Justiça Federal. Foi nomeado por ser o inscrito com mais tempo de carreira. Antes, atuava em processos previdenciários e foi magistrado com atuação na área criminal em Santa Catarina. Procurado por meio da assessoria da Justiça Federal do Paraná, o juiz Luiz Antonio Bonat não se manifestou. N.daR.: Muita coisa está errada na Justiça, essa é a certeza da maiora das pessoas. E oq ue cada membro do judiciário faz para mudar essa realidade? Será que é de conivência e de coneviência de cada um, essa realidade? * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: O Estado de São Paulo - Cultura Secretários 2 Publicado: ESTADÃO | On Line 06 de março de 2020 | 00h20 Por Sonia Racy Em 2019, a Petrobrás foi a petrolífera do Ocidente que mais investiu – US$ 27 bilhões, superando os US$ 24 bilhões da ExxonMobil. Mais da metade desse valor, segundo a empresa, foi destinado à aquisição dos direitos de exploração e produção do campo de Búzios. Búzios é um ativo de classe mundial, com baixo risco para a estatal, baixo custo de extração e resiliente a preços de petróleo abaixo de US$ 40 por barril. N.daR.: Qual o custo de produção da Pertobras? O que significa "Resiliente a preços baixos do petróleo"? * Fonte primária: O Estado de São Paulo Fontes: O Globo - Esportes Ronaldinho foi levado ao Paraguai por empresário investigado na Lava-Jato - Ex-jogador foi detido na noite de quarta-feira, em Assunção, por uso de passaporte irregular Publicado: O Globo | On Line 05/03/2020 - 15:41 / Atualizado em 05/03/2020 - 16:44 por Cleide Carvalho SÃO PAULO - O empresário Nelson Luiz Belotti dos Santos, que teria convidado o jogador Ronaldinho Gaúcho para participar de eventos no Paraguai, teve seu sigilo bancário quebrado pelo Ministério Público Federal em 2015. O nome dele apareceu como depositante de R$ 462 mil em contas da CSA Project Finance, empresa de Alberto Youssef, doleiro responsável pelo repasse de propinas de fornecedores da Petrobras a políticos do PP, como José Janene, deputado federal já falecido e que foi líder do partido. Belotti também recebeu R$ 24,1 milhões da Heber Participações, dos empresários Natalino Bertin e Silmar Betin. Na época, o MPF suspeitava que o empresário também atuava como repassador de propina. Num depoimento citado em despacho usado pelo então juiz Sergio Moro para decretar a prisão do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado na Lava-Jato, o doleiro Carlos Alberto Pereira da Costa, que atuava com Youssef, citou contratos fictícios a favor de parentes do petista, feitos apenas para formalizar saída de recursos, "tal como ocorreu com a pessoa de Nelson Belotti". O empresário foi sócio de dois ex-executivos da BR Distribuidora numa empresa de energia, a Mitarrej, que se tornou sócia dos Bertin na área de energia. Juntos, os dois grupos fundaram uma empresa chamada MC2, que conseguiu arrematar em leilões 21 usinas termelétricas, cuja promessa era gerar energia equivalente a meia Hidrelétrica de Itaipu. A sociedade foi desfeita em 2010 e ex-sócios ainda brigam na Justiça. Os Bertin e a Mitarrej também estiveram envolvidos nas investigações do Grupo J&F. A Lava-Jato de Curitiba não chegou a denunciar Belotti por qualquer crime. Também não há informação sobre as investigações de pequenas geradoras de energia, que por diversas vezes apareceram nos negócios investigados pela força-tarefa. No Paraguai, o empresário é dono do cassino Il Palazzo. O jogador estava hospedado no Hotel Resort Yacht y Golf Club Paraguayo e uma de suas atividades no país vizinho era participar do lançamento de uma ação social na área de saúde, a convite da Fundação Fraternidade Angelical, que contaria com apoio de Belotti. N.daR.: Há muito mais a ser apurado quanto aso desmandos no Sistema Petrobras e Petros... Ministérios Públicos em passo de cágado. * Fonte primária: O Globo Fontes: O Estado de São Paulo - Economia & Negócios BR Distribuidora avalia investimento em logística e venda de novos produtos com abertura do refino - 'Não somos refinadores, nem produzimos etanol. Agora, o que tem a partir do portão de uma refinaria ou de uma usina é a nossa vocação. É nisso que estamos concentrados', disse o presidente da empresa, Rafael Grisolia Publicado: ESTADÃO | On Line 05 de março de 2020 | 04h00 Por Mônica Ciarelli e Fernanda Nunes A BR Distribuidora vai utilizar sua liderança de mercado para tirar vantagem da abertura do setor de refino à iniciativa privada. Ela está disposta a negociar com os futuros compradores das refinarias da Petrobrás investimentos em logística e na comercialização de novos produtos, diz o presidente da empresa, Rafael Grisolia. Segundo ele, a estatal não faz diferença entre os seus clientes. "Eu brinco: nem um cafezinho tomo numa sala diferente", diz o executivo, apesar da BR ser líder de mercado. Segundo ele, existem oportunidades a desenvolver. "A BR não se vê como produtor. Não somos refinadores, nem produzimos etanol. Agora, o que tem a partir do portão de uma refinaria ou de uma usina é a nossa vocação. É nisso que estamos concentrados." A Petrobrás está se desfazendo de oito unidades produtoras de combustíveis, divididas em dois grupos, um concentrado nas regiões Norte e Nordeste e outro no Sul. A Shell, que junto da Cosan forma a Raízen, uma das principais concorrentes da BR, já demonstrou interesse. Com esse e outros desinvestimentos, a estatal vai se concentrar no pré-sal. Para o governo, a entrada de diferentes produtores é também um meio de promover a concorrência e forçar a redução dos preços dos derivados de petróleo. Mas essa estratégia esbarra na falta de logística para transportar os combustíveis entre os diferentes mercados e promover a competição. Faltam ferrovias, hidrovias, dutos, tanques e terminais para aumentar o raio de alcance de cada uma das refinarias. Estudo da consultoria Leggio estima que uma melhora na logística de transporte e distribuição diminuiria os gastos com a movimentação de produtos em R$ 1 bilhão, o que poderia ser revertido em ganhos ao consumidor final. "As expansões em infraestrutura não só reduziriam o custo logístico como permitiriam às distribuidoras adquirir combustíveis a um preço mais competitivo", conclui o estudo. Para Luciano Losekann, professor de Economia da Universidade Federal Fluminense e especialista em Petróleo e Gás, a BR Distribuidora continua a ter papel estratégico na expansão do mercado de distribuição, mesmo após a privatização. "É uma empresa líder em um segmento que estrutura a cadeia de combustíveis no Brasil. Apesar da sua nova estrutura, é muito relevante para o refino, porque o acesso ao mercado final é crucial para uma operadora de petróleo", avalia. N.daR.: A venda de grande parte do controle acionário da BR Distribuidora para o grupo Raízen, do qual a SHELL detém 49,99% do controle, comprova que a política de Paulo Guedes não é a de democratizar o mercado colocando mais empresas na competição. Muito pelo contrário, a estratégia da compra de ações pela aliança Raízen com Shell faz o mercado ficar muito mais concentrado. Mas o governo pratica o engodo e o crime de Lesa-Pátria. Voltaremos ao perído pré-1974, quando gigantes empresas de petróleo dominavam o mercado e praticavam lucros, digamos, exgerados. Realidade que se modifou com a entrada da BR Distribuidora na distribuição de combustíveis. Em contrapartida, a tributação aumento absurdamente. Iremos assitir a mudanças nesses fatores. Com uma certeza: o País e os consumidores sairão perdendo. * Fonte primária: O Estado de São Paulo Fontes: O Estado de São Paulo - Negócios Privatizada, BR Distribuidora mantém nome Petrobrás e investe R$ 1 bilhão em marca - Mudança na identidade visual dos 7,7 mil postos da companhia deve se estender por 5 anos; líder no mercado de combustíveis, rede vai reforçar o verde e amarelo na logomarca para continuar sendo reconhecida como a empresa brasileira do setor Publicado: ESTADÃO - Impresso 05.03.2020 Pág. B13 | On Line 05 de março de 2020 | 04h00 Por Mônica Ciarelli e Fernanda Nunes Privatizada há oito meses, a BR Distribuidora terá a partir desta semana uma nova identidade. A mudança de visual dos seus 7,7 mil postos deve se estender pelos próximos cinco anos e consumir R$ 1 bilhão em investimentos, cifra que será rateada entre a empresa e seus franqueados. A transformação começa amanhã em cinco capitais das quatro regiões do País e no Distrito Federal - Belém (PA), Brasília (DF), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ). Em seguida, será lançada uma campanha publicitária para comunicar ao grande público o que a empresa planeja ser daqui para frente. Sem um controlador definido e capital pulverizado em bolsa de valores, a nova BR não renega sua história como estatal. O nome Petrobras será mantido nas testeiras dos postos, instaladas na cobertura da área de abastecimento para identificar a fornecedora dos combustíveis. Em contrato, garantiu a extensão dessa parceria por até 20 anos. "São 7,7 mil postos com as marcas Petrobras e BR. É o que temos hoje. Com o tempo, podemos evoluir para outros conceitos, desde que a gente não perca a nossa história, cultura, a identificação com o Brasil e com a energia", diz ao Broadcast Rafael Grisolia, presidente da BR. A companhia é líder no mercado de combustíveis e lubrificantes, com uma fatia de 25,3%, à frente da Raízen (junção da anglo-holandesa Shell com a Cosan) e da Ipiranga. Ao longo dos nove primeiros meses de 2019, a BR faturou R$ 70 bilhões. Segundo o presidente, as cores verde e amarelo ganharam ainda mais destaque, porque, a BR quer ser reconhecida como a empresa mais brasileira do segmento de combustíveis. A avaliação é que nenhuma das suas concorrentes ocupa esse lugar e que essa é a herança dos tempos de estatal que mais pretende manter. "Temos uma história ligada à Petrobras, que deu os nossos pilares. Enquanto isso, a gente está trazendo pessoas de mercado. Essa nova imagem é um conjunto disso tudo: de quem ficou e de quem está chegando" A avaliação do professor de Educação Executiva do Insper e especialista em marketing, Rodrigo Amantea, é que a exploração de ícones nacionais pode ser bastante positiva. "Essa é uma praxe entre as empresas americanas. Costuma ser uma associação de sucesso. Mas a logomarca tem que realmente vir acompanhada de mudanças", diz ele, acrescentando que um grande desafio é adequar a imagem e a prática ao momento atual de transição energética. Outro desafio é transformar a companhia em uma comercializadora de energia, inclusive das renováveis. Grisolia aposta que os combustíveis fósseis e os biocombustíveis vão predominar no mercado interno ainda por muitos anos. Ainda assim, ele quer deixar a BR preparada para atender outras demandas, à medida que o consumo de fontes mais limpas ganhar espaço na matriz energética. "Não posso perder um cliente. Ninguém pode deixar de parar no meu posto porque decidiu comprar um carro elétrico. E isso vale para as indústrias", argumenta. Ele enxerga oportunidade, por exemplo, no fornecimento a pequenas e médias indústrias interessadas em utilizar insumos menos poluentes no processo produtivo. Segundo o presidente da BR, alguns clientes já caminham nesse sentido, substituindo o óleo combustível pelo gás natural e o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) pelo Gás Natural Liquefeito (GNL), mais limpos. Em fevereiro, a distribuidora anunciou uma parceria com a Golar Power, que tem feito grande investimento na construção de infraestrutura para levar o gás natural, principalmente o importado, a novos mercados. Segundo Grisolia, as indústrias de menor porte são um nicho mais evidente para essa frente de atuação que começa a surgir. "É um momento novo também internamente, de uma BR privatizada, um desafio que a gente tem para os próximos meses", ressalta. Hoje, embora lidere o seu mercado, a BR não é a mais rentável, nem a mais produtiva no grupo de distribuidoras no qual está inserida. De olho nas concorrentes, uma das suas metas é renegociar custos, o que tem exigido a revisão de contratos. Em vez de privilegiar somente o preço como critério de escolha dos fornecedores, como acontecia nos tempos de estatal, a empresa agora considera também a qualidade dos serviços e bens que adquire. Na área de logística, já conseguiu reduzir de 150 para quase 60 o número de transportadoras contratadas. "Temos um monte de contratos com fornecedores e estamos trabalhando nas renovações, nas novas contratações, nas renegociações, agora fora do regime licitatório. Ganhos de eficiência já estão acontecendo", comemora o executivo. N.daR.: A venda de grande parte do controle acionário da BR Distribuidora para o grupo Raízen, do qual a SHELL detém 49,99% do controle, comprova que a política de Paulo Guedes não é a de democratizar o mercado colocando mais empresas na competição. Muito pelo contrário, a estratégia da compra de ações pela aliança Raízen com Shell faz o mercado ficar muito mais concentrado. Mas o governo pratica o engodo e o crime de Lesa-Pátria. Voltaremos ao perído pré-1974, quando gigantes empresas de petróleo dominavam o mercado e praticavam lucros, digamos, exgerados. Realidade que se modifou com a entrada da BR Distribuidora na distribuição de combustíveis. Em contrapartida, a tributação aumento absurdamente. Iremos assitir a mudanças nesses fatores. Com uma certeza: o País e os consumidores sairão perdendo. * Fonte primária: O Estado de São Paulo Fontes: O Estado de São Paulo - Economia & Negócios Funcionários da Petrobrás aceitam acordo e fábrica vai fechar - Subsidiária no PR de fertilizantes acertou detalhes com TST após greve da categoria de 1º a 17 de fevereiro Publicado: ESTADÃO - Impresso 05.03.2020 Pág. B7 | On Line 05 de março de 2020 | 04h00 Por Denise Luna RIO - Os trabalhadores da Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária da Petrobrás, aprovaram em assembleia na quarta, 4, aceitar o fechamento da unidade localizada no Paraná, depois que a estatal concordou em oferecer um pacote de benefícios para evitar uma nova greve da categoria em acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os benefícios foram acordados com o TST após a categoria realizar uma paralisação de 1.º a 17 de fevereiro, o que obrigou a companhia a contratar terceirizados e manter equipes de contingência por 24 horas em algumas unidades. Segundo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, mesmo com a greve não houve queda na produção de petróleo. Com a decisão dos petroleiros, a Ansa será fechada e 396 trabalhadores serão demitidos e receberão benefícios além dos garantidos por lei. O fechamento da Ansa faz parte do plano da Petrobrás de abandonar o setor de fertilizantes, focando na exploração e produção de petróleo em águas profundas do pré-sal, conforme opção da atual gestão. Para os que concordarem com a quitação total do contrato de trabalho será pago 40% da remuneração por ano trabalhado, com garantia de valor mínimo de R$ 110 mil e máximo de R$ 490 mil, entre outras vantagens. Para os que não incluírem a quitação total na rescisão, o benefício se limita ao pagamento de R$ 80 mil a R$ 210 mil. Todos terão direito à manutenção do plano de saúde por dois anos, cursos de aperfeiçoamento profissional visando à realocação, assistência social e psicológica, entre outras. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), se o acordo não fosse aprovado, a Petrobrás seguiria com o cronograma acelerado das demissões, que motivou a greve, além de punições por parte da empresa como justa causa aos 23 trabalhadores que deixaram a Ansa em apoio ao movimento grevista. “Infelizmente, esta foi uma assembleia muito triste para nossa categoria e para os petroquímicos. Não foi uma decisão que expressou a vontade da maioria. Viemos com proposta pronta do TST e não foi sob o crivo da negociação: foi sob o crivo da ameaça. Nosso próximo passo é orientar os trabalhadores e também cobrar da empresa a proposta de auxiliar na recolocação”, analisou o dirigente jurídico do Sindiquímica-PR, Reginaldo Lopes. N.daR.: Já era do conhecimento dos Sindicatos e consequentemente da FUP o programa de "desinvestimento" (desmanche) da Petrobras. A FUP e seus sindicatos subservientes nada fizeram quando era oportuno. A FUP nada fez quando participou (nem que seja por omissão) das corrrupções havidas durante mais de década no Sistema Petrobras. Aí incluíndo a PETROS, cujos aposentados e pensionistas passam por pesadelos permanentes em razão desse desmando. * Fonte primária: O Estado de São Paulo Fontes: Folha de São Paulo - Colunas e Blogs Fim do processo de ex-presidentes do TJ da Bahia reforça imagem de impunidade Publicado: Folha de São Paulo - On Line 3.mar.2020 às 23h48 Por Frederico Vasconcelos O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julgou extinta, nesta terça-feira (3), a punibilidade dos ex-presidentes do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) Mário Alberto Simões Hirs e Telma Laura Silva Britto. O órgão reconheceu a prescrição de processo disciplinar administrativo contra os dois desembargadores. Ou seja, caducou o período em que os magistrados poderiam ser punidos. Ambos foram beneficiados com a morosidade da Justiça e com o desencontro de decisões, fatos que reforçam a imagem de impunidade no Judiciário. Eles foram afastados do cargo, preventivamente, em abril de 2013, em sindicância realizada pela Corregedoria Nacional de Justiça. Na época, o ministro Francisco Falcão era o corregedor nacional. A correição realizada no Tribunal da Bahia foi motivada pelo descumprimento de determinações feitas nas gestões dos corregedores nacionais anteriores Gilson Dipp e Eliana Calmon. Em novembro de 2013, o colegiado do CNJ manteve o afastamento de Mário e Telma. Em decisão unânime (15 votos a zero), abriu processo disciplinar. Eles eram alvo, entre outras, das seguintes acusações:
Em 14 de novembro de 2013, os dois desembargadores impetraram mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar para suspender a decisão do CNJ que os afastou de suas respectivas funções, e interromper o trâmite do processo disciplinar. O relator da ação, ministro Roberto Barroso, indeferiu o pedido. Barroso considerou que eles também eram investigados em outros processos no CNJ e poderiam dificultar a coleta de provas. Em julho de 2014, durante o recesso do Judiciário, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF em exercício, concedeu liminar determinando o retorno de Mário e Telma ao tribunal da Bahia. O mandado de segurança de Telma Britto foi protocolado no dia 1º de julho, último dia do expediente forense; o de Mário Hirs foi autuado em 16 de julho. Os magistrados alegaram que a demora no processo disciplinar representava uma punição antecipada. Na ocasião, a ex-corregedora nacional Eliana Calmon afirmou: “Não posso condenar essa decisão do ministro Lewandowski, pois não se pode deixar alguém afastado do cargo por tanto tempo sem julgamento”. Mário e Telma foram recebidos no tribunal por magistrados e servidores com festa e foguetório, na presença de autoridades baianas. Posteriormente, entre as testemunhas arroladas por Mário Hirs estavam o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto. O ex-corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, considerou a recepção aos desembargadores “um acinte ao Poder Judiciário”. Lewandowski encerrou a gestão como presidente do CNJ sem retomar o julgamento dos processos dos magistrados baianos. Noronha não viu má-fé Em fevereiro de 2017, o então corregedor nacional, ministro João Otávio de Noronha, interrompeu o julgamento e pediu vista do processo, depois do voto do relator, conselheiro Arnaldo Hossepian, que considerou parcialmente procedente o processo administrativo disciplinar. Hossepian votou pela aplicação da pena de disponibilidade aos dois magistrados, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Segundo Hossepian, Mário e Telma “não exerceram a correta fiscalização sobre seus subordinados, consentindo que os cálculos fossem realizados em desacordo com a legislação”, apesar dos vários alertas. O relator considerou que “a gestão temerária alcançou precatórios com valores vultosos”. “Em razão da gravidade das condutas, que ocasionaram o efetivo prejuízo ao erário, revela-se inapropriada a aplicação de outra pena que não a de disponibilidade com vencimentos proporcionais”, decidiu Hossepian. Em novembro de 2017, o CNJ absolveu Mário Alberto Hirs e Telma Laura Silva Britto. A maioria seguiu o voto divergente de Noronha. Noronha disse que, “após detida análise dos autos”, não encontrou provas “de que os magistrados agiram de má-fé ou desvio voluntário de conduta, em proveito próprio ou de terceiros”. “A gestão de precatórios não é tarefa fácil para nenhum magistrado”, afirmou. O corregedor defendeu ainda que seria preciso que a intenção dos magistrados revelasse conluio, má-fé ou prevaricação, para que a pena de disponibilidade compulsória fosse proporcional aos fatos ocorridos. A então presidente do CNJ, ministra Cármen Lúcia, também entendeu que, “dada a complexidade do caso, essa falta não foi tão grave para as penas impostas pelo relator. A pena razoável seria a de censura, no entanto, ela não é aplicável a desembargadores (apenas a juízes de primeira instância). Interrogatórios em duplicidade Nesta terça-feira, o atual relator, conselheiro Marcos Vinicius Rodrigues, votou pelo reconhecimento da prescrição. Rodrigues lembrou fatos que contribuíram para a demora na tramitação do processo no CNJ. Três sindicâncias deram origem, em 2013, a três processos administrativos disciplinares. Em 2014, foi determinada a unificação desses três procedimentos em um só, com a suspensão dos outros dois. Com isso, toda a instrução (obtenção de provas) foi feita com base apenas no primeiro procedimento. “Foi refeita toda a instrução dos outros dois procedimentos”, disse, com interrogatórios feitos em duplicidade. Houve nova abertura de prazo para as partes. Reproduzindo o entendimento de Noronha, Rodrigues disse que “não há comprovação de que os acusados tenham agido de má-fé”, admitindo que houve “falta de técnica gerencial”. Defesa atribui prescrição ao MPF O advogado Alberto Pavie Ribeiro, que representa o ex-presidente do TJ-BA, atribui a prescrição à conduta do Ministério Público Federal (MPF). “No ano passado, quando o relator liberou o processo para a pauta, antes de ocorrer a prescrição, a Dra. Raquel [a então PGR Raquel Dodge] pediu a retirada da pauta virtual para a presencial”, diz. “Isso inviabilizou o julgamento a tempo de não incidir a prescrição”, afirma. “Quem deu causa, portanto, à incidência da prescrição foi a PGR ao pedir a retirada da pauta de julgamento, impedindo que esse CNJ julgasse o mérito do PAD”. Ribeiro não acha que a unificação dos procedimentos tenha contribuído para a prescrição. “Entendo que não, porque chegou a ser concluída a instrução e liberado para julgamento em tempo hábil para o julgamento”. Críticas sobre o caso A seguir, algumas avaliações feitas durante a tramitação do processo administrativo: – “O setor de precatórios está sem controle, sobretudo em relação aos cálculos de atualização das dívidas e verificação dos requisitos legais para a formação dos autos dos precatórios, expondo o ente público a pagamentos indevidos de grande monta”. [Francisco Falcão, então corregedor nacional de Justiça, ao pedir o afastamento dos dois magistrados, em 2013]. N.daR.: E depois os juízes, em especial os do STF, ficam aborrecidos quando se fala que a Justiça envergonha a todos nós... * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: O Globo - Rio O novo coronavírus e a delegação brasileira que ia para a feira de petróleo nos EUA Publicado: O Globo - Impresso 04.03.2020 Pág. 20 | On Line 04/03/2020 • 06:00 por Ancelmo Gois O pré-sal e o vírus A CERAWeek, maior evento para os principais executivos do mundo do petróleo e que começaria no dia 9, no Texas, foi cancelada. A delegação brasileira, por causa do pré-sal, era grande. Décio Oddone, que está deixando a ANP, seria um dos homenageados. N.daR.: Ancelmo Gois insufla informações que estão mais chegadas a fofocas. Notícias negativas sobre a Petrobras senpre estão em sua ansiedade midiática. Agora cita Décio Oddone, o demissionário diretor-geral da ANP - mas que permanece há meses na função -, como um dos que seriam homenageados no CERAWeek (Cambridge Energy Research Associates). Visível a correlação de organizações internacionais em favor do desmanche da Petrobras ao premiar os defensores desse crime de Lesa-Pátria. * Fonte primária: O Globo Fontes: Folha de São Paulo - Mercado Petrobras muda comando de subsidiária de transportes - Empresa troca presidência e direção financeira da Transpetro, responsável por operar 47 terminais de armazenamento de petróleo e gás do país Publicado: Folha de São Paulo - On Line 2.mar.2020 às 11h29 Por Nicola Pamplona Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou nesta segunda (2) a nomeação da engenheira naval Cristiane Marsillac para a presidência da Transpetro, subsidiária que opera o sistema de transporte de petróleo e gás da estatal e que também foi alvo das investigações da Operação Lava Jato. Marsillac vai substituir Rubens Silvino, presidente da companhia desde 2015, quando assumiu o lugar do ex-senador Sergio Machado, que fez acordo de colaboração premiada para reduzir penas por recebimento de propina para direcionar obras da estatal. Ela já atuou como executiva em companhias privadas de navegação, como a Mercosul Line, a Prumo Logística e a Bravante. Como outros indicados do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, também passou pela Vale. A Petrobras mudou também a diretoria financeira da Transpetro, com a indicação do engenheiro civil Gustavo Raposo, que estava na gerência executiva de Riscos Empresarias da Petrobras desde 2017. Raposo também trabalhou no Icatu Seguros e, entre 2005 e 2013, cuidou da área de gestão de riscos da Vale. A Transpetro é responsável por operar 47 terminais de armazenamento de petróleo e gás e uma malha de 14,8 mil quilômetros de dutos no país. A empresa tem uma frota de 59 navios, parte deles construídos pelo programa de construção naval do governo Lula que foi alvo da Lava Jato. A subsidiária tem ainda pendências desse período a resolver. Três navios contratados ao estaleiro Eisa Petro Um permanecem inacabados no estaleiro Mauá, na região metropolitana do Rio, e barcaças para transporte de etanol construídas em Araçatuba (SP) não têm uso. Parte de seus ativos foi incluído no plano de desinvestimentos da Petrobras, como infraestrutura das refinarias que serão colocadas à venda pela estatal —cada uma das oito unidades em negociação será vendida em conjunto com terminais e dutos dedicados. Segundo o plano, a Petrobras manterá apenas as refinarias do Rio e de São Paulo, concentrando grande parte de suas operações de movimentação e refino de petróleo na região Sudeste. Em nota, a direção da Petrobras agradece Rubens Silvino, funcionário com mais de 40 anos de estatal, pelo "importante trabalho de reestruturação da companhia". N.daR.: Parece que o prêmio de consolação para os que trabalharam na Vale, após os desastres ecológicos que causaram centenas de mortes, é a indicção para cargos de gestão na Petrobras, suas subsidiárias e outra empresas públicas. É este o modelo de gestão eficiente e pela meritocracia prometida por Bolsonaro? Parece que diariamente temos decisões envoltas em similaridades com gestões já tradicionas no Brasil, país em que nada muda em termos de incompetência administrativa, corrupção, etc. * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: Folha de São Paulo - Poder Conselho tem 17 queixas contra Deltan, e a mais avançada está com indicado por deputados - Atuação na Lava Jato rendeu ao procurador procedimentos no órgão que fiscaliza Ministério Público Publicado: Folha de São Paulo - On Line 2.mar.2020 à 1h00 Atualizado: 2.mar.2020 às 13h01 Por Reynaldo Turollo Jr. Rio de Janeiro - A atuação na Operação Lava Jato rendeu ao procurador Deltan Dallagnol 17 procedimentos no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). O que hoje está mais adiantado foi distribuído a um relator ligado à Câmara dos Deputados, Otavio Rodrigues, o que é visto como negativo para Deltan. Trata-se de uma reclamação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que foi transformada em PAD (processo administrativo disciplinar) em dezembro. Deltan responde nesse caso por suposta quebra de decoro por ter publicado, nas redes sociais, mensagens que teriam interferido nas eleições de 2018 e na eleição para a Presidência do Senado, realizada em fevereiro de 2019. O procurador defendeu no Twitter a eleição aberta para presidente do Senado, que não estava prevista no regimento interno da Casa, o que, para Renan, atrapalhou sua candidatura. Apenas 1 dos 17 procedimentos resultou até agora em punição. Em novembro passado, por 8 votos a 3, o plenário aplicou sanção de advertência a Deltan por causa de uma entrevista à rádio CBN, na qual ele disse que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) muitas vezes agem em panelinha e passam uma "mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção". O relator do processo que gerou punição foi Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, ligado ao Senado. A relatoria de um processo é importante porque, em geral, dita o ritmo do seu andamento. O CNMP, que fiscaliza a conduta de membros do Ministério Público, é formado por 14 conselheiros. A maioria, oito, é oriunda do Ministério Público, e os seis restantes são indicados pelo Judiciário, pelo Legislativo e pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Deltan, por meio da assessoria do MPF em Curitiba, afirmou que "é importante prestar contas do trabalho feito e responder a eventuais questionamentos perante o CNMP". "Há questionamentos que são retaliação de investigados, mas não nos intimidamos e seguimos fazendo nosso trabalho", afirmou o procurador em nota. O procedimento mais antigo em tramitação, aberto em 2016 a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está na pauta de julgamentos desde 2018 esperando para ser votado. O relator é o conselheiro Marcelo Weitzel, do Ministério Público Militar. É um pedido de providências para que o conselho determine que os procuradores da força-tarefa de Curitiba "se abstenham de usar estrutura e recursos do MPF (Ministério Público Federal) para manifestar posicionamentos políticos ou, ainda, jurídicos que não estejam sob atribuição dos mesmos". O pedido foi na esteira da entrevista em que Deltan fez a famosa apresentação com PowerPoint contra Lula, em setembro de 2016, o que, para o ex-presidente, teve "o intuito de promover julgamento midiático". Petistas levaram ao CNMP mais três reclamações que ainda não viraram PAD e estão sob os cuidados do corregedor, Rinaldo Reis Lima. As três tratam das mensagens de Telegram obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas desde junho de 2019 em parceria com outros veículos, incluindo a Folha. Uma das reclamações afirma, segundo o PT, que Deltan e seu colega Roberson Pozzobon se articularam para obter lucro com palestras pagas e conseguidas com o uso de seus cargos públicos, conforme demonstraram as mensagens. A segunda, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), sustenta que Deltan teria sido contratado e recebido R$ 33 mil para proferir palestra remunerada pela empresa Neoway, que foi alvo de delação na Lava Jato. A terceira, levada ao CNMP pelos deputados Teixeira, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Paulo Pimenta (PT-RS), diz que as mensagens de Telegram revelam que Deltan e colegas discutiram e/ou adotaram medidas de investigação contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, sem terem atribuição legal. Ministros do STF só podem ser investigados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), e não por procuradores que atuam na primeira instância. Há outras duas reclamações disciplinares de autoria do senador Renan Calheiros além da que já foi transformada em processo disciplinar administrativo, ambas com base nas mensagens obtidas pelo Intercept. Em uma dessas reclamações, o emedebista argumenta que Deltan realizou diligências investigativas ilegais mirando o ministro do STF Dias Toffoli, hoje presidente do tribunal. Na outra, Renan, como os petistas, pede a punição do procurador por supostamente ter tentado investigar ilegalmente o ministro Gilmar Mendes, "procurando gerar constrangimentos à Sua Excelência, única e exclusivamente por considerá-lo um 'adversário político'". A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) também busca a punição do coordenador da Lava Jato no CNMP, por meio de duas reclamações. Em uma, Kátia acusou Deltan de não guardar o decoro necessário ao compartilhar, em redes sociais, o link de uma reportagem que continha informações sigilosas de um processo que a atingiria. O plenário do conselho decidiu em dezembro, por 8 a 4, arquivar o caso, mas ainda cabe uma reanálise interna e formalmente o procedimento está em tramitação. Para que as 13 reclamações virem processos administrativos disciplinares, é preciso que o plenário, por maioria, aprove a instauração de PAD. N.daR.: Melhor seria se o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) investigasse as razões que levam os MPs a se omitirem quanto às denúncias que lhes foram levadas a conhecimento com relação à PETROS. Pode-se chegar a caracterizar descaso por parte dos MPs. * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: O Globo - Música Petrobras Sinfônica vai interpretar pela primeira vez Coldplay na Jeunesse Arena Publicado: O Globo | On Line 03/03/2020 08:00 Por Claudia Meneses A Orquestra Petrobras Sinfônica fará, em 4 de abril, na Jeunesse Arena, um concerto inédito com releitura de quinze músicas da banda britânica Coldplay. Com regência de Felipe Prazeres, serão apresentados sucessos como "Paradise", "Clocks" e "Viva la vida", em arranjos inéditos, feitos por Ricardo Cândido. O objetivo da Petrobras Sinfônica é democratizar a música clássica e renovar o público do gênero. - O grande público não está acostumado a ouvir uma orquestra, uma apresentação como essa é uma forma de aproximar pessoas e apresentar a diversidade de timbres e de ritmos que uma orquestra pode alcançar. Eu, como fã da banda, estou muito animado com essa possibilidade de colocar esses grandes sucessos, que tem um alcance enorme, para tocar - afirma Prazeres. Os ingressos estão à venda no site Eventim, a partir de R$70 (meia). Confira o repertório : Clocks Paradise // Viva la vida // Fix you // Yellow // My place // The scientist // Speed of sound // Talk // Trouble // The hardest part // Adventure of a life time // A sky full a stars // Death and All his friends // Charlie Brown Serviço: Orquestra Petrobras Sinfônica toca Coldplay Data: 4 de abril, às 21h Endereço: Jeunesse Arena - Avenida Embaixador Abelardo Bueno 3.401, Barra da Tijuca Telefone: (21) 2430-1750 Duração: 90 minutos Ingressos: https://www.eventim.com.br/ Preços: Cadeira Premier: R$ 260/ R$ 130 (meia) // Cadeira Platinum: R$ 230/ R$ 115 (meia) // Cadeira Gold: R$ 200/ R$ 100 (meia) // Cadeira Especial: R$ 170/ R$ 85 (meia) // Cadeira Nível 01: R$ 140/ R$ 70 (meia) // Camarote: R$ 240/ R$ 120 (meia) // Classificação: livre N.daR.: Ao invés de notícias negativas originadas pela gestão antipatriótica de Paulo Guedes, ministro da Economia, e de seu acólito e presidente da Petrobras, Castello Branco, tudo sob a complascência de Bolsonaro, o O Globo (on Line) divulga algo diferente, informa uma apresentação da orquestra da Petrobras. Por outro lado, sendo patrocinada pela Petrobras, os preços dos ingressos não estão um pouco "salgados"? * Fonte primária: O Globo Fontes: Gazeta do Povo - Economia & Negócios Como um precedente do STF derrubou o processo da refinaria que deu um prejuízo bilionário Publicado: Gazeta do Povo | On Line 01 de março de 2020 | 18h00 Por Fernanda Guimarães No apagar das luzes de 2019, quando todos estavam com a cabeça nas férias ou no Natal, um fato grave passou despercebido: o processo criminal referente à rumorosa compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi anulado. Não deixar no esquecimento esse fato é importante para alertar sobre o risco de impunidade nesse caso e em outros similares A aquisição de Pasadena da belga Astra Oil foi um escândalo vergonhoso. Para começar, essa refinaria não era uma boa escolha. Uma consultoria externa tinha apontado, na época, que outras atenderiam melhor os planos de expansão internacional da Petrobras. Além disso, Pasadena era obsoleta e enferrujada – daí ser chamada de “ruivinha” pelos envolvidos na negociação, uma referência à cor da ferrugem. Some-se que a refinaria não estava pronta para tratar o tipo de petróleo brasileiro. Por essas razões, ela precisaria passar por uma ampla reforma. Para piorar tudo, o preço da transação tomou por base o valor que a refinaria teria após as reformas. Como resultado de ajustes e disputas, a Petrobras acabou pagando US$ 1,25 bilhão no negócio, quase 30 vezes os US$ 42,5 milhões que a Astra Oil havia pago por ela em janeiro de 2005, sete meses antes do começo das negociações. O Tribunal de Contas da União aferiu um prejuízo de US$ 700 milhões na operação – número que inicialmente era superior e ainda não é definitivo. A refinaria foi vendida em 2019 pela Petrobras por US$ 467 milhões, ou seja, US$ 783 milhões (quase R$ 3,5 bilhões, em valores atuais) a menos do que havia pago por ela.
O plenário do STF entendeu que os casos de corrupção devem ser enviados para a Justiça Eleitoral quando parte do dinheiro da propina é usada de modo oculto em campanha eleitoral
A investigação havia sido trabalhosa, envolvendo rastreamentos financeiros no Brasil e no exterior e a análise de contratos internacionais e comunicações eletrônicas. Foram identificadas transações relacionadas às propinas na Espanha, Suíça, Liechtenstein, Hong Kong e Alemanha. Segundo provas colhidas pela Lava Jato, a negociação ruinosa foi regada a subornos. Acusação feita pela força-tarefa apontou o acerto de pelo menos US$ 17 milhões em propinas. Além de um alto executivo da Astra Oil, foram acusados seis ex-funcionários da Petrobras, um ex-senador e três operadores financeiros. Anos de investigação e de processo foram perdidos na decisão do fim de 2019 que entendeu que o caso é da atribuição da Justiça Eleitoral. O juiz da Lava Jato em Curitiba, ao assim decidir, simplesmente aplicou nova orientação do Supremo Tribunal Federal estabelecida em um julgamento de março de 2019. Naquele julgamento, envolvendo um proeminente político, por apertada maioria de seis a cinco, o plenário do STF entendeu que os casos de corrupção devem ser enviados para a Justiça Eleitoral quando parte do dinheiro da propina é usada de modo oculto em campanha eleitoral. Ou seja, quando há crimes de corrupção e caixa dois relacionados, tudo vai junto para a Justiça Eleitoral. Essa regra não existia quando as investigações do caso Pasadena e a Lava Jato se desenvolveram. Antes, como alertaram os ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso no próprio julgamento, a regra era a separação entre crime eleitoral e crime comum (como corrupção): o primeiro ia para a Justiça Eleitoral e o segundo, para a Justiça comum, fosse estadual ou federal. O STF poderia ter modulado os efeitos de sua decisão e determinado que a nova regra se aplicaria apenas para o futuro. Como não o fez, gerou risco da anulação dos processos. No caso Pasadena, por exemplo, como o juiz entendeu que há indícios de crime eleitoral, isso gera a anulação das decisões judiciais proferidas, inclusive na investigação, derrubando o caso inteiro. Dentre os atos cancelados, está a decisão judicial que deu início ao processo em março de 2018, e que havia interrompido a prescrição. Como os fatos denunciados são antigos, a anulação dessa decisão aumenta significativamente os riscos de prescrição, isto é, de impunidade. O efeito do julgamento do Supremo é muito mais abrangente do que se pode supor: pode se estender para outros processos da operação ao longo do tempo. Nos casos de corrupção política, a lógica é a mesma: parte da propina enriquece o político e outra parte turbina sua campanha eleitoral. Isso pode conduzir, mais cedo ou mais tarde, à anulação de toda a Lava Jato, ou de parte significativa dela. Caso se entenda, por exemplo, que na investigação sobre Paulo Roberto Costa havia indícios de destinação de dinheiro para campanha, esse processo pode ser anulado e, em seguida, toda a Lava Jato, que dele decorre, num efeito bola de neve.
Estarão os procuradores e juízes obrigados a adivinhar o futuro ou a mudança de humor dos ministros do STF para que seu trabalho desempenhado em favor da sociedade seja preservado?
O Ministério Público recorreu da decisão judicial que remeteu o caso Pasadena para a Justiça Eleitoral, por entender que não há prova do crime eleitoral. Se não se exigir prova do crime, será muito fácil anular os processos. Bastará que o réu confesse que recebeu propinas e diga que as investiu em campanha. Já há pedido de remessa de vários processos da Lava Jato para a Justiça Eleitoral. Ainda que os tribunais se convençam de que deve haver comprovação do crime de caixa dois eleitoral para que um dado caso seja remetido para a corte eleitoral, discussões sobre a força das provas não são ciência exata. Haverá infindáveis debates em cada caso nas quatro instâncias, ao longo de anos. Até agora, quatro casos da Lava Jato foram afetados. Além de Pasadena, três sentenças foram anuladas a partir da decisão proferida pelo STF em outubro que determinou que réus delatados falem depois dos delatores. É outra regra que inexistia e igualmente gerará discussões e possíveis anulações de casos ao longo dos anos. Nas quatro situações, as anulações decorreram da aplicação para o passado de novas regras criadas pelo tribunal e que não existiam na época da investigação ou processo anulado. Estarão os procuradores e juízes obrigados a adivinhar o futuro ou a mudança de humor dos ministros do STF para que seu trabalho desempenhado em favor da sociedade seja preservado? Independentemente das razões jurídicas das decisões, uma vez que tenham sido tomadas, a ausência de modulação dos seus efeitos, restringindo-os ao futuro, gera insegurança jurídica, morosidade, impunidade e desperdício de recursos humanos e econômicos. Além de anular processos ou sentenças sem que tenha havido violação a direitos dos réus, a decisão do STF sobre a competência da Justiça Eleitoral torna mais difícil a punição de corruptos. “As estatísticas de condenação criminal pela Justiça Eleitoral são pífias”, ressaltou o ministro Barroso no julgamento sobre o assunto. Isso não é demérito, pois a vocação da Justiça Eleitoral é proteger o processo e a apuração eleitoral, o que faz com reconhecido primor. “Afirmar que um grande oftalmologista não é o profissional adequado para fazer uma cirurgia de fígado não significa desmerecer a grandeza do oftalmologista”, disse o ministro.
Dos 70 casos da operação Lava Jato que foram remetidos para a Justiça Eleitoral, apenas um resultou em condenação até o momento
A falta de estrutura, o rodízio de juízes, a dedicação não exclusiva e a ausência de especialização na apuração criminal tornam improvável que se desenvolvam “Lava Jatos” na Justiça Eleitoral, apesar do compromisso de seus integrantes com uma Justiça eficiente. Com efeito, foram remetidos para aquela Justiça casos envolvendo pelo menos 21 políticos, como Dilma Rousseff, Michel Temer, José Serra, Antonio Anastasia, Aécio Neves, Marcos Pereira, Eliseu Padilha, Antonio Palocci e Guido Mantega. No entanto, até agora não surgiram grandes investigações, com fases e denúncias sequenciais. Além disso, dos 70 casos da operação Lava Jato que foram remetidos para a Justiça Eleitoral, apenas um resultou em condenação até o momento, segundo apurou em janeiro o jornal O Globo. Foram poucas as notícias também de novas denúncias. A conclusão do voto do ministro Barroso vai ao ponto. “Pela primeira vez, na história do Brasil, nós vínhamos obtendo resultados concretos, efetivos contra a corrupção”. Foi atingida “gente que se supunha imune e impune”. Diante disso, “é difícil de entender e é difícil de explicar para a sociedade por que nós estamos mudando alguma coisa que está funcionando bem para o país”. A anulação do caso Pasadena – contra a corrupção de réus envolvidos em negociação cujos prejuízos foram apontados em mais de meio bilhão de dólares – gera perplexidade. Como entender? Como explicar? Deltan Dallagnol é procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal em Curitiba. N.daR.: Há toda uma vasta gama de envolvidos em questões envolvendo a corrupção no Brasil. Assim sendo, não há como se surpreender com a realidade presente, em que condenados são soltos ou têm suas penas diminuídas, processos prescrevem ou são postergados pela mais diversas manobras nem tão jurídicas assim. O STF, por exemplo, pelo menos na composção atual - em passado distante era uma referência para profissionais do direito - é uma vergonha. * Fonte primária: Gazeta do Povo Fontes: O Estado de São Paulo - Economia & Negócios 'Se o governo gastar mais, a credibilidade acaba e o PIB cai', diz Sachsida - Para auxiliar de Paulo Guedes, o ajuste fiscal é que está abrindo espaço para a retomada do crescimento econômico Publicado: ESTADÃO | On Line 02 de março de 2020 | 05h00 Por José Fucs Entrevista com Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, foi um dos primeiros profissionais da área a aderir à candidatura de Bolsonaro, meses antes de o atual ministro Paulo Guedes seguir o mesmo caminho, no final de 2017. Advogado, doutor em Economia pela Universidade de Brasília e funcionário do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (IPEA) desde 1997, ele ocupa hoje uma posição estratégica na formulação da agenda econômica e social do governo. Nesta entrevista ao Estado, Sachsida, de 47 anos, diz que a política de austeridade fiscal é fundamental para o crescimento sustentável do País. Segundo ele, se o governo ceder às pressões e voltar a gastar sem lastro, perderá a credibilidade e o PIB (Produto Interno Bruto) vai cair e não subir, como acreditam muitos economistas que defendem o uso de dinheiro público para turbinar a economia. Sachsida afirma, também, que nesta semana o governo poderá rever a estimativa de crescimento de 2020, de 2,4%, em decorrência dos reflexos negativos do coronavírus, com a desaceleração da economia global e a queda nos preços das commodities. Em 2019, a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acabou sendo menor do que o esperado. Como o sr. explica esse resultado? Temos de dividir o ano passado em duas partes. Os primeiros oito meses, que realmente foram muito difíceis, e de setembro em diante. Logo que entramos no governo identificamos dois grandes problemas: a situação fiscal e a baixa produtividade. Então, já a partir de janeiro, tomamos uma série de medidas para tentar equacionar o lado fiscal – sendo a nova Previdência a mais importante delas -- e melhorar a alocação de recursos na economia. Com isso, a partir de setembro, a situação mudou bastante. Eu me lembro de que, em agosto, nas entrevistas que eu dava, a pergunta que vinha era se o Brasil entraria em recessão técnica, com dois trimestres seguidos com PIB negativo. Em julho e agosto, vários analistas projetavam o PIB de 2019 entre 0% e 0,5%. Mas o PIB terminou o ano ao redor de 1,1%. Há duas semanas, a FGV divulgou que chegou a 1,2%. Então, quando você compara com o início do ano, se esperava mais. Mas, quando olha como o ano acabou, me parece que estamos no caminho certo. Passo a passo, estamos mudando as condições estruturais da economia brasileira. No final de 2019, houve uma redução no consumo e isso deixou muitos analistas preocupados com o PIB de 2020. Como o sr. vê essa patinada que ocorreu no final do ano? A patinada que eu vi algumas pessoas comentando já estava incorporada nas nossas contas. Tanto é que a nossa projeção para 2020 não mudou. Aí, você fala: “Mas as vendas em supermercados caíram em dezembro”. Caíram 0,1% – e muito por causa do aumento no preço da carne. Houve um repique na inflação em dezembro, com efeito nas vendas dos supermercados. Agora, as vendas de eletrodomésticos subiram 20% em dezembro. No agregado, porém, o resultado dos supermercados acabou afetando o índice, porque tem um peso maior. O resultado de dezembro não pode indicar uma desaceleração do crescimento? Isso já está estabilizado. Quando você olha os números agregados, parece que o consumo está parado. Mas não está. Tem de olhar dentro do agregado, para ver o que está acontecendo de fato. O PIB do setor público está caindo, mas o PIB privado já está crescendo a 2,7% ao ano. Quando você olha o PIB como um todo, com a taxa de crescimento 1,1%, desanima. Mas o PIB privado já está em franco aumento. O emprego privado está crescendo bastante também. A mesma coisa está acontecendo com o crédito privado. Há também o efeito coronavírus na economia. Como isso pode afetar o quadro em 2020? Isso muda alguma coisa na expectativa do governo? Até duas semanas atrás, estávamos mantendo as nossas estimativas de crescimento em 2,4% neste ano. De lá para cá, o impacto do coronavírus, associado a alguns outros fatores, passou a preocupar um pouco mais. O coronavírus teve uma expansão muito grande não apenas na China, como em vários outros lugares, como Coreia do Sul, Itália e Alemanha. Então, talvez tenhamos de reduzir a nossa estimativa para 2020. Algumas commodities tiveram queda de preço nas últimas semanas. Isso não pode provocar uma queda de renda no campo e afetar o crescimento? Nós sabemos que o crescimento brasileiro tem uma alta correlação com o preço das commodities. Infelizmente, estamos verificando que algumas commodities têm sofrido uma sensível queda de preços, por causa da desaceleração na China e em outros países. No momento, ainda estamos analisando o efeito dessas quedas na economia brasileira, mas, pelas informações disponíveis, acredito que teremos de rever a nossa estimativa de crescimento na semana que vem. Agora, além da variação nos preços das commodities, o governo monitora diariamente mais dois canais, para avaliar como o coronavírus pode afetar a economia brasileira: o da demanda, no qual olhamos como está o crescimento no resto do mundo, para ver se a procura por produtos brasileiros está caindo ou subindo, e o da oferta, em que avaliamos como está a produção na China e se ela está chegando normalmente aqui no Brasil, porque parte importante dos insumos das empresas brasileiras vem de lá. O que se pode concluir desse monitoramento da oferta e da demanda globais? Do lado da demanda, há alguns sinais negativos. Na semana passada, o FMI (Fundo Monetário Internacional) informou que a desaceleração do crescimento na China em decorrência do coronavírus deverá provocar uma queda de 0,1 ponto percentual na estimativa de crescimento global em 2020. Do lado da oferta, já há evidências de que algumas empresas no Brasil estão tendo um pouco de dificuldade para repor seus insumos. Isso reforça a percepção de que a gente terá de rever a nossa projeção de crescimento para este ano.
"Tem que tirar o governo da economia para abrir espaço para o setor privado"
Muitos empresários e analistas reclamam da lenta retomada da economia e defendem a concessão de estímulos e a realização de investimentos, principalmente no setor de infraestrutura, por parte do governo. Como o sr. analisa isso? Eu respeito. Nós estamos numa sociedade democrática e é natural que algumas organizações de classe pleiteiem algumas vantagens. Agora, o que precisa ficar claro para a sociedade brasileira é que todas as vezes que você concede uma vantagem para um setor esse dinheiro tem de sair de outra área. Boa parte de subsídios do passado foram transferências de renda de pessoas pobres para pessoas ricas. O exemplo mais óbvio foi a política dos campeões nacionais, quando o governo transferiu um expressivo volume de recursos de todos os trabalhadores brasileiros para uma classe muito mais rica, com resultados insignificantes em termos de investimento e de crescimento econômico. O mesmo grupo defende que o governo deve dar uma relaxadinha na política fiscal, para gerar recursos para investimentos e alavancar a economia. Dá para crescer mais sem o governo abrir as torneiras? Que benefícios a austeridade fiscal traz para o nível de atividade econômica? Os estudos da SPE (Secretaria de Política Econômica) mostram que estamos num ajuste fiscal expansionista. Isso quer dizer que o ajuste fiscal é que está abrindo espaço para o crescimento. Existem vários textos na literatura nacional e internacional que mostram que, quando um País está em crise fiscal, o PIB vai cair se o governo gastar mais. Isso é exatamente o que o ministro Paulo Guedes sempre diz, com o crowding in. Tem que tirar o governo da economia para abrir espaço para o setor privado. O sr. quer dizer que, mesmo com as torneiras do governo fechadas, a economia está ganhando tração? Exatamente. Como falei há pouco, os nossos dados dizem que o PIB privado já está crescendo a 2,7% ao ano. É o PIB público que está encolhendo. Eu reforço: se o governo voltar a gastar, o PIB vai cair, em vez de crescer. Então, é importante deixar claro que nós temos que manter o teto do gasto, voltar a ter superávits primários e reduzir a relação dívida/PIB. Se o governo começa a gastar mais, em cenários de pouco espaço fiscal, a credibilidade dele acaba, as taxas de juro aumentam e vai ficar pior para todo mundo. Então, em cenários de estresse fiscal, é fundamental manter o ajuste nas contas públicas e o governo gastar menos, dando espaço para o PIB privado e para a população voltar a ter emprego e renda. Agora, mesmo nesse cenário de ajuste fiscal, muitos analistas dizem que a relação dívida pública/PIB não deverá cair como no ano passado. É isso mesmo? Nós estamos trabalhando justamente para que a relação dívida pública/PIB continue caindo. Depois que a gente aprovou a reforma da Previdência, as taxas de juro pagas em títulos do Tesouro caíram muito. Exatamente como os estudos da SPE haviam previsto no começo de 2019. A gente havia previsto que, com as mudanças na Previdência, os juros cairiam e isso teria um efeito muito benéfico para a economia. Só para dar um exemplo, a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial, o famoso Plano Marshall, custou US$ 100 bilhões em valores atuais. Em quatro anos, a redução de juros pagos pelo Tesouro Nacional vai permitir uma economia para os cofres públicos de R$ 409 bilhões, segundo dados do Mansueto Almeida, Secretário do Tesouro Nacional. Ou seja, essa redução de juros permitirá ao Brasil poupar um Plano Marshall em quatro anos e o ajuste fiscal é responsável direto de juros mais baixos que temos hoje, além, é claro, do excelente trabalho que o Banco Central tem feito.
"O investimento privado brasileiro está deixando de ir para onde o governo indicava e passando a ir para um lugar mais eficiente. "
O sr. diz que o setor privado é que está puxando a economia. Mas, no ano passado, o setor industrial registrou uma queda no nível de atividade. Há quem diga que, em função da capacidade ociosa da indústria, não estaria havendo uma retomada dos investimentos privados. Como se explica esse crescimento do setor privado e a retração na indústria ao mesmo tempo? Dado que o governo parou de gastar muito dinheiro e de estimular alguns setores ineficientes, eles estão tendo de se ajustar. Então, quando você olha o dado agregado, alguns setores estão diminuindo, se ajustando à nova realidade. Em compensação, os recursos da economia, o capital e o trabalho, estão começando a ir para os setores mais eficientes. Alguns analistas dizem que a taxa de investimento no Brasil não mudou, mas não é bem assim. Antes, você tinha o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) escolhendo campeões nacionais e botando dinheiro neles. Agora, o dinheiro vem do mercado. É o mercado que está alocando recursos para investimento. Isso quer dizer que está havendo uma mudança estrutural na série de investimento brasileira. O investimento privado brasileiro está deixando de ir para onde o governo indicava e passando a ir para um lugar mais eficiente. Mesmo que o número agregado seja o mesmo, a qualidade desse investimento hoje é muito superior. Quem está ganhando e quem está perdendo nessa equação? Veja, por exemplo, o que a Petrobrás está fazendo. A Petrobrás cancelou uma série de investimentos e está fechando empresas. Está até tendo greve lá por causa disso, mas esse tipo de coisa melhora a eficiência da economia. Você está deixando de fazer um investimento numa cidade para beneficiar fulano ou beltrano e o dinheiro está indo para outro lugar. Em 2014, o governo investiu R$ 2 bilhões num estádio em Brasília. Isso é considerado investimento, mas o que um estádio em Brasília está gerando para a economia? Nada. Agora o dinheiro parou de ir para estádio e começou a ir para pequenas empresas, fintechs. Isso está acontecendo pelo próprio mercado e não porque o governo está direcionando o investimento para cá ou para lá. Quando você olha números agregados, as coisas parecem meio paradas, mas não estão. As placas tectônicas da economia estão se movendo ali por baixo. Você não está vendo, mas está havendo uma mudança estrutural muito grande no PIB e no investimento. Até 2016, o governo dava crédito subsidiado para setores específicos. Hoje, não dá mais. Até hoje, na nossa história, o Estado sempre foi o grande alavancador dos investimentos, em especial na área de infraestrutura. Daqui para a frente, qual papel caberá ao Estado nos investimentos? Não sou eu que tomo essa decisão, mas acho que ninguém aqui é oito ou oitenta. Sempre tem um meio termo em que é possível chegar. Eu gosto de olhar o que está acontecendo com o ministro Tarcísio (de Freitas Gomes), no ministério da Infraestrutura. De um lado, o Exército, em parceria com o governo, está abrindo estradas em locais em que a coisa estava muito difícil. Ao mesmo tempo, está havendo uma série grande de concessões. Nós estamos numa situação fiscal dramática. Não tem dinheiro do setor público. A capacidade de investimento do governo, hoje, dada o cenário de restrição fiscal, é muito pequena. Como o cenário de restrição fiscal tem de ser levado em conta, é fundamental escolher bem qual investimento você pode tocar. Uma maneira eficiente de fazer o investimento andar são as concessões, as privatizações e a melhoria no marco legal e na segurança jurídica.
"Quando você corrige um problema de má alocação de recursos não é só uma questão econômica. É também uma questão social. Você devolve o dinheiro para o dono dele, que é a população brasileira.
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Tem muita viúva de investimento estatal por aí, que está chorando lágrimas de crocodilo. Toda vez que você corrige um problema de má alocação de recursos, acaba afetando setores específicos em prol de toda a população. Por isso as reformas são tão difíceis. Você tem um lobby específico e tem de enfrentá-lo para passar os recursos para a população. A pergunta é a seguinte: até quando o brasileiro vai aceitar dar R$ 1 para ter R$ 0,50 de volta? O Brasil tem várias áreas em que os investimentos foram mal feitos. Aí, não há salvação. Ou você continua colocando dinheiro lá eternamente ou permite que o capital saia de lá e seja corretamente alocado para o resto do Brasil. Quando você corrige um problema de má alocação de recursos não é só uma questão econômica. É também uma questão social. Você devolve o dinheiro para o dono dele, que é a população brasileira. Essa correção de má alocação de recursos distribui renda e melhora a eficiência econômica. É uma política social eficiente. O setor privado tem recursos para alavancar o investimento? De onde virá o dinheiro? Há crédito para isso, recursos disponíveis no mercado nacional e internacional? Essa roda está girando. No ano passado, o Brasil foi o País que mais recebeu investimento direto estrangeiro entre os emergentes. O investimento está vindo para o País. Dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) mostram crescimento de 26% em relação a 2018, de US$ 60 bilhões para US$ 75 bilhões. É muito difícil alguém dizer que falta capital privado para investimento no Brasil. O que falta geralmente é alguma segurança jurídica, uma legislação que proteja o investimento. É nisso que temos que trabalhar. Capital tem. Em 1994, por exemplo. 50% das localidades brasileiras não tinham telefone. Em 1998, com a privatização, faltou capital para investimentos em telecomunicações no Brasil? Não. A mesma coisa que aconteceu nas telecomunicações, que é um setor extremamente intensivo em capital, vai acontecer em vários outros setores quando abrirmos mais a economia e fizermos as concessões e as privatizações. Esses recursos, agora, devem vir mais do mercado de capitais, dos bancos privados e dos investidores internacionais do que do BNDES e do setor público, como acontecia antes? Do setor público não tem mais jeito. A capacidade do BNDES hoje ainda existe. O BNDES é um banco relevante no mercado. O presidente do BNDES (Gustavo Montezano) está fazendo um grande trabalho. Agora, aquela realidade do passado não existe mais. O sr. fala muito dessa questão de má alocação de recursos, mas muita gente não entende direito o que isso quer dizer. O que significa isso na prática? Má alocação de recursos é quando você tem um fator, ou capital ou trabalho, que não está no setor mais produtivo, sendo usado da maneira eficiente. O Uber, por exemplo, corrigiu um tremendo problema de má alocação. Você tinha um trabalhador com tempo disponível, que tinha um carro, queria ganhar dinheiro e não sabia como. Pimba, apareceu o Uber. Agora, esse trabalhador está lá gerando serviços, produto e bem estar para sociedade. Com o Airbnb aconteceu a mesma coisa. Uma pessoa que tinha uma casa ou um quarto sobrando de repente queria ganhar um dinheiro com aquilo, mas não sabia como. Agora, tem, com o Airbnb. Na década de 80, com a escalada da inflação, a primeira coisa que meu pai fazia quando recebia o salário era ir ao supermercado para fazer a compra do mês. Toda casa tinha de ter una dispensa. Você “queimava” um cômodo da casa só para guardar mantimentos, porque a inflação era tão alta que não dava para deixar para comprar depois. Com a queda da inflação, agora é possível usar aquele cômodo para outra coisa ou para alugar para alguém. Na relação das empresas com o governo, que exemplos o sr. pode dar sobre má alocação de recursos? A política toda de subsídios do governo. Quando você avalia vários programas públicos, eles não deram resultado. Por exemplo: o Programa de Sustentação de Investimento (PSI). Deste eu posso falar, porque analisei na época em que estava no IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Você jogou uma montanha de recursos do BNDES para estimular o investimento privado e ele não saiu do lugar. Outra questão que analisei foi a política de desoneração da Dilma. Ela escolheu alguns setores para desonerar a folha de pagamento. Não gerou um único emprego, mas custou uma montanha de dinheiro para os cofres públicos. Tudo isso foi transferência de dinheiro dos contribuintes, dos trabalhadores brasileiros, para grupos específicos. Isso é má alocação de recursos, porque você começa a alocá-los não onde são mais produtivos, mas onde o governo escolhe. A gente ouve muito o pessoal dizer “Ah, tem uma falha de mercado e o governo tem de ajudar”. Eu proponho que a gente faça o contrário, identificando onde estão as falhas do governo, onde o governo está piorando a situação da população, em vez de melhorá-la. É aí que nós temos que trabalhar.
"Será que não está na hora de o Sistema S dar a sua contribuição para a retomada do emprego? "
Embora tenham sido gerados cerca de um milhão de empregos em 2019, ainda há por volta de 11,5 milhões de desempregados no País. Não seria o caso de dar uma turbinada na economia para acelerar a redução do desemprego? Do governo não virá essa turbinada, porque nós não temos recursos para isso. Agora, eu sugiro a gente acelerar em outra área: o combate à má alocação de recursos. Por exemplo: que tal a sociedade debater o Sistema S. O Sistema S arrecada R$ 20 bilhões por ano. Esse dinheiro vem da oneração da folha de pagamento. Tem diretor do Sistema S que recebe mais de R$ 60 mil por mês. O Sistema S está cheio de prédio elegante em endereços supervalorizados. Será que não está na hora de a gente diminuir um pouquinho a contribuição da folha para estimular o emprego e combater a má alocação de recursos? Essa é uma pergunta que eu faço para a sociedade. Nós temos de entender que o governo reage a grupos de pressão. Se a sociedade deixar na mão de outros o dever dela mesmo, vai dar errado. Todas as vezes em que se fala em rever as contribuições para o Sistema S, surge lobby contrário muito forte, alegando que ele faz investimentos sociais com o dinheiro que recebe. Como o sr. analisa essa questão? Sempre que você combate uma má alocação, esses lobbies acontecem. Eles dizem que passam um pouquinho do dinheiro para educação, um pouquinho para saúde. Ué, então, deixa a gente passar todo o dinheiro direto para saúde, que seria mais eficiente. Em parte, é verdade que o sistema S tem um bom sistema de treinamento. Mas está certo alguns diretores ganharem acima de R$ 60 mil por mês? Está certo construir prédios de luxo? Será que não há certo exagero nisso? Será que não está na hora de o Sistema S dar a sua contribuição para a retomada do emprego? Acho que está no momento de a sociedade discutir isso. Mas vou além: está na hora de a população decidir até quando nós vamos punir os mais pobres não abrindo a economia. Porque abrir a economia é claramente uma ajuda aos mais pobres, porque permite a entrada de produtos mais baratos no País. Aí você fala: “Isso vai gerar desemprego na indústria tal”. Então, vamos ficar eternamente punindo os mais pobres para manter o emprego de algumas categorias? Eu respeito, são empregos importantes. Mas os estudos mostram que, quando você abre a economia, rapidamente realoca esses empregos. É claro que existe uma transição, uma defasagem. Não estou dizendo que é fácil. Estou dizendo que uma economia fechada favorece grupos que, na média, são mais ricos que os pobres da população. Ou seja, os pobres estão transferindo renda para grupos mais ricos. O sr. falou que, no ano passado, o Brasil atraiu um volume maior de investimentos externos do que em 2018. Mas parece que, pela primeira vez, os investimentos internos superaram os externos. Isso deixou muita gente com a percepção de que o investidor internacional está se afastando do Brasil. O que está acontecendo? O investidor externo está com o pé atrás com o Brasil? O que está acontecendo é uma mudança estrutural na economia brasileira. A taxa básica de juros (Selic) está em 4,25% ao ano. Vários investidores que trouxeram dinheiro para o Brasil porque havia um juro mais alto saíram agora. É natural. Com a redução nos juros é natural que alguns tipos de capital procurem um retorno mais alto em outro lugar do mundo. Agora, para a população como um todo está melhor. A Bolsa bateu recordes. É justamente essa redução nos juros que leva as pessoas para a Bolsa. No ano passado, pela primeira vez, o retorno do capital foi superior ao custo do capital no País. Isso mostra que, finalmente, está valendo a pena investir na economia real. O investimento direto estrangeiro veio, , como eu disse, e vai continuar vindo, por causa da agenda de privatizações e de concessões. De novo, eu estou muito seguro de que estamos lançando as bases sólidas para o crescimento sustentável de longo prazo para a nossa economia. Com a balança comercial aconteceu algo parecido, com uma redução considerável do superávit. A balança comercial, numa economia de câmbio flexível, não tem muito apelo. Não tem essa relevância que alguns lhe atribuem. Eu entendo que as pessoas ainda olhem para a balança comercial no Brasil, porque nós temos um longo histórico de câmbio fixo. Quando o câmbio é fixo, você precisa realmente trazer moeda forte para a economia para manter a paridade cambial que você escolheu. Agora, eu gostaria que o Brasil exportasse mais e importasse mais. Isso é que é bom. Numa economia de câmbio flexível, o que é bom é o fluxo de comércio, é a soma das importações com as exportações. Quanto mais alto ele for, mais forte é o Brasil nas cadeias de produção global. Mas a gente não pode ficar com déficits comerciais prolongados. O câmbio ajusta isso. Honestamente, isso não preocupa. Como o dólar alto pode afetar essa equação econômica, esses fatores dos quais a gente está falando? Eu não gosto de falar disso, porque câmbio e juros fazem parte da agenda do Banco Central.
"Não é que estamos aumentando o crédito de maneira artificial como foi feito no passado. Não. Estamos mexendo as placas tectônicas da economia."
Ao longo do ano passado, vocês elaboraram várias medidas microeconômicas, como a mudança no FGTS, a extinção do DPVAT (ainda pendente de decisão judicial) e a flexibilização do uso de garantias imobiliárias. Que outros projetos estão no prelo? A nossa principal agenda hoje, em conjunto com o Banco Central, é para melhorar a eficiência das garantias. Porque, quando você melhora o uso das garantias, melhora a eficiência do mercado de crédito. Não é que estamos aumentando o crédito de maneira artificial como foi feito no passado. Não. Estamos mexendo as placas tectônicas da economia. Com uma garantia mais sólida, você consegue aproveitá-la melhor. Um projeto prioritário da SPE, com apoio do Banco Central, é a criação da Central de Garantias. Com isso, as pessoas poderão usar o patrimônio delas como garantia de empréstimos de maneira mais eficiente. Um dentista, por exemplo, tem lá o seu consultório. O consultório dele vale um milhão e ele está devendo R$ 100 mil para quitá-lo. Hoje, ele não pode usar os outros R$ 900 mil como garantia de outros empréstimos. Isso é um absurdo. Com a Central de Garantias, a gente quer fazer algo parecido com o que fizemos na MP do Agro, que trata do uso do patrimônio de afetação. Antes, a propriedade rural valia R$ 1 milhão, o agricultor pegava R$ 50 mil no banco e a propriedade inteira ficava em garantia. Agora, não. Assim que a gente conseguir aprovar a MP do Agro vão ser só aqueles R$ 50 mil. O que mais deve vir por ai? Outra ideia é o uso de recebíveis do FGTS. Várias pessoas devem um dinheirinho. Não seria muito melhor se elas tivessem uma dívida mais barata usando o patrimônio que têm no FGTS como garantia? Nós estamos tornando isso possível. Essa redução nas taxas de juro vai representar uma revolução no consignado privado. Estamos estimando que o mercado de recebíveis de FGTS vai bater R$ 100 bilhões em três ou quatro anos. Está faltando apenas algumas operacionalizações. Acredito que ainda no primeiro semestre isso deve sair. Boa parte do movimento da Secretaria é em questões que são difíceis de o grande público ver, mas ele sente. Temos também uma agenda muito grande de mercado de capitais em conjunto com o Banco Central. Uma agenda para baratear o crédito, melhorar a eficiência nos investimentos em infraestrutura. Quase no final do ano passado, houve uma polêmica entre a SPE e a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho relacionada com a carteira verde e amarela, que pretende estimular a contratação de jovens com menos obrigações trabalhistas. Houve divergência em relação ao impacto do programa no orçamento, porque ele envolve uma compensação dos gastos previdenciários pelo governo. Como ficou isso aí? Primeiro, não houve polêmica nenhuma. Eu me dou muito bem com todo o pessoal de lá. Desde a época da nova Previdência a gente trabalha em conjunto e agora estamos trabalhando nas normas regulamentadoras. Agora, nós não podemos ser levianos e aceitar qualquer medida nem de A e nem de B. O que aconteceu ali foi um debate exaustivo dos prós e contras do programa. A Secretaria de Política Econômica presta auxílio a uma série grande de atores. Tenho de ser honestos no nosso posicionamento. Isso tem que ser feito dentro do governo. Então, o que houve foi um debate legítimo, duro, mas acima de tudo respeitoso. No final, depois de muitos debates, a equipe do então secretário especial Rogério Marinho nos convenceu de que o programa era prudente. Se não, não teríamos dado o ok. O nosso ok veio depois. No final, a secretaria especial do Trabalho trouxe especialistas de peso da área de economia do Trabalho que nos mostraram que programa de jovens tem em todo o lugar do mundo. Eles mostraram que a experiência internacional está de acordo com isso e que se você não qualificar o jovem a chance de ele ter um problema ao longo da vida é muito maior. N.daR.: * Fonte primária: O Estado de São Paulo Fontes: Folha de São Paulo - Mercado Se uma operação deu prejuízo, não quer dizer que foi ilegal, diz presidente do BNDES - Gustavo Montezano diz que sua tarefa é informar autoridades sobre operações investigadas e recuperar credibilidade do banco, sem julgá-lo Publicado: Folha de São Paulo - On Line 1º.mar.2020 à 1h00 Por Alexa Salomão e Fábio Pupo São Paulo e Brasília - Ao assumir a presidência do BNDES, em julho de 2019, Gustavo Montezano tinha de atender a uma expectativa do próprio presidente Jair Bolsonaro: abrir a caixa-preta do banco —detalhar eventuais esquemas escusos ainda não explicados. Em janeiro deste ano, porém, atestou que nada de ilegal havia sido encontrado e agora tenta virar essa página na história da instituição. “Minha função é trabalhar pela credibilidade do BNDES”, diz. Em outra frente, o banco trabalha para vender, pelo melhor preço possível no meio da instabilidade do mercado, uma carteira com mais de R$ 100 bilhões em ações. As próximas são as da JBS. Uma de suas missões ao assumir o BNDES era abrir a caixa-preta do banco. Como foi essa auditoria que não encontrou nada, quando TCU [Tribunal de Contas de União], Ministério Público e uma CPI no Congresso indicam que o banco teve prejuízos? Primeiro é importante entender a nossa função. Nós somos executivos do banco. Não somos políticos, muito menos juízes. A auditoria é um dos pontos, de um dos casos da JBS, e um ponto complexo. Sendo super-sincero: quando entrei no banco, me debrucei sobre esses temas polêmicos, porque entendo ser obrigação minha, e, mesmo para um especialista como eu, demorei para entender. Como assim? Cada caso é um caso. Quando você pega o emaranhado de operações, com renegociações, taxas de juros diferentes, leis diferentes, contextos diferentes, não é trivial entender. E olha: mobilizei muita gente no banco para destrinchar para mim e para gente de fora. Não é fácil. A grande conclusão é que temos o desafio da explicação. Mas conseguiram ou não chegar à conclusão de que houve prejuízo financeiro? Avaliar puramente pela ótica financeira não é a forma mais adequada. Se a operação deu lucro ou prejuízo não quer dizer que foi legal ou ilegal. Prejuízo eventualmente faz parte do negócio de banco —você dá crédito, perde dinheiro. Compra uma ação, ela cai. Pode acontecer. A lucratividade é uma visão parcial que pode levar a uma conclusão errada. Em relação à ótica da legalidade —e não sou eu que estou dizendo, mas os órgãos de controle— , até hoje não foi encontrada nenhuma ilegalidade. E nossa função não é dizer se teve ilegalidade, é deixar o banco disponível, é prover informações, de forma eficiente e didática, para quem quer investigar e julgar. A sua resposta, da forma como foi dita, faz parecer que em algumas operações houve prejuízo ao banco. Vou te dar o exemplo da ação da Petrobras. Ela rendeu 2% ao ano, ante um CDI de 7%. Se tivesse colocado no CDI, teria ganho mais dinheiro do que carregando ação. Isso é um prejuízo econômico pela ótica do custo de oportunidade —e não teve nada de ilegal. A operação da Odebrecht. A gente está na reestruturação da recuperação judicial. É um caso notório de eventual perda econômica. Até hoje não foi provada nenhuma ilegalidade. Pegou o meu ponto? O sr. diria, então, que a sua função como presidente do BNDES é defender o banco? Se apenas defender como um pai protecionista ou acusar como inquisidor estou errado. Minha função é trabalhar pela credibilidade. Tenho de dar transparência, constituindo uma cultura e um histórico que leva a credibilidade do BNDES a outro patamar —e isso já está acontecendo. A operação da Odebrecht. A gente está na reestruturação da recuperação judicial. É um caso notório de eventual perda econômica. Até hoje não foi provada nenhuma ilegalidade. Pegou o meu ponto? O sr. diria, então, que a sua função como presidente do BNDES é defender o banco? Se apenas defender como um pai protecionista ou acusar como inquisidor estou errado. Minha função é trabalhar pela credibilidade. Tenho de dar transparência, constituindo uma cultura e um histórico que leva a credibilidade do BNDES a outro patamar —e isso já está acontecendo. Mas isso é vivo. O tema ainda está sendo analisado. Se surgir algo novo, voltaremos a esclarecer novamente. A outra missão é vender a carteira de ações. A operação mais recente foi a da Petrobras. O que mais vem neste ano? Vamos por parte. Não posso revelar muito sobre a estratégia de venda da carteira. Para recapitular. Em dezembro, vendemos Marfrig, em janeiro, Light, em fevereiro, Petrobras. A carteira é muito concentrada. Ainda temos R$ 30 bilhões para vender de Petrobras. Temos JBS, Vale, Suzano, Copel —as cinco maiores. Tem Eletrobras, e a princípio vamos esperar uma definição sobre privatização para tomar uma decisão. Todo o resto virá à medida que o mercado for absorvendo. A gente já tem mandatado um sindicato para vender parcela das ações de JBS. O montante vai variar, e vamos discutir isso na hora da oferta. Ao sair dessa carteira, eu tiro o risco de perpetuidade do banco. Porque essa carteira, de R$ 120 bilhões no ano passado, pode variar de 30% a 40% numa crise. Estou falando de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões de variação. Por causa do efeito do coronavírus nas Bolsas, numa segunda-feira, perdeu R$ 5,8 bilhões em um dia. Isso é quase um ano de lucro recorrente do BNDES. É um negócio que coloca em risco o futuro do banco. A venda das ações da JBS tem data? Não tem data, mas tem um evento relevante, que eu posso comentar porque é de domínio público, que é a relistagem nos Estados Unidos. A gente está acompanhando e esperando para que, se tiver uma janela boa, a gente possa surfar. Não será necessariamente uma operação casada, mas coordenada com esse movimento da empresa. Parte do processo de abertura de capital da JBS nos EUA pressupõe a transferência da sede... Sim, a ideia é separar a empresa em duas. Temos de acompanhar. O banco tem 20% da companhia. Em que fase está esse processo? Está na mão da companhia e de seus controladores executarem. Não temos poder de parar ou empurrar isso. O acordo de acionista terminou no fim do ano. O nosso nível de informação e influência na empresa mudou. Não temos mais direito de veto por acordo. Hoje, somos um minoritário relevante. Temos os direitos que a lei nos concede, não mais por acordo de acionista. Como tem sido o processo de reestruturação no banco? Importa para um banco como o BNDES qual desenvolvimento a gente quer dar para o Brasil. E desenvolvimento vem de duas coisas: financiamento, sim, mas também de algo que é um grande gargalo hoje no Brasil: bons projetos, boa estruturação financeira, bom planejamento. E isso o banco tem capacidade de sobra para fazer. Estamos posicionando o BNDES como o banco que atende o Estado brasileiro —federal, estadual, municipal. Já atendemos todos os ministérios que têm demanda para concessão, PPP, levantar recurso privado. Temos capacidade de atender os 26 estados. Estamos nos mobilizando para, depois das eleições, atender os municípios de uma maneira um pouco diferente. Acreditamos que vamos atender de 50 a 100 cidades. Nossa meta até 2022, na parte de serviços sociais, é estruturar projetos de saneamento que levem água e esgoto a 20 milhões de pessoas, e iluminação pública de qualidade para 14 milhões de pessoas. Fazer concessões para 20 mil quilômetros de estradas, sendo 16 mil novos. Privatizar 30 empresas. Na parte de crédito, temos de financiar projetos em energia, logística, mobilidade urbana, educação, saúde, segurança. Há meta de investimento? Vamos desembolsar por ano entre R$ 50 bilhões e R$ 70 bilhões, mas o financeiro não importa. O BNDES vai atuar como um catalisador, mitigando risco, entrando junto, porque isso faz a diferença para o setor privado. Se, para financiar 1,6 mil quilômetros de linhas de transmissão, o BNDES colocar R$ 100 e o privado, R$ 10, é muito pior do que BNDES colocar R$ 10 e o privado, R$ 100 —porque eu consigo fazer a mesma coisa, com menos recurso. O objetivo do banco é fazer isso, não é desembolsar dinheiro. Quanto mais fizer salvando recurso público, melhor o nosso trabalho. * Fonte primária: Folha de São Paulo Fontes: O Estado de São Paulo - Economia & Negócios Por desconforto com administração, Ivan Monteiro pede para sair do IRB Publicado: ESTADÃO | On Line 01 de março de 2020 | 04h00 Por Fernanda Guimarães Ivan Monteiro, presidente do conselho de administração do ressegurador IRB Brasil Re, pediu renúncia do cargo pouco antes do Carnaval. O motivo seria desconforto com a administração da companhia: ele não teria tido apoio para realizar mudanças propostas. Os bancos sócios do IRB, contudo, teriam pedido a Monteiro um prazo antes de sua saída, por conta do conflito envolvendo a gestora Squadra, que questionou os balanços da resseguradora. Peso pesado. Nome respeitado no mercado, Monteiro, que já foi vice-presidente do Banco do Brasil, presidente da Petrobras e diretor financeiro da BRF, pediu também renúncia no início do mês do Conselho da Light, mas segue como consultor financeiro da fintech Nubank. A reportagem não conseguiu contato com Monteiro. O IRB, por sua vez, não comentou, mas depois de ter negado a renúncia de Monteiro na quinta-feira, informou sobre sua saída na sexta. N.daR.: Sobre Ivan Monteiro, leia em Suno Research: Ivan Monteiro - conheca a carreira do CEO da Petrobras * Fonte primária: O Estado de São Paulo Fontes: O Estado de São Paulo - Economia & Negócios Países asiáticos podem atrasar encomendas de plataformas à Petrobrás - Petrobrás deixará de receber US$ 10 milhões por dia se embarcações do pré-sal, encomendadas na Ásia , chegarem com atraso Publicado: ESTADÃO | On Line 01 de março de 2020 | 05h00 Por Fernanda Nunes Os efeitos produzidos pela crise do coronavírus podem levar a Petrobrás a deixar de receber até US$ 10 milhões por dia. Essa ‘perda’ diária, dizem especialistas, seria causada pelos atrasos na entrega de plataformas. Sete embarcações foram encomendadas pela estatal a estaleiros da Ásia, principalmente na China, Cingapura e Coreia do Sul, os três países mais afetados pela epidemia até agora. A construção de uma plataforma dura anos e representa o maior custo de um projeto de produção de petróleo. As empresas petroleiras acompanham de perto as obras, para evitar que os cronogramas de entrega sejam estendidos e para garantir que as plataformas comecem a produzir e a gerem receita o quanto antes. A Petrobrás, como suas concorrentes, corre contra o tempo. Uma fila de plataformas foi planejada para os próximos quatro anos, o que vai ajudar a empresa a avançar rapidamente no pré-sal. Para o ano que vem é esperada a entrega de duas unidades. São obras que já estão na reta final e, por isso, devem ser as mais afetadas e têm mais chance de atrasar. Uma plataforma tem capacidade de produzir 150 mil barris de petróleo por dia, algumas um pouco mais. Considerando a cotação do óleo de US$ 52 na semana passada, é possível estimar que a cada 24 horas sem produzir a Petrobrás deixa de ganhar US$ 7,8 milhões. Somado a isso há a receita gerada pela extração de gás natural, o que eleva a conta a US$ 10 milhões, segundo cálculo de Carlos Maurício Ribeiro, sócio do Vieira Rezende Advogados. A Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “as informações existentes até o momento sobre os impactos do coronavírus na economia mundial não permitem que sejam feitas projeções seguras sobre as consequências para as operações da companhia”. As consequências nos projetos da estatal vão depender da extensão da crise e da sua difusão pelo mundo, salientou Ribeiro. Por conta da transição energética, que vai impor cada vez mais preços mais baixos aos combustíveis fósseis, companhias petroleiras do mundo todo correm contra o tempo para transformar suas reservas de petróleo em dinheiro. Com isso, cada dia de atraso de um projeto tem um custo maior para as empresas. A crise atual ainda pode gerar novos problemas à gestão da Petrobrás, que aposta na venda de ativos para reduzir o endividamento. Um deles é a desistência das empresas chinesas em adquirir um conjunto de refinarias. Os diretores da estatal têm dito que o negócio está atraindo o interesse de muitos investidores. A tendência é que sejam especialmente interessantes para os chineses, que têm a preocupação de garantir combustível para o consumo interno e apostado alto no Brasil nos últimos anos. Refinaria “O problema é ter alguma proposta para as refinarias que não tenha a participação dos chineses. Se a desistência dos chineses não inviabilizar a compra das refinarias, certamente terá consequências na competição e, portanto, no preço de venda”, disse Rodrigo Leão, economista e coordenador de pesquisa do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Ele destaca ainda que quase um quarto da receita da estatal depende das exportações e que a China responde atualmente por 65% desse total. Em recente coletiva de imprensa para apresentar o resultado financeiro do ano passado, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, admitiu que o país asiático continuará a ter um peso relevante no comércio do seu petróleo cru, embora a Petrobrás esteja procurando novos consumidores. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires avalia ainda que navios de gás natural liquefeito são construídos na Ásia e que, com a crise do coronavírus, deve ter atraso nas entregas, o que pode afetar os valores de comercialização desse produto. “No fim das contas, a China é a grande fábrica do mundo e o cenário atual faz a gente refletir que depender muito da China é complicado”, avalia. N.daR.: Em quase todas as notícias sobre a Petrobras se encontram referências sobre a venda de ativos da empresa. É uma campanha que deixa transparecer que a venda/desmanche da Petrobras é uma vantagem. Resta saber a quem favorece o desmanche. Certamente pata a Petrobras e para o país não haverá vantagens. Somente restarão prejuízos com a perda de receita e a monopolização dos diversos segmentos em mãos de grupos que atenderão interesse particulares, sejam nacionais e, especilamente, estrangeiros. Não e de se descartar - muito pelo contrário - a articipação de empresas estatais estrangeiras a substutirem a Petrobras em várias áreas de atuação. Então, trata-se ou não de um crime de Lesa-Pátria? * Fonte primária: O Estado de São Paulo Juntos somos mais fortes e vamos mais longe!
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